Defensivos Agrícolas




        Ricardo K. S. Fermam.
Eng. Químico; Doutorando - TPQBq/EQ
             18/09/2007
Terminologia

 Defensivos Agrícolas
(Econômico Tecnológico)
          X
     Agrotóxicos
    (Ambientalista)
JB
23/10/94
A Situação Mundial
 População:
- 2007 = 6,6 bilhões de pessoas.
- 2050 = 9,2 bilhões! (ONU, mar/07)
A Situação Mundial (2)
 Alimentação:
• Aproxidamente 30% (1,98 bilhão) da população mundial
  passam fome ou têm a chamada fome oculta, ou seja,
  estão privadas de micronutrientes como vitaminas e sais
  minerais na alimentação diária. Os dados fazem parte
  da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, são
  42 milhões de pessoas privadas do alimento.
  Fonte: http://www.vitoria.es.gov.br/diario/2007/0330/segurancaalimentar.asp




• População (P.G.) x Alimentação (P.A.) = Thomas Malthus.
Defensivos e a Agricultura




Claro que custa mais. Nós temos que         Você pode não sentir saudável
  esmagar os insetos com as mãos.            imediatamente, mas você irá
                                      definitivamente sentir mais convencido. .
Histórico
 12.000 a.C.: Primeiros registros de insetos na sociedade humana.
 Séc. XVIII: Petróleo, querosene, creosoto e terebentina usados
  como inseticidas.
 1908: Recomendações para preparação e uso de compostos de
  arsênico para insetos mastigadores. (arsenato de Pb, arsenito de Ca,
  Cobre, Púrpura de Londres, Verde de Paris)
 1940: Propriedades inseticidas do BHC (França e Inglaterra).
 1941/1942: DDT usado em plantações e controle de piolhos
  humanos na Suíça.
 Anos 90: Acelerado registro de pesticidas biológicos e seguros.
 1946: BHC contra gafanhotos em SC (Brasil).
Definição

• Os defensivos agrícolas ou agrotóxicos, são produtos e agentes
de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos
setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas,
nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes
urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a
composição da fauna ou da flora, a fim de preserva-las da ação
danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as
substâncias de produtos empregados como desfolhantes,
dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento
Classificação dos Defensivos
 Alvos Preferenciais: Inseticidas, herbicidas, fungicidas, acaricidas,
  rodenticidas, etc.


 Classe química: Organoclorados,      organofosforados,   carbamatos,
  piretróides, triazinas, etc


 Toxicidade: Recomendada pela OMS. Baseia-se na dose letal aguda
  (oral ou dérmica) para ratos.


Parâmetro: Dose, em mg/Kg de peso corpóreo, para matar 50% de um
  grupo de ratos em experimentação (DL50).
Classificação:
             Alvos Preferenciais
 Herbicidas: São substâncias ou misturas de substâncias destinadas
à destruir ou impedir o desenvolvimento de vegetais indesejados,
denominados ervas daninhas.
 Inseticidas: São compostos químicos ou biológicos, letais aos
insetos e ácaros, em baixas concentrações e podem ser classificados
em inorgânicos, orgânicos sintéticos, orgânicos naturais e biológicos.
 Fungicidas: Os fungicidas são agentes controladores das doenças
causadas por infestações de fungos nos tecidos vegetais.
Usualmente, o termo fungicida é também empregado para
denominação dos agentes usados no controle de patógenos
bacterianos e viróticos.
Herbicidas



glyphosate      2,4-D ou (2,4-dichlorophenoxy)acetic acid




                 paraquat
Gerações de Inseticidas
 1a. Geração: a) Inorgânicos: enxofre, Arsênico, Fluoretos, etc.
  b) Botânicos: nicotina, piretrinas naturais, etc. c) Organo-minerais:
  óleos minerais.
 2a. Geração: a) Organo-sintéticos: brometo de metila, fosfina, etc.
  b) Organofosforados: paration, malation, diclorvos, dissulfon, etc.
  c) Carbamatos (aldicarb, carbaril, etc) e Piretróides (permetrina,
  deltametrina, etc)
 3a. Geração: a) Microbianos: fungos, bactérias             e   vírus.
  b) Feromônios sexuais: Gossyplure, Grandlure.
 4a. Geração: Hormônios juvenis: juvabiona.
 5a. Geração: a) Vegetais: precocenos; b) Microorganismos: lactonas
  (evermectin)
Inseticidas (1)

