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NORMATÉCNICA
ABNT-Associação
Brasileirade
NormasTécnicas
NBR 5626
SET 1998
Instalação predial de água fria
Palavras-chave:Instalação predial. Água fria. Abastecimento
de água
41 páginas
Origem: Projeto NBR 5626:1996
CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil
CE-02:009.03 - Comissão de Estudo de Instalações Prediais de Água Fria
NBR 5626 - Cold water building installation
Descriptors: Building installation. Cold water. Water supply
Esta Norma cancela e substitui as NBR 5651:1977, NBR 5657:1977 e
NBR 5658:1977
Esta Norma substitui a NBR 5626:1982
Válida a partir de 30.10.1998
Sumário
Prefácio
Introdução
1 Objetivo
2 Referências normativas
3 Definições
4 Materiais e componentes
5 Projeto
6 Execução
7 Manutenção
ANEXOS
AProcedimento para dimensionamento das tubulações
da rede predial de distribuição
BVerificação da proteção contra retrossifonagem em
dispositivos de prevenção ao refluxo
CRuídos e vibrações em instalações prediais de água
fria
DCorrosão, envelhecimento e degradação de tubulações
empregadas nas instalações prediais de água fria
Prefácio
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é
o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasilei-
ras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês
Brasileiros (CB) e dos Organismos de Normalização Se-
torial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo
(CE), formadas por representantes dos setores envolvi-
dos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e
neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito
dos CB e ONS, circular para Votação Nacional entre os
associados da ABNT e demais interessados.
A concepção inicial desta Norma e a sua redação foram
desenvolvidas pelo Laboratório de Instalações Prediais
do Agrupamento de Instalações e Segurança ao Fogo
da Divisão de Engenharia Civil do IPT (Instituto de Pesqui-
sas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A). A organi-
zação temática se orientou pela estruturação adotada na
normalização britânica para instalações prediais de água
(BS 6700:1987 - Design, installation, testing and
maintenance of services supplying water for domestic
use within buildings and their curtilages).
Esta Norma substitui integralmente a NBR 5626:1982. Na
sua nova versão, foram incorporadas as NBR 5651:1977
(Recebimento de instalações prediais de água fria),
NBR 5657:1977 (Verificação da estanqueidade à pressão
interna de instalações prediais de água fria) e
NBR 5658:1977 (Determinação das condições de funcio-
namento das peças de utilização de uma instalação predial
de água fria) que, por este motivo, são agora canceladas.
A instalação predial de água fria, objeto desta Norma, é
em grande parte dos casos um subsistema de um sistema
maior, composto também pelas instalações prediais de
água quente e de combate a incêndio. Dentro da atual
estrutura de normalização cada uma dessas instalações
está coberta por norma específica. A instalação predial
de água quente é normalizada pela NBR 7198:1993 (Pro-
jeto e execução de instalações prediais de água quente)
e a de combate a incêndio pela NBR 13714:1996 (Instala-
ções hidráulicas contra incêndio, sob comando, por hi-
drantes e mangotinhos).
Para que uma instalação predial de água fria seja consi-
derada de acordo com esta Norma, é necessário que ela
Cópia não autorizada
2 NBR 5626:1998
atenda a todas as exigências e recomendações nela cons-
tantes e não apenas parte ou itens dela.
Os materiais e componentes empregados na instalação
predial de água fria para os quais existem normas brasi-
leiras devem ser conforme as correspondentes normas.
A conformidade de tais materiais e componentes deve
ser verificada, sendo recomendada a certificação de ter-
ceira parte.
Esta Norma inclui os anexos A, B, C e D, de caráter nor-
mativo.
Introdução
Esta revisão é muito significativa em relação à
NBR 5626:1982. O número de temas técnicos contempla-
dos foi ampliado. Alguns desses temas foram abordados
de uma forma mais aprofundada e temáticas recentes e
inovadoras foram incorporadas. Dois princípios funda-
mentais se integraram complementarmente, fornecendo
as guias mestras para a elaboração desta revisão.
Primeiro, preservando o princípio consagrado do enqua-
dramento do saneamento como componente integrado
no campo da saúde pública, estabeleceu-se como ponto
obrigatório que as instalações prediais de água fria devem
oferecer garantia sanitária. Desta forma, das instalações
é exigido o cumprimento das mesmas exigências aplicá-
veis às demais estruturas físicas do setor de saneamento
e, em particular, àquelas relativas às redes públicas de
abastecimento de água, dentro da ótica de que elas são
parte integrante de todo o sistema de abastecimento de
água potável. De fato, as instalações prediais de água
fria se constituem em subsistema do sistema de abaste-
cimento de água. Pode ser considerado como a “extremi-
dade” última do sistema público de abastecimento onde
concretamente se estabelece o elo de ligação com o
usuário final.
Em segundo, adotou-se o princípio da garantia da quali-
dade da instalação, que se expressa pelo seu adequado
desempenho que, por sua vez, conta com o arsenal con-
ceitual da avaliação de desempenho. Segundo tal con-
ceito a avaliação da instalação é baseada em requisitos
e critérios técnicos de desempenho para uma dada condi-
ção de exposição, expressando condições qualitativas e
quantitativas às quais a instalação deve atender para sa-
tisfazer às exigências dos usuários. O atendimento aos
referidos critérios, por sua vez, é verificado através de di-
versos métodos de avaliação (laboratorial, analítico, en-
saios em protótipos ou em escala real, etc.).
A garantia da qualidade e o bom desempenho têm evi-
dentemente inúmeras decorrências no que tange às res-
ponsabilidades dos diversos agentes envolvidos durante
a vida útil da instalação, bem como nas relações entre
eles. Nessa área, os avanços da legislação, no que diz
respeito aos direitos e deveres observáveis nas relações
entre produtores e consumidores, serviram de balizamen-
to importante para a definição das responsabilidades dos
diversos agentes envolvidos na produção e uso da insta-
lação predial de água fria.
O estágio do conhecimento, da técnica atual e as dis-
ponibilidades concretas do meio envolvido, por seu lado,
refletem-se nas exigências e recomendações expressas
nesta Norma, tornando-as factíveis dentro do respeito
aos princípios adotados.
1 Objetivo
1.1 Esta Norma estabelece exigências e recomendações
relativas ao projeto, execução e manutenção da instala-
ção predial de água fria. As exigências e recomendações
aqui estabelecidas emanam fundamentalmente do
respeito aos princípios de bom desempenho da instalação
e da garantia de potabilidade da água no caso de insta-
lação de água potável.
1.1.1 As exigências e recomendações estabelecidas nesta
Norma devem ser observadas pelos projetistas, assim
como pelos construtores, instaladores, fabricantes de com-
ponentes, concessionárias e pelos próprios usuários.
1.1.2 À instalação objeto desta Norma podem estar inte-
grados outros sistemas hidráulicos prediais para os quais
devem ser observadas normas específicas existentes.
No caso da instalação predial de água quente, deve ser
atendida a NBR 7198 e no caso da instalação predial de
combate a incêndio deve ser atendida a NBR 13714.
1.2 Esta Norma é aplicável à instalação predial que possi-
bilita o uso doméstico da água em qualquer tipo de edifício,
residencial ou não. O uso doméstico da água prevê a
possibilidade de uso de água potável e de água não po-
tável.
1.2.1 No que se refere aos usos não domésticos, esta
Norma aponta as exigências a serem observadas quando
tais usos se dão associados ao uso doméstico, tendo em
vista resguardar a segurança sanitária e o desempenho
da instalação.
1.3 Esta Norma pode ser utilizada como referência técnica
de procedimento de recebimento de uma instalação pre-
dial de água fria, podendo ser referida em contrato estabe-
lecido entre o construtor e o usuário, ou entre o construtor
e o projetista ou, ainda, entre o construtor e o instalador.
2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições
que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições
para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor
no momento desta publicação. Como toda norma está
sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam
acordos com base nesta que verifiquem a conveniência
de se usarem as edições mais recentes das normas cita-
das a seguir. A ABNT possui a informação das normas
em vigor em um dado momento.
Portaria nº 01, de 28 de maio de 1991, da Secretaria
Nacional do Trabalho (altera o Anexo nº 12, da Nor-
ma Regulamentadora nº 15, que institui os “Limites
de tolerância para poeiras minerais” - asbestos)
Portaria nº 36, de 19 de janeiro de 1990, do Ministério
da Saúde (normas e o padrão de potabilidade da
água)
NBR 5410:1997 - Instalações elétricas de baixa ten-
são
Cópia não autorizada
NBR 5626:1998 3
NBR 5580:1993 - Tubos de aço-carbono para rosca
Whitworth gás para usos comuns na condução de
fluidos - Especificação
NBR 5590:1995 - Tubo de aço-carbono com ou sem
costura, pretos ou galvanizados por imersão a quen-
te, para condução de fluidos - Especificação
NBR 5648:1977 - Tubo de PVC rígido para instala-
ções prediais de água fria - Especificação
NBR 5649:1994 - Reservatório de fibrocimento para
água potável - Especificação
NBR 5680:1977 - Dimensões de tubos de PVC rígi-
do - Padronização
NBR 5883:1982 - Solda branda - Especificação
NBR 6118:1980 - Projeto e execução de obras de
concreto armado - Procedimento
NBR 6414:1983 - Rosca para tubos onde a vedação
é feita pela rosca - Designação, dimensões e tolerân-
cias - Padronização
NBR 6452:1997 - Aparelhos sanitários de material
cerâmico
NBR 6943:1993 - Conexão de ferro fundido maleável
para tubulações - Classe 10 - Especificação
NBR 7198:1993 - Projeto e execução de instalações
prediais de água quente - Procedimento
NBR 7229:1993 - Projeto, construção e operação de
sistemas de tanques sépticos - Procedimento
NBR 7372:1982 - Execução de tubulações de pres-
são de PVC rígido com junta soldada, rosqueada,
ou com anéis de borracha - Procedimento
NBR 8193:1992 - Hidrômetro taquimétrico para água
fria até 15,0 metros cúbicos por hora de vazão no-
minal - Especificação
NBR 8220:1983 - Reservatório de poliéster, refor-
çado com fibra de vidro, para água potável para
abastecimento de comunidades de pequeno porte -
Especificação
NBR 9256:1986 - Montagem de tubos e conexões
galvanizados para instalações prediais de água
fria - Procedimento
NBR 9574:1986 - Execução de impermeabiliza-
ção - Procedimento
NBR 9575:1998 - Projeto de impermeabilização
NBR 10071:1994 - Registro de pressão fabricado
com corpo e castelo em ligas de cobre para instala-
ções hidráulicas prediais - Especificação
NBR 10072:1998 - Instalações hidráulicas prediais -
Registro de gaveta de liga de cobre - Requisitos
NBR 10137:1987 - Torneira de bóia para reservató-
rios prediais - Especificação
NBR 10281:1988 - Torneira de pressão - Especifica-
ção
NBR 10283:1988 - Revestimentos eletrolíticos de
metais e plásticos sanitários - Especificação
NBR 10284:1988 - Válvulas de esfera de liga de co-
bre para uso industrial - Especificação
NBR 10355:1988 - Reservatórios de poliéster refor-
çado com fibra de vidro - Capacidades nominais -
Diâmetros internos - Padronização
NBR 10925:1989 - Cavalete de PVC DN 20 para ra-
mais prediais - Especificação
NBR 11304:1990 - Cavalete de polipropileno DN 20
para ramais prediais - Especificação
NBR 11535:1991 - Misturadores para pia de cozinha
tipo mesa - Especificação
NBR 11720:1994 - Conexões para unir tubos de co-
bre por soldagem ou brasagem capilar - Especifica-
ção
NBR 11815:1991 - Misturadores para pia de cozinha
tipo parede - Especificação
NBR 11852:1992 - Caixa de descarga - Especifica-
ção
NBR 12170:1992 - Potabilidade da água aplicável
em sistema de impermeabilização - Método de en-
saio
NBR 12483:1991 - Chuveiros elétricos - Padroniza-
ção
NBR 12904:1993 - Válvula de descarga - Especifica-
ção
NBR 13194:1994 - Reservatório de fibrocimento pa-
ra água potável - Estocagem, montagem e manuten-
ção - Procedimento
NBR 13206:1994 - Tubo de cobre leve, médio e pe-
sado sem costura, para condução de água e outros
fluidos - Especificação
NBR 13714:1996 - Instalações hidráulicas contra
incêndio, sob comando, por hidrantes e mangoti-
nhos - Procedimento
NBR 14122:1998 - Ramal predial - Cavalete galvani-
zado DN 20 - Requisitos
3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes
definições:
3.1 água fria: Água à temperatura dada pelas condições
do ambiente.
Cópia não autorizada
4 NBR 5626:1998
3.2 água potável: Água que atende ao padrão de
potabilidade determinado pela Portaria nº 36 do Ministério
da Saúde.
3.3 alimentador predial: Tubulação que liga a fonte de
abastecimento a um reservatório de água de uso domés-
tico.
3.4 aparelho sanitário: Componente destinado ao uso
da água ou ao recebimento de dejetos líquidos e sólidos
(na maioria das vezes pertence à instalação predial de
esgoto sanitário). Incluem-se nessa definição aparelhos
como bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros, e, tam-
bém, lavadoras de roupa, lavadoras de prato, banheiras
de hidromassagem, etc.
3.5 barrilete: Tubulação que se origina no reservatório e
da qual derivam as colunas de distribuição, quando o
tipo de abastecimento é indireto. No caso de tipo de abas-
tecimento direto, pode ser considerado como a tubulação
diretamente ligada ao ramal predial ou diretamente ligada
à fonte de abastecimento particular.
3.6 camisa: Disposição construtiva na parede ou piso
de um edifício, destinada a proteger e/ou permitir livre
movimentação à tubulação que passa no seu interior.
3.7 cobertura: Qualquer tipo de recobrimento feito atra-
vés de material rígido sobre um duto, um sulco ou um
ponto de acesso, de resistência suficiente para suportar
os esforços superficiais verificados na sua posição.
Quando referida a reservatório domiciliar, define o fecha-
mento superior horizontal do reservatório.
3.8 coluna de distribuição: Tubulação derivada do barri-
lete e destinada a alimentar ramais.
3.9 componente: Qualquer produto que compõe a insta-
lação predial de água fria e que cumpre individualmente
função restrita. Exemplos: tubos, conexões, válvulas, re-
servatórios, etc.
3.10 concessionária: Termo empregado para designar
genericamente a entidade responsável pelo abasteci-
mento público de água. Na maioria dos casos esta enti-
dade atua sob concessão da autoridade pública muni-
cipal. Em outros casos, a atuação se dá diretamente por
esta mesma autoridade ou por autarquia a ela ligada.
3.11 conexão cruzada: Qualquer ligação física através
de peça, dispositivo ou outro arranjo que conecte duas
tubulações das quais uma conduz água potável e a outra
água de qualidade desconhecida ou não potável.
NOTA - Através dessa ligação a água pode escoar de uma para
outra tubulação, sendo o sentido de escoamento dependente
do diferencial de pressão entre as duas tubulações. A definição
também se aplica à ligação física que se estabelece entre a
água contida em uma tubulação da instalação predial de água
fria e a água servida contida em um aparelho sanitário ou qualquer
outro recipiente que esteja sendo utilizado.
3.12 construtor: Agente interveniente no processo de
construção de um edifício, responsável pelo produto em
que o mesmo se constitui e, conseqüentemente, pela
instalação predial de água fria, respondendo, perante o
usuário, pela qualidade da instalação predial de água
fria.
3.13 diâmetro nominal (DN): Número que serve para
designar o diâmetro de uma tubulação e que corresponde
aos diâmetros definidos nas normas específicas de cada
produto.
3.14 dispositivo de prevenção ao refluxo: Componente,
ou disposição construtiva, destinado a impedir o refluxo
de água em uma instalação predial de água fria, ou desta
para a fonte de abastecimento.
3.15 duto: Espaço fechado projetado para acomodar tu-
bulações de água e componentes em geral, construído
de tal forma que o acesso ao seu interior possa ser tanto
ao longo de seu comprimento como em pontos específi-
cos, através da remoção de uma ou mais coberturas,
sem ocasionar a destruição delas a não ser no caso de
coberturas de baixo custo. Inclui também o shaft que usual-
mente é entendido como um duto vertical.
3.16 fonte de abastecimento: Sistema destinado a forne-
cer água para a instalação predial de água fria. Pode ser
a rede pública da concessionária ou qualquer sistema
particular de fornecimento de água. No caso da rede pú-
blica, considera-se que a fonte de abastecimento é a
extremidade a jusante do ramal predial.
3.17 galeria de serviços: Espaço fechado, semelhante
a um duto, mas de dimensões tais que permitam o acesso
de pessoas ao seu interior através de portas ou aberturas
de visita. Nele são instalados tubulações, componentes
em geral e outros tipos de instalações.
3.18 instalação elevatória: Sistema destinado a elevar
a pressão da água em uma instalação predial de água
fria, quando a pressão disponível na fonte de abasteci-
mento for insuficiente, para abastecimento do tipo direto,
ou para suprimento do reservatório elevado no caso de
abastecimento do tipo indireto. Inclui também o caso onde
um equipamento é usado para elevar a pressão em pon-
tos de utilização localizados.
3.19 instalação predial de água fria: Sistema composto
por tubos, reservatórios, peças de utilização, equipamen-
tos e outros componentes, destinado a conduzir água
fria da fonte de abastecimento aos pontos de utilização.
3.20 instalador: Agente interveniente no processo de
construção de uma instalação predial de água fria, respon-
sável perante o construtor pela qualidade da sua exe-
cução.
3.21 junta: Resultado da união de dois componentes
através de um determinado processo, envolvendo ou não
materiais complementares.
3.22 ligação hidráulica: Arranjo pelo qual se conecta a
tubulação ao reservatório domiciliar.
