O documento discute os cuidados de enfermagem para pacientes com traqueostomia, incluindo a realização do procedimento cirúrgico, indicações, tipos de cânulas, complicações possíveis, aspiração traqueal, troca de cadarços, e decanulação.
TRAQUEOSTOMIA
• Procedimento cirúrgicorealizado usualmente no BC ou UTI, é feita uma abertura
entre o segundo e o terceiro anel traqueal.
• Pode ser temporária ou permanente: alguns pacientes podem fazer uso da TQT
durante a internação hospitalar, enquanto outros podem utilizá-la pelo resto da
vida.
• Suas finalidades são: Desviar uma obstrução da via aérea superior, possibilitar
remoção de secreções, permitir o uso prolongado da ventilação mecânica, evitar a
aspiração das secreções orais ou gástricas e substituir o tubo endotraqueal.
5.
INDICAÇÕES
• É importanteconsiderar que a indicação de TQT não se limita ao paciente crítico.
Nas UTIs, a TQT é frequentemente realizada após 14 a 21 dias de intubação traqueal
(TQT eletiva) e, em casos selecionados, no segundo ou terceiro dia de intubação
(TQT precoce).
• É também realizada em momentos de urgência para acesso respiratório de vias
aéreas difíceis.
• A realização segura da TQT no paciente exige conhecimento das técnicas cirúrgicas,
habilidade profissional e ambiente preparado para possíveis intercorrências.
• A funçãodo balonete (cuff) é permitir que a luz do traqueóstomo seja o único orifício
viável, ou seja, permitir a aplicação de ventilação com pressão positiva sem perda de
volume corrente e prevenir a broncoaspiração de secreção oral e gástrica.
• Para realizar essas duas funções, deve exercer alguma pressão contra a parede
traqueal.
• Para que o paciente não sofra complicações da mucosa traqueal ou broncoaspiração
torna-se necessário observar a pressão na parede lateral da traqueia.
• A pressão de perfusão sanguínea da mucosa traqueal situa-se entre 25 e 35 mmHg.
CÂNULAS COM BALONETE
10.
E se nãohouver um cuffômetro?
https://www.youtube.com/watch?v=dlEmTOsxxaQ
11.
CRICOTIREOIDOTOMIA
• É umavia de acesso emergencial à
traqueia por meio da membrana
cricotireóidea.
• É indicada quando não se consegue
intubar ou traqueostomizar o paciente
em um momento de urgência. Esse
procedimento deve ser convertido em
TQT em 48 a 72 horas.
13.
COMPLICAÇÕES
• Sangramento;
• Enfisemasubcutâneo
• Lesão do nervo laríngeo;
• Penetração da parede traqueal posterior;
• Obstrução da via por secreção;
• Infecção;
• Ruptura da artéria;
• Fístula traqueoesofágica;
• Dilatação traqueal;
• Isquemia e necrose traqueal.
15.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
•Aspirar com técnica asséptica;
• Manter a integridade da pele
• Curativos e troca de cadarços;
• Autocuidado;
• Cuidado continuado;
• Monitorar sinais e sintomas;
• Manter hidratação do paciente;
• Higienizar a cânula com SF 0,9% idealmente 3x ao dia;
• A substituição da cânula poderá ser feita somente após 3 dias da sua inserção.
16.
ASPIRAÇÃO TRAQUEAL
• Fontede vácuo canalizado ou aspirador portátil;
• Cateteres de aspiração traqueal estéreis descartáveis;
• Luvas estéreis (pelo menos para a mão dominante, neste caso, a mão auxiliar deverá
estar calçada com luva de procedimento limpa);
• Usar avental, máscara e protetor ocular em caso de risco de aspersão de secreção;
• Seringas de 5 a 10 ml;
• Solução salina estéril ou água destilada estéril;
• Bolsa auto-inflável (ambú) específico para o paciente;
17.
• Lavar asmãos e abrir o recipiente de solução
fisiológica e a embalagem do cateter.
• Calçar as luvas e adaptar o cateter ao sistema
de sucção, cuidando para não contaminar a
porção do cateter que será introduzida na
traqueostomia e nem a luva da mão
dominante.
• Segurar a porção estéril do cateter com a mão
dominante e introduzi-lo delicadamente sem
aplicar o vácuo.
18.
• Iniciar aaplicação do vácuo, ocluindo a entrada
de ar do cateter com o polegar da mão auxiliar.
• Enquanto gira delicadamente o cateter entre o
indicador e o polegar aplique o vácuo
intermitentemente, retirando e colocando o
polegar da mão auxiliar na entrada de ar do
cateter.
• A eficácia da aspiração pode ser controlada pela
audição de ruído característico de líquido no
sistema de aspiração.
19.
• Tempo máximopara aplicação contínua do
vácuo é de 20 segundos.
• Monitorize a tolerância do paciente
observando expressão e coloração facial, ao
primeiro sinal de “angústia respiratória”,
interrompa a aplicação do vácuo.
• Para prevenir hipoxemia induzida pela
aspiração, reoxigene o paciente após o
procedimento.
20.
• Lave ocateter com solução salina estéril
ou água destilada estéril e se necessário,
aspire a cavidade nasal e a cavidade oral,
nesta ordem.
• Depois derealizada a decanulação, o estoma é coberto com um curativo seco que
deve ser trocado duas vezes ao dia e o local deve ser avaliado quanto à cicatrização e
a complicações.
• Deve haver continuidade da monitoração do paciente após a decanulação, e o
curativo do estoma da TQT é mantido durante poucos dias até haver cicatrização.
• O paciente e/ou acompanhante devem ser orientados sobre esse processo.
DECANULAÇÃO