              S                     O

        OR    P    X   or    OR     P    X    Organofosforados
              OR                    OR
                                              Estrutura Geral
             X: SR' or OR' group

        O                           S                                  O
C2H5O   P    O              C2H5O   P    O                S
                                                                       C     OC2H5
                                                   H3CO   P   S   CH
        OC2H5                       OC2H5
                                                                       CH2    C   OC2H5
                                                          OCH3
        Paraoxon                  Parathion                                   O
                                                      Malathion
Inseticidas (2)

           O
                                  Carbamatos
           C                  Estrutura Geral
OR              NHR'
           O
                                                     O
     O     C   NHCH3
                                  CH3
                                             N       C
                           H3CS   C     HC       O       NHCH3

                                  CH3


                                      Aldicarb
Carbaryl
Inseticidas (3) - juvenóides


                           Pyriproxyfen
                             (imitador)


                        Hormônio
                         juvenil I
Inseticidas (4) - Piretróides




tetrametrina                  cipermetrina




                 cifenotrin
SNC dos Insetos
Um neurônio típico tem quatro regiões morfologicamente
definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e
terminais pré-sinápticos (5).
Inseticidas Neurotóxicos e ICG - Modo de Ação
                       SUBSTÂNCIA                              MODO DE AÇÃO
                 Organofosforados           Interferem com a transmissão de impulsos nervosos,
                                            inibindo irreversivelmente a acetilcolinesterase (AChE),
                                            responsável por degradar a ACh. Com isso, causa
• SNC: 96%                                  hiperatividade, descoordenação motora, tremores,
da produção                                 convulsões e/ou paralisia. Efeito irreversível.

de inseticidas   Carbamatos                 Inibidores da AChE. Efeito reversível.


                 Piretróides                Interferem na transmissão dos impulsos nervosos,
                                            afetando os canais de Na+ e K+ nas células nervosas,
                                            desestabilizando suas membranas.


                 Organoclorados             Similar aos Piretróides.


                 Inibidores de Crescimento Inibe a síntese de quitina, componente essencial do
                                           exoesqueleto dos insetos. Pode imitar hormônios
                                           juvenis, impedindo o desenvolvimento do inseto.


                 Lactona Macrocíclica       Inibidor reversível do neurotransmissor GABA (Ácido
                 (Fipronil, avermectin)     Gama Aminobutírico). Afeta o SNC devido
                                            principalmente à interferência da passagem de Cl-
                                            através do GABA, causando o descontrole do SNC,
                                            superexcitação e subseqüente morte.
Acetilcolina x Acetilcolinesterase
 Acetilcolinesterase (AChE): É uma enzima cujo papel fundamental é a
  regulação dos impulsos nervosos através da degradação da
  acetilcolina na junção neuromuscular e na sinapse nervosa.


 Acetilcolina (ACh): Quando a ACh é liberada pelos neurônios da placa
  motora estimulam (geralmente) as células musculares. A sua remoção
  da fenda sináptica é efetuada pela acetilcolinesterase que a degrada
  em acetato e Colina (reabsorvida). Ela é sintetizada nos terminais
  axonais pela Acetil-transferase da Colina a partir da Colina e do
  Acetil-CoA.
Inseticidas que afetam o SNC - Sinapse
 Inibidores da Acetilcolinesterase (fosforados e carbamatos) - hiper.
 Agonistas da acetilcolina (immidacloprid) - hiperestimulantes.
 Moduladores dos receptores de acetilcolina (Spinosad) - hiperest.
 Antagonistas de GABA (endosulfan, fipronil) - inibição/paralisia.
 Agonistas de GABA (avermectinas) - hiperestimulantes.


      Inseticidas que afetam o SNC - Axônio
 Moduladores dos canais de Na+ (piretróides, DDT) - hiperestimul.
 Bloqueadores dos canais de Na+ (indoxacarb, oxadiazinas) - paralisia
Local de Ação de Inseticidas Neurotóxicos

             Canais de Ca++
ATPase Na+
             Ca++
      K+                      Cl- (GABA)



                                      Junção Sináptica
  Neurônio                           (Anticolinesterases)
(organoclorados,
    Piretrinas)
Trasmissão do Impulso

                Sinapse                      Axônio


 Membrana
                                    Membrana Pós-sináptica
Pré-sináptica

                                   Canais de Na+
                           Receptor de ACh
                                               Canais de Cl-
 Síntese & liberação
de neurotransmissor :
     Acetilcolina                Enzima acetilcolinesterase
                          (Acetilcolina     Ác. Acético e Colina)
Inibidores de Acetilcolinesterase
                                Enzima: Acetilcolinesterase