3.23 metal sanitário: Expressão usualmente empregada
para designar peças de utilização e outros componentes
utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e
outros ambientes do gênero, fabricados em liga de cobrel.
Exemplos: torneiras, registros de pressão e gaveta, mistu-
radores, válvulas de descarga, chuveiros e duchas, bicas
de banheira. Ver também 3.27.
3.24 nível de transbordamento: Nível do plano horizontal
que passa pela borda do reservatório, aparelho sanitário
Cópia não autorizada
NBR 5626:1998 5
ou outro componente. No caso de haver extravasor asso-
ciado ao componente, o nível é aquele do plano horizontal
que passa pelo nível inferior do extravasor.
3.25 padrão de potabilidade: Conjunto de valores má-
ximos permissíveis das características de qualidade da
água destinada ao consumo humano, conforme determina
a Portaria nº 36 do Ministério da Saúde.
3.26 peça de utilização: Componente na posição a jusan-
te do sub-ramal que, através de sua operação (abrir e fe-
char), permite a utilização da água e, em certos casos,
permite também o ajuste da sua vazão.
3.27 plástico sanitário: Expressão usualmente emprega-
da para designar peças de utilização e outros componen-
tes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e
outros ambientes do gênero, fabricados em material plás-
tico. Exemplos: torneiras, registros de pressão e gaveta,
válvulas de descarga, chuveiros e duchas. Ver também
3.23.
3.28 ponto de suprimento: Extremidade a jusante de tu-
bulação diretamente ligada à fonte de abastecimento que
alimenta um reservatório de água para uso doméstico.
3.29 ponto de utilização (da água): Extremidade a jusante
do sub-ramal a partir de onde a água fria passa a ser
considerada água servida. Qualquer parte da instalação
predial de água fria, a montante desta extremidade, deve
preservar as características da água para o uso a que se
destina.
3.30 projetista: Agente interveniente no processo de
construção de uma instalação predial de água fria, res-
ponsável perante o construtor pela qualidade do projeto.
3.31 ramal: Tubulação derivada da coluna de distribuição
e destinada a alimentar os sub-ramais.
3.32 ramal predial: Tubulação compreendida entre a rede
pública de abastecimento de água e a extremidade a
montante do alimentador predial ou de rede predial de
distribuição. O ponto onde termina o ramal predial deve
ser definido pela concessionária.
3.33 rede predial de distribuição: Conjunto de tubula-
ções constituído de barriletes, colunas de distribuição,
ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos,
destinado a levar água aos pontos de utilização.
3.34 refluxo de água: Escoamento de água ou outros lí-
quidos e substâncias, proveniente de qualquer outra fon-
te, que não a fonte de abastecimento prevista, para o in-
terior da tubulação destinada a conduzir água desta fonte.
Incluem-se, neste caso, a retrossifonagem, bem como
outros tipos de refluxo como, por exemplo, aquele que se
estabelece através do mecanismo de vasos comunican-
tes.
3.35 registro de fechamento: Componente instalado na
tubulação e destinado a interromper a passagem da
água. Deve ser usado totalmente fechado ou totalmente
aberto. Geralmente, empregam-se registros de gaveta
ou registros de esfera. Em ambos os casos, o registro
deve apresentar seção de passagem da água com área
igual à da seção interna da tubulação onde está instalado.
3.36 registro de utilização: Componente instalado na
tubulação e destinado a controlar a vazão da água utili-
zada. Geralmente empregam-se registros de pressão ou
válvula-globo em sub-ramais.
3.37 retrossifonagem: Refluxo de água usada, prove-
niente de um reservatório, aparelho sanitário ou de qual-
quer outro recipiente, para o interior de uma tubulação,
devido à sua pressão ser inferior à atmosférica.
3.38 separação atmosférica: Separação física (cujo meio
é preenchido por ar) entre o ponto de utilização ou ponto
de suprimento e o nível de transbordamento do reservató-
rio, aparelho sanitário ou outro componente associado
ao ponto de utilização.
3.39 sub-ramal: Tubulação que liga o ramal ao ponto de
utilização.
3.40 sulco: Cavidade destinada a acomodar tubulações
de água, aberta ou pré-moldada, de modo a não afetar a
resistência da parte do edifício onde é executada e onde
o acesso só pode se dar pela destruição da cobertura ou
das coberturas.
3.41 tipo de abastecimento: Forma como o abastecimen-
to do ponto de utilização é efetuado. Pode ser tanto direto,
quando a água provém diretamente da fonte de abas-
tecimento, como indireto, quando a água provém de um
reservatório existente no edifício.
3.42 tubulação: Conjunto de componentes basicamente
formado por tubos, conexões, válvulas e registros, desti-
nado a conduzir água fria.
3.43 tubulação aparente: Tubulação disposta externa-
mente a uma parede, piso, teto ou qualquer outro elemen-
to construtivo. Permite total acesso para manutenção.
Pode estar instalada em galerias de serviço.
3.44 tubulação de aviso: Tubulação destinada a alertar
os usuários que o nível da água no interior do reservatório
alcançou um nível superior ao máximo previsto. Deve
ser dirigida para desaguar em local habitualmente obser-
vável.
3.45 tubulação de extravasão: Tubulação destinada a
escoar o eventual excesso de água de reservatórios onde
foi superado o nível de transbordamento.
3.46 tubulação de limpeza: Tubulação destinada ao esva-
ziamento do reservatório, para permitir sua limpeza e
manutenção.
3.47 tubulação embutida: Tubulação disposta interna-
mente a uma parede ou piso, geralmente em um sulco,
podendo também estar envelopada. Não permite acesso
sem a destruição da cobertura.
3.48 tubulação recoberta: Tubulação disposta em espa-
ço projetado para tal fim. Permite o acesso mediante sim-
ples remoção da cobertura, somente implicando destrui-
ção da mesma em casos de cobertura de baixo custo.
3.49 uso doméstico da água: Uso da água para atender
às necessidades humanas, ocorrentes em edifício do tipo
residencial; entre elas incluem-se aquelas atendidas por
Cópia não autorizada
6 NBR 5626:1998
atividades como: preparação de alimentos, higiene pes-
soal, cuidados com roupas e objetos domésticos, cuida-
dos com a casa, lazer e passatempo e outros como com-
bate ao fogo e manutenção de instalações prediais.
3.50 usuário: Pessoa física ou jurídica que efetivamente
usa a instalação predial de água fria, ou que responde
pelo uso que outros fazem dela, respondendo pelo correto
uso da instalação e por sua manutenção, podendo dele-
gar esta atividade a outra pessoa física ou jurídica. Re-
corre ao construtor nos casos em que há problema na
qualidade da instalação predial de água fria.
3.51 vazão de projeto: Valor de vazão, adotado para
efeito de projeto, no ponto de utilização ou no ponto de
suprimento. No caso de ponto de utilização, corresponde
à consolidação de um valor historicamente aceito, refe-
rente ao maior valor de vazão esperado para o ponto.
4 Materiais e componentes
4.1 Generalidades
4.1.1 Na seção 4 estão estabelecidas exigências e reco-
mendações sobre os materiais e componentes emprega-
dos nas instalações prediais de água fria. Tais exigências
e recomendações baseiam-se em três premissas princi-
pais. Primeira, a potabilidade da água não pode ser colo-
cada em risco pelos materiais com os quais estará em
contato permanente. Segunda, o desempenho dos com-
ponentes não deve ser afetado pelas conseqüências que
as características particulares da água imponham a eles,
bem como pela ação do ambiente onde acham-se inseri-
dos. Terceira, os componentes devem ter desempenho
adequado face às solicitações a que são submetidos
quando em uso.
4.1.2 Os materiais apresentados não constituem uma lista
exaustiva. Os materiais aqui não mencionados e aqueles
não conhecidos, por ocasião da elaboração desta Norma,
podem ser empregados, desde que a atendam, bem co-
mo os princípios que a norteiam. No caso de intenção de
emprego desses materiais, recomenda-se aos projetistas
e instaladores a obtenção de informações técnicas idô-
neas que permitam uma utilização segura.
4.2 Proteção contra corrosão ou degradação
4.2.1 A corrosão dos materiais metálicos e a degradação
dos materiais plásticos são fenômenos particularmente
importantes a serem considerados, desde a fase de es-
colha de componentes até a fase de utilização da instala-
ção predial de água fria. São fenômenos complexos para
os quais contribuem fatores de diversa natureza. O ane-
xo D trata do tema apresentando considerações, parâme-
tros e correlações que traduzem o estágio do conheci-
mento atual sobre o assunto.
4.2.2 As instalações prediais de água fria devem ser proje-
tadas, executadas e usadas de modo a evitar ou minimi-
zar problemas de corrosão ou degradação. Para tanto,
devem ser observadas pelo menos as recomendações
do anexo D.
4.3 Materiais metálicos
4.3.1 Aço-carbono galvanizado (zincado por imersão a
quente)
4.3.1.1 Os tubos fabricados em aço-carbono com reves-
timento protetor de zinco, utilizados nas instalações
prediais de água fria, devem obedecer à NBR 5580 ou
NBR 5590.
4.3.1.2 Na montagem de tubulações empregando tubos
de aço-carbono galvanizado, devem ser obedecidas as
exigências estabelecidas na NBR 9256, bem como as
desta Norma. Nos casos em que houver divergência ou
omissão, as condições estabelecidas nesta Norma devem
prevalecer.
4.3.1.3 Os cavaletes de diâmetro nominal DN 20, fabri-
cados em tubos de aço-carbono galvanizado e conexões
de ferro galvanizado, utilizados nas instalações prediais
de água fria, devem obedecer à NBR 14122.
4.3.2 Cobre
4.3.2.1 Os tubos fabricados em cobre, utilizados nas
instalações prediais de água fria, devem obedecer à
NBR 13206.
4.3.3 Chumbo
4.3.3.1 O chumbo não deve ser utilizado nas instalações
prediais de água fria, ressalvado o disposto em 4.3.5.3.
Reparos realizados em instalações existentes devem pre-
ver a substituição desse material.
4.3.4 Ferro fundido galvanizado
4.3.4.1 As conexões fabricadas em ferro fundido maleável,
galvanizadas, usadas nas instalações prediais de água
fria, devem obedecer à NBR 6943.
4.3.5 Liga de cobre
4.3.5.1 As conexões fabricadas em liga de cobre, usadas
nas instalações prediais de água fria, devem obedecer à
NBR 11720.
4.3.5.2 As juntas executadas nas tubulações de cobre po-
dem ser feitas através de soldagem capilar ou por ros-
queamento. No caso de soldagem, a solda deve obedecer
à NBR 5883.
4.3.5.3 Recomenda-se o uso de solda sem chumbo ou
uma orientação ao usuário no início da utilização da ins-
talação predial de água fria.
NOTA - O chumbo, constituinte do material da solda, pode entrar
em contato com a água e ser liberado, resultando em concen-
tração acima da permitida pelo padrão de potabilidade. O pro-
cesso ocorre entre a água parada nos tubos e o material de
solda, principalmente na primeira utilização de instalações novas
após períodos de contato superiores a 8 h. O fenômeno diminui
com o tempo de utilização da instalação. O teor de chumbo
varia de acordo com a composição da solda, seu grau de ex-
posição ou contato com a água, sendo mais elevado em águas
com pH baixo.
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4.3.5.4 Os metais sanitários, quando fabricados em liga
de cobre, empregados nas instalações prediais de água
fria, devem obedecer às normas indicadas a seguir:
a) misturador para pia de cozinha tipo mesa
............................................................ NBR 11535;
b) misturador para pia de cozinha tipo parede
............................................................ NBR 11815;
c) registro de gaveta ........................... NBR 10072;
d) registro de pressão ......................... NBR 10071;
e) torneira de bóia ............................... NBR 10137;
f) torneira de pressão .......................... NBR 10281;
g) válvula de descarga........................ NBR 12904;
h) válvula de esfera ............................. NBR 10284.
4.4 Materiais plásticos
4.4.1 Generalidades
4.4.1.1 Na utilização de componentes fabricados em ma-
terial plástico, deve ser observado o valor máximo da
temperatura a que estarão submetidos, em função da
proximidade de fontes de calor ou do próprio ambiente.
Os valores máximos recomendados devem ser observa-
dos segundo cada tipo de plástico empregado.
4.4.1.2 Para uso mais eficaz de componentes fabricados
em material plástico, recomenda-se verificar as variações
das características físicas, mecânicas e outras, segundo
as temperaturas a que eles estarão submetidos.
4.4.2 Poliéster reforçado com fibra de vidro
Os reservatórios domiciliares fabricados em poliéster
reforçado com fibra de vidro, utilizados nas instalações
prediais de água fria, devem obedecer às NBR 8220 e
NBR 10355.
4.4.3 Polipropileno
Os cavaletes de diâmetro nominal DN 20, fabricados em
polipropileno, utilizados nas instalações prediais de água
fria, devem obedecer à NBR 11304.
4.4.4 PVC rígido
4.4.4.1 Os tubos fabricados em cloreto de polivinila (PVC
rígido), utilizados nas instalações prediais de água fria,
devem obedecer às NBR 5648 e NBR 5680. As juntas
podem ser feitas através de soldagem ou por rosquea-
mento.
4.4.4.2 Na montagem de tubulações empregando tubos
de PVC rígido, devem ser obedecidas as exigências
estabelecidas na NBR 7372, bem como as desta Norma.
Nos casos em que houver divergência ou omissão, as
condições estabelecidas nesta Norma devem prevalecer.
4.4.4.3 Os cavaletes de diâmetro nominal DN 20, fabrica-
dos em PVC rígido, utilizados nas instalações prediais
de água fria, devem obedecer à NBR 10925.
4.5 Outros materiais
4.5.1 Cimento amianto ou fibrocimento
4.5.1.1 Os reservatórios domiciliares fabricados
em fibrocimento (cimento-amianto) devem obedecer à
NBR 5649.
4.5.1.2 A estocagem e a montagem de reservatórios domi-
ciliares de fibrocimento (cimento amianto) devem obe-
decer à NBR 13194.
4.5.1.3 Quando do corte, furação ou outra ação que pro-
mova o desfibramento do material, pode ser gerada uma
suspensão aérea de fibras de amianto que, dependendo
da concentração e dimensão destas, pode ser danosa à
saúde. Nesta circunstância, cuidados adequados devem
ser tomados, de modo a evitar a aspiração de fibras.
4.5.2 Concreto
4.5.2.1 Na construção de reservatórios domiciliares de
concreto armado deve ser obedecida a NBR 6118.
4.5.3 Impermeabilizantes
4.5.3.1 A impermeabilização de reservatórios domiciliares
ou de outros componentes deve ser projetada e executa-
da de acordo com as NBR 9575 e NBR 9574, respec-
tivmente.
4.5.3.2 Os materiais e sistemas utilizados na impermeabili-
zação de reservatórios ou de outros componentes devem
preservar a potabilidade da água. Cuidados especiais
devem ser observados na escolha do tipo de impermeabi-
lização a ser adotada, face ao risco de os materiais utiliza-
dos contaminarem diretamente a água, ou combinarem-
se com substâncias presentes na água, formando com-
postos igualmente contaminantes.
4.5.3.3 No caso de haver dúvida sobre algum material ou
sistema de impermeabilização, deve ser executado en-
saio segundo a NBR 12170, devendo, contudo, os valores
permissíveis das características físicas, organolépticas e
químicas atender ao disposto na Portaria nº 36 do Ministé-
rio da Saúde.
4.5.4 Revestimentos eletrolíticos
4.5.4.1 Os revestimentos eletrolíticos de metais e plásticos
sanitários devem obedecer à NBR 10283.
4.6 Componentes
4.6.1 Um componente usado nas instalações prediais de
água fria pode ser fabricado com materiais distintos (por
exemplo, caixas de descarga em material plástico ou em
fibrocimento (cimento amianto). Independentemente do
material com o qual sejam fabricados, os componentes
abaixo listados devem obedecer às respectivas normas
a seguir descritas:
a) caixa de descarga........................ NBR 11852;
b) chuveiro elétrico .......................... NBR 12483;
c) hidrômetros .................................... NBR 8193;
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d) torneira de bóia ............................ NBR 10137;
e) torneira de pressão ...................... NBR 10281;
f) válvula de descarga ...................... NBR 12904.
5 Projeto
5.1 Condições gerais
5.1.1 Elaboração e responsabilidade técnica
5.1.1.1 O projeto das instalações prediais de água fria de-
ve ser feito por projetista com formação profissional de
nível superior, legalmente habilitado e qualificado.
5.1.1.2 Em todas as peças gráficas do projeto, em qualquer
nível do seu desenvolvimento (estudo preliminar, projeto
básico, projeto executivo e projeto realizado), devem
constar os dados de registro do profissional responsável
junto ao CREA (Conselho Regional de Engenharia, Ar-
quitetura e Agronomia), a saber: número da carteira e da
região.
5.1.2 Exigências a observar no projeto
5.1.2.1 As instalações prediais de água fria devem ser
projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício
que as contém, atendam aos seguintes requisitos:
a) preservar a potabilidade da água;
b) garantir o fornecimento de água de forma contínua,
em quantidade adequada e com pressões e veloci-
dades compatíveis com o perfeito funcionamento
dos aparelhos sanitários, peças de utilização e de-
mais componentes;
c) promover economia de água e de energia;
d) possibilitar manutenção fácil e econômica;
e) evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do
ambiente;
f) proporcionar conforto aos usuários, prevendo pe-
ças de utilização adequadamente localizadas, de
fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo
as demais exigências do usuário.
5.1.3 Interação com a concessionária de água
5.1.3.1 A observância das condições estabelecidas nesta
Norma não dispensa a obediência às leis, decretos e re-
gulamentos emanados das autoridades federais, es-
taduais ou municipais, da concessionária ou outro órgão
competente.1)
5.1.3.2 O projetista deve realizar uma consulta prévia à
concessionária, visando obter informações sobre as ca-
racterísticas da oferta de água no local da instalação ob-
jeto do projeto, inquirindo em particular sobre eventuais
limitações nas vazões disponíveis, regime de variação
de pressões, características da água, constância de abas-
tecimento e outras questões que julgar relevante.
