COESÃO TEXTUAL
A dissertação argumentativapede um sistemade “amarração textual”
com elos e nós que operam no interior do texto, costurando o sentido.
SISTEMA DE AMARRAÇÃO TEXTUAL = COESÃO TEXTUAL
MODOS = REFERENCIAL (relaciona os termos entre si) e
SEQUENCIAL (faz o tema progredir ao longo do texto)
COESÃO REFERENCIAL
O PROCESSO PODE SER FEITO POR:
1.ANÁFORA= TERMO REMETE A OUTRO JÁ MENCIONADO NO
TEXTO
São anafóricos, por exemplo, os pronomes demonstrativos (este,
esse, aquele), os pronomes relativos (que, o qual, onde, cujo),
advérbio e expressões adverbiais (então, dessa feita, acima, atrás),
etc.
Quando um elemento anafórico está empregado num contexto tal
que pode referir-se a dois termos antecedentes distintos, isso
provoca ambiguidade e constitui uma ruptura de coesão.
Ex: O PT entrou em desacordo com o PMDB por causa de sua
proposta de aumento de salário.
CORRETO:
A proposta de aumento de salário formulada pelo PT provocou
desacordo como PMDB.
VEJA OS PROBLEMAS NAS SITUAÇÕES
1.Via ao longe o sol e a floresta, que tingia a paisagem com suas
variadas cores.
2.Encontreiapenas belas palavras o qual não duvido da sinceridade
de quem as escreveu.
2.CATÁFORA= TERMO REMETE A OUTRO QUE AINDA SERÁ
USADO
Ex: Ele devia se erradicado de nosso país, o trabalho infantil.
A fim de evitarmos uma má formulação textual derivada do uso
indevido de palavras repetidas,empregamos umasérie de diferentes
estratégias, agrupadas em três tipos básicos: substituição,
alteração e omissão.
O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO pode ocorrer de modo que o
termo substituto nada acrescente ao termo substituído ou, ao
contrário, pode contribuir com novos dados informativos:
Ex:
Os alunosqueriam reformas de ensino, mas o ministro não ouviu os
estudantes.
AS ESTRATÉGIAS DE ALTERAÇÃO correspondem àqueles
processos em que a segunda ocorrência do vocábulo revela uma
modificação naformado termo inicial, ora por alterações nas flexões,
ora por meio de derivações, ora por expansões ou reduções.
Ex:
Verificam-se os resultados. A verificação dos resultados.
Este trabalho é fácil. A facilidade deste trabalho.
Um processo ligado à redução é o emprego de sigla ou abreviação
no lugar do antecedente:
Ex:
FernandoHenriqueCardosoparece só ter olhos para o Real; para a
educação e a saúde, FHC parece cego.
A ESTRATÉGIA DE OMISSÃO- corresponde ao processo de
apagamento do antecedente na sua segunda ocorrência:
EX:
O soldado pretendiacasar-se no final de semana e, porisso mesmo,
saiu do quartel e foi procurar a noiva.
COESÃO SEQUENCIAL
Ocorre por procedimentos de manutenção temática - com o
emprego de termos pertencentes ao mesmo campo semântico -, ou
por meio de processos de progressão temática.
Há casos em que a repetição obedece a uma intenção claramente
identificada (textos publicitários, humorísticos, literários, ditados
populares etc.). Logo, não é vista como deficiência:
Ex: Quem bebe cervejaalemã, não bebe outra cerveja; quem bebe
cerveja dinamarquesa, bebe qualquer cerveja; quem bebe cerveja
inglesa, não gosta de cerveja.
REPETIÇÃO DESNECESSÁRIA.
Ex:
O Brasil não é facilmente governável, pois o Brasil é muito grande
e o Brasil apresenta enormes variações de todos os tipos e, como
os demais países da América Latina, o Brasil dispõe de umaclasse
política mal preparada.
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
A coesão do texto é afetada quando se usa o elemento de coesão
inadequado. Vejamos, a título de exemplo, as relações sintático-
semânticas que alguns elementos de coesão estabelecem:
a) assim, desse modo, portanto, então, logo, por isso, de modo
que, em vista disso, pois (depois do verbo): têm um valor
exemplificativo ou CONCLUSIVO. A sequência introduzida por eles
serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se
disse antes.
EX:
O Governador resolveu não comprometer-se com nenhuma das
facções em disputa pela liderança do partido. Assim, ele ficará à
vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer.
b) e, nem, e nem, e também, como também, tanto...como, além
de, ainda, etc.: Têm um valor de JUNÇÃO de argumento em favor
de uma ideia.
 e: enuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que
foi dito antes; indica uma progressão semântica que adiciona,
acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui
pura repetição e deve ser evitada.
Ex: Esse trator serve para arar a terra e para fazer colheitas.
Ex: Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar. (errado).
 ainda: serve,entre outras coisas, para introduzir mais um argumento
a favor de determinadaconclusão,ou para incluir um elemento a mais
dentro de um conjunto qualquer.