 Membrana
                                        Membrana Pós-sináptica
Pré-sináptica


                               Receptor de ACh
     Síntese & liberação
    de neurotransmissor :   Fosforados, Carbamatos ligam-se à
         Acetilcolina
                            Acetilcolinesterase, inibindo a sua ação


                              excitação - tremores - morte!
Agonistas da Acetilcolina


             Spinosad



                        Receptor
                      nicotínico de
                      Acetilcolina

       Imidacloprid
Transmissão Axônica

                                        +
Canal de Potássio                  Na       Membrana do Axônio
                    K+
                                                Corte transversal
                                                 de uma célula
                                                    nervosa
   Canal de Cloro


   Canal de Sódio



  Condição normal: Na+ entra na célula, desencadeando a
  transmissão do impulso nervoso
Moduladores de canais de Na+

                           Na +       Membrana do Axônio

                                             Corte transversal
                                              de uma célula
                                                 nervosa

    Canal de Sódio




Condição alterada: Na+ continua entrando na célula
nervosa, causando impulsos repetitivos  exaustão e morte
Fungicidas




propiconazole                   prochloraz




                  procymidone
Classificação dos Defensivos - Toxicidade
Classe                            DL50 para ratos (mg/Kg de peso corporal)

                                                  Oral                               Dérmica


                                    Sólido               Líquido           Sólido              Líquido

Ia       Extremamente perigoso    5 ou menos        20 ou menos         10 ou menos       40 ou menos


Ib       Altamente perigoso       5 – 50            20 – 200            10 – 100          40 – 400


II       Moderadamente perigoso   50 – 500          200 – 2000          100 – 1000        400 – 4000


III      Levemente perigoso       Acima      de     Acima          de   Acima        de   Acima          de
                                  500               2000                1000              4000
Mercado de Defensivos (1)

 Patenteados x Domínio Público (Genéricos – +70% em volume
negociado, no mundo)

 Herbicidas: 47% mercado mundial.

 Principais mercados: EUA (US$ 9 bi); CE (US$ 8 bi – 52% do
mercado global)

 Brasil: US$ 2,5 bi. Vendas: Herbicidas (52%) e inseticidas
(27,5% ). Déficit de US$ 1,5 bi.
Mercado de Defensivos (2)
Ano    Inseticidas    Acaricidas   Fungicidas   Herbicidas   Outros   Total

2000      690            66           380         1.301       64      2.500

2001      631            66           363         1.143       85      2.287

2002      468            72           360          988        64      1.952

2003      725            80           714         1.524       94      3.136

2004     1.067           78          1.388        1.831       131     4.495

2005     1.181           83          1.090        1.736       155     4.244


Vendas de Defensivos Agrícolas no Brasil, por categoria
                     (US$ milhões) (Sindag, 2007)
Mercado de Defensivos (3)
  Posição              País        Consumo (Kg/ha)
     1º               Holanda           20,8
     2º                Japão            17,5
     3º               Bélgica           12,0
     4º                França            6,0
     5º              Inglaterra          5,8
     6º             Iugoslávia           4,0
     7º             Alemanha             4,0
     8º                 USA              3,4
     9º                 Brasil           3,2
    10º            Dinamarca             2,6
    11º          Rep. Dominicana         1,6
    12º               Polônia            1,0
    13º                 Índia            0,3
    14º             Paquistão            0,2

Volume Consumido de Ingrediente Ativo, por País
Mercado de Defensivos (4)

                                               Soja

                     3%    3%   2%             As demais
                3%
           4%
                                               Algodão
 7%
                                               Milho
                                               Cana

7%                                    50%      TS
                                               Trigo
     10%
                                               Citros
                     11%
                                               Café
                                               Arroz



Vendas de defensivos, em 2004, por tipo de cultura
            (TS: Soja Transgênica).
$m
                              Custos de P&D
200
                        Total $ 184 MM (2005).
180                                    11
                                                               Desenv. - Registro
                                      16
      Total $ 152 MM.