5.1.3.3 Quando for prevista utilização de água proveniente
de poços, o órgão público responsável pelo gerenciamen-
to dos recursos hídricos deve ser consultado previamente
(o referido órgão na maioria das vezes não é a concessio-
nária).
5.1.3.4 Quando houver utilização simultânea de água for-
necida pela concessionária e água de outra fonte de
abastecimento, o projeto deve prever meios para impedir
o refluxo da água proveniente da fonte particular para a
rede pública. Nestes casos, a concessionária deve ser
notificada previamente.
5.1.3.5 Quando exigido, o projeto completo da instalação
predial de água fria deve ser fornecido para exame da
concessionária ou do órgão público competente.
5.1.4 Informações preliminares
5.1.4.1 As seguintes informações devem ser previamente
levantadas pelo projetista:
a) características do consumo predial (volumes, va-
zões máximas e médias, características da água,
etc.);
b) características da oferta de água (disponibilidade
de vazão, faixa de variação das pressões, constância
do abastecimento, características da água, etc.);
c) necessidades de reservação, inclusive para com-
bate a incêndio;
d) no caso de captação local de água, as caracterís-
ticas da água, a posição do nível do lençol subterrâ-
neo e a previsão quanto ao risco de contaminação.
5.2 Abastecimento, reservação e distribuição
5.2.1 Fontes de abastecimento
5.2.1.1 O abastecimento das instalações prediais de água
fria deve ser proveniente da rede pública de água da
concessionária. Há casos em que o abastecimento pode
ser proveniente parcial ou totalmente de uma outra fonte,
devendo atender o disposto em 5.1.3.3, no caso de poços.
Segundo o tipo de necessidade do uso doméstico da
água e respeitados os requisitos relativos à segurança
sanitária, o abastecimento pode ser feito com água potá-
vel ou não potável.
5.2.1.2 Onde o abastecimento provém da rede pública, as
exigências da concessionária devem ser obedecidas.
Isto se aplica não só quando de uma nova instalação
predial de água fria, como também nos casos de modifi-
cação ou desconexão de uma instalação já existente.
1)
Entre outros, devem ser objeto de atenção o Código Sanitário Estadual, o Código de Edificações Municipal e o regulamento da
concessionária local.
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5.2.1.3 A instalação predial de água fria abastecida com
água não potável deve ser totalmente independente da-
quela destinada ao uso da água potável, ou seja, deve-
se evitar a conexão cruzada. A água não potável pode
ser utilizada para limpeza de bacias sanitárias e mictó-
rios, para combate a incêndios e para outros usos onde o
requisito de potabilidade não se faça necessário.
5.2.1.4 A água potável proveniente da rede pública ou
outra fonte de a abastecimento deve, no mínimo, atender
ao padrão de potabilidade estabelecido na Portaria
nº 36 do Ministério da Saúde.2)
5.2.2 Tipos de abastecimento
Para definição do tipo de abastecimento a ser adotado,
devem ser utilizadas as informações preliminares con-
forme 5.1.4. A adoção do tipo direto para alguns pontos
de utilização e do indireto para outros, explorando-se as
vantagens de cada tipo de abastecimento, constitui, em
muitos casos, a melhor solução.
5.2.3 Alimentador predial
5.2.3.1 No projeto do alimentador predial deve-se consi-
derar o valor máximo da pressão da água proveniente
da fonte de abastecimento. O alimentador predial deve
possuir resistência mecânica adequada para suportar
essa pressão. Além da resistência mecânica, os compo-
nentes devem apresentar funcionamento adequado em
pressões altas, principalmente no que se refere a ruídos
e vibrações, como é o caso da torneira de bóia.
5.2.3.2 O cavalete, destinado a instalação do hidrômetro,
bem como o seu abrigo devem ser projetados obedecen-
do às exigências estabelecidas pela concessionária.
5.2.3.3 O alimentador predial deve ser dotado, na sua ex-
tremidade a jusante, de torneira de bóia ou outro compo-
nente que cumpra a mesma função. Tendo em vista a fa-
cilidade de operação do reservatório, recomenda-se que
um registro de fechamento seja instalado fora dele, para
permitir sua manobra sem necessidade de remover a
tampa.
5.2.3.4 O alimentador predial pode ser aparente, enterra-
do, embutido ou recoberto. No caso de ser enterrado, de-
ve-se observar uma distância mínima horizontal de 3,0 m
de qualquer fonte potencialmente poluidora, como fossas
negras, sumidouros, valas de infiltração, etc., respeitando
o disposto na NBR 7229 e em outras disposições legais.
No caso de ser instalado na mesma vala que tubulações
enterradas de esgoto, o alimentador predial deve apre-
sentar sua geratriz inferior 30 cm acima da geratriz su-
perior das tubulações de esgoto.
5.2.3.5 Quando enterrado, recomenda-se que o alimen-
tador predial seja posicionado acima do nível do lençol
freático para diminuir o risco de contaminação da instala-
ção predial de água fria em uma circunstância acidental
de não estanqueidade da tubulação e de pressão nega-
tiva no alimentador predial.
5.2.4 Reservatórios: preservação da potabilidade
5.2.4.1 Os reservatórios de água potável constituem uma
parte crítica da instalação predial de água fria no que diz
respeito à manutenção do padrão de potabilidade. Por
este motivo, atenção especial deve ser dedicada na fase
de projeto para a escolha de materiais, para a definição
da forma e das dimensões e para o estabelecimento do
modo de instalação e operação desses reservatórios.
5.2.4.2 Os reservatórios destinados a armazenar água
potável devem preservar o padrão de potabilidade. Em
especial não devem transmitir gosto, cor, odor ou toxici-
dade à água nem promover ou estimular o crescimento
de microorganismos.
5.2.4.3 O reservatório deve ser um recipiente estanque
que possua tampa ou porta de acesso opaca, firmemente
presa na sua posição, com vedação que impeça a entra-
da de líquidos, poeiras, insetos e outros animais no seu
interior.
5.2.4.4 Qualquer abertura na parede do reservatório, si-
tuada no espaço compreendido entre a superfície livre
da água no seu interior e a sua cobertura e que se comu-
nica com o meio externo direta ou indiretamente (através
de tubulação), deve ser protegida de forma a impedir a
entrada de líquidos, poeiras, insetos e outros animais ao
interior do reservatório.
5.2.4.5 Tendo em conta a possibilidade de ocorrência de
condensação nas superfícies internas das partes do
reservatório que não ficam em contato permanente com
a água, cuidados devem ser tomados quanto aos mate-
riais utilizados, tendo em vista o risco de contaminação.
5.2.4.6 O reservatório deve ser construído ou instalado de
tal modo que seu interior possa ser facilmente inspecio-
nado e limpo.
5.2.4.7 O material do reservatório deve ser resistente à
corrosão ou ser provido internamente de revestimento
anticorrosivo.
5.2.4.8 Em princípio um reservatório para água potável
não deve ser apoiado no solo, ou ser enterrado total ou
parcialmente, tendo em vista o risco de contaminação
proveniente do solo, face à permeabilidade das paredes
do reservatório ou qualquer falha que implique a perda
da estanqueidade. Nos casos em que tal exigência seja
impossível de ser atendida, o reservatório deve ser exe-
cutado dentro de compartimento próprio, que permita
operações de inspeção e manutenção, devendo haver
um afastamento, mínimo, de 60 cm entre as faces exter-
nas do reservatório (laterais, fundo e cobertura) e as faces
internas do compartimento. O compartimento deve ser
dotado de drenagem por gravidade, ou bombeamento,
sendo que, neste caso, a bomba hidráulica deve ser insta-
lada em poço adequado e dotada de sistema elétrico
que adverte em casos de falha no funcionamento na
bomba.
2)
Além de estabelecer características físicas, organolépticas, químicas, bacteriológicas e radiológicas, a Portaria define também os
procedimentos e as freqüências para verificação das características.
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10 NBR 5626:1998
5.2.5 Reservatórios: definição da forma e dimensões
5.2.5.1 A capacidade dos reservatórios de uma instalação
predial de água fria deve ser estabelecida levando-se
em consideração o padrão de consumo de água no edifí-
cio e, onde for possível obter informações, a freqüência e
duração de interrupções do abastecimento.
Algumas vezes, a interrupção do abastecimento é carac-
terizada pelo fato de a pressão na rede pública atingir
valores muito baixos em determinados horários do dia,
não garantindo o abastecimento dos reservatórios
elevados ou dos pontos de utilização.
O volume de água reservado para uso doméstico deve
ser, no mínimo, o necessário para 24 h de consumo nor-
mal no edifício, sem considerar o volume de água para
combate a incêndio.
No caso de residência de pequeno tamanho, recomenda-
se que a reserva mínima seja de 500 L.
Para o volume máximo de reservação, recomenda-se
que sejam atendidos dois critérios: garantia de potabili-
dade da água nos reservatórios no período de detenção
médio em utilização normal e, em segundo, atendimento
à disposição legal ou regulamento que estabeleça volume
máximo de reservação.
A concessionária deve fornecer ao projetista o valor es-
timado do consumo de água por pessoa por dia, em fun-
ção do tipo de uso do edifício.
5.2.5.2 Nos casos em que houver reservatórios inferior e
superior, a divisão da capacidade de reservação total
deve ser feita de modo a atender às necessidades da
instalação predial de água fria quando em uso normal,
às situações eventuais onde ocorra interrupção do abas-
tecimento de água da fonte de abastecimento e às situa-
ções normais de manutenção. O estabelecimento do crité-
rio de divisão deve ser feito em conjunto com a adoção
de um sistema de recalque compatível e com a formula-
ção de procedimentos de operação e de manutenção da
instalação predial de água fria.
5.2.5.3 Reservatórios de maior capacidade devem ser di-
vididos em dois ou mais compartimentos para permitir
operações de manutenção sem que haja interrupção na
distribuição de água. São excetuadas desta exigência
as residências unifamiliares isoladas.
5.2.5.4 Devem ser tomadas medidas no sentido de evitar
os efeitos da formação do vórtice na entrada das tubula-
ções. Na entrada da tubulação de sucção, deve ser insta-
lado um dispositivo de proteção contra ingresso de even-
tuais objetos (crivo simples ou válvula de pé com crivo).
5.2.5.5 O posicionamento relativo entre entrada e saída
de água deve evitar o risco de ocorrência de zonas de
estagnação dentro do reservatório. Assim, no caso de
um reservatório muito comprido, recomenda-se posicio-
nar a entrada e a saída em lados opostos relativamente à
dimensão predominante. Nos reservatórios em que há
reserva de água para outras finalidades, como é o caso
de reserva para combate a incêndios, deve haver espe-
cial cuidado com esta exigência.
Quando a reserva de consumo for armazenada na mesma
caixa ou célula utilizada para reserva de combate a in-
cêndio, devem ser previstos dispositivos que assegurem
a recirculação total da água armazenada.
5.2.5.6 A extremidade da tomada de água no reservatório
deve ser elevada em relação ao fundo deste reservatório
para evitar a entrada de resíduos eventualmente exis-
tentes na rede predial de distribuição. A altura dessa ex-
tremidade, em relação ao fundo do reservatório, deve
ser relacionada com o diâmetro da tubulação de tomada
e com a forma de limpeza que será adotada ao longo da
vida do reservatório. Em reservatório de pequena capaci-
dade (por exemplo: para casas unifamiliares, pequenos
edifícios comerciais, etc.) e de fundo plano e liso, reco-
menda-se uma altura mínima de 2 cm. No caso específico
de reservatório de fibrocimento (cimento-amianto), a
NBR 5649 dispõe que a tomada de água esteja 3 cm aci-
ma da região mais profunda do reservatório.
5.2.6 Reservatórios: instalação e estabilidade mecânica
5.2.6.1 O reservatório (inclusive tampa e porta de acesso)
deve ser projetado de modo a ter resistência mecânica
suficiente para atender sua função, sem apresentar de-
formações que comprometam seu funcionamento ou o
funcionamento dos componentes nele instalados.
5.2.6.2 O reservatório pré-fabricado deve ser instalado
sobre uma base estável, capaz de resistir aos esforços
sobre ela atuantes.
5.2.6.3 Devido à necessidade do volume de água ser
muito grande ou da pressão hidráulica ser muito elevada,
pode ser necessário posicionar o reservatório em uma
estrutura independente, externa ao edifício. Tal alterna-
tiva, usualmente denominada tanque, tonel ou castelo
d’água é por definição um reservatório e como tal deve
ser tratado.
5.2.7 Reservatórios: operação
5.2.7.1 Toda a tubulação que abastece o reservatório deve
ser equipada com torneira de bóia, ou qualquer outro
dispositivo com o mesmo efeito no controle da entrada
da água e manutenção do nível desejado. O dispositivo
de controle da entrada deve ser adequado para cada
aplicação, considerando a pressão de abastecimento da
água. Quando uma torneira de bóia é usada ela deve es-
tar conforme a NBR 10137. No caso de um outro disposi-
tivo, este deve atender às exigências da citada norma
nos pontos que se aplicarem nas circunstâncias do uso,
principalmente no que concerne à possibilidade de ajuste
do nível operacional e garantia de proteção contra refluxo.
5.2.7.2 A torneira de bóia ou outro dispositivo com as
mesmas funções deve ser adequadamente instalada no
reservatório que ela abastece, de modo a garantir a manu-
tenção dos níveis de água previamente estabelecidos,
considerando as faixas de pressão a que estará subme-
tida.
5.2.7.3 Para facilitar as operações de manutenção, que
exigem a interrupção da entrada de água no reservatório,
recomenda-se que seja instalado na tubulação de alimen-
tação, externamente ao reservatório, um registro de fecha-
mento ou outro dispositivo ou componente que cumpra a
mesma função.
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5.2.7.4 Considerando-se as faixas de pressão previstas
na tubulação que abastece o reservatório, recomenda-
se que o nível máximo da superfície livre da água, no
interior do reservatório, seja situado abaixo do nível da
geratriz inferior da tubulação de extravasão ou de aviso.
5.2.7.5 Em instalações prediais de água quente, onde o
aquecimento é feito por aquecedor alimentado por tubula-
ção que se liga ao reservatório, independentemente das
tubulações da rede predial de distribuição, a tomada de
água da tubulação que alimenta o aquecedor deve se
posicionar em nível acima das tomadas de água fria, como
meio de evitar o risco de queimaduras na eventualidade
de falha no abastecimento.
5.2.8 Reservatórios: aviso, extravasão e limpeza
5.2.8.1 Em todos os reservatórios devem ser instaladas
tubulações que atendam às seguintes necessidades:
a) aviso aos usuários de que a torneira de bóia ou
dispositivo de interrupção do abastecimento do re-
servatório, apresenta falha, ocorrendo, como conse-
qüência, a elevação da superfície da água acima do
nível máximo previsto;
b) extravasão do volume de água em excesso do in-
terior do reservatório, para impedir a ocorrência de
transbordamento ou a inutilização do dispositivo de
prevenção ao refluxo previsto, conforme 5.4.3.2, devi-
do à falha na torneira de bóia ou no dispositivo de in-
terrupção do abastecimento;
c) limpeza do reservatório, para permitir o seu esva-
ziamento completo, sempre que necessário.
5.2.8.2 As tubulações de aviso, extravasão e limpeza de-
vem ser construídas de material rígido e resistente à corro-
são. Tubos flexíveis (como mangueiras) não devem ser
utilizados, mesmo em trechos de tubulação. Os trechos
horizontais devem ter declividade adequada para desem-
penho eficiente de sua função e o completo escoamento
da água do seu interior.
5.2.8.3 A superfície do fundo do reservatório deve ter uma
ligeira declividade no sentido da entrada da tubulação
de limpeza, de modo a facilitar o escoamento da água e
a remoção de detritos remanescentes. Na tubulação de
limpeza, em posição de fácil acesso e operação, deve
haver um registro de fechamento. A descarga da água
da tubulação de limpeza deve se dar em local que não
provoque transtornos às atividades dos usuários.
5.2.8.4 Toda a tubulação de aviso deve descarregar ime-
diatamente após a água alcançar o nível de extravasão
no reservatório. A água deve ser descarregada em local
facilmente observável. Em nenhum caso a tubulação de
aviso pode ter diâmetro interno menor que 19 mm.
5.2.8.5 Quando uma tubulação de extravasão for usada
no reservatório, seu diâmetro interno deve ser dimensio-
nado de forma a escoar o volume de água em excesso,
atendendo o disposto em 5.2.8.1 b). Em reservatório de
pequena capacidade (por exemplo: para casas unifami-
liares, pequenos edifícios comerciais, etc.), recomenda-
se que o diâmetro da tubulação de extravasão seja maior
que o da tubulação de alimentação.
5.2.8.6 A tubulação de aviso deve ser conectada à tubula-
ção de extravasão em seu trecho horizontal e em ponto
situado a montante da eventual interligação com a tubu-
lação de limpeza, para que o aviso não possa escoar
água suja e com partículas em suspensão provenientes
da limpeza do reservatório, evitando-se, desta forma, o
entupimento da tubulação de aviso (geralmente de diâ-
metro nominal reduzido como DN 20), bem como o des-
pejo de sujeira prejudicial aos ambientes próprios para o
deságüe de aviso.
5.2.9 Instalação elevatória
5.2.9.1 Uma instalação elevatória consiste no bombea-
mento de água de um reservatório inferior para um reser-
vatório superior ou para um reservatório hidropneumático.
5.2.9.2 Na definição do tipo de instalação elevatória e na
localização dos reservatórios e bombas hidráulicas, deve-
se considerar o uso mais eficaz da pressão disponível,
tendo em vista a conservação de energia (ver 5.5.10).
