Publicação de Nathalia Arcuri

NÓS PRECISAMOS NOS MOVIMENTAR CONTRA A FALÁCIA DAS BETS. A promessa é tentadora: “ganhe dinheiro fácil com um clique”. Mas a realidade é dura: quem realmente lucra com as Bets é quem cria uma. A nova Bet da Caixa Econômica Federal estreia em novembro com uma previsão de arrecadação de R$ 2,5 bilhões até 2026. E sabe o que isso significa? Que até o Estado decidiu surfar na onda, lucrando com um modelo que cresce às custas da vulnerabilidade de milhões de brasileiros. Não é só uma crítica à Caixa, é um alerta para todas e todos nós. Quando até uma instituição pública entra no jogo, é sinal de que estamos normalizando um sistema que drena o pouco que resta do bolso das pessoas em situação mais frágil. Nos meus próprios canais, recebo todos os dias relatos de famílias destruídas, dívidas acumuladas, adolescentes viciados, pais que perderam tudo apostando “só mais uma vez”. E, mesmo diante de tudo isso, o governo arrecadou quase R$5 bilhões com jogatinas em 2024. Você realmente acha que eles vão abrir mão dessa fonte de renda? Com a pressão fiscal aumentando, a tendência é clara: manter esse modelo vivo, lucrativo e cada vez mais agressivo. Mas a que custo? A custo da indústria, do trabalho, da educação, da saúde mental, das famílias. Se depender dos nossos representantes, das grandes plataformas e do sistema que lucra com a ilusão, nada vai mudar. Por isso, a mudança precisa vir da gente. Precisamos pressionar, cobrar, compartilhar, falar sobre isso, regular não é o bastante se as pessoas não têm consciência. E para as empresas, fica o convite à responsabilidade: Não basta apenas olhar para o lucro. Aposte na educação, invista em programas que ajudem seus colaboradores a desenvolver inteligência financeira, autonomia e senso crítico. O custo da omissão, seja em produtividade, saúde mental ou endividamento, já está batendo à porta dos RHs. A falácia das Bets é coletiva e a solução também precisa ser.