Cibersegurança e Impacto Sistêmico: Lições do Painel da Oplium no MTS 2025
Foto: Nathalia Santana

Cibersegurança e Impacto Sistêmico: Lições do Painel da Oplium no MTS 2025

Por Adonias Filho, CCO da Oplium

Vivemos em um mundo profundamente interconectado. Hoje, a cibersegurança não é apenas uma questão tecnológica, mas um tema estratégico que impacta diretamente a economia, a confiança pública e o bem-estar da sociedade.

No Mind The Sec 2025, tive a honra de moderar o painel “A cadeia de impacto e interdependência sistêmica de um ataque cibernético paralisadora de ecossistemas inteiros em escala nacional ou global", com a participação de líderes de três setores vitais para o Brasil: GOL Linhas Aéreas (Aviação), PRIO Energia (Oléo e Gás) e Motiva (Mobilidade).

O debate mostrou, de forma clara e prática, como um incidente cibernético em uma única organização pode se tornar rapidamente uma crise social e econômica em larga escala.

Interdependência e Risco Sistêmico

  • Aviação: uma falha em sistemas críticos pode paralisar voos em todo o país, afetando não apenas passageiros, mas também a logística de suprimentos essenciais, como medicamentos e alimentos.
  • Energia: ataques à cadeia de produção e distribuição podem interromper eletricidade e combustíveis, com reflexos imediatos em hospitais, telecomunicações, transporte e até em acordos geopolíticos internacionais.
  • Mobilidade: uma indisponibilidade em pedágios, bilhetagem ou controle de tráfego pode gerar caos físico imediato, impactando milhões de pessoas e travando cadeias de suprimento.

Esses exemplos deixam claro que a resiliência de um setor depende da resiliência de todos os demais.

Colaboração Intersetorial: a Chave da Resiliência

A grande mensagem do painel foi a importância da colaboração estruturada entre empresas, setores e reguladores.

  • Criação de fóruns permanentes para compartilhamento de ameaças e melhores práticas.
  • Desenvolvimento de protocolos conjuntos de resposta para crises em escala nacional.
  • Cooperação em estratégias de defesa compartilhada, somando recursos e inteligência.

No cenário atual, nenhuma organização ou setor está isolado. O elo mais fraco pode comprometer todo o ecossistema.

Regulação, Fiscalização e Simulações.

Além da colaboração, é urgente avançar em regulação moderna e fiscalização ativa.

  • Definição de padrões mínimos de segurança.
  • Auditorias periódicas para garantir maturidade contínua.
  • Protocolos de reporte ágil e confidencial para acelerar respostas a incidentes.

Outro ponto central foi a importância dos exercícios de simulação (tabletop exercises). Eles permitem antecipar falhas de comunicação, testar fluxos de resposta e alinhar setores críticos antes que um ataque real aconteça. 

Conclusão: um Chamado à Ação

O painel deixou uma mensagem inequívoca:

A segurança da informação precisa ser tratada como defesa nacional e social.

Estamos todos conectados. Se um setor falha, todos sentimos os impactos. Por isso, a construção de um ecossistema digital resiliente exige:

  • Colaboração ativa entre setores críticos.
  • Regulação e fiscalização modernas.
  • Cultura de resiliência contínua dentro das organizações.

Mais do que sobreviver a ataques, empresas que se preparam conquistam vantagem competitiva, fortalecem sua reputação e consolidam a confiança da sociedade.

O futuro digital será seguro apenas se for construído de forma coletiva, integrada e estratégica.

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