Inovação, o que podemos aprender com a arte?
O movimento artístico do cubismo que surgiu por volta de 1907 com Georges Braque e Pablo Picasso considerava a obra de arte um objeto real - ou seja, não apenas algo que imitava ou representava outra coisa. Com a geometrização das formas, foram abandonadas as noções tradicionais de perspectiva. Os artistas cubistas procuravam novas maneiras de retratar o que viam. Influenciados por Cézanne, pela arte africana, e tantos outras visões não somente da arte, mas também do mundo da psicanalise de Freud, da relatividade de Einstein, quebraram um paradigma.
É muito interessante poder ver alguns estudos preliminares do artista Picasso, naquilo que entrou na historia como a obra do manifesto cubista, Demoiselle d'avignon.
Foi a transdisciplinaridade que permitiu repensar, reimaginar, reiventar, e inovar. Assim, por exemplo, os cubistas passaram a valorizar as formas geométricas e a retratar os objetos como se eles estivessem partidos. Todas as partes de um objeto eram representadas num único plano, como se o artista visse vários ângulos do objeto ao mesmo tempo....
O que podemos aprender com a arte sobre a inovação, podemos aplicar ao capitalismo... Escreve Joseph Schumpeter que as tantas conexões entre os atores (intencionais ou não) revolucionam de modo incessante a estrutura econômica a partir de dentro, com a destruição constante da estrutura anterior e a criação de uma nova. Esse processo de Destruição Criativa é a realidade fundamental do capitalismo. E é nisso que o capitalismo consiste e é dentro disso que todo empreendimento capitalista tem que viver.
Não por acaso, sempre mais cursos nascem nessa linha muito do pesamento criativo.
A partir disso, o Clayton Christensen fala de inovação disruptiva, paradigmática, onde uma mudança cria um novo modelo ao se basear numa abordagem inteiramente nova (o que a diferencia de uma inovação incremental).
Indo mais longe, o próprio Marx escreve que o capitalismo “não pode existir sem destruir, sem revolucionar continuamente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção e, assim, o conjunto das relações sociais. O revolucionamento contínuo da produção, o abalo ininterrupto de todas as situações sociais, a insegurança e a movimentação eternas a distinguem. Todas as relações fixas e enferrujadas, com o seu séquito de veneráveis representações e concepções, são dissolvidas; todas as relações novas, posteriormente formadas, envelhecem antes que possam enrijecer-se. Tudo o que está estratificado e em vigor volatiliza-se, todo o sagrado é profanado, e os homens são finalmente obrigados a encarar a sua situação de vida, os seus relacionamentos mútuos com olhos sóbrios”.
Com a arte, podemos aprender inovação, a partir da atitude criativa. A cultura da inovação permite a conexão nas organizações. Está na mentalidade e no comportamento que se revela a solução.
Nessas organizações, a liderança é fundamental. Minimiza a burocracia, é lucida e não perde tempo com coisas sem sentido, contorna obstáculos que não são relevantes para o objetivo e faz isso com coragem criativa, simplifica a complexidade sem superficialismos, não constrói muros, é inteligente, rápida e leve. E tantas outras coisas.
Fico com Einstein quando diz:
Doutora em Antropologia
5 aVictor tenho produzido vários materiais didático para EAD sobre História da Arte. Muito pertinente sua análise. Obrigada.