5.2.9.3 As instalações elevatórias devem possuir no mí-
nimo duas unidades de elevação de pressão, indepen-
dentes, com vistas a garantir o abastecimento de água
no caso de falha de uma das unidades.
5.2.9.4 Nas instalações elevatórias por recalque de água,
recomenda-se a utilização de comando liga/desliga au-
tomático, condicionado ao nível de água nos reservató-
rios. Neste caso, este comando deve permitir também o
acionamento manual para operações de manutenção.
5.2.9.5 A localização e a forma de instalação de instala-
ções elevatórias devem ser definidas prevendo-se solu-
ções destinadas a reduzir os efeitos da vibração e do ruí-
do.
5.2.10 Rede predial de distribuição
5.2.10.1 No estabelecimento da localização das peças de
utilização devem ser consideradas as exigências do
usuário, particularmente no que se refere ao conforto,
segurança e aspectos ergonômicos. Quanto à localização
de chuveiros elétricos e outros aparelhos elétricos que
utilizam água, devem ser observadas as exigências
previstas na NBR 5410.
5.2.10.2 Recomenda-se que as tubulações horizontais
sejam instaladas com uma leve declividade, tendo em
vista reduzir o risco de formação de bolhas de ar no seu
interior. Pela mesma razão, elas devem ser instaladas li-
vres de calços e guias que possam provocar ondulações
localizadas.
Onde possível, a tubulação deve ser instalada com de-
clive em relação ao fluxo da água, com o ponto mais alto
na saída da rede de distribuição do reservatório elevado.
Onde inevitável a instalação de trechos em aclive, em
relação ao fluxo, os pontos mais altos devem ser, preferen-
cialmente, nas peças de utilização ou providos de dis-
positivos próprios para a eliminação do ar (ventosas ou
outros meios), instalados em local apropriado.
5.2.10.3 Se o tipo de abastecimento da rede predial de
distribuição, ou parte dela, for direto, devem ser tomadas
precauções iguais àquelas que foram observadas para
Cópia não autorizada
12 NBR 5626:1998
o alimentador predial (ver 5.2.3.1), no que se refere ao
desempenho da rede predial de distribuição e de seus
componentes quando submetidos a pressões elevadas.
5.2.10.4 Para possibilitar a manutenção de qualquer parte
da rede predial de distribuição, dentro de um nível de
conforto previamente estabelecido e considerados os
custos de implantação e operação da instalação predial
de água fria, deve ser prevista a instalação de registros
de fechamento, ou de outros componentes ou de disposi-
tivos que cumpram a mesma função. Particularmente, re-
comenda-se o emprego de registros de fechamento:
a) no barrilete, posicionado no trecho que alimenta
o próprio barrilete (no caso de tipo de abastecimento
indireto posicionado em cada trecho que se liga ao
reservatório);
b) na coluna de distribuição, posicionado a montante
do primeiro ramal;
c) no ramal, posicionado a montante do primeiro sub-
ramal.
5.2.10.5 Quando a instalação predial prevê a utilização
de água fria e água quente, a instalação de água fria de-
ve ser protegida contra a entrada de água quente.
5.3 Dimensionamento das tubulações
5.3.1 Generalidades
Cada tubulação deve ser dimensionada de modo a ga-
rantir abastecimento de água com vazão adequada, sem
incorrer no superdimensionamento.
5.3.2 Vazões nos pontos de utilização
5.3.2.1 A instalação predial de água fria deve ser dimen-
sionada de modo que a vazão de projeto estabelecida
na tabela 1 seja disponível no respectivo ponto de utiliza-
ção, se apenas tal ponto estiver em uso.
5.3.2.2 A rede predial de distribuição deve ser dimensiona-
da de tal forma que, no uso simultâneo provável de dois
ou mais pontos de utilização, a vazão de projeto, estabe-
lecida na tabela 1, seja plenamente disponível. No caso
de funcionamento simultâneo não previsto pelo cálculo
de dimensionamento da tubulação, a redução temporária
da vazão, em qualquer um dos pontos de utilização, não
deve comprometer significativamente a satisfação do
usuário. Especial atenção deve ser dada na redução da
vazão em pontos de utilização de água quente provocada
por vazão simultânea acentuada em ramal de água fria
do mesmo sistema, afetando a temperatura da água na
peça de utilização de água quente ou de mistura de água
quente com água fria. Para tanto, recomenda-se projetar
e executar sistemas independentes de distribuição para
instalações prediais que utilizam componentes de alta
vazão, como, por exemplo, a válvula de descarga para
bacia sanitária. A mesma recomendação se aplica a tubu-
lações que alimentam aquecedores (ver 5.2.7.5).
5.3.3 Vazões no abastecimento de reservatório
Nos pontos de suprimento de reservatórios, a vazão de
projeto pode ser determinada dividindo-se a capacidade
do reservatório pelo tempo de enchimento. No caso de
edifícios com pequenos reservatórios individualizados,
como é o caso de residências unifamiliares, o tempo de
enchimento deve ser menor do que 1 h. No caso de gran-
des reservatórios, o tempo de enchimento pode ser de
até 6 h, dependendo do tipo de edifício.
5.3.4 Velocidade máxima da água
As tubulações devem ser dimensionadas de modo que a
velocidade da água, em qualquer trecho de tubulação,
não atinja valores superiores a 3 m/s.
5.3.5 Pressões mínimas e máximas
5.3.5.1 Em condições dinâmicas (com escoamento), a
pressão da água nos pontos de utilização deve ser esta-
belecida de modo a garantir a vazão de projeto indicada
na tabela 1 e o bom funcionamento da peça de utilização
e de aparelho sanitário. Em qualquer caso, a pressão
não deve ser inferior a 10 kPa, com exceção do ponto da
caixa de descarga onde a pressão pode ser menor do
que este valor, até um mínimo de 5 kPa, e do ponto da
válvula de descarga para bacia sanitária onde a pressão
não deve ser inferior a 15 kPa.
5.3.5.2 Em qualquer ponto da rede predial de distribuição,
a pressão da água em condições dinâmicas (com escoa-
mento) não deve ser inferior a 5 kPa.
5.3.5.3 Em condições estáticas (sem escoamento), a pres-
são da água em qualquer ponto de utilização da rede
predial de distribuição não deve ser superior a 400 kPa.
5.3.5.4 A ocorrência de sobrepressões devidas a transien-
tes hidráulicos deve ser considerada no dimensionamen-
to das tubulações. Tais sobrepressões são admitidas,
desde que não superem o valor de 200 kPa.
5.3.6 Dimensionamento da rede predial de distribuição
O dimensionamento das tubulações da rede predial de
distribuição deve ser efetuado com base em reconhecido
procedimento de cálculo, como aquele recomendado no
anexo A.
5.4 Proteção sanitária da água potável
5.4.1 Generalidades
A instalação predial de água fria deve ser projetada e
executada de modo que não haja possibilidade, dentro
dos limites da previsibilidade, de a água potável deixar
de atender ao padrão de potabilidade, constituindo-se
em risco para a saúde humana, ou de ela ficar inadequa-
da para o uso pretendido. Entre o conjunto de cuidados a
serem observados, a instalação predial de água fria não
deve especificamente afetar a qualidade da água através
de:
a) contato com materiais inadequados;
b) refluxo de água usada para a fonte de abastecimento
ou para a própria instalação predial de água fria;
c) interligação entre a tubulação conduzindo água
potável e a tubulação conduzindo água não potável.
Cópia não autorizada
NBR 5626:1998 13
5.4.2 Cuidados com materiais utilizados
5.4.2.1 A preservação da potabilidade da água deve ser
considerada na especificação e seleção cuidadosa dos
materiais (ver seção 4) e na execução da instalação pre-
dial de água fria.
5.4.2.2 Tendo por objetivo aumentar o grau de segurança
quanto à preservação da potabilidade da água, quando
da escolha de materiais e componentes, recomenda-se
que os fabricantes assegurem a conformidade de seus
produtos com as normas específicas, relativas à referida
preservação. Deve ser dada preferência à certificação
de terceira parte.
5.4.2.3 A superfície de qualquer componente que entre
em contato com água potável não deve ser revestida
com alcatrão ou com qualquer material que contenha al-
catrão.
5.4.2.4 Nenhuma tubulação deve ser instalada enterrada
em solos contaminados. Na impossibilidade de atendi-
mento, medidas eficazes de proteção devem ser adota-
das.
5.4.2.5 As tubulações não devem ser instaladas dentro
ou através de: caixas de inspeção, poços de visita, fossas,
sumidouros, valas de infiltração, coletores de esgoto sani-
tário ou pluvial, tanque séptico, filtro anaeróbio, leito de
secagem de lodo, aterro sanitário, depósito de lixo, etc.
5.4.2.6 Nenhuma tubulação suscetível de deterioração,
quando em contato com determinada substância, pode
ser instalada em local onde tal substância possa estar
presente, a menos que sejam tomadas medidas para
evitar o contato dessas substâncias com as tubulações.
5.4.3 Proteção contra refluxo de água
5.4.3.1 Para preservar a potabilidade da água, devem ser
tomadas medidas de proteção contra o refluxo de água
servida.
As medidas devem considerar a proteção do ponto de
utilização (ver 5.4.3.2, 5.4.3.3 e 5.4.3.4) destinada a pre-
servar a potabilidade da água no interior da instalação
predial de água fria, e uma outra proteção (ver 5.4.3.5)
destinada a preservar a potabilidade da água da fonte
de abastecimento.
Adicionalmente, medidas de proteção complementares
devem ser tomadas quando a instalação predial de água
fria se destina a abastecer um conjunto de sub-instalações
que se repetem na direção vertical, como no caso de pré-
dios de muitos pavimentos, ou na direção horizontal, como
no caso do conjunto de casas de um condomínio.
Essa proteção complementar se destina a prevenir o
refluxo das sub-instalações para a tubulação que as in-
terliga, tanto no caso de tipo de abastecimento direto (ver
5.4.3.7) como no caso de tipo de abastecimento indireto
(ver 5.4.3.6).
Tabela 1 - Vazão nos pontos de utilização em função do aparelho sanitário e da peça de utilização
Vazão de projeto
L/s
Caixa de descarga 0,15
Válvula de descarga 1,70
Banheira Misturador (água fria) 0,30
Bebedouro Registro de pressão 0,10
Bidê Misturador (água fria) 0,10
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10
Lavadora de pratos ou de roupas Registro de pressão 0,30
Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15
com sifão
integrado
sem sifão Caixa de descarga, registro de pressão ou
integrado válvula de descarga para mictório
0,15
por metro de calha
Torneira ou misturador (água fria) 0,25
Torneira elétrica 0,10
Tanque Torneira 0,25
Torneira de jardim ou lavagem
em geral
Aparelho sanitário Peça de utilização
Bacia sanitária
Mictório cerâmico
Válvula de descarga 0,50
0,15
Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão
Pia
Torneira 0,20
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14 NBR 5626:1998
5.4.3.2 Um dispositivo de prevenção ao refluxo deve ser
previsto em cada ponto de utilização ou de suprimento
de água, instalado no próprio ponto de utilização ou supri-
mento, ou em local o mais próximo possível.
O dispositivo de prevenção ao refluxo mais efetivo é a
separação atmosférica padronizada, representada na fi-
gura 1. Outros dispositivos podem ser utilizados, mas,
para serem considerados efetivos contra a retrossifona-
gem, devem apresentar resultado satisfatório quando
submetidos ao ensaio previsto no anexo B.
Entre esses dispositivos mencionam-se os seguintes:
a) separação atmosférica não padronizada (quando
não atende ao representado na figura 1); e
b) quebrador de vácuo3)
(dispositivo que pode ser
independente ou incorporado à peça de utilização,
como ocorre em alguns modelos de caixa de des-
carga).
Além da proteção contra a retrossifonagem, os pontos de
utilização que de alguma forma possam estar sujeitos à
condição de conexão cruzada devem ser protegidos
contra o refluxo de água.
5.4.3.3 Em edifícios de diversos pavimentos alimentados
indiretamente a partir de um reservatório superior, quando
o atendimento de 5.4.3.2 aponta para a necessidade da
instalação de um dispositivo quebrador de vácuo, consi-
derado inadequado quanto às suas características
operacionais ou mesmo estéticas, admite-se que a pro-
teção exigida em 5.4.3.2 possa ser obtida substituindo-
se o quebrador de vácuo pela ventilação da coluna de
distribuição, conforme mostra a figura 2, desde que tal
ventilação estenda sua ação aos pontos de utilização
em questão.
Como a ventilação da coluna de distribuição é uma pro-
teção não localizada (em contraposição ao exigido em
5.4.3.2), a garantia dessa proteção exige determinados
cuidados, a fim de não se ter anulada a ação da referida
coluna, como, por exemplo, não existir nenhuma possibili-
dade de bloqueio entre o ponto de ventilação e o ramal
que alimenta os pontos de utilização.
5.4.3.4 No caso de residências unifamiliares, térreas ou
assobradadas, alimentadas indiretamente a partir de um
reservatório superior, a proteção de todos os pontos de
utilização da sua rede predial de distribuição pode ser
obtida pela ventilação da rede de maneira análoga àque-
la recomendada em 5.4.3.6. No caso de válvula de descar-
ga alimentada por tubulação exclusiva, não é exigível tal
ventilação.
5.4.3.5 Para proteção da fonte de abastecimento, um dis-
positivo de prevenção ao refluxo, do tipo conjunto combi-
nado de válvula de retenção e quebrador de vácuo, ou
outro similar, deve ser instalado junto a ela no caso de ti-
po de abastecimento direto. Se o abastecimento for feito
a partir de rede pública, a aceitação desta exigência,
bem como o local de instalação, ficam a critério da
concessionária. Se houver reservatório na instalação pre-
dial de água fria e o alimentador predial não alimentar
nenhum ponto de utilização intermediário entre a fonte
de abastecimento e o ponto de suprimento, então, a sepa-
ração atmosférica no reservatório, conforme a figura a 1,
pode ser considerada como proteção da fonte de abas-
tecimento.
5.4.3.6 No caso de tipo de abastecimento indireto, em
edifícios de diversos pavimentos alimentados através de
colunas de distribuição, que alimentam aparelhos des-
providos de separação atmosférica, deve ser prevista
uma proteção contra refluxo de água de um ramal para
as referidas colunas. Recomenda-se a ventilação de colu-
na de distribuição conforme a figura 2. O diâmetro da
tubulação de ventilação deve ser definido pelo projetista,
sendo recomendável a adoção de diâmetro igual ao da
coluna de distribuição. O ponto de junção da tubulação
de ventilação com a coluna de distribuição deve estar lo-
calizado a jusante do registro de fechamento existente
na própria coluna.
5.4.3.7 No caso de tipo de abastecimento direto para um
conjunto de edifícios separados e abastecidos individual-
mente, a partir de tubulação que desempenhe função si-
milar à de uma coluna de distribuição, deve ser prevista
uma proteção contra refluxo de água da instalação predial
de água fria de cada edifício para a referida tubulação.
Recomenda-se que um dispositivo de prevenção ao re-
fluxo do tipo conjunto combinado de válvula de retenção
e quebrador de vácuo, ou outro similar, seja instalado
conforme a figura 3.
5.4.4 Proteção contra interligação entre água potável e não
potável
5.4.4.1 Não deve haver interligação entre tubulação que
conduza água fornecida por redes públicas de concessio-
nárias e tubulação que conduza água proveniente de
sistema particular de abastecimento (conexão cruzada),
seja esta última com água potável ou não.
5.4.4.2 Em instalação predial de água fria abastecida com
água não potável, todas as tubulações, reservatórios e
pontos de utilização devem ser adequadamente identi-
ficados através de símbolos e cores, e devem advertir os
usuários com a seguinte informação: “ÁGUA NÃO PO-
TÁVEL”.
5.4.4.3 A instalação predial de água fria destinada tanto
ao uso doméstico da água quanto ao uso não doméstico,
e abastecida a partir de uma mesma fonte de abasteci-
mento de água potável, deve preservar a potabilidade
da água na própria instalação, bem como na fonte de
abastecimento. Para tanto, devem ser previstas medidas
necessárias de proteção, no que diz respeito ao uso não
doméstico, considerado o risco relativo a cada caso parti-
cular, bem como observadas as exigências pertinentes
ao uso doméstico da água.
3)
Na ocasião da elaboração desta Norma, os dispositivos quebradores de vácuo independentes para instalações prediais de água fria,
apesar de disponíveis no mercado nacional, ainda não são difundidos no meio técnico; contudo, dado o seu emprego disseminado em
outros países, eles são aqui mencionados dentro da premissa de uma maior utilização no futuro. Já os quebradores de vácuo
incorporados à peça de utilização ocorrem em alguns modelos de caixa de descarga. Cabe ainda notar que os quebradores de vácuo
não se constituem em proteção contra o refluxo de água que ocorre quando se estabelece o mecanismo de vasos comunicantes.
Cópia não autorizada
NBR 5626:1998 15
Figura 2 - Esquema da ventilação na coluna
d - Diâmetro interno do ponto de suprimento ou de utilização
de água
S - Separação atmosférica
L - Distância mínima entre o ponto de suprimento ou de
utilização de água e qualquer obstáculo próximo a ele
Lmín.
= 3 d
Altura mínima da separação atmosférica
d Smín.
mm mm
d ≤ 14 20
14 < d ≤ 21 25
21 < d ≤ 41 70
41 < d 2 d
Figura 1 - Esquema de separação atmosférica padronizada
Cópia não autorizada
16 NBR 5626:1998
5.5 Economia de água e conservação de energia
5.5.1 Generalidades
O projeto da instalação predial de água fria deve ser ela-
borado de modo a tornar o mais eficiente possível o uso
da água e energia nela utilizadas. Usualmente, este prin-
cípio implica a redução do consumo de água e energia a
valores mínimos necessários e suficientes para o bom
funcionamento da instalação e para satisfação das exi-
gências do usuário.