Ex:
O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são
pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços públicos são
extremamente deficientes.
c) aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um
argumento decisivo, apresentado como acréscimo,como se fosse
desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento
contrário.
Ex:
Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo
inflacionário diminui consideravelmente seu poder de compra. Além
de tudo são considerados como renda e taxados com impostos.
Certos elementos de coesão servem para estabelecer GRADAÇÃO
entre os componentesde uma certa escala, tais como, mesmo,até,
até mesmo,situam alguma coisano topo da escala; outros,como ao
menos, pelo menos, no mínimo, situam-na no plano mais baixo.
Ex:
O homem é ambicioso.Quer ser dono de bens materiais, da ciência,
do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte.
ou
É preciso garantir ao homem seu bem-estar; o lazer, a cultura, a
liberdade, ou, no mínimo, a moradia, o alimento e a saúde.
d) isto é, quer dizer,ou seja, em outras palavras: expressõesque
introduzem explicações, RETIFICAÇÕES OU
DESENVOLVIMENTOS do que foi dito anteriormente.
EX: Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos
fatos,isto é, de seu não comprometimento com nenhuma das forças
em ação no interior da sociedade.
e) mas,porém,contudo,todavia,no entanto,entretanto e outros
conectivos adversativos: marcam OPOSIÇÃO entre dois
enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem ligar, com
esses relatores,segmentos que não se opõem.Às vezes,aoposição
se faz entre significados implícitos no texto.
EX: Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se
começar o plantio.
f) embora, ainda que, mesmo que: estabelecem uma relação de
CONCESSÃO. Servem para admitir um dado contrário para depois
negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de
argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis objeções,
afirma-se um ponto de vista contrário.
O uso do emborae conectivosdo mesmo sentido pressupõeuma
contradição de enunciados, que, se não houver, deixa o enunciado
descabido.
Ex: Embora o Brasil possuaum solo fértil e imensas áreas de terras
plantáveis, vamos resolver o problema da fome.
g) Para, afim de, com o objetivo de, com a intenção de: indica
relação de FINALIDADE.
Ex: a água existe para que haja vida na terra.
h)se,caso,desdeque,contantoque,a menosque,a não serque:
estabelece relação de CONDIÇÃO entre os argumentos.
Ex: Se você economizar, água não faltará.
i)Porque, pois, como, por isso que, já que, visto que, uma vez
que:operadores que introduzem ideia de CAUSA ou EXPLICAÇÃO
Ex: Devemos racionar o uso da água, pois ela é um recurso em
extinção.
Bom trabalho!!!!!
Coesão textual e operadores argumentativos

Coesão textual e operadores argumentativos

  • 1.
    COESÃO TEXTUAL A dissertaçãoargumentativapede um sistemade “amarração textual” com elos e nós que operam no interior do texto, costurando o sentido. SISTEMA DE AMARRAÇÃO TEXTUAL = COESÃO TEXTUAL MODOS = REFERENCIAL (relaciona os termos entre si) e SEQUENCIAL (faz o tema progredir ao longo do texto) COESÃO REFERENCIAL O PROCESSO PODE SER FEITO POR: 1.ANÁFORA= TERMO REMETE A OUTRO JÁ MENCIONADO NO TEXTO São anafóricos, por exemplo, os pronomes demonstrativos (este, esse, aquele), os pronomes relativos (que, o qual, onde, cujo), advérbio e expressões adverbiais (então, dessa feita, acima, atrás), etc. Quando um elemento anafórico está empregado num contexto tal que pode referir-se a dois termos antecedentes distintos, isso provoca ambiguidade e constitui uma ruptura de coesão. Ex: O PT entrou em desacordo com o PMDB por causa de sua proposta de aumento de salário.
  • 2.
    CORRETO: A proposta deaumento de salário formulada pelo PT provocou desacordo como PMDB. VEJA OS PROBLEMAS NAS SITUAÇÕES 1.Via ao longe o sol e a floresta, que tingia a paisagem com suas variadas cores. 2.Encontreiapenas belas palavras o qual não duvido da sinceridade de quem as escreveu. 2.CATÁFORA= TERMO REMETE A OUTRO QUE AINDA SERÁ USADO Ex: Ele devia se erradicado de nosso país, o trabalho infantil. A fim de evitarmos uma má formulação textual derivada do uso indevido de palavras repetidas,empregamos umasérie de diferentes estratégias, agrupadas em três tipos básicos: substituição, alteração e omissão. O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO pode ocorrer de modo que o termo substituto nada acrescente ao termo substituído ou, ao contrário, pode contribuir com novos dados informativos: Ex: Os alunosqueriam reformas de ensino, mas o ministro não ouviu os estudantes.
  • 3.
