Os Lusíadas e Mensagem
Duas épocas:
Século XVI e Século XX
Dois autores:
Luís de Camões e Fernando Pessoa
Um só assunto:
PORTUGAL e os PORTUGUESES
Intertextualidade
Os Lusíadas (1572) e Mensagem
(1934)
A comparação entre Os Lusíadas e
a Mensagem impõe-se pelo próprio
facto de esta ser, a alguns séculos de
distância e num tempo de
decadência - o novo mito de pátria
portuguesa.
Relações intertextuais
Os poemas de Camões e de Fernando Pessoa
sobre Portugal situam-se respetivamente no início
e na fase terminal do longo processo de
dissolução do império.
Daí notáveis diferenças, a par de afinidades
sensíveis.
Ao gizar a Mensagem, não só Fernando Pessoa
tinha Os Lusíadas no âmbito das suas
referências culturais como nele desembocavam
os rios subterrâneos duma mitologia coletiva
vindas de Camões e do humanismo quinhentista.
Pessoa previa para breve o
aparecimento do “Supra-Camões” que
anunciará o “Supra-Portugal de
amanhã”, a “busca de uma Índia Nova”,
o tal “porto sempre por achar”.
Mensagem entrelaça-se, através de um
complexo processo intertextual, com Os
Lusíadas, que por sua vez são já um
reflexo intertextual da Eneida e da
Odisseia.
Estabelece-se, portanto, um diálogo que
perpassa múltiplos tempos históricos.
Pessoa transforma-se num arquiteto que
edifica uma obra nova, com modernidade,
mas também com a herança da memória.
Em Camões memória e esperança estão
no mesmo plano.
Em Pessoa, o objeto da esperança
transferiu-se para o sonho, daí a diferente
conceção de heroísmo.
Os Lusíadas e Mensagem
Relações intertextuais
O passado
como
lição para o futuro!!!
Os Lusíadas e Mensagem
Poetas da ausência[1]
Do que foi ou do que
poderá vir a ser
Intervalo multissecular
PORTUGAL
[1]
Expressão de Jacinto Prado Coelho
PORTUGAL
Semelhanças
Poemas sobre Portugal;
Conceção da História de Portugal
enquanto demanda mística;
D. Sebastião, ser eleito, enviado por Deus
ao mundo, para difundir a Fé de Cristo;
Os heróis concretizam a vontade divina;
Apresentação dos heróis da História de
forma fragmentária;
Exaltação épica da ação humana no
domínio dos mares;
Semelhanças
Superação dos limites humanos pelos
heróis portugueses;
Superioridade dos navegadores lusos sobre
os nautas da Antiguidade;
Glória marcada pelo sofrimento e lágrimas;
Sacrifício voluntário em nome de uma
causa patriótica;
Estrutura rigorosamente arquitetada;
Evocação do passado (memórias gloriosas)
para projetar, idealizar o futuro (apelo,
incentivo).
in Página Seguinte 12.º, p, 231
Os Lusíadas
Viagem, aventura, risco
(elementos viris)
D. Sebastião físico (real)
jovem rei (garantia da
independência de Portugal, a
quem o épico dedica o poema)
Império terreno (descobertas e
colonização)
Invocação
Portugueses
Mensagem
• Fundação, vida e morte /
ressurreição da Pátria
• D. Sebastião mítico (onírico)
O Desejado
O Encoberto
• Império Espiritual
(O Quinto Império)
Evocação
Essência de Portugal
Os Lusíadas
Homens reais com
dimensões heróicas,
mas verosímeis;
Heróis de carne e
osso, bravos, mas
nunca infalíveis:
Viriato,
D. Afonso Henriques,
Nuno Álvares
Pereira,
D. Manuel,
Vasco da Gama.
Mensagem
• Heróis mitificados,
carregando dimensões simbólicas
Brasão → Terra →Passado
Nun’Álvares Pereira
D.Dinis
Mar Português→ Mar →Presente
Infante D. Henrique
O Encoberto → Ar → Futuro
D. Sebastião
Os Lusíadas
Os Heróis agem norteados
pela Fé de Cristo, dando a
conhecer novos mundos ao
mundo.