5.5.2 Pressão excessiva
Uma pressão hidráulica excessiva na peça de utilização
tende a aumentar desnecessariamente o consumo de
água. Em condições dinâmicas, os valores das pressões
nessas peças devem ser controlados para resultarem
próximos aos mínimos necessários.
5.5.3 Extravasão não perceptível
As tubulações de aviso dos reservatórios devem ser posi-
cionadas de modo que qualquer escoamento ocorra em
local e de forma prontamente constatável.
5.5.4 Impermeabilização
Todo lago, tanque, chafariz ou espelho que utilize água
no seu enchimento, ou mesmo para funcionamento de
alguma parte, deve receber revestimento impermeabili-
zante específico, principalmente quando a água é pro-
veniente de concessionária.
5.5.5 Descarga em bacias sanitárias
5.5.5.1 As caixas e válvulas de descarga, usualmente em-
pregadas em bacias sanitárias, devem atender, respecti-
vamente, as NBR 11852 e NBR 12904, principalmente
no que se refere à vazão de regime e ao volume de des-
carga.
5.5.5.2 De acordo com a NBR 6452, as bacias sanitárias
são classificadas em três tipos segundo o volume de
água consumida por descarga. Dessa forma os fabrican-
tes devem informar a faixa de consumo para cada modelo
de bacia que fabricam. Recomenda-se a escolha do tipo
de menor consumo, respeitadas as limitações dadas pe-
los aspectos culturais.
5.5.6 Descarga em mictórios
5.5.6.1 O sistema de limpeza de mictórios deve ser pro-
jetado levando-se em conta o seu desempenho e a efi-
ciência no uso da água. O conhecimento da distribuição,
da freqüência de uso e do tipo de usuário são elementos
necessários à definição do sistema de limpeza a ser ado-
tado. O sistema de limpeza pode ser automático, operado
ou misto. Os valores de volume, vazão e freqüência de
descarga são, em geral, função do grau de limpeza dese-
jado segundo o tipo de aparelho sanitário usado.
5.5.6.2 Em situações onde há um número significativo de
mictórios, é recomendável que a limpeza seja efetuada
através de sistema automático de descarga, ajustado para
Figura 3 - Esquema da localização do dispositivo de proteção
Cópia não autorizada
NBR 5626:1998 17
fornecer até 2,5 L por descarga em mictórios individuais
ou a cada 70 cm de comprimento em mictório tipo calha.
O sistema de limpeza automático que utiliza caixas de
descarga deve ser estabelecido de modo que ocorram,
no máximo, duas a três descargas por hora em situações
de baixa e média freqüência de uso. Na alimentação do
sistema deve ser instalado um registro de fechamento
comandado por um temporizador, ou outro dispositivo,
capaz de fechar automaticamente a entrada da água
quando o prédio não estiver sendo usado.
No caso de mictório de uso menos intenso, ou onde seja
possível contar com uma correta operação por parte do
usuário, a limpeza através de sistema não automático,
acionada pelo próprio usuário sempre que necessária,
pode resultar em economia de água, se cada mictório for
utilizado com intervalo de tempo entre descargas maior
ou igual que aquele que se verificaria no caso de sistema
automático.
5.5.6.3 Atenção especial deve ser prestada às situações
de não utilização, ou de baixa freqüência de utilização,
de mictórios, evitando-se o desperdício de água através
de sistemas de limpeza automáticos ou mistos. Em parti-
cular, destacam-se os seguintes períodos de não utiliza-
ção: período noturno, finais de semana, época de férias,
faixas de utilização entre horários de pico, entre outros.
5.5.7 Torneiras e válvulas de fechamento automático
Estes componentes não devem originar choques mecâ-
nicos durante o funcionamento e não devem apresentar
vazamentos ao fechar. Devem ser utilizados apenas em
situações onde a inspeção regular e a manutenção pos-
sam ser asseguradas para evitar que falhas de funciona-
mento levem a eventual desperdício de água.
5.5.8 Arejadores para torneiras
O arejador instalado na saída de uma torneira possui ori-
fícios na sua superfície lateral que permitem a entrada de
ar durante o escoamento da água e dão ao usuário a
sensação de uma vazão maior do que é na realidade.
Atenção especial deve ser prestada à informação do fa-
bricante quanto à pressão mínima da água, para garantir
o funcionamento adequado do arejador. Deve-se obser-
var que há modelos de torneira cujo dispositivo instalado
na sua saída funciona apenas como concentrador de
jato, e não como arejador.
5.5.9 Lavadoras domésticas
Considerando que o consumo das lavadoras pode atingir
valores elevados e visando o melhor aproveitamento de
água e energia, recomenda-se que a escolha delas seja
feita com base no seu consumo de água, por ciclo comple-
to de funcionamento, e na adequação dos seus recursos
face ao tipo de utilização previsto.
5.5.10 Bombeamento de água
5.5.10.1 Em instalações elevatórias, do tipo de abasteci-
mento direto, o consumo de energia elétrica pode ser mi-
nimizado mediante o aproveitamento racional das condi-
ções de pressão da água disponível na fonte de abasteci-
mento. No caso de abastecimento a partir de rede pública,
as informações necessárias podem ser obtidas junto à
concessionária (ver 5.1.3.2).
5.5.10.2 O consumo de energia em instalações elevatórias
pode ser minimizado através de uma correta escolha da
bomba, observando-se o tipo e características de desem-
penho segundo os condicionantes de projeto. Ainda no
que concerne à economia de energia, deve-se conside-
rar que o consumo de energia elétrica nos motores de
bombas hidráulicas é função da potência demandada e
do tempo de utilização. No cômputo da potência, deve-
se ter em conta que na partida os motores elétricos de-
mandam uma corrente elétrica superior à de regime, daí
decorrendo uma maior potência consumida e, portanto,
consumo de energia superior quando comparado com a
situação de regime.
5.5.11 Chuveiro elétrico
O consumo de energia elétrica depende basicamente da
potência elétrica e da duração do banho. A potência do
chuveiro é escolhida em função da vazão e da elevação
de temperatura desejada. A NBR 11304 estabelece que
o fabricante de chuveiros deve informar o consumo men-
sal mínimo e o consumo mensal máximo de energia elétri-
ca por pessoa.
5.6 Acessibilidade e proteção das tubulações e
componentes em geral
5.6.1 Generalidades
5.6.1.1 Além das exigências mínimas de acessibilidade
que a concessionária eventualmente possa fixar, o pro-
jeto da instalação predial de água fria deve considerar
vantagens e desvantagens decorrentes da forma adotada
para instalação das tubulações e dos componentes em
geral. É fundamental que haja fácil acesso para manuten-
ção. Os principais fatores que condicionam a decisão
quanto ao grau de acessibilidade que deve ser adotado
são:
a) o uso para o qual o edifício se destina (importância
da estética, conseqüências de vazamentos em par-
tes inacessíveis, existência ou não de procedimentos
de manutenção);
b) o valor dos custos de investimento inicial ou de
manutenção decorrentes da adoção de condições
de acessibilidade aprimoradas (facilidade para pro-
jetar dutos, conseqüências de mudanças de direção
das tubulações, facilidade para prover painéis de
acesso ou coberturas removíveis, disponibilidade de
galerias de serviço); e
c) as características dos materiais das tubulações e
os tipos de juntas (confiabilidade de juntas, resistên-
cia à corrosão, flexibilidade do tubo quando instalado
em dutos curvilíneos ou suportes).
5.6.1.2 Na maioria das vezes, a decisão deve ser orientada
pelas opiniões pessoais do projetista, do instalador, do
construtor ou do próprio usuário. Contudo, desde que as
conseqüências econômicas e ambientais, resultantes de
condições de acessibilidade insuficientes, possam vir a
ser consideráveis, a decisão não deve ser tomada precipi-
tadamente, sem a devida consideração. Entre tais con-
seqüências incluem-se a destruição de decorações e
revestimentos caros ou de pisos e azulejos de cerâmica
difíceis de serem encontrados e a elevação em escala
Cópia não autorizada
18 NBR 5626:1998
dos custos de reposição. A alta incidência de patologias
observada em instalações prediais de água fria de edifí-
cios habitacionais, as dificuldades de identificação das
causas patológicas e a quase impossibilidade de reparo
em muitos casos reforçam a necessidade de cuidados
com a questão da acessibilidade.
5.6.1.3 No que concerne à operação e manutenção da
instalação predial de água fria, recomenda-se observar
no projeto o princípio de máxima acessibilidade a todas
as suas partes. Esse princípio conduz, em geral, à locali-
zação das tubulações de forma totalmente independente
das estruturas, alvenarias e revestimentos. Para passa-
gem e acomodação das tubulações devem ser previstos
espaços livres contendo aberturas para inspeção, repa-
ros e substituições sem que haja necessidade de destrui-
ção das coberturas. Podem também ser utilizados forros
ou paredes falsas, dutos, galerias de serviço ou outras
disposições igualmente eficazes. No que se refere à ins-
talação de reservatórios, bombas hidráulicas, válvulas
reguladoras de pressão e outras partes, o princípio conduz
à previsão de espaço suficiente ao redor destes para ga-
rantir a realização das atividades de manutenção, bem
como a movimentação segura da pessoa encarregada
de executá-las.
5.6.2 Tubulação passando através de paredes ou pisos
5.6.2.1 Nos casos onde há necessidade de atravessar
paredes ou pisos através de sua espessura, devem ser
estudadas formas de permitir a movimentação da tubula-
ção, em relação às próprias paredes ou pisos, pelo uso
de camisas ou outro meio, igualmente eficaz.
5.6.2.2 A camisa deve apresentar a necessária resistência
aos esforços a que é submetida, de forma a garantir a in-
tegridade da tubulação que contém, ser devidamente
ancorada à parede ou piso que atravessa e conter apenas
a tubulação a ela destinada, não sendo permitida, inclusi-
ve, a passagem de elementos de outras instalações, como
é o caso de cabos elétricos.
5.6.2.3 Nos casos onde há necessidade de selar o espaço
existente entre a tubulação e a camisa ou outro meio uti-
lizado, visando, por exemplo, garantir estanqueidade à
água, evitar passagem de insetos, impedir a passagem
de fumaça (atendendo norma relativa à segurança ao
fogo), etc., o selo deve ser permanentemente flexível para
permitir a movimentação da tubulação.
5.6.3 Tubulação instalada dentro de paredes ou pisos (não
estruturais)
5.6.3.1 A instalação de tubulações no interior de paredes
ou pisos (tubulação recoberta ou embutida) deve consi-
derar duas questões básicas: a manutenção e a movi-
mentação das tubulações em relação às paredes ou aos
pisos. No que se refere à movimentação, em especial, há
que se preservar a integridade física e funcional das tubu-
lações frente aos deslocamentos previstos das paredes
ou dos pisos.
5.6.3.2 Os espaços livres existentes (como, por exemplo:
pisos elevados, paredes duplas, etc.), destinados a outros
fins que não o da passagem de tubulações, não devem
ser aproveitados de forma improvisada. O aproveitamen-
to de tais espaços só é permitido quando considerados
de forma integrada no desenvolvimento do projeto.
5.6.3.3 As tubulações recobertas, instaladas em dutos,
devem ser fixadas ou posicionadas através da utilização
de anéis, abraçadeiras, grampos ou outros dispositivos.
5.6.4 Tubulação aparente
5.6.4.1 Qualquer tubulação aparente deve ser posicionada
de forma a minimizar o risco de impactos danosos à sua
integridade. Situações de maior risco requerem a adoção
de medidas complementares de proteção contra impactos.
5.6.4.2 O espaçamento entre suportes, ancoragens ou
apoios deve ser adequado, de modo a garantir níveis de
deformação compatíveis com os materiais empregados.
5.6.4.3 Os materiais utilizados na fabricação de suportes,
ancoragens e apoios, bem como os seus formatos, devem
ser escolhidos de forma a não propiciar efeitos deletérios
sobre as tubulações por eles suportadas. Devem ser con-
sideradas as possibilidades de corrosão, as exigências
de estabilidade mecânica, as necessidades de movimen-
tação e o espaço necessário para inserção de isolantes.
5.6.5 Tubulações enterradas
5.6.5.1 A tubulação enterrada deve resistir à ação dos
esforços solicitantes resultantes de cargas de tráfego,
bem como ser protegida contra corrosão e ser instalada
de modo a evitar deformações prejudiciais decorrentes
de recalques do solo. Quando houver piso ao nível da
superfície do solo, recomenda-se que a tubulação enterra-
da seja instalada em duto, para garantir a acessibilidade
à manutenção.
5.6.5.2 Em solos moles, sujeitos a recalques, ou em terre-
nos de características diferenciadas, devem ser proje-
tados berços especiais de assentamento, levando-se em
consideração as solicitações a que estará submetida a
tubulação em função dos esforços aplicados na superfície
do terreno.
5.6.5.3 Tendo em vista resguardar a segurança de fun-
dações e outros elementos estruturais e facilitar a manu-
tenção das tubulações, é recomendável manter um distan-
ciamento mínimo de 0,5 m entre a vala de assentamento
e as referidas estruturas.
5.6.5.4 Se a tubulação contiver registro de fechamento ou
de utilização, deve ser prevista caixa de proteção e cana-
leta, ou outra forma conveniente de acesso para mano-
bras na superfície. Esse elemento deve contar com tampa
ou portinhola de fácil operação, concordante com o aca-
bamento da superfície e resistente aos esforços que irão
atuar sobre ela.
5.6.6 Interação com elementos estruturais
5.6.6.1 A tubulação não deve ser embutida ou solidariza-
da longitudinalmente às paredes, pisos e demais ele-
mentos estruturais do edifício, de forma a não ser preju-
dicada pela movimentação destes e de forma a garantir
a sua manutenção. No caso em que a tubulação corre
paralela a elementos estruturais, a sua fixação pode ser
feita através de abraçadeiras ou outras peças que permi-
tam a necessária movimentação e facilitem a manuten-
ção. Uma outra solução alternativa é a utilização de tubu-
lação recoberta em duto especialmente projetado para
tal fim.
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5.6.6.2 Na eventual necessidade de atravessar elementos
estruturais no sentido da sua espessura, deve haver con-
sulta específica ao projetista de estruturas para que a
abertura necessária seja adequadamente dimensionada.
5.6.6.3 Admite-se a instalação de tubulação no interior de
parede de alvenaria estrutural, desde que seja tubulação
recoberta em duto especialmente projetado para tal fim.
Neste caso, o projeto da estrutura do edifício deve contem-
plar, como parte integrante deste, a solução adotada para
a instalação predial de água fria.
5.6.7 Reservatórios
5.6.7.1 O reservatório deve ser instalado de forma a garan-
tir sua efetiva operação e manutenção, de forma mais
simples e econômica possível.
5.6.7.2 O acesso ao interior do reservatório, para inspeção
e limpeza, deve ser garantido através de abertura com
dimensão mínima de 600 mm, em qualquer direção. No
caso de reservatório inferior, a abertura deve ser dotada
de rebordo com altura mínima de 100 mm para evitar a
entrada de água de lavagem de piso e outras.
5.6.7.3 O espaço em torno do reservatório deve ser sufi-
ciente para permitir a realização das atividades de manu-
tenção, bem como de movimentação segura da pessoa
encarregada de executá-las. Tais atividades incluem: re-
gulagem da torneira de bóia, manobra de registros, monta-
gem e desmontagem de trechos de tubulações, remoção
e disposição da tampa e outras.
5.6.7.4 Recomenda-se observar uma distância mínima
de 600 mm (que pode ser reduzida até 450 mm, no caso
de reservatório de pequena capacidade até 1 000 L):
a) entre qualquer ponto do reservatório e o eixo de
qualquer tubulação próxima, com exceção daquelas
diretamente ligadas ao reservatório;
b) entre qualquer ponto do reservatório e qualquer
componente utilizado na edificação que possa ser
considerado um obstáculo permanente;
c) entre o eixo de qualquer tubulação ligada ao reser-
vatório e qualquer componente utilizado na edifica-
ção que possa ser considerado um obstáculo per-
manente.
5.6.7.5 No caso de reservatório inferior, a observância
das condições de acessibilidade deve ser feita em con-
junto com as condições de preservação de potabilidade
estabelecidas conforme 5.2.4.8.
5.7 Controle de ruídos e vibrações
5.7.1 Generalidades
5.7.1.1 As instalações prediais de água fria devem ser
projetadas e executadas de maneira a atender as neces-
sidades de conforto do usuário, com respeito aos níveis
de ruído produzidos ou transmitidos pela própria instala-
ção, bem como de maneira a evitar que as vibrações ve-
nham a provocar danos à instalação predial de água fria
ou às demais partes do edifício.
5.7.1.2 Para o conforto do usuário, devem ser levadas em
consideração as exigências relativas aos níveis de ruído
admissíveis segundo o tipo de uso do edifício servido pe-
la instalação predial de água fria.
5.7.2 Orientações para projeto
Para elaboração de projeto que atenda aos requisitos de
5.7.1, recomenda-se observar, pelo menos, as orienta-
ções contidas no anexo C.
6 Execução
6.1 Condições gerais
6.1.1 A execução da instalação predial de água fria deve
ser levada a efeito em conformidade com o respectivo
projeto. Eventuais alterações que se mostrem necessá-
rias durante a execução devem ser aprovadas pelo pro-
jetista e devidamente registradas em documento compe-
tente para tal fim.
6.1.2 A execução da instalação predial de água fria deve
ser feita por instalador legalmente habilitado e qualifi-
cado.
6.1.3 Para a execução da instalação predial de água fria,
deve ser estabelecido um procedimento, visando desen-
volver as atividades dentro de critérios de higiene compa-
tíveis com a finalidade da instalação. Desta forma, o in-
terior das tubulações, reservatórios e demais partes deve
ser mantido sempre limpo, livre de resíduos originados
das operações de execução da instalação propriamente
dita, ou oriundos de outras atividades realizadas em can-
teiro.