                                             Desenvolvimento
160
           13                         18                       Desenv. Ambiental
140




                                                   90
                    Desenvolvimento
           13
                                      25                       Desenv. Toxicológico
120        18

100
                          80          20                       Desenv. - Ensaios campo
           18
                                       9
           18
 80                                                            Desenv. Químico
            10                        44
 60
                                                               Pesquisa Tox/Ambiental




                                             Pesquisa
           30
                    Pesquisa




                                                94
 40
                       72




                                                               Pesquisa Biológica
 20                                   41
           32
                                                               Pesquisa Química
 0
           1995                       2000
                                                                        Fonte:ANDEF 2005
Defensivos e Meio Ambiente

Comércio internacional x meio ambiente:

 The Stockholm Convention on Persistent Organic Pollutants
(POPs).
 The Rotterdam Convention on Prior Informed Consent Procedure
for Certain Hazardous Chemicals and Pesticides in International
Trade.
 The Basel Convention on Transboundary         Movements   of
Hazardous Wastes and their Disposal.
The Stockholm Convention on Persistent
       Organic Pollutants (POPs)
 Adoção: 22/05/2001 - Entrada em vigor: 17/05/2004
 Signatários (152) e Partes (146 - ratificação).
 Visa eliminar e/ou restringir o comércio internacional,       a
produção e utilização de substâncias químicas - POPs.
 POPs: Têm propriedades tóxicas que são resistentes à
degradação, se bioacumulam, são transportados pelo ar, pela água
e pelas espécies migratórias através das fronteiras internacionais
e depositados distantes     do local de sua emissão, onde se
acumulam em ecossistemas terrestres e aquáticos.
 Banimento dos POPs - 12 iniciais são: Aldrin, clordano, DDT,
dieldrin, endrin,     heptacloro, mirex, toxafeno, os bifenilos
policlorados (PCB), o hexaclorobenzeno, as dioxinas e os furanos.
(“Dirty Dozen”)
The Rotterdam Convention on Prior
 Informed Consent Procedure for Certain
  Hazardous Chemicals and Pesticides in
       International Trade.(2001)
 Signatários: 73 países - Ratificação, Aceitação, Aprovação,
Acessão: 22 países (são necessários 50).
 Exportador: Obter Consentimento Prévio do Importador, que
pode restringir ou proibir o ingresso das referidas substâncias.
 Objetivo: Promover a responsabilidade compartilhada [...] entre
as Partes no comércio internacional de certas substâncias químicas
perigosas, visando a proteção da saúde humana e do meio ambiente
contra danos potenciais e contribuir para o uso ambientalmente
correto desses produtos, facilitando o intercâmbio de informações
sobre suas características, estabelecendo um processo decisório
nacional para sua importação e exportação e divulgando as
decisões resultantes às Partes.
Aplica-se a:
 Substâncias químicas proibidas ou severamente restritas
- SQP: Substância química que tenha tido todos seus usos, dentro
de uma ou mais categoria, proibidos por ação regulamentadora
final, com vistas a proteger a saúde humana ou o meio ambiente.
- SQSR: Substância química que tenha tido quase todos seus usos,
dentro de uma ou mais categorias, totalmente proibidos por ação
regulamentadora final com vistas a proteger a saúde humana ou o
meio ambiente, mas para a qual ainda são permitidos determinados
usos específicos.

 Formulações de agrotóxicos severamente perigosas.
Formulações químicas para serem usadas como agrotóxico que, ao
serem utilizadas, produzem efeitos prejudiciais graves à saúde ou
ao meio ambiente observáveis em curto espaço de tempo após uma
única ou múltipla exposição, nas condições de uso.
Não aplica-se a:
• Drogas Narcóticas e substâncias psicotrópicas;
• Materiais radioativos;
• Resíduos;
• Armas químicas;
• Produtos farmacêuticos, inclusive medicamentos;
• Produtos químicos usados como aditivos de alimentos;
• Alimentos;
• Produtos químicos em quantidades que não afetem a saúde
humana ou o meio ambiente (para uso em pesquisa e/ou análise, ou
para uso pessoal).
The Basel Convention on Transboundary
   Movements of Hazardous Wastes and
             their Disposal.
 Basiléia/Suíça.
 Assinada em 1989 e em vigor desde 1992, a Convenção conta
com 160 países-membros, inclusive o Brasil. Dos signatários,
apenas Afeganistão, Haiti e Estados Unidos ainda não efetuaram a
ratificação.
 Objetivo: Controlar o movimento transfronteiriço e o depósito
de resíduos perigosos. A Convenção regula a exportação de
resíduos perigosos tanto aos países signatários quanto a não-
membros. Estabelece que a exportação de tais resíduos somente
será permitida mediante prévio consentimento, por escrito, do país
importador.
A Convenção da Basiléia considerou como
resíduos perigosos aqueles que:
- pertencem às seguintes categorias (definidas no Anexo I da
Convenção):
18 tipos de efluentes industriais da produção e uso de solventes
orgânicos ou contendo PCBs, PCTs (terefenilos policlorados) e PBBs
(bifenilas polibromadas); óleos oriundos do petróleo, efluentes de
clínicas médicas, resíduos de medicamentos e produtos
farmacêuticos, etc..
27 tipos de efluentes que tem claramente identificadas
substâncias como o mercúrio, chumbo, asbestos, cianetos
orgânicos, solventes orgânicos halogenados;