A missão de Vasco da Gama
foi coroada de êxito, pois dela
derivou o império português
do Oriente;
Outra missão poderá ser
realizada pelo rei
D. Sebastião: difusão do
Cristianismo e conquistas do
Norte de África.
Mensagem
Os heróis, numa atitude
contemplativa e enigmática,
buscam o infinito: a Índia
tecida de sonhos;
A missão terrena de Portugal
foi cumprida por vontade
divina;
Outra, de índole ocultista,
aventura espiritual e cultural,
está ainda por cumprir, será
a hegemonia do Quinto Império.
Mensagem
• Depois que o império se desfez,
os sonhos e o Encoberto são a raiz a
esperança de um Quinto Império.
Quem te sagrou criou-te português,
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(O Infante)
Os Lusíadas
• De uma terra de dimensões
conhecidas parte-se à descoberta
do mar e constrói-se um império.
A armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental paria lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana
(Proposição)
Mensagem
D. Sebastião mito, sonho, ambição
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a Sorte a não dá.
Não coube em mim minha certeza;
Por isso onde o areal está
Ficou meu ser que houve, não o que há.
(D. Sebastião Rei de Portugal)
(D. Sebastião é a última figura da história a
ser mencionada, a significar que Portugal
mergulhou, depois do seu desaparecimento
num longo período de letargia.)
Os Lusíadas
D. Sebastião (rei menino) a quem
Os Lusíadas são dedicados;
«Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro;
Vê-o também no meio do Hemisfério,
E quando desce,o deixa derradeiro.»
(Dedicatória - I, 8)
Mensagem
Teoria da História de Portugal
metafísica do “Ser português”.
“A nossa grande Raça partirá em
busca de uma Índia Nova.”
In A Águia
Os Lusíadas
Narrativa comentada da História de
Portugal (cf. Jorge Borges de Macedo)
“Que eu canto o peito ilustre lusitano
A quem Neptuno e Marte
obedeceram.”
(Proposição)
Mensagem
Tudo é mito:
“O mito é o nada que é tudo.”
“Só há uma espécie de propaganda
com que se pode levantar o moral de
uma nação –
a construção ou renovação e a
difusão consequente e multímoda de
um grande mito nacional. Temos,
felizmente, o mito sebastianista.
(…) Não temos que criar um mito,
senão que renová-lo.”
( F. Pessoa )
Os Lusíadas
Três mitos basilares:
Adamastor – os perigos do mar
Velho do Restelo – a resistência
à aventura e à mudança
A ilha dos Amores – a
recompensa pelo esforço
Mensagem
O projeto da Mensagem é o de
superar o carácter obsessivo e
nacional d’Os Lusíadas no
imaginário mítico-poético nacional.
A Mensagem aponta para um
novo evangelho, num sentido
místico, ideia de missão e de
vocação universal.
O próprio título indicia uma
revelação, uma iniciação.
Os Lusíadas
Os Lusíadas conquistaram o título
de “evangelho nacional” e foram
elevados à categoria de símbolo
nacional.
Mensagem
Portugal indefinido, atemporal:
“A nossa grande Raça partirá em busca
de uma Índia nova, que não existe no
espaço, em naus que são construídas
daquilo de que os sonhos são feitos. E o
seu verdadeiro e supremo destino, de
que a obra dos navegadores foi o
obscuro e carnal antearremedo, realizar-
se-á divinamente.”
F. Pessoa, in “A Águia”
Os Lusíadas
Canta o Império feito e acabado:
Que eu cano o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
(Proposição, I, 3)
Mensagem
Amor à Pátria: atitude
metafísica, procura
incessante do que não
existe.
Expressão de fé no
Quinto império, evasão
angustiada da vivência de
um presente absurdo.
Os Lusíadas
Amor à Pátria:
enaltecimento e
imortalização da História
de Portugal e dos heróis
portugueses, através de
um poema épico, trabalho
árduo e longo.
Mensagem
Assunto: a essência da
Pátria e a missão que esta
deverá cumprir.
O poeta foi um
“indisciplinador e almas” (diz
Jorge de Sena), capaz de
agitar a inconsciência
coletiva, levando à loucura
de novas utopias (acrescento).