6.1.4 No desenvolvimento das atividades de execução
da instalação predial de água fria, deve ser observado
um procedimento, visando oferecer condições adequa-
das ao trabalho, que respeite, inclusive, as exigências
que são estabelecidas com relação à segurança do tra-
balho.
6.2 Trabalho no canteiro de obra
6.2.1 Manuseio de materiais e componentes
6.2.1.1 Todos os materiais e componentes empregados
na execução das instalações prediais de água fria devem
ser manuseados de forma cuidadosa, com vistas a reduzir
danos. Nesse sentido, deve haver e devem ser seguidas
recomendações dos fabricantes quanto ao carregamento,
transporte, descarregamento e armazenamento dos ma-
teriais e componentes. Da mesma forma, devem ser
observadas as normas técnicas pertinentes referidas na
seção 4.
6.2.1.2 Os componentes fabricados em fibrocimento estão
sujeitos às exigências estabelecidas na Portaria nº 01 da
Secretaria Nacional do Trabalho. No que se refere à
execução de furos, em reservatórios domiciliares, a Por-
taria estabelece níveis de concentração de fibras respi-
ráveis de amianto, bem como os outros cuidados relativos
ao controle do ambiente e à proteção necessária ao pes-
soal envolvido.
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6.2.2 Junta nas tubulações: generalidades
6.2.2.1 As juntas devem ser executadas segundo procedi-
mentos técnicos que garantam o desempenho adequado
da tubulação. No estabelecimento de tais procedimentos,
devem ser consideradas as recomendações do fabrican-
te, que podem vir a ser parte integrante destes, assim co-
mo normas eventualmente existentes.
6.2.2.2 Na execução de juntas, cuidados devem ser toma-
dos de modo a garantir que sejam removidos os materiais
aderentes às extremidades das tubulações e de modo a
impedir que os materiais utilizados entrem no seu interior.
Nesse sentido, tubos, conexões e demais componentes
devem ser limpos, internamente, e livres de partículas de
areia, terra, poeira, pó metálico e outros.
6.2.3 Junta nas tubulações: tubos de aço-carbono
galvanizado
6.2.3.1 As juntas são executadas por rosqueamento do
tubo em conexões de ferro fundido galvanizado. As ros-
cas devem obedecer à NBR 6414. Caso se utilize material
vedante para garantir a estanqueidade da junta, tal mate-
rial não deve implicar risco ao padrão de potabilidade da
água.
6.2.3.2 Para abrir rosca em tubo, deve ser adotado procedi-
mento que contemple os seguintes cuidados: o plano de
corte do tubo deve ser perpendicular ao seu eixo, as re-
barbas externas e internas devem ser eliminadas, a rosca
deve resultar coaxial com o eixo do tubo e o comprimento
útil da rosca deve observar os valores estabelecidos na
NBR 6414.
6.2.3.3 A superfície da rosca e de áreas adjacentes que
perderam o revestimento antioxidante devem ser prote-
gidas contra corrosão. Uma forma recomendável de fazer
tal proteção consiste na aplicação de pintura com tinta
antioxidante tipo epóxi/poliamida rica em zinco que, quan-
do seca, apresenta película com teor mínimo de 90% de
zinco metálico. A pintura deve ser precedida de limpeza
com substância desengordurante e devida secagem. Aqui
também o material usado na pintura não deve implicar
risco ao padrão de potabilidade; por isso, para as su-
perfícies sujeitas ao contato com a água, é proibido o uso
de zarcão por conter chumbo na sua composição.
6.2.3.4 No caso de tubulações enterradas, quando as con-
dições previstas forem desfavoráveis, propícias à corro-
são, a tubulação deve receber pintura com tinta betumi-
nosa ou outro tipo de proteção antioxidante (ver ane-
xo D).
6.2.3.5 As roscas dos tubos, das conexões e das demais
superfícies da tubulação cujo revestimento protetor de
zinco tenha sido danificado e cuja recuperação seja viá-
vel devem ser inicialmente escovadas ou lixadas para
remoção da ferrugem, sendo em seguida limpas para re-
ceberem proteção contra corrosão, conforme 6.2.3.4.
6.2.4 Junta nas tubulações: tubos de cobre
6.2.4.1 Para execução de juntas soldadas, a extremidade
do tubo deve ser cortada de modo a permitir o seu aloja-
mento completo dentro da conexão. O corte deve ser fei-
to com ferramenta em boas condições de uso para evitar
deformações e garantir a perpendicularidade do plano
de corte em relação ao eixo do tubo. Qualquer extremida-
de defeituosa deve ter sua forma original recuperada,
mediante o uso de ferramenta adequada, antes da exe-
cução da junta.
6.2.4.2 Quando são utilizadas conexões de cobre e de li-
ga de cobre, as superfícies dos tubos e das conexões a
serem unidas devem ser lixadas, com lixa ou escova de
aço finas, e nelas deve ser aplicada uma película de
pasta de solda conforme recomendada pelo fabricante,
cobrindo totalmente as superfícies. A junta deve ser aque-
cida até uma temperatura na qual a solda flua por
capilaridade no sentido de preencher o espaço da junta.
A solda pode estar integrada à conexão (anel interno de
solda) ou ser alimentada através de um fio de solda. A
junta deve permanecer imobilizada até que a solda tenha
esfriado e se solidificado. O eventual excesso de pasta
deve ser removido.
6.2.4.3 No caso de tubulações enterradas, quando as con-
dições previstas forem favoráveis à corrosão, a tubula-
ção deve receber proteção antioxidante adequada (ver
anexo D).
6.2.5 Junta nas tubulações: tubos de PVC rígido
6.2.5.1 Para execução de juntas soldadas, a extremidade
do tubo deve ser cortada de modo a permitir seu aloja-
mento completo dentro da conexão. O corte deve ser fei-
to com ferramenta em boas condições de uso, para se
obter uma superfície de corte bem acabada e garantir a
perpendicularidade do plano de corte em relação ao eixo
do tubo. As rebarbas internas e externas devem ser elimi-
nadas com lima ou lixa fina. As superfícies dos tubos e
das conexões a serem unidas devem ser lixadas com
lixa fina e limpas com solução limpadora recomendada
pelo fabricante. Ambas as superfícies devem receber uma
película fina de adesivo plástico (solda). A extremidade
do tubo deve ser introduzida até o fundo da bolsa, sendo
mantido imóvel por cerca de 30 s para pega da solda.
Remover o excesso de adesivo e evitar que a junta sofra
solicitações mecânicas por um período de 5 min.
6.2.5.2 Para execução de juntas rosqueadas devem ser
observadas as orientações estabelecidas conforme
6.2.3.1 a 6.2.3.3. Recomenda-se que o material vedante
a ser utilizado seja fita de PTFE (politetrafluoretileno) ou
outro material indicado pelo fabricante de tubos ou cone-
xões.
6.2.5.3 É proibido o encurvamento de tubos e a execução
de bolsas nas suas extremidades, tendo em vista que os
equipamentos e as condições adequadas para tal fim
não estão disponíveis no mercado, no momento atual.
6.2.6 Assentamento de tubulações em valas
6.2.6.1 A largura das valas deve ser suficiente para permitir
o assentamento, a montagem e o preenchimento das tu-
bulações sob condições adequadas de trabalho.
6.2.6.2 O fundo das valas deve ser cuidadosamente prepa-
rado, de forma a criar uma superfície firme e contínua pa-
ra suporte das tubulações. O leito deve ser constituído de
material granulado fino, livre de descontinuidades, como
pontas de rochas ou outros materiais perfurantes. No
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reaterro das valas, o material que envolve a tubulação
também deve ser granulado fino e a espessura das cama-
das de compactação deve ser definida segundo o tipo de
material de reaterro e o tipo de tubulação.
6.2.6.3 As tubulações devem ser mantidas limpas, de-
vendo-se limpar cada componente internamente antes
do seu assentamento, mantendo-se a extremidade tam-
pada até que a montagem seja realizada.
6.2.6.4 Os revestimentos de proteção devem ser examina-
dos para verificação de sua integridade, reparando-se
eventuais danos ou defeitos, de forma a garantir sua con-
tinuidade.
6.2.7 Ligação hidráulica de tubulações em reservatório
domiciliar
6.2.7.1 Na execução de ligações hidráulicas, deve ser
considerada eventual movimentação ou deformação do
reservatório quando cheio de água, para se evitar tensões
deletérias à ligação hidráulica, não previstas em projeto.
6.2.7.2 Nas ligações hidráulicas com reservatórios fabri-
cados em fibrocimento, aço ou material plástico (reforçado
ou não), devem ser utilizados componentes adequados,
previamente definidos em projeto. Recomenda-se o em-
prego de adaptador flangeado do tipo dotado de junta
adequada à tubulação a que estará ligado. Atenção es-
pecial deve ser dada à estanqueidade da ligação hidráu-
lica e, para tanto, recomenda-se o emprego de vedação
constituída por anéis de material plástico ou elástico nas
faces interna e externa do reservatório. Atenção também
deve ser dada, quanto à estanqueidade, quando a super-
fície do reservatório é curva ou irregular, devendo a veda-
ção ser apropriada. É necessário assegurar-se que os
materiais utilizados na vedação não comprometam o
padrão de potabilidade da água.
6.2.7.3 A ligação hidráulica com reservatórios moldados
em concreto, na obra, deve ser constituída por um seg-
mento de tubo ou conexão apropriada que atravessa a
parede do reservatório, nela posicionado por ocasião da
concretagem. As principais características que tal ligação
hidráulica deve atender são a estanqueidade, a resistên-
cia aos torques necessários durante a montagem das tu-
bulações e a compatibilidade do tipo de junta utilizada.
Recomenda-se, quando o segmento de tubo for em aço
carbono galvanizado ou em cobre, seja soldada uma
chapa metálica, coaxial, circular ou quadrada, com aber-
tura central igual ao diâmetro externo do segmento de tu-
bo e de dimensões externas aproximadamente o dobro
deste.
Para passagens embutidas em elementos de concreto
do reservatório, previstas em ferro fundido tipo pressão,
recomenda-se o uso de peças especiais, com abas de
vedação, próprias às linhas dos fabricantes.
6.3 Inspeção e ensaio
6.3.1 Generalidades
6.3.1.1 As inspeções e ensaios devem ser efetuados para
verificar a conformidade da execução da instalação pre-
dial de água fria com o respectivo projeto e se esta exe-
cução foi corretamente levada a efeito.
6.3.1.2 O instalador deve estabelecer procedimentos
necessários e suficientes para garantir os aspectos in-
dicados em 6.1.1 e 6.3.1.1.
6.3.1.3 As inspeções e ensaios aqui destacados não se
constituem integralmente nos procedimentos a que se
refere 6.3.1.2. Consistem, no entanto, em ações necessá-
rias para verificação de atividades de execução relaciona-
das a aspectos críticos de desempenho da instalação
predial de água fria.
6.3.1.4 As inspeções e ensaios podem se dar durante o
desenvolvimento da execução como também após a sua
conclusão.
6.3.2 Inspeção
6.3.2.1 As inspeções a serem executadas podem ser sim-
ples inspeção visual como, também, podem exigir a reali-
zação de medições, aplicação de cargas, pequenos en-
saios de funcionamento e outros.
6.3.2.2 A conformidade com o projeto e a correção das
atividades de execução são verificadas por inspeções,
que se efetuam durante todo o desenvolvimento da exe-
cução da instalação. Particular atenção deve ser dada
para o tipo, o material, as dimensões e o posicionamento
das tubulações.
6.3.2.3 Durante o assentamento das tubulações enterra-
das, deve ser efetuada inspeção visual, observando-se
particularmente a correta execução de juntas, instalação
de válvulas e registros e eventual proteção antioxidante
e mecânica. Deve ser observado também se o leito de
assentamento e o reaterro da vala seguem o procedimen-
to recomendado em 6.2.6.
6.3.2.4 Durante a instalação de tubulações aparentes,
embutidas ou recobertas, deve ser efetuada inspeção vi-
sual, observando-se particularmente a correta execução
de juntas, instalação de válvulas e registros. Atenção es-
pecial deve ser dada ao correto posicionamento dos pon-
tos de utilização.
6.3.2.5 Durante a construção de reservatórios domiciliares,
atenção especial deve ser dada ao correto posicionamen-
to de eventuais peças embutidas no concreto. Em reser-
vatórios pré-fabricados, observar a correta utilização dos
apoios especificados. Na aplicação de impermeabili-
zação, observar se esta cobre integralmente a área pre-
vista. Observar o correto posicionamento das ligações
hidráulicas.
6.3.2.6 Na fase de instalação das peças de utilização deve
ser verificado se as torneiras, os registros, as válvulas e
os outros componentes estão em conformidade com o
projeto. A resistência mecânica das fixações e o acaba-
mento geral da instalação devem ser particularmente
observados.
6.3.3 Ensaio de estanqueidade das tubulações
6.3.3.1 As tubulações devem ser submetidas a ensaio pa-
ra verificação da estanqueidade durante o processo de
sua montagem, quando elas ainda estão totalmente ex-
postas e, portanto, sujeitas a inspeção visual e a eventuais
reparos. A viabilização do ensaio nas condições citadas
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só ocorre, para os tipos usuais de construção de edifício,
se for realizado por partes, o que implica, necessariamen-
te, a inclusão desta atividade no planejamento geral de
construção do edifício. No entanto, as verificações da
estanqueidade por partes devem ser complementadas
por verificações globais, de maneira que o instalador
possa garantir ao final que a instalação predial de água
fria esteja integralmente estanque.
6.3.3.2 Tanto no ensaio de estanqueidade executado por
partes como no ensaio global, os pontos de utilização
podem contar com as respectivas peças de utilização já
instaladas ou, caso isto não seja possível, podem ser ve-
dados com bujões ou tampões.
6.3.3.3 O ensaio de estanqueidade deve ser realizado de
modo a submeter as tubulações a uma pressão hidráu-
lica superior àquela que se verificará durante o uso. O
valor da pressão de ensaio, em cada seção da tubulação,
deve ser no mínimo 1,5 vez o valor da pressão prevista
em projeto para ocorrer nessa mesma seção em condi-
ções estáticas (sem escoamento).
No caso de tubulações em instalação com tipo de abasteci-
mento indireto, o valor da pressão em condições estáticas
em uma certa seção é definido diretamente no projeto.
No caso de tubulações em instalação com tipo de abasteci-
mento direto, o valor da pressão em condições estáticas
em uma certa seção depende da faixa de variação da
pressão da rede pública, devendo ser adotado o maior
valor fornecido pela concessionária, considerando-se
eventuais parcelas devidas a diferenças de cota entre a
rede e o ponto de suprimento ou de utilização. Um procedi-
mento para execução do ensaio em determinada parte
da instalação predial de água fria é apresentado a seguir:
a) as tubulações a serem ensaiadas devem ser pre-
enchidas com água, cuidando-se para que o ar seja
expelido completamente do seu interior;
b) um equipamento que permita elevar gradativa-
mente a pressão da água deve ser conectado às tu-
bulações. Este equipamento deve possuir manô-
metro, adequado e aferido, para leitura das pressões
nas tubulações;
c) o valor da pressão de ensaio deve ser de 1,5 ve-
zes o valor da pressão em condições estáticas, pre-
visto em projeto para a seção crítica, ou seja, naquela
seção que em uso estará submetida ao maior valor
de pressão em condições estáticas;
d) alcançado o valor da pressão de ensaio, as tubula-
ções devem ser inspecionadas visualmente, bem
como deve ser observada eventual queda de pres-
são no manômetro. Após um período de pressuriza-
ção de 1 h, a parte da instalação ensaiada pode ser
considerada estanque, se não for detectado vaza-
mento e não ocorrer queda de pressão. No caso de
ser detectado vazamento, este deve ser reparado e
o procedimento repetido.
6.3.3.4 A pressão de ensaio em qualquer seção da tubula-
ção, conforme 6.3.3.3, deve ser superior a 100 kPa, qual-
quer que seja a parte da instalação sob ensaio conside-
rada.
6.3.4 Ensaio de estanqueidade em peças de utilização e
reservatórios domiciliares
6.3.4.1 O ensaio deve ser realizado após a execução da
instalação predial de água fria, com a instalação total-
mente cheia de água; dessa forma as peças de utilização
estarão sob condições normais de uso.
6.3.4.2 Todas as peças de utilização devem estar fechadas
e mantidas sob carga, durante o período de 1 h. Os regis-
tros de fechamento devem estar todos abertos. Os reserva-
tórios domiciliares devem estar preenchidos até o nível
operacional.
6.3.4.3 Deve-se observar se ocorrem vazamentos nas jun-
tas das peças de utilização e dos registros de fechamen-
to. Da mesma forma, devem-se observar as ligações hi-
dráulicas e os reservatórios.
6.3.4.4 Deve-se observar se ocorrem vazamentos nas pe-
ças de utilização, quando estas são manobradas, a fim
de se obter o escoamento próprio da condição de uso.
6.3.4.5 As peças de utilização e reservatórios domiciliares
podem ser considerados estanques se não for detectado
vazamento. No caso de ser detectado vazamento, este
deve ser reparado e o procedimento repetido.
6.4 Identificação e registros de execução
6.4.1 A instalação predial de água fria deve ser adequada-
mente identificada, de modo a garantir a sua operação e
manutenção, e permitir a sua eventual modificação. Tal
identificação deve ser estabelecida pelo projetista. A ins-
talação predial de água fria deve ser integralmente iden-
tificada, segundo estabelecido no projeto, desde a sua
execução.
6.4.2 A identificação estabelecida para as instalações pre-
diais de água fria deve levar em consideração os demais
sistemas prediais do edifício, de forma a deles se diferen-
ciar. No que se refere às instalações hidráulicas prediais
contra incêndio sob comando, deve ser observado o dis-
posto na NBR 13714.
