Sara Afonso
       Nº26
       10ºB




          1
«Amor é fogo que arde sem se ver;      É cuidar que se ganha em se perder;

 É ferida que dói e não se sente;      É querer estar preso por vontade;

É um contentamento descontente;        É servir a quem vence, o vencedor;

   É dor que desatina sem doer;        É ter com quem nos mata lealdade.

  É um não querer mais que bem         Mas como causar pode seu favor
              querer;
                                       Nos corações humanos amizade,
É solitário andar por entre a gente;
                                       Se tão contrário a si é o mesmo
É nunca contentar-se de contente;      Amor?»




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    A poesia lírica é uma forma de poesia que
    surgiu na Grécia Antiga, e originalmente, era
    feita para ser cantada ou acompanhada de flauta
    e lira.




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Lira




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     Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma
    família da pequena nobreza. Durante a sua
    juventude terá recebido uma educação sólida,
    dominando o latim e conhecendo a literatura e a
    história.
     Iniciou a sua carreira como poeta lírico e teve
    inúmeras aventuras com damas da nobreza e
    possivelmente plebeias, além de levar uma vida
    boémia e turbulenta.
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Influência Tradicional:
 Corrente tradicionalista (Medida Velha)

 Corrente renascentista (Medida Nova)




 As temáticas tradicionais e populares usadas por Camões
são, o amor, a natureza, o ambiente palaciano e a saudade.

 Nas temáticas de influência Renascentista cultivou o amor
platónico, a saudade, o destino, a beleza suprema, a
mudança, o desconcerto do mundo, a mulher vista à luz do
Petrarquismo e do Destino.

                                                       6
    Técnica tradicional de versejar caracterizada
    por estruturas como a esparsa, a
    cantiga, vilancete, esparsas, endechas e trovas
    em redondilha menor e redondilha maior .




                                               7
    Da influência clássica Renascentista, Camões
    cultivou a medida nova fazendo uso do verso
    decassílabo, através da composição poética, o
    soneto introduzido em Portugal por Sá de
    Miranda.

    Uso da canção, écloga, ode, entre outros…




                                               8
     Na poesia de influência tradicional, é evidente o

    aproveitamento da temática da poesia trovadoresca e

    das formas palacianas. Assim, encontramos temas

    tradicionais e populares (o amor, a saudade, a beleza

    da mulher, o contacto com a natureza, a ida à

    fonte...), o ambiente cortesão com as suas "cousas de

    folgar" e as suas futilidades, o humor.

                                                    9
   Na poesia com influência clássica e renascentista, fruto das novas ideias

    trazidas, de Itália, por Sá de Miranda e António Ferreira, verifica-se um

    alargamento dos temas e a colocação do ser humano no centro de todas

    as preocupações. merece destaque o tratamento de certos temas: o Amor

    platónico, a saudade, o destino, a beleza suprema, a mudança, o

    desconcerto do mundo, o elogio dos heróis, os ensinamentos morais,

    sociais e filosóficos, a mulher vista à luz do petrarquismo e do dantismo,

    a sensualidade, a experiência da vida.




                                                                     10
   O amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de
    contradições, entre a vida e a morte, a água e o fogo, a
    esperança e o desengano;

    A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica
    camoniana, em íntima ligação com a temática amorosa e
    com o tratamento dado à Natureza oscila igualmente entre
    o pólo platónico, representado pelo modelo de Laura e o
    modelo renascentista de Vénus.




                                                       11
«Quem diz que Amor é falso ou enganoso,
Ligeiro, ingrato, vão desconhecido,
Sem falta lhe terá bem merecido
Que lhe seja cruel ou rigoroso.

Amor é brando, é doce, e é piedoso.
Quem o contrário diz não seja crido;
Seja por cego e apaixonado tido,
E aos homens, e inda aos Deuses, odioso.

Se males faz Amor em mim se vêem;
Em mim mostrando todo o seu rigor,
Ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas suas iras são de Amor;
Todos os seus males são um bem,
Que eu por todo outro bem não trocaria.»

                                           Luís de Camões


                                                            12
«Sempre a Razão vencida foi de Amor;
Mas, porque assim o pedia o coração,
Quis Amor ser vencido da Razão.
Ora que caso pode haver maior!

Novo modo de morte e nova dor!
Estranheza de grande admiração,
Que perde suas forças a afeição,
Por que não perca a pena o seu rigor.

Pois nunca houve fraqueza no querer,
Mas antes muito mais se esforça assim
Um contrário com outro por vencer.

Mas a Razão, que a luta vence, enfim,
Não creio que é Razão; mas há-de ser
Inclinação que eu tenho contra mim.»