- possuem alguma das características definidas no Anexo III:
inflamáveis, tóxicos, oxidantes, infecciosos ou corrosivos.
rkfermam@inmetro.gov.br

Aula defensivos agricolas

  • 1.
    Defensivos Agrícolas Ricardo K. S. Fermam. Eng. Químico; Doutorando - TPQBq/EQ 18/09/2007
  • 2.
    Terminologia Defensivos Agrícolas (EconômicoTecnológico) X Agrotóxicos (Ambientalista)
  • 3.
  • 4.
    A Situação Mundial População: - 2007 = 6,6 bilhões de pessoas. - 2050 = 9,2 bilhões! (ONU, mar/07)
  • 5.
    A Situação Mundial(2)  Alimentação: • Aproxidamente 30% (1,98 bilhão) da população mundial passam fome ou têm a chamada fome oculta, ou seja, estão privadas de micronutrientes como vitaminas e sais minerais na alimentação diária. Os dados fazem parte da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, são 42 milhões de pessoas privadas do alimento. Fonte: http://www.vitoria.es.gov.br/diario/2007/0330/segurancaalimentar.asp • População (P.G.) x Alimentação (P.A.) = Thomas Malthus.
  • 6.
    Defensivos e aAgricultura Claro que custa mais. Nós temos que Você pode não sentir saudável esmagar os insetos com as mãos. imediatamente, mas você irá definitivamente sentir mais convencido. .
  • 7.
    Histórico  12.000 a.C.:Primeiros registros de insetos na sociedade humana.  Séc. XVIII: Petróleo, querosene, creosoto e terebentina usados como inseticidas.  1908: Recomendações para preparação e uso de compostos de arsênico para insetos mastigadores. (arsenato de Pb, arsenito de Ca, Cobre, Púrpura de Londres, Verde de Paris)  1940: Propriedades inseticidas do BHC (França e Inglaterra).  1941/1942: DDT usado em plantações e controle de piolhos humanos na Suíça.  Anos 90: Acelerado registro de pesticidas biológicos e seguros.  1946: BHC contra gafanhotos em SC (Brasil).
  • 8.
    Definição • Os defensivosagrícolas ou agrotóxicos, são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da fauna ou da flora, a fim de preserva-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias de produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento
  • 9.
    Classificação dos Defensivos Alvos Preferenciais: Inseticidas, herbicidas, fungicidas, acaricidas, rodenticidas, etc.  Classe química: Organoclorados, organofosforados, carbamatos, piretróides, triazinas, etc  Toxicidade: Recomendada pela OMS. Baseia-se na dose letal aguda (oral ou dérmica) para ratos. Parâmetro: Dose, em mg/Kg de peso corpóreo, para matar 50% de um grupo de ratos em experimentação (DL50).
  • 10.
    Classificação: Alvos Preferenciais  Herbicidas: São substâncias ou misturas de substâncias destinadas à destruir ou impedir o desenvolvimento de vegetais indesejados, denominados ervas daninhas.  Inseticidas: São compostos químicos ou biológicos, letais aos insetos e ácaros, em baixas concentrações e podem ser classificados em inorgânicos, orgânicos sintéticos, orgânicos naturais e biológicos.  Fungicidas: Os fungicidas são agentes controladores das doenças causadas por infestações de fungos nos tecidos vegetais. Usualmente, o termo fungicida é também empregado para denominação dos agentes usados no controle de patógenos bacterianos e viróticos.
  • 12.
    Herbicidas glyphosate 2,4-D ou (2,4-dichlorophenoxy)acetic acid paraquat
  • 14.
    Gerações de Inseticidas 1a. Geração: a) Inorgânicos: enxofre, Arsênico, Fluoretos, etc. b) Botânicos: nicotina, piretrinas naturais, etc. c) Organo-minerais: óleos minerais.  2a. Geração: a) Organo-sintéticos: brometo de metila, fosfina, etc. b) Organofosforados: paration, malation, diclorvos, dissulfon, etc. c) Carbamatos (aldicarb, carbaril, etc) e Piretróides (permetrina, deltametrina, etc)  3a. Geração: a) Microbianos: fungos, bactérias e vírus. b) Feromônios sexuais: Gossyplure, Grandlure.  4a. Geração: Hormônios juvenis: juvabiona.  5a. Geração: a) Vegetais: precocenos; b) Microorganismos: lactonas (evermectin)