6.4.3 No caso de tubulação embutida ou recoberta, os
dispositivos de inspeção devem conter informações com-
pletas a respeito das instalações a que dão acesso, tais
como o tipo de instalação, número e diâmetro das tubula-
ções e outras relevantes para operação e manutenção.
6.4.4 No caso de situações não previstas, onde seja ne-
cessário introduzir modificações ao projeto, deve-se, após
autorização do projetista, registrar adequadamente as
alterações procedidas na execução.
6.5 Limpeza e desinfecção
6.5.1 Generalidades
6.5.1.1 O construtor deve entregar a instalação predial de
água fria em condições de uso. Para tanto, devem ser
executadas a limpeza e a desinfecção aqui estabelecidas,
cujo objetivo é garantir que a água distribuída pela instala-
ção atenda ao padrão de potabilidade. Procedimentos
diferentes devem ser adotados em função do tipo de abas-
tecimento utilizado na parte da instalação objeto da lim-
peza e desinfecção.
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NBR 5626:1998 23
6.5.1.2 A desinfecção é uma operação destinada a reduzir
a presença de microorganismos, patogênicos ou não, a
números que obedeçam ao padrão de potabilidade.
A substância ativa utilizada deve ser o cloro livre, obtido,
por exemplo, pela dissolução de hipoclorito de sódio na
água a ser desinfetada. O efeito desejado é função da
concentração de cloro livre e do tempo de contato dele
com os microorganismos.
Cuidados especiais devem ser tomados no armazena-
mento e manuseio das soluções concentradas usadas
para obtenção do cloro livre, recomendando-se, em parti-
cular, que o pessoal responsável pela execução tenha
treinamento adequado.
6.5.1.3 Outros procedimentos de desinfecção podem ser
empregados, desde que atendam ao critério da garantia
do padrão de potabilidade da água (conforme 6.5.1.1).
6.5.1.4 Os efluentes resultantes das operações de limpeza
e desinfecção podem provocar impactos ambientais em
determinadas circunstâncias. Desta forma, o órgão res-
ponsável pelo meio ambiente deve ser notificado para
que tais operações sejam efetuadas atendendo as exi-
gências estabelecidas.
6.5.2 Limpeza e desinfecção de instalações prediais com
tipo de abastecimento indireto
6.5.2.1 A limpeza consiste na remoção de materiais e subs-
tâncias eventualmente remanescentes nas diversas par-
tes da instalação predial de água fria e na subseqüente
lavagem através do escoamento de água potável pela
instalação. Devem ser realizados, após a conclusão da
execução, inclusive inspeção, ensaios e eventuais reparos.
6.5.2.2 A limpeza deve obedecer ao procedimento apre-
sentado a seguir:
a) após a remoção dos sólidos de maior porte, o in-
terior dos reservatórios deve ser esfregado e enxa-
guado com água potável da fonte de abastecimento,
sendo o efluente escoado pela tubulação de limpeza.
Esta operação deve ser realizada evitando-se que
as águas residuárias aí originadas entrem na rede
predial de distribuição, o que pode ser obtido median-
te manobra adequada dos registros de fechamento;
b) em seguida, abertos os registros que dão acesso
à rede predial de distribuição, os reservatórios de-
vem ser enchidos até os respectivos níveis operacio-
nais, previamente ajustados. Todas as peças de uti-
lização, até então fechadas, devem ser abertas;
c) esta operação de limpeza pode ser considerada
concluída quando a água efluente por todas as pe-
ças de utilização tiver aparência cristalina, quando
observada a olho nu, e não apresentar resíduos sóli-
dos de nenhum tipo, o que, eventualmente, exigirá
reenchimentos sucessivos dos reservatórios. Os
efluentes resultantes devem ser encaminhados para
o sistema coletor de esgoto.
6.5.2.3 A desinfecção do reservatório superior e da rede
predial de distribuição a ele ligada deve obedecer ao
procedimento apresentado a seguir:
a) o reservatório deve ser enchido com água potável
da fonte de abastecimento até o respectivo nível ope-
racional, previamente ajustado, após o que a alimen-
tação deve ser interrompida. Uma certa quantidade
da solução utilizada para obtenção do cloro livre de-
ve ser misturada à água do reservatório para que se
obtenha uma concentração de cloro livre de 50 mg/L
(50 ppm), permanecendo no reservatório por 1 h,
período durante o qual todas as peças de utilização
devem permanecer fechadas;
b) as peças de utilização devem ser então abertas,
obedecendo-se à ordem de proximidade ao reserva-
tório, ou seja, as peças mais a montante da instala-
ção devem ser abertas antes que aquelas mais a
jusante, até que todas tenham sido abertas. As peças
de utilização podem ir sendo fechadas assim que a
água efluente exalar odor de cloro. O reservatório
não deve esvaziar durante essa operação. Se neces-
sário, este deve ser reenchido e o procedimento de
cloração deve ser repetido com a mesma concentra-
ção estabelecida na alínea anterior. Completada a
operação, deve-se deixar o reservatório e a tubula-
ção cheios por mais 1 h;
c) a peça de utilização mais afastada do reservatório
deve então ser aberta e a concentração de cloro me-
dida. Se a concentração de cloro livre for menor que
30 mg/L (30 ppm) o processo de cloração deve ser
repetido até que se obtenha tal concentração;
d) o reservatório e as tubulações devem então perma-
necer nessa situação por cerca de 16 h;
e) terminado este período, todas as peças de utiliza-
ção devem ser abertas e, após o escoamento da
água com cloro, deve-se alimentar o reservatório
com água potável proveniente da fonte de abaste-
cimento. A desinfecção é considerada concluída
quando em todas as peças de utilização se obtiver
água com teor de cloro não superior àquele caracte-
rístico da fonte de abastecimento.
6.5.2.4 A desinfecção do reservatório inferior e da instala-
ção elevatória deve obedecer a procedimento análogo
àquele descrito em 6.5.2.3, onde a concentração de cloro
livre exigida na peça de utilização (30 mg/L) corresponde
àquela a ser medida na saída das tubulações que alimen-
tam os reservatórios superiores. A desinfecção do reser-
vatório inferior e da instalação elevatória deve preceder
aquela descrita em 6.5.2.3.
6.5.2.5 Nos casos de reservatório de pequena capacidade
(por exemplo: para casas unifamiliares, pequenos edifí-
cios comerciais, etc.), pode-se adotar procedimento de
desinfecção mais simples que o exposto em 6.5.2.3, con-
forme descrito a seguir:
a) o reservatório deve ser enchido com água potável
da fonte de abastecimento até o respectivo nível ope-
racional previamente ajustado, após o que a alimen-
tação deve ser interrompida. Misturar à água do reser-
vatório 1 L de água sanitária de uso doméstico (con-
centração mínima de 2% de cloro livre ativo) para
cada 1 000 L de água reservada. Esta solução deve
permanecer no reservatório por 1 h, período durante
o qual todas as peças de utilização devem perma-
necer fechadas;
Cópia não autorizada
24 NBR 5626:1998
b) as peças de utilização devem ser então abertas,
obedecendo-se à ordem de proximidade ao reserva-
tório, ou seja, as peças mais a montante da instala-
ção devem ser abertas antes que aquelas mais a
jusante, até que todas tenham sido abertas. As peças
de utilização podem ir sendo fechadas assim que a
água efluente exalar odor de cloro. O reservatório
não deve esvaziar durante essa operação. Se neces-
sário, este deve ser reenchido e o procedimento de
cloração deve ser repetido com a mesma concen-
tração estabelecida na alínea anterior. Completada
a operação, deve-se deixar o reservatório e a tubu-
lação cheios, por no mínimo 2 h;
c) terminado esse período, todas as peças de utiliza-
ção devem ser abertas e, após o escoamento da
água com cloro, deve-se alimentar o reservatório
com água potável proveniente da fonte de abasteci-
mento. A desinfecção é considerada concluída quan-
do em todas as peças de utilização se obtiver água
com teor de cloro não superior àquele característico
da fonte de abastecimento.
6.5.3 Limpeza e desinfecção de instalações prediais com
tipo de abastecimento direto
6.5.3.1 A limpeza consiste na remoção de materiais e
substâncias, eventualmente remanescentes nas diversas
partes da instalação predial de água fria, e na subseqüen-
te lavagem, através do escoamento de água potável pela
instalação. Devem ser realizados após a conclusão da
execução, inclusive inspeção, ensaios e eventuais repa-
ros. A operação de limpeza da rede predial de distribuição
pode ser considerada concluída quando a água efluente
através de todas as peças de utilização e, no caso de
abastecimento misto, através do ponto de suprimento,
tiver aparência cristalina quando observada a olho nu e
não apresentar resíduos sólidos de nenhum tipo. Os
efluentes resultantes devem ser encaminhados para o
sistema coletor de esgoto.
6.5.3.2 A desinfecção da rede predial de distribuição é
realizada pela injeção de uma solução que permita a ob-
tenção de cloro livre em um ponto a montante da instalação
predial de água fria, de preferência na sua interligação
com a tubulação proveniente da fonte de abastecimento.
No caso de abastecimento a partir da rede pública da con-
cessionária, deve ser obtida prévia autorização dela para
que a desinfecção seja efetuada. Eventualmente, pode
ser executada desinfecção combinada de um trecho da
rede pública e da instalação em questão. A desinfecção
deve obedecer ao procedimento apresentado a seguir:
a) estando todas as tubulações com água sob pres-
são, abrir a peça de utilização ou ponto de suprimento
mais próximo do ponto de injeção da solução utiliza-
da até obter um efluente com concentração de no
mínimo 20 mg/L (20 ppm) de cloro livre. Fechar a re-
ferida peça ou ponto e repetir o procedimento com
peças de utilização ou pontos de suprimento cada
vez mais distantes, até que todas as saídas das tubu-
lações apresentem a concentração requerida de
cloro livre;
b) deixar a tubulação com a solução de água e cloro
sob pressão por 24 h;
c) abrir todas as peças de utilização e pontos de su-
primento. A desinfecção é considerada concluída
quando em todas as peças de utilização e pontos de
suprimento se obtiver água com teor de cloro não
superior àquele característico da fonte de abasteci-
mento.
6.5.3.3 No caso de instalação predial de água fria, onde o
abastecimento seja tanto do tipo direto como indireto
(abastecimento misto), a desinfecção das tubulações que
constituem o abastecimento direto deve preceder a limpe-
za e desinfecção daquelas que constituem o abasteci-
mento indireto.
7 Manutenção
7.1 Condições gerais
7.1.1 Os procedimentos de manutenção da instalação
predial de água fria devem ser fornecidos pelo construtor
ao usuário. O planejamento da manutenção e a elabora-
ção dos procedimentos correspondentes devem ser parte
integrante do projeto, constituindo documento específico.
7.1.2 As exigências e recomendações, estabelecidas em
7.2, devem ser observadas quando da elaboração dos
procedimentos de manutenção.
7.2 Procedimentos de manutenção
7.2.1 A instalação predial de água fria deve ser inspecio-
nada periodicamente com freqüência definida pelo res-
ponsável pela manutenção (usuário), muito embora a
freqüência de inspeção sistemática dependa do tamanho,
tipo e complexidade da instalação.
7.2.2 Procedimentos de manutenção adequados devem
ser adotados, com vistas a manter os níveis de desem-
penho estabelecidos para a instalação quando do seu
projeto.
7.2.3 A necessidade de se adotarem inspeções formaliza-
das e relatórios depende do tamanho, finalidade e com-
plexidade da instalação, embora os princípios norteado-
res da manutenção sejam aplicáveis a todas as instalações.
7.2.4 A adoção de rotinas de manutenção preventiva, sua
freqüência e custo devem ser considerados através da
comparação com o custo da ruína do sistema, incluindo
qualquer desdobramento que a parada do sistema possa
causar, o que implica uma nova instalação para sua subs-
tituição.
7.2.5 Nos casos em que a saúde e a segurança dos usuá-
rios estão envolvidas, os procedimentos de manutenção
devem ser preparados e executados com especial aten-
ção.
7.2.6 Ao usuário devem ser fornecidas instruções claras
de manutenção e desenhos exatos da instalação, mos-
trando, em particular, os locais onde as tubulações ficaram
embutidas ou recobertas.
7.2.7 Qualquer modificação na instalação, durante ativida-
des de manutenção, deve ser inspecionada para verifica-
ção de sua efetividade e ser devidamente registrada.
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NBR 5626:1998 25
7.2.8 Os serviços de manutenção e reparo devem ser
executados por pessoas capacitadas, o que inclui treina-
mento apropriado e conhecimento das exigências regula-
mentadas concernentes às instalações prediais de água
fria.
7.3 Manutenção geral da instalação predial de água
fria
7.3.1 A manutenção geral deve observar se o funciona-
mento da instalação em todas as suas partes está ade-
quado. Normalmente ela se constitui em inspeções sis-
temáticas por toda a instalação que, eventualmente, dão
origem a ações específicas de manutenção. A instalação
deve ser, em princípio, inspecionada pelo menos uma
vez por ano.
7.3.2 Nas inspeções ou durante os trabalhos de manuten-
ção, deve haver constante e cuidadosa atenção para os
casos de desperdício ou uso indevido de água.
7.3.3 Na instalação dotada de hidrômetro, deve ser feito
um controle sistemático do volume de água consumida,
através de leituras periódicas, permitindo detectar casos
de consumo excessivo de água. No caso de aumento
significativo de consumo de água, devem ser tomadas
as medidas cabíveis.
7.3.4 As recomendações ou instruções dos fabricantes
de hidrômetros, bombas hidráulicas e outros equipamen-
tos quanto à manutenção preventiva destes devem ser
corretamente seguidas e incorporadas aos procedimen-
tos de manutenção da instalação.
7.3.5 A qualidade da água dos reservatórios deve ser
controlada. Nos reservatórios de água potável, o controle
tem por objetivo manter o padrão de potabilidade. No ca-
so de reservatórios de maior porte (capacidade superior
a 2 000 L), recomenda-se análise físico-química-bac-
teriológica periódica de amostras da água distribuída pela
instalação. A freqüência em que tal análise é levada a
efeito depende principalmente do procedimento de ma-
nutenção a que a instalação está sujeita como um todo,
bem como do grau de atendimento das exigências e reco-
mendações estabelecidas nesta Norma para o projeto e
execução da instalação. O controle em reservatórios de
menor capacidade pode ser considerado indiretamente
realizado, observando-se as atividades de limpeza e de-
sinfecção citadas em 7.6.2.
7.4 Manutenção de tubulações
7.4.1 Qualquer suporte de fixação das tubulações deve
estar em bom estado. Os espaços previstos para dilatação
ou contração das tubulações devem ser verificados, prin-
cipalmente quando elas são de material plástico ou de
cobre.
7.4.2 Juntas com vazamento devem ser apertadas (no
caso de rosca) ou refeitas. Onde necessário, a tubulação
deve ser substituída de modo a eliminar o vazamento.
7.4.3 Quando há substituição de segmentos de tubulação,
a compatibilidade com aquela existente deve ser verifica-
da. A utilização de adaptadores para execução de juntas
entre a tubulação nova e a existente pode ser necessária,
principalmente quando o tipo de junta é alterado, como,
por exemplo, de rosca para solda.
7.4.4 Caso a inspeção aponte a possibilidade de existên-
cia de corrosão, seja através da observação visual de si-
nais de corrosão contidos na água, ou através da consta-
tação da diminuição gradativa da vazão, as causas de-
vem ser investigadas e as ações corretivas necessárias
devem ser implementadas.
7.5 Manutenção de torneiras, registros e válvulas
7.5.1 Qualquer sinal de mau funcionamento em torneira
de bóia, como, por exemplo, saída de água pelo aviso ou
extravasão, ou em outro tipo de torneira (inclusive mistura-
dores), deve gerar a ação corretiva necessária, tais como:
aperto em partes móveis, troca de vedantes ou troca da
própria torneira.
7.5.2 A capacidade de autobloqueamento de torneiras
de bóia ou de torneiras de fechamento automático deve
ser verificada a intervalos regulares e, quando necessá-
rio, os reparos devem ser feitos. No caso de torneiras de
uso pouco freqüente, a verificação deve ser feita a inter-
valos não superiores a um ano.
7.5.3 Os crivos de chuveiros, arejadores e outros compo-
nentes devem ser limpos a intervalos indicados pela ex-
periência obtida pela prática.
7.5.4 Os registros de utilização devem receber os mesmos
cuidados apontados em 7.5.1.
7.5.5 Os registros de fechamento devem ser operados no
mínimo uma vez por ano, para assegurar o livre movi-
mento das partes móveis. Os vazamentos observados
no obturador destes registros podem ser tolerados se fo-
rem de baixa vazão (cerca de 0,01 mL/s), caso contrário,
ou se ocorrerem nas vedações do castelo com o corpo
ou com a haste, devem ser reparados sem demora.
7.5.6 O mau funcionamento de válvulas de descarga deve
ser corrigido por regulagens ou por troca do “reparo”
(mola e vedações internas). Entende-se por mau
funcionamento os seguintes eventos: vazão insuficiente,
vazão excessiva, tempo de fechamento muito curto (golpe
de aríete) ou muito longo (desperdício de água), “disparo”
da válvula, vazamento contínuo pela saída (quando fe-
chada) ou pelo botão de acionamento (fechada ou aber-
ta).
7.5.7 As válvulas de alívio devem ser operadas uma vez
por ano, para verificação de eventual emperramento.
Qualquer irregularidade com válvulas de alívio ou válvu-
las reguladoras de pressão deve ser imediatamente corri-
gida.
7.5.8 O funcionamento adequado da válvula reguladora
de pressão deve ser verificado periodicamente, de prefe-
rência, através da leitura de um manômetro aferido insta-
lado a jusante da válvula.