Os Lusíadas
Assunto:
os portugueses
e os feitos concretos
cumpridos.
O poeta canta a saga lusa
na conquista dos mares.
Mensagem
Mega poema de carácter
épico-lírico, constituído por 44
poemas breves, agrupados em
três partes principais, sendo a
1.ª a 3.ª subdivididas.
De carácter ocultista, a sua
natureza é predominantemente
de índole interpretativa, com
reduzida narração.
Os Lusíadas
Epopeia clássica pela forma
(dez cantos) e pelo conteúdo.
Narração da viagem de Vasco
da Gama, da luta dos deuses,
da História de Portugal em
alternâncias e discurso
encaixado, com analepses e
prolepses.
Mensagem
Poema épico-lírico, mas
também simbólico-mítico,
corresponde a um projecto
de ideal de fraternidade
universal.
Propõe uma utopia, com o
elogio da loucura, do
sonho, evasão do real e
valorização do imaginário.
Os Lusíadas
Epopeia de dimensão
humanista-renascentista:
acesso ao conhecimento
dos segredos da Natureza
pelo Homem.
Os Lusíadas
Linguagem épica,
com estilo grandiloquente.
Mensagem
Linguagem épica e lírica,
com estilo hermético
e lapidar
Os Lusíadas
“Enquanto Camões, em
Os Lusíadas,
conseguiu fazer a
síntese entre o mundo
pagão e o mundo
cristão, Pessoa na
Mensagem conseguiu ir
mais longe
estabelecendo uma
harmonia total, perfeita,
entre o mundo pagão, o
mundo cristão e o
mundo esotérico.”
(Cirurgião: 1990,19)
Mensagem
A Mensagem comparada com Os
Lusíadas é um passo em frente.
A Mensagem é algo mais, muito
mais, que uma mera viagem
temporal e espacial pela mitologia,
pré-história e história de Portugal.
É essencialmente uma viagem
pelo mundo labiríntico dos
mistérios e dos enigmas e dos
símbolos e dos signos secretos,
em demanda da verdade.”
(Cirurgião: 1990,155)
Os Lusíadas
Mensagem
Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas

Intertextualidade Mensagem e Os Lusíadas

  • 1.
    Os Lusíadas eMensagem Duas épocas: Século XVI e Século XX Dois autores: Luís de Camões e Fernando Pessoa Um só assunto: PORTUGAL e os PORTUGUESES
  • 2.
    Intertextualidade Os Lusíadas (1572)e Mensagem (1934) A comparação entre Os Lusíadas e a Mensagem impõe-se pelo próprio facto de esta ser, a alguns séculos de distância e num tempo de decadência - o novo mito de pátria portuguesa.
  • 3.
    Relações intertextuais Os poemasde Camões e de Fernando Pessoa sobre Portugal situam-se respetivamente no início e na fase terminal do longo processo de dissolução do império. Daí notáveis diferenças, a par de afinidades sensíveis. Ao gizar a Mensagem, não só Fernando Pessoa tinha Os Lusíadas no âmbito das suas referências culturais como nele desembocavam os rios subterrâneos duma mitologia coletiva vindas de Camões e do humanismo quinhentista.
  • 4.
    Pessoa previa parabreve o aparecimento do “Supra-Camões” que anunciará o “Supra-Portugal de amanhã”, a “busca de uma Índia Nova”, o tal “porto sempre por achar”. Mensagem entrelaça-se, através de um complexo processo intertextual, com Os Lusíadas, que por sua vez são já um reflexo intertextual da Eneida e da Odisseia.
  • 5.
    Estabelece-se, portanto, umdiálogo que perpassa múltiplos tempos históricos. Pessoa transforma-se num arquiteto que edifica uma obra nova, com modernidade, mas também com a herança da memória. Em Camões memória e esperança estão no mesmo plano. Em Pessoa, o objeto da esperança transferiu-se para o sonho, daí a diferente conceção de heroísmo.
  • 6.
    Os Lusíadas eMensagem Relações intertextuais O passado como lição para o futuro!!!
  • 7.
    Os Lusíadas eMensagem Poetas da ausência[1] Do que foi ou do que poderá vir a ser Intervalo multissecular PORTUGAL [1] Expressão de Jacinto Prado Coelho PORTUGAL
  • 8.