  • 15.
    Inseticidas (1) S O OR P X or OR P X Organofosforados OR OR Estrutura Geral X: SR' or OR' group O S O C2H5O P O C2H5O P O S C OC2H5 H3CO P S CH OC2H5 OC2H5 CH2 C OC2H5 OCH3 Paraoxon Parathion O Malathion
  • 16.
    Inseticidas (2) O Carbamatos C Estrutura Geral OR NHR' O O O C NHCH3 CH3 N C H3CS C HC O NHCH3 CH3 Aldicarb Carbaryl
  • 17.
    Inseticidas (3) -juvenóides Pyriproxyfen (imitador) Hormônio juvenil I
  • 18.
    Inseticidas (4) -Piretróides tetrametrina cipermetrina cifenotrin
  • 19.
  • 20.
    Um neurônio típicotem quatro regiões morfologicamente definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e terminais pré-sinápticos (5).
  • 21.
    Inseticidas Neurotóxicos eICG - Modo de Ação SUBSTÂNCIA MODO DE AÇÃO Organofosforados Interferem com a transmissão de impulsos nervosos, inibindo irreversivelmente a acetilcolinesterase (AChE), responsável por degradar a ACh. Com isso, causa • SNC: 96% hiperatividade, descoordenação motora, tremores, da produção convulsões e/ou paralisia. Efeito irreversível. de inseticidas Carbamatos Inibidores da AChE. Efeito reversível. Piretróides Interferem na transmissão dos impulsos nervosos, afetando os canais de Na+ e K+ nas células nervosas, desestabilizando suas membranas. Organoclorados Similar aos Piretróides. Inibidores de Crescimento Inibe a síntese de quitina, componente essencial do exoesqueleto dos insetos. Pode imitar hormônios juvenis, impedindo o desenvolvimento do inseto. Lactona Macrocíclica Inibidor reversível do neurotransmissor GABA (Ácido (Fipronil, avermectin) Gama Aminobutírico). Afeta o SNC devido principalmente à interferência da passagem de Cl- através do GABA, causando o descontrole do SNC, superexcitação e subseqüente morte.
  • 22.
    Acetilcolina x Acetilcolinesterase Acetilcolinesterase (AChE): É uma enzima cujo papel fundamental é a regulação dos impulsos nervosos através da degradação da acetilcolina na junção neuromuscular e na sinapse nervosa.  Acetilcolina (ACh): Quando a ACh é liberada pelos neurônios da placa motora estimulam (geralmente) as células musculares. A sua remoção da fenda sináptica é efetuada pela acetilcolinesterase que a degrada em acetato e Colina (reabsorvida). Ela é sintetizada nos terminais axonais pela Acetil-transferase da Colina a partir da Colina e do Acetil-CoA.
  • 23.
    Inseticidas que afetamo SNC - Sinapse  Inibidores da Acetilcolinesterase (fosforados e carbamatos) - hiper.  Agonistas da acetilcolina (immidacloprid) - hiperestimulantes.  Moduladores dos receptores de acetilcolina (Spinosad) - hiperest.  Antagonistas de GABA (endosulfan, fipronil) - inibição/paralisia.  Agonistas de GABA (avermectinas) - hiperestimulantes. Inseticidas que afetam o SNC - Axônio  Moduladores dos canais de Na+ (piretróides, DDT) - hiperestimul.  Bloqueadores dos canais de Na+ (indoxacarb, oxadiazinas) - paralisia
  • 24.
    Local de Açãode Inseticidas Neurotóxicos Canais de Ca++ ATPase Na+ Ca++ K+ Cl- (GABA) Junção Sináptica Neurônio (Anticolinesterases) (organoclorados, Piretrinas)
  • 25.
    Trasmissão do Impulso Sinapse Axônio Membrana Membrana Pós-sináptica Pré-sináptica Canais de Na+ Receptor de ACh Canais de Cl- Síntese & liberação de neurotransmissor : Acetilcolina Enzima acetilcolinesterase (Acetilcolina Ác. Acético e Colina)
  • 26.
    Inibidores de Acetilcolinesterase Enzima: Acetilcolinesterase Membrana Membrana Pós-sináptica Pré-sináptica Receptor de ACh Síntese & liberação de neurotransmissor : Fosforados, Carbamatos ligam-se à Acetilcolina Acetilcolinesterase, inibindo a sua ação  excitação - tremores - morte!