7.6 Manutenção de reservatórios domiciliares
7.6.1 Os reservatórios devem ser inspecionados periodi-
camente, para se assegurar que as tubulações de aviso
e de extravasão estão desobstruídas, que as tampas es-
tão posicionadas nos locais corretos e fixadas adequa-
damente e que não há ocorrência de vazamentos ou si-
nais de deterioração provocada por vazamentos. Reco-
menda-se que esta inspeção seja feita pelo menos uma
vez por ano.
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26 NBR 5626:1998
7.6.2 Como uma medida de proteção sanitária, é funda-
mental que a limpeza e a desinfecção do reservatório de
água potável sejam feitas uma vez por ano. Um procedi-
mento de eficácia reconhecida deve ser adotado. Reco-
menda-se adotar o procedimento a seguir descrito:
a) fechar o registro que controla a entrada de água
proveniente da fonte de abastecimento, de preferên-
cia em um dia de menor consumo, aproveitando-se
a água existente no reservatório;
b) remover a tampa do reservatório e verificar se há
muito lodo no fundo. Se houver, é conveniente remo-
vê-lo antes de descarregar a água para evitar entu-
pimento da tubulação de limpeza. Antes de iniciar a
remoção do lodo devem ser tampadas as saídas da
tubulação de limpeza e da rede predial de distribui-
ção;
c) não havendo lodo em excesso ou tendo sido o Io-
do removido, esvaziar o reservatório através da tubu-
lação de limpeza, abrindo o seu respectivo registro
de fechamento;
d) durante o esvaziamento do reservatório, esfregar
as paredes e o fundo com escova de fibra vegetal ou
de fios plásticos macios, para que toda a sujeira saia
com a água. Não usar sabões, detergentes ou outros
produtos. Havendo necessidade, realizar lavagens
adicionais com água potável. Na falta de saída de
limpeza, retirar a água de lavagem e a sujeira que
restou no fundo da caixa utilizando baldes, pás plás-
ticas e panos, deixando o reservatório bem limpo.
Utilizar ainda panos limpos para secar apenas o fun-
do do reservatório, evitando que se prendam fiapos
nas paredes;
e) ainda com as saídas da rede predial de distribuição
e de limpeza tampadas, abrir o registro de entrada
até que seja acumulado um volume equivalente a
1/5 do volume total do reservatório, após o que essa
entrada deve ser fechada novamente;
f) preparar uma solução desinfetante, com um mínimo
de 200 L de água para um reservatório de 1 000 L,
adicionando 2 L de água sanitária de uso doméstico
(com concentração mínima de 2% de cloro livre ativo),
de tal forma que seja acrescentado 1 L de água sa-
nitária para cada 100 L de água acumulada. Essa
solução não deve ser consumida sob qualquer hipó-
tese;
g) a mistura desinfetante deve ser mantida em con-
tato por 2 h. Com uma brocha, um balde ou caneca
plástica ou outro equipamento, molhar por inteiro as
paredes internas com essa solução. A cada 30 min,
verificar se as paredes internas do reservatório
secaram; caso isso tenha ocorrido, fazer nova apli-
cação dessa mistura, até que o período de 2 h tenha
se completado. Usar luvas de borracha durante a
operação de umedecimento das paredes e outros
equipamentos de segurança apropriados, tais como
vestimentas, calçados e equipamentos de proteção
individual, quando a operação de desinfecção estiver
sendo realizada em reservatórios de grande capaci-
dade e que não tenham ventilação adequada;
h) passado o período de contato, esvaziar o reserva-
tório, abrindo a saída da rede predial. Abrir todos os
pontos de utilização de tal modo que toda a tubula-
ção seja desinfectada nessa operação, deixando-
se essa mistura na rede durante um período de 2 h.
O escoamento dessa água pode ser aproveitado pa-
ra lavagens de pisos e aparelhos sanitários;
i) os reservatórios devem ser tampados tão logo seja
concluída a etapa de limpeza descrita na alínea h).
As tampas móveis de reservatórios devem ser la-
vadas antes destes serem tampados. A partir desse
momento, o registro da fonte de abastecimento pode
ser reaberto, o reservatório pode ser enchido e a
água disponível nos pontos de utilização já pode ser
usada normalmente.
NOTA - Anotar, do lado de fora do reservatório, a data da limpeza
e desinfecção (recomendando-se nova lavagem e desinfecção
após seis meses ou no máximo após um ano).
7.6.3 Complementarmente à limpeza e desinfecção do
reservatório, recomenda-se que também seja realizada
a desinfecção da rede predial de distribuição.
O procedimento para sua execução deve obedecer ao
disposto em 7.6.2, particularmente na alínea h), tomando-
se o cuidado de abrir as peças de utilização, obedecendo
a ordem de proximidade ao reservatório, ou seja, as peças
mais a montante da instalação devem ser abertas antes
que aquelas mais a jusante, até que todas tenham sido
abertas. As peças de utilização devem ser fechadas assim
que a água efluente exalar odor de cloro.
A atividade de desinfecção aqui descrita exige o pleno
conhecimento e participação das pessoas que ocupam
o edifício.
7.6.4 No caso de ser constatada uma eventual contami-
nação da água, uma investigação deve ser feita para
diagnosticar a ocorrência. As causas da contaminação
devem ser devidamente eliminadas e a instalação predial
de água fria deve ser submetida a um procedimento ade-
quado, que restaure sua segurança quanto ao padrão
de potabilidade da água. No caso de contaminação por
microorganismos, recomenda-se adotar o procedimento
de limpeza e desinfecção conforme 6.5.
7.6.5 Os reservatórios com vazamento devem ser repara-
dos ou substituídos (no caso de reservatório de pequeno
porte). Se o vazamento for reparado com revestimento
interno, este deve ser de material que comprovadamente
não contamine a água de acordo com 4.1 e 4.5.3.
7.7 Manutenção dos espaços para tubulações
7.7.1 Estes espaços devem ser mantidos acessíveis, lim-
pos de materiais estranhos e livres de insetos, ratos e ou-
tros animais.
7.7.2 Inspeções regulares devem ser feitas, para detectar
sinais ou presença de insetos, ratos e outros animais,
para determinar possíveis medidas de desinfestação.
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7.7.3 Recomenda-se inspeções a intervalos não superio-
res a seis meses.
7.8 Manutenção de reservatório pressurizado
7.8.1 Os reservatórios de água mantida sob pressão (vasos
de pressão) devem ser inspecionados quanto a sinais
de deterioração, com uma freqüência não inferior àquela
recomendada pelo fabricante. Registros de eventuais si-
nais de deterioração devem ser mantidos.
7.8.2 No caso de se constatar que a pressão do reserva-
tório está fora dos limites especificados, devem ser toma-
das providências imediatas para ajustar a pressão
àqueles limites.
/ANEXO A
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28 NBR 5626:1998
A.1 Estimativa das vazões
A.1.1 Demanda provável
Por razões de economia, é usual estabelecer como pro-
vável uma demanda simultânea de água menor do que a
máxima possível. Essa demanda simultânea pode ser
estimada tanto pela aplicação da teoria das probabilida-
des, como a partir da experiência acumulada na observa-
ção de instalações similares. O método de pesos relativos
usado neste anexo se enquadra no segundo caso.
A.1.2 Unidades de carga (pesos relativos)
Os pesos relativos são estabelecidos empiricamente em
função da vazão de projeto (ver tabela A.1). A quantidade
de cada tipo de peça de utilização alimentada pela tubu-
lação, que está sendo dimensionada, é multiplicada pelos
correspondentes pesos relativos e a soma dos valores
obtidos nas multiplicações de todos os tipos de peças de
utilização constitui a somatória total dos pesos (ΣP).
Tabela A.1 - Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da peça de
utilização
Vazão de projeto Peso
L/s relativo
Caixa de descarga 0,15 0,3
Válvula de descarga 1,70 32
Banheira Misturador (água fria) 0,30 1,0
Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,1
Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,1
Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,4
Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,1
Lavadora de pratos ou de roupas Registro de pressão 0,30 1,0
Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,3
com sifão
integrado
Caixa de descarga, registro de
pressão ou válvula de descarga 0,15 0,3
para mictório
Caixa de descarga ou registro de 0,15
pressão por metro de calha
Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,7
Torneira elétrica 0,10 0,1
Tanque Torneira 0,25 0,7
Torneira de jardim ou lavagem
em geral
Anexo A (normativo)
Procedimento para dimensionamento de tubulações da rede predial de distribuição
Usando a equação apresentada a seguir, esse somatório
é convertido na demanda simultânea total do grupo de
peças de utilização considerado, que é expressa como
uma estimativa da vazão a ser usada no dimensionamen-
to da tubulação. Esse método é válido para instalações
destinadas ao uso normal da água e dotadas de aparelhos
sanitários e peças de utilização usuais; não se aplica
quando o uso é intensivo (como é o caso de cinemas, es-
colas, quartéis, estádios e outros), onde torna-se neces-
sário estabelecer, para cada caso particular, o padrão de
uso e os valores máximos de demanda.
P
Q Σ
0,3
=
onde:
Q é a vazão estimada na seção considerada, em
litros por segundo;
ΣP é a soma dos pesos relativos de todas as peças de
utilização alimentadas pela tubulação considerada
Mictório tipo calha 0,3
sem sifão
integrado
Mictório cerâmico
Válvula de descarga 0,50 2,8
Bacia sanitária
Pia
Torneira 0,20 0,4
Aparelho sanitário Peça de utilização
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NBR 5626:1998 29
A.2 Cálculo da perda de carga
A.2.1 Tubos
A perda de carga ao longo de um tubo depende do seu
comprimento e diâmetro interno, da rugosidade da sua
superfície interna e da vazão. Para calcular o valor da
perda de carga nos tubos, recomenda-se utilizar a equa-
ção universal, obtendo-se os valores das rugosidades
junto aos fabricantes dos tubos. Na falta dessa informa-
ção, podem ser utilizadas as expressões de Fair-Whipple-
Hsiao indicadas a seguir.
Para tubos rugosos (tubos de aço-carbono, galvanizado
ou não):
J = 20,2 x 106
x Q 1,88
x d - 4,88
Para tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de cobre):
J = 8,69 x 106
x Q1,75
x d - 4,75
onde:
J é a perda de carga unitária, em quilopascals por
metro;
Q é a vazão estimada na seção considerada, em li-
tros por segundo;
d é o diâmetro interno do tubo, em milímetros.
A.2.2 Conexões
A perda de carga nas conexões que ligam os tubos, for-
mando as tubulações, deve ser expressa em termos de
comprimentos equivalentes desses tubos. As tabelas A.2
e A.3 apresentam esses comprimentos para os casos de
equivalência com tubos rugosos e tubos lisos, respectiva-
mente. Quando for impraticável prever os tipos e números
de conexões a serem utilizadas, um procedimento alter-
nativo consiste em estimar uma porcentagem do compri-
mento real da tubulação como o comprimento equivalente
necessário para cobrir as perdas de carga em todas as
conexões; essa porcentagem pode variar de 10% a 40%
do comprimento real, dependendo da complexidade de
desenho da tubulação, sendo que o valor efetivamente
usado depende muito da experiência do projetista.
Tabela A.2 - Perda de carga em conexões - Comprimento equivalente para tubo rugoso (tubo de aço-carbono,
galvanizado ou não)
Tipo de conexão
Cotovelo Cotovelo Curva Curva Tê Tê
90° 45° 90° 45° passagem passagem
direta lateral
15 0,5 0,2 0,3 0,2 0,1 0,7
20 0,7 0,3 0,5 0,3 0,1 1,0
25 0,9 0,4 0,7 0,4 0,2 1,4
32 1,2 0,5 0,8 0,5 0,2 1,7
40 1,4 0,6 1,0 0,6 0,2 2,1
50 1,9 0,9 1,4 0,8 0,3 2,7
65 2,4 1,1 1,7 1,0 0,4 3,4
80 2,8 1,3 2,0 1,2 0,5 4,1
100 3,8 1,7 2,7 ... 0,7 5,5
125 4,7 2,2 ... ... 0,8 6,9
150 5,6 2,6 4,0 ... 1,0 8,2
Diâmetro
nominal
(DN)
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A.2.3 Registros
Os registros de fechamento, geralmente utilizados na con-
dição de passagem plena, apresentam perda de carga
pequena que, para efeito deste procedimento, pode ser
desconsiderada. Por outro lado, os registros de utilização
apresentam elevada perda de carga, que deve ser cuida-
dosamente computada. A perda de carga em registro de
pressão pode ser obtida através da seguinte equação:
∆h = 8 x 106
x K x Q 2
x π -2
x d -4
onde:
∆h é a perda de carga no registro, em quilopascal;
K é o coeficiente de perda de carga do registro (ver
NBR 10071);
Q é a vazão estimada na seção considerada, em li-
tros por segundo;
d é o diâmetro interno da tubulação, em milímetros.
A.2.4 Hidrômetros
A perda de carga em hidrômetro pode ser estimada em-
pregando-se a seguinte equação:
∆h = (36 x Q)2
x (Qmáx.
) -2
onde:
∆h é a perda de carga no hidrômetro, em quilopascal;
Q é a vazão estimada na seção considerada, em li-
tros por segundo;
Qmáx.
é a vazão máxima especificada para o hidrôme-
tro, em metros cúbicos por hora (ver tabela A.4).
A.3 Verificação da pressão disponível
A.3.1 Sistema de tipo de abastecimento indireto
A pressão disponível inicial é usualmente considerada a
partir da saída do reservatório. Cada trecho de tubulação
entre dois nós ou entre um nó e uma extremidade da re-
de predial de distribuição deve ser dimensionado na base
de tentativa e erro, começando pelo primeiro trecho junto
ao reservatório.
A pressão disponível residual no ponto de utilização é
obtida subtraindo-se da pressão inicial os valores de per-
da de carga determinados para os tubos, conexões, re-
gistros e outras singularidades.
Se a pressão residual for negativa ou menor que a pres-
são requerida para o ponto, ou ainda se tubos de diâme-
tros impraticáveis forem determinados, os diâmetros dos
tubos dos trechos antecedentes devem ser majorados e
a rotina de cálculo repetida (ver A.4.3).
A.3.2 Sistema de tipo de abastecimento direto
A pressão disponível inicial depende das características
da fonte de abastecimento. No caso de rede pública, a
pressão mínima no momento de demanda máxima deve
ser obtida junto à concessionária (ver 5.1.3). Se houver
alguma dúvida sobre esse valor ser mantido no futuro,
deve-se aplicar algum tipo de coeficiente de segurança.
Uma vez estabelecida a pressão mínima, o método de
dimensionamento das tubulações é idêntico àquele usado
quando o sistema é do tipo de abastecimento indireto.
A.4 Dimensionamento das tubulações
Os princípios que embasam o dimensionamento da rede
predial de distribuição são os mesmos, quer o tipo de
abastecimento seja direto ou indireto. Fórmulas exponen-
ciais, válidas para tubos novos, estão arranjadas de modo
a relacionar diâmetro de tubo e vazão (conseqüentemen-
te, também velocidade máxima) com perda de carga. A
perda de carga adicional, devida à redução da seção de
escoamento da tubulação por envelhecimento desta, po-
de ser desprezada, no caso de tubo transportando água
potável em um edifício.
Tabela A.3 - Perda de carga em conexões - Comprimento equivalente para tubo liso (tubo de plástico, cobre
ou liga de cobre)
Tipo de conexão
Cotovelo Cotovelo Curva Curva Tê Tê
90° 45° 90° 45° passagem passagem
direta lateral
15 1,1 0,4 0,4 0,2 0,7 2,3
20 1,2 0,5 0,5 0,3 0,8 2,4
25 1,5 0,7 0,6 0,4 0,9 3,1
32 2,0 1,0 0,7 0,5 1,5 4,6
40 3,2 1,0 1,2 0,6 2,2 7,3
50 3,4 1,3 1,3 0,7 2,3 7,6
65 3,7 1,7 1,4 0,8 2,4 7,8
80 3,9 1,8 1,5 0,9 2,5 8,0
100 4,3 1,9 1,6 1,0 2,6 8,3
125 4,9 2,4 1,9 1,1 3,3 10,0
150 5,4 2,6 2,1 1,2 3,8 11,1
Diâmetro
nominal
(DN)
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A.4.1 Esquematização da instalação
Esquemas, isométricos ou não, ou projeções da rede
predial de distribuição, devem ser preparados. Esses de-
senhos devem ser feitos em escala, com vistas a facilitar
a determinação de cotas e de comprimentos de tubos.
Utilizando números ou letras, identificar cada nó (deriva-
ção de tubos) e cada ponto de utilização (ou outra extremi-
dade qualquer) da rede, em seqüência crescente de mon-
tante para jusante. Os trechos de tubulação a serem di-
mensionados devem ser identificados, então, por um
número ou uma letra correspondente à entrada do trecho
(montante) e por outro número ou outra letra correspon-
dente à saída do trecho (jusante).
A.4.2 Planilha
Os cálculos necessários devem ser feitos através de uma
planilha (ver modelo na figura A.1). Os seguintes dados
e operações devem ser considerados na execução da
planilha:
a) trecho: identificação do trecho de tubulação a ser
dimensionado, apresentando à esquerda o número
ou letra correspondente à sua entrada e à direita o
número ou letra correspondente à sua saída (ver co-
luna 1);
b) soma dos pesos: valor referente à somatória dos
pesos relativos de todas as peças de utilização ali-
mentadas pelo trecho considerado (ver coluna 2);
c) vazão estimada, em litros por segundo: valor da
vazão total demandada simultaneamente, obtida pe-
la equação apresentada em A.1.2 (ver coluna 3);
d) diâmetro, em milímetros: valor do diâmetro interno
da tubulação (ver coluna 4);
e) velocidade, em metros por segundo: valor da velo-
cidade da água no interior da tubulação (ver colu-
na 5);
f) perda de carga unitária, em quilopascal por metro:
valor da perda de carga por unidade de