                                        Luís de Camões

                                                         13

Lírica camoniana

  • 1.
    Sara Afonso Nº26 10ºB 1
  • 2.
    «Amor é fogoque arde sem se ver; É cuidar que se ganha em se perder; É ferida que dói e não se sente; É querer estar preso por vontade; É um contentamento descontente; É servir a quem vence, o vencedor; É dor que desatina sem doer; É ter com quem nos mata lealdade. É um não querer mais que bem Mas como causar pode seu favor querer; Nos corações humanos amizade, É solitário andar por entre a gente; Se tão contrário a si é o mesmo É nunca contentar-se de contente; Amor?» 2
  • 3.
    A poesia lírica é uma forma de poesia que surgiu na Grécia Antiga, e originalmente, era feita para ser cantada ou acompanhada de flauta e lira. 3
  • 4.
  • 5.
    Aparentemente nasceu em Lisboa, de uma família da pequena nobreza. Durante a sua juventude terá recebido uma educação sólida, dominando o latim e conhecendo a literatura e a história.  Iniciou a sua carreira como poeta lírico e teve inúmeras aventuras com damas da nobreza e possivelmente plebeias, além de levar uma vida boémia e turbulenta. 5
  • 6.
    Influência Tradicional:  Correntetradicionalista (Medida Velha)  Corrente renascentista (Medida Nova) As temáticas tradicionais e populares usadas por Camões são, o amor, a natureza, o ambiente palaciano e a saudade. Nas temáticas de influência Renascentista cultivou o amor platónico, a saudade, o destino, a beleza suprema, a mudança, o desconcerto do mundo, a mulher vista à luz do Petrarquismo e do Destino. 6
  • 7.
    Técnica tradicional de versejar caracterizada por estruturas como a esparsa, a cantiga, vilancete, esparsas, endechas e trovas em redondilha menor e redondilha maior . 7
  • 8.
    Da influência clássica Renascentista, Camões cultivou a medida nova fazendo uso do verso decassílabo, através da composição poética, o soneto introduzido em Portugal por Sá de Miranda.  Uso da canção, écloga, ode, entre outros… 8
  • 9.
    Na poesia de influência tradicional, é evidente o aproveitamento da temática da poesia trovadoresca e das formas palacianas. Assim, encontramos temas tradicionais e populares (o amor, a saudade, a beleza da mulher, o contacto com a natureza, a ida à fonte...), o ambiente cortesão com as suas "cousas de folgar" e as suas futilidades, o humor. 9
  • 10.
    Na poesia com influência clássica e renascentista, fruto das novas ideias trazidas, de Itália, por Sá de Miranda e António Ferreira, verifica-se um alargamento dos temas e a colocação do ser humano no centro de todas as preocupações. merece destaque o tratamento de certos temas: o Amor platónico, a saudade, o destino, a beleza suprema, a mudança, o desconcerto do mundo, o elogio dos heróis, os ensinamentos morais, sociais e filosóficos, a mulher vista à luz do petrarquismo e do dantismo, a sensualidade, a experiência da vida. 10
  • 11.
    O amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de contradições, entre a vida e a morte, a água e o fogo, a esperança e o desengano;  A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica camoniana, em íntima ligação com a temática amorosa e com o tratamento dado à Natureza oscila igualmente entre o pólo platónico, representado pelo modelo de Laura e o modelo renascentista de Vénus. 11
  • 12.
    «Quem diz queAmor é falso ou enganoso, Ligeiro, ingrato, vão desconhecido, Sem falta lhe terá bem merecido Que lhe seja cruel ou rigoroso. Amor é brando, é doce, e é piedoso. Quem o contrário diz não seja crido; Seja por cego e apaixonado tido, E aos homens, e inda aos Deuses, odioso. Se males faz Amor em mim se vêem; Em mim mostrando todo o seu rigor, Ao mundo quis mostrar quanto podia. Mas todas suas iras são de Amor; Todos os seus males são um bem, Que eu por todo outro bem não trocaria.» Luís de Camões 12
  • 13.
    «Sempre a Razãovencida foi de Amor; Mas, porque assim o pedia o coração, Quis Amor ser vencido da Razão. Ora que caso pode haver maior! Novo modo de morte e nova dor! Estranheza de grande admiração, Que perde suas forças a afeição, Por que não perca a pena o seu rigor. Pois nunca houve fraqueza no querer, Mas antes muito mais se esforça assim Um contrário com outro por vencer. Mas a Razão, que a luta vence, enfim, Não creio que é Razão; mas há-de ser Inclinação que eu tenho contra mim.» Luís de Camões 13