  • 27.
    Agonistas da Acetilcolina Spinosad Receptor nicotínico de Acetilcolina Imidacloprid
  • 28.
    Transmissão Axônica + Canal de Potássio Na Membrana do Axônio K+ Corte transversal de uma célula nervosa Canal de Cloro Canal de Sódio Condição normal: Na+ entra na célula, desencadeando a transmissão do impulso nervoso
  • 29.
    Moduladores de canaisde Na+ Na + Membrana do Axônio Corte transversal de uma célula nervosa Canal de Sódio Condição alterada: Na+ continua entrando na célula nervosa, causando impulsos repetitivos  exaustão e morte
  • 31.
    Fungicidas propiconazole prochloraz procymidone
  • 32.
    Classificação dos Defensivos- Toxicidade Classe DL50 para ratos (mg/Kg de peso corporal) Oral Dérmica Sólido Líquido Sólido Líquido Ia Extremamente perigoso 5 ou menos 20 ou menos 10 ou menos 40 ou menos Ib Altamente perigoso 5 – 50 20 – 200 10 – 100 40 – 400 II Moderadamente perigoso 50 – 500 200 – 2000 100 – 1000 400 – 4000 III Levemente perigoso Acima de Acima de Acima de Acima de 500 2000 1000 4000
  • 33.
    Mercado de Defensivos(1)  Patenteados x Domínio Público (Genéricos – +70% em volume negociado, no mundo)  Herbicidas: 47% mercado mundial.  Principais mercados: EUA (US$ 9 bi); CE (US$ 8 bi – 52% do mercado global)  Brasil: US$ 2,5 bi. Vendas: Herbicidas (52%) e inseticidas (27,5% ). Déficit de US$ 1,5 bi.
  • 35.
    Mercado de Defensivos(2) Ano Inseticidas Acaricidas Fungicidas Herbicidas Outros Total 2000 690 66 380 1.301 64 2.500 2001 631 66 363 1.143 85 2.287 2002 468 72 360 988 64 1.952 2003 725 80 714 1.524 94 3.136 2004 1.067 78 1.388 1.831 131 4.495 2005 1.181 83 1.090 1.736 155 4.244 Vendas de Defensivos Agrícolas no Brasil, por categoria (US$ milhões) (Sindag, 2007)
  • 36.
    Mercado de Defensivos(3) Posição País Consumo (Kg/ha) 1º Holanda 20,8 2º Japão 17,5 3º Bélgica 12,0 4º França 6,0 5º Inglaterra 5,8 6º Iugoslávia 4,0 7º Alemanha 4,0 8º USA 3,4 9º Brasil 3,2 10º Dinamarca 2,6 11º Rep. Dominicana 1,6 12º Polônia 1,0 13º Índia 0,3 14º Paquistão 0,2 Volume Consumido de Ingrediente Ativo, por País
  • 37.
    Mercado de Defensivos(4) Soja 3% 3% 2% As demais 3% 4% Algodão 7% Milho Cana 7% 50% TS Trigo 10% Citros 11% Café Arroz Vendas de defensivos, em 2004, por tipo de cultura (TS: Soja Transgênica).
  • 38.
    $m Custos de P&D 200 Total $ 184 MM (2005). 180 11 Desenv. - Registro 16 Total $ 152 MM. Desenvolvimento 160 13 18 Desenv. Ambiental 140 90 Desenvolvimento 13 25 Desenv. Toxicológico 120 18 100 80 20 Desenv. - Ensaios campo 18 9 18 80 Desenv. Químico 10 44 60 Pesquisa Tox/Ambiental Pesquisa 30 Pesquisa 94 40 72 Pesquisa Biológica 20 41 32 Pesquisa Química 0 1995 2000 Fonte:ANDEF 2005
  • 39.
    Defensivos e MeioAmbiente Comércio internacional x meio ambiente:  The Stockholm Convention on Persistent Organic Pollutants (POPs).  The Rotterdam Convention on Prior Informed Consent Procedure for Certain Hazardous Chemicals and Pesticides in International Trade.  The Basel Convention on Transboundary Movements of Hazardous Wastes and their Disposal.
  • 40.
    The Stockholm Conventionon Persistent Organic Pollutants (POPs)  Adoção: 22/05/2001 - Entrada em vigor: 17/05/2004  Signatários (152) e Partes (146 - ratificação).  Visa eliminar e/ou restringir o comércio internacional, a produção e utilização de substâncias químicas - POPs.  POPs: Têm propriedades tóxicas que são resistentes à degradação, se bioacumulam, são transportados pelo ar, pela água e pelas espécies migratórias através das fronteiras internacionais e depositados distantes do local de sua emissão, onde se acumulam em ecossistemas terrestres e aquáticos.  Banimento dos POPs - 12 iniciais são: Aldrin, clordano, DDT, dieldrin, endrin, heptacloro, mirex, toxafeno, os bifenilos policlorados (PCB), o hexaclorobenzeno, as dioxinas e os furanos. (“Dirty Dozen”)