    AS ESTRATÉGIAS DEALTERAÇÃO correspondem àqueles processos em que a segunda ocorrência do vocábulo revela uma modificação naformado termo inicial, ora por alterações nas flexões, ora por meio de derivações, ora por expansões ou reduções. Ex: Verificam-se os resultados. A verificação dos resultados. Este trabalho é fácil. A facilidade deste trabalho. Um processo ligado à redução é o emprego de sigla ou abreviação no lugar do antecedente: Ex: FernandoHenriqueCardosoparece só ter olhos para o Real; para a educação e a saúde, FHC parece cego. A ESTRATÉGIA DE OMISSÃO- corresponde ao processo de apagamento do antecedente na sua segunda ocorrência: EX: O soldado pretendiacasar-se no final de semana e, porisso mesmo, saiu do quartel e foi procurar a noiva. COESÃO SEQUENCIAL Ocorre por procedimentos de manutenção temática - com o emprego de termos pertencentes ao mesmo campo semântico -, ou por meio de processos de progressão temática.
  • 4.
    Há casos emque a repetição obedece a uma intenção claramente identificada (textos publicitários, humorísticos, literários, ditados populares etc.). Logo, não é vista como deficiência: Ex: Quem bebe cervejaalemã, não bebe outra cerveja; quem bebe cerveja dinamarquesa, bebe qualquer cerveja; quem bebe cerveja inglesa, não gosta de cerveja. REPETIÇÃO DESNECESSÁRIA. Ex: O Brasil não é facilmente governável, pois o Brasil é muito grande e o Brasil apresenta enormes variações de todos os tipos e, como os demais países da América Latina, o Brasil dispõe de umaclasse política mal preparada. OPERADORES ARGUMENTATIVOS A coesão do texto é afetada quando se usa o elemento de coesão inadequado. Vejamos, a título de exemplo, as relações sintático- semânticas que alguns elementos de coesão estabelecem: a) assim, desse modo, portanto, então, logo, por isso, de modo que, em vista disso, pois (depois do verbo): têm um valor exemplificativo ou CONCLUSIVO. A sequência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar ou ilustrar o que se disse antes.
  • 5.
    EX: O Governador resolveunão comprometer-se com nenhuma das facções em disputa pela liderança do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com qualquer uma que venha a vencer. b) e, nem, e nem, e também, como também, tanto...como, além de, ainda, etc.: Têm um valor de JUNÇÃO de argumento em favor de uma ideia.  e: enuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes; indica uma progressão semântica que adiciona, acrescenta algum dado novo. Se não acrescentar nada, constitui pura repetição e deve ser evitada. Ex: Esse trator serve para arar a terra e para fazer colheitas. Ex: Tudo permanece imóvel e fica sem se alterar. (errado).  ainda: serve,entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinadaconclusão,ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto qualquer. Ex: O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços públicos são extremamente deficientes. c) aliás, além do mais, além de tudo, além disso: introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo,como se fosse desnecessário, justamente para dar o golpe final no argumento contrário.
  • 6.
    Ex: Os salários estãocada vez mais baixos porque o processo inflacionário diminui consideravelmente seu poder de compra. Além de tudo são considerados como renda e taxados com impostos. Certos elementos de coesão servem para estabelecer GRADAÇÃO entre os componentesde uma certa escala, tais como, mesmo,até, até mesmo,situam alguma coisano topo da escala; outros,como ao menos, pelo menos, no mínimo, situam-na no plano mais baixo. Ex: O homem é ambicioso.Quer ser dono de bens materiais, da ciência, do próprio semelhante, até mesmo do futuro e da morte. ou É preciso garantir ao homem seu bem-estar; o lazer, a cultura, a liberdade, ou, no mínimo, a moradia, o alimento e a saúde. d) isto é, quer dizer,ou seja, em outras palavras: expressõesque introduzem explicações, RETIFICAÇÕES OU DESENVOLVIMENTOS do que foi dito anteriormente. EX: Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade em relação aos fatos,isto é, de seu não comprometimento com nenhuma das forças em ação no interior da sociedade. e) mas,porém,contudo,todavia,no entanto,entretanto e outros conectivos adversativos: marcam OPOSIÇÃO entre dois enunciados ou dois segmentos do texto. Não se podem ligar, com esses relatores,segmentos que não se opõem.Às vezes,aoposição se faz entre significados implícitos no texto.
  • 7.
    EX: Choveu nasemana passada, mas não o suficiente para se começar o plantio. f) embora, ainda que, mesmo que: estabelecem uma relação de CONCESSÃO. Servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento. Trata-se de um expediente de argumentação muito vigoroso: sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário. O uso do emborae conectivosdo mesmo sentido pressupõeuma contradição de enunciados, que, se não houver, deixa o enunciado descabido. Ex: Embora o Brasil possuaum solo fértil e imensas áreas de terras plantáveis, vamos resolver o problema da fome. g) Para, afim de, com o objetivo de, com a intenção de: indica relação de FINALIDADE. Ex: a água existe para que haja vida na terra. h)se,caso,desdeque,contantoque,a menosque,a não serque: estabelece relação de CONDIÇÃO entre os argumentos. Ex: Se você economizar, água não faltará. i)Porque, pois, como, por isso que, já que, visto que, uma vez que:operadores que introduzem ideia de CAUSA ou EXPLICAÇÃO Ex: Devemos racionar o uso da água, pois ela é um recurso em extinção. Bom trabalho!!!!!