    Semelhanças Poemas sobre Portugal; Conceçãoda História de Portugal enquanto demanda mística; D. Sebastião, ser eleito, enviado por Deus ao mundo, para difundir a Fé de Cristo; Os heróis concretizam a vontade divina; Apresentação dos heróis da História de forma fragmentária; Exaltação épica da ação humana no domínio dos mares;
  • 9.
    Semelhanças Superação dos limiteshumanos pelos heróis portugueses; Superioridade dos navegadores lusos sobre os nautas da Antiguidade; Glória marcada pelo sofrimento e lágrimas; Sacrifício voluntário em nome de uma causa patriótica; Estrutura rigorosamente arquitetada; Evocação do passado (memórias gloriosas) para projetar, idealizar o futuro (apelo, incentivo). in Página Seguinte 12.º, p, 231
  • 10.
    Os Lusíadas Viagem, aventura,risco (elementos viris) D. Sebastião físico (real) jovem rei (garantia da independência de Portugal, a quem o épico dedica o poema) Império terreno (descobertas e colonização) Invocação Portugueses Mensagem • Fundação, vida e morte / ressurreição da Pátria • D. Sebastião mítico (onírico) O Desejado O Encoberto • Império Espiritual (O Quinto Império) Evocação Essência de Portugal
  • 11.
    Os Lusíadas Homens reaiscom dimensões heróicas, mas verosímeis; Heróis de carne e osso, bravos, mas nunca infalíveis: Viriato, D. Afonso Henriques, Nuno Álvares Pereira, D. Manuel, Vasco da Gama. Mensagem • Heróis mitificados, carregando dimensões simbólicas Brasão → Terra →Passado Nun’Álvares Pereira D.Dinis Mar Português→ Mar →Presente Infante D. Henrique O Encoberto → Ar → Futuro D. Sebastião
  • 12.
    Os Lusíadas Os Heróisagem norteados pela Fé de Cristo, dando a conhecer novos mundos ao mundo. A missão de Vasco da Gama foi coroada de êxito, pois dela derivou o império português do Oriente; Outra missão poderá ser realizada pelo rei D. Sebastião: difusão do Cristianismo e conquistas do Norte de África. Mensagem Os heróis, numa atitude contemplativa e enigmática, buscam o infinito: a Índia tecida de sonhos; A missão terrena de Portugal foi cumprida por vontade divina; Outra, de índole ocultista, aventura espiritual e cultural, está ainda por cumprir, será a hegemonia do Quinto Império.
  • 13.
    Mensagem • Depois queo império se desfez, os sonhos e o Encoberto são a raiz a esperança de um Quinto Império. Quem te sagrou criou-te português, Do mar e nós em ti nos deu sinal. Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez. Senhor, falta cumprir-se Portugal! (O Infante) Os Lusíadas • De uma terra de dimensões conhecidas parte-se à descoberta do mar e constrói-se um império. A armas e os barões assinalados Que, da Ocidental paria lusitana, Por mares nunca dantes navegados Passaram ainda além da Taprobana (Proposição)
  • 14.
    Mensagem D. Sebastião mito,sonho, ambição Louco, sim, louco, porque quis grandeza Qual a Sorte a não dá. Não coube em mim minha certeza; Por isso onde o areal está Ficou meu ser que houve, não o que há. (D. Sebastião Rei de Portugal) (D. Sebastião é a última figura da história a ser mencionada, a significar que Portugal mergulhou, depois do seu desaparecimento num longo período de letargia.) Os Lusíadas D. Sebastião (rei menino) a quem Os Lusíadas são dedicados; «Vós, poderoso Rei, cujo alto Império O Sol, logo em nascendo, vê primeiro; Vê-o também no meio do Hemisfério, E quando desce,o deixa derradeiro.» (Dedicatória - I, 8)
  • 15.
    Mensagem Teoria da Históriade Portugal metafísica do “Ser português”. “A nossa grande Raça partirá em busca de uma Índia Nova.” In A Águia Os Lusíadas Narrativa comentada da História de Portugal (cf. Jorge Borges de Macedo) “Que eu canto o peito ilustre lusitano A quem Neptuno e Marte obedeceram.” (Proposição)
  • 16.