  • 41.
    The Rotterdam Conventionon Prior Informed Consent Procedure for Certain Hazardous Chemicals and Pesticides in International Trade.(2001)  Signatários: 73 países - Ratificação, Aceitação, Aprovação, Acessão: 22 países (são necessários 50).  Exportador: Obter Consentimento Prévio do Importador, que pode restringir ou proibir o ingresso das referidas substâncias.  Objetivo: Promover a responsabilidade compartilhada [...] entre as Partes no comércio internacional de certas substâncias químicas perigosas, visando a proteção da saúde humana e do meio ambiente contra danos potenciais e contribuir para o uso ambientalmente correto desses produtos, facilitando o intercâmbio de informações sobre suas características, estabelecendo um processo decisório nacional para sua importação e exportação e divulgando as decisões resultantes às Partes.
  • 42.
    Aplica-se a:  Substânciasquímicas proibidas ou severamente restritas - SQP: Substância química que tenha tido todos seus usos, dentro de uma ou mais categoria, proibidos por ação regulamentadora final, com vistas a proteger a saúde humana ou o meio ambiente. - SQSR: Substância química que tenha tido quase todos seus usos, dentro de uma ou mais categorias, totalmente proibidos por ação regulamentadora final com vistas a proteger a saúde humana ou o meio ambiente, mas para a qual ainda são permitidos determinados usos específicos.  Formulações de agrotóxicos severamente perigosas. Formulações químicas para serem usadas como agrotóxico que, ao serem utilizadas, produzem efeitos prejudiciais graves à saúde ou ao meio ambiente observáveis em curto espaço de tempo após uma única ou múltipla exposição, nas condições de uso.
  • 43.
    Não aplica-se a: •Drogas Narcóticas e substâncias psicotrópicas; • Materiais radioativos; • Resíduos; • Armas químicas; • Produtos farmacêuticos, inclusive medicamentos; • Produtos químicos usados como aditivos de alimentos; • Alimentos; • Produtos químicos em quantidades que não afetem a saúde humana ou o meio ambiente (para uso em pesquisa e/ou análise, ou para uso pessoal).
  • 44.
    The Basel Conventionon Transboundary Movements of Hazardous Wastes and their Disposal.  Basiléia/Suíça.  Assinada em 1989 e em vigor desde 1992, a Convenção conta com 160 países-membros, inclusive o Brasil. Dos signatários, apenas Afeganistão, Haiti e Estados Unidos ainda não efetuaram a ratificação.  Objetivo: Controlar o movimento transfronteiriço e o depósito de resíduos perigosos. A Convenção regula a exportação de resíduos perigosos tanto aos países signatários quanto a não- membros. Estabelece que a exportação de tais resíduos somente será permitida mediante prévio consentimento, por escrito, do país importador.
  • 45.
    A Convenção daBasiléia considerou como resíduos perigosos aqueles que: - pertencem às seguintes categorias (definidas no Anexo I da Convenção): 18 tipos de efluentes industriais da produção e uso de solventes orgânicos ou contendo PCBs, PCTs (terefenilos policlorados) e PBBs (bifenilas polibromadas); óleos oriundos do petróleo, efluentes de clínicas médicas, resíduos de medicamentos e produtos farmacêuticos, etc.. 27 tipos de efluentes que tem claramente identificadas substâncias como o mercúrio, chumbo, asbestos, cianetos orgânicos, solventes orgânicos halogenados; - possuem alguma das características definidas no Anexo III: inflamáveis, tóxicos, oxidantes, infecciosos ou corrosivos.
  • 46.