    Mensagem Tudo é mito: “Omito é o nada que é tudo.” “Só há uma espécie de propaganda com que se pode levantar o moral de uma nação – a construção ou renovação e a difusão consequente e multímoda de um grande mito nacional. Temos, felizmente, o mito sebastianista. (…) Não temos que criar um mito, senão que renová-lo.” ( F. Pessoa ) Os Lusíadas Três mitos basilares: Adamastor – os perigos do mar Velho do Restelo – a resistência à aventura e à mudança A ilha dos Amores – a recompensa pelo esforço
  • 17.
    Mensagem O projeto daMensagem é o de superar o carácter obsessivo e nacional d’Os Lusíadas no imaginário mítico-poético nacional. A Mensagem aponta para um novo evangelho, num sentido místico, ideia de missão e de vocação universal. O próprio título indicia uma revelação, uma iniciação. Os Lusíadas Os Lusíadas conquistaram o título de “evangelho nacional” e foram elevados à categoria de símbolo nacional.
  • 18.
    Mensagem Portugal indefinido, atemporal: “Anossa grande Raça partirá em busca de uma Índia nova, que não existe no espaço, em naus que são construídas daquilo de que os sonhos são feitos. E o seu verdadeiro e supremo destino, de que a obra dos navegadores foi o obscuro e carnal antearremedo, realizar- se-á divinamente.” F. Pessoa, in “A Águia” Os Lusíadas Canta o Império feito e acabado: Que eu cano o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta. (Proposição, I, 3)
  • 19.
    Mensagem Amor à Pátria:atitude metafísica, procura incessante do que não existe. Expressão de fé no Quinto império, evasão angustiada da vivência de um presente absurdo. Os Lusíadas Amor à Pátria: enaltecimento e imortalização da História de Portugal e dos heróis portugueses, através de um poema épico, trabalho árduo e longo.
  • 20.
    Mensagem Assunto: a essênciada Pátria e a missão que esta deverá cumprir. O poeta foi um “indisciplinador e almas” (diz Jorge de Sena), capaz de agitar a inconsciência coletiva, levando à loucura de novas utopias (acrescento). Os Lusíadas Assunto: os portugueses e os feitos concretos cumpridos. O poeta canta a saga lusa na conquista dos mares.
  • 21.
    Mensagem Mega poema decarácter épico-lírico, constituído por 44 poemas breves, agrupados em três partes principais, sendo a 1.ª a 3.ª subdivididas. De carácter ocultista, a sua natureza é predominantemente de índole interpretativa, com reduzida narração. Os Lusíadas Epopeia clássica pela forma (dez cantos) e pelo conteúdo. Narração da viagem de Vasco da Gama, da luta dos deuses, da História de Portugal em alternâncias e discurso encaixado, com analepses e prolepses.
  • 22.
    Mensagem Poema épico-lírico, mas tambémsimbólico-mítico, corresponde a um projecto de ideal de fraternidade universal. Propõe uma utopia, com o elogio da loucura, do sonho, evasão do real e valorização do imaginário. Os Lusíadas Epopeia de dimensão humanista-renascentista: acesso ao conhecimento dos segredos da Natureza pelo Homem.
  • 23.
    Os Lusíadas Linguagem épica, comestilo grandiloquente. Mensagem Linguagem épica e lírica, com estilo hermético e lapidar
  • 24.
    Os Lusíadas “Enquanto Camões,em Os Lusíadas, conseguiu fazer a síntese entre o mundo pagão e o mundo cristão, Pessoa na Mensagem conseguiu ir mais longe estabelecendo uma harmonia total, perfeita, entre o mundo pagão, o mundo cristão e o mundo esotérico.” (Cirurgião: 1990,19) Mensagem A Mensagem comparada com Os Lusíadas é um passo em frente. A Mensagem é algo mais, muito mais, que uma mera viagem temporal e espacial pela mitologia, pré-história e história de Portugal. É essencialmente uma viagem pelo mundo labiríntico dos mistérios e dos enigmas e dos símbolos e dos signos secretos, em demanda da verdade.” (Cirurgião: 1990,155)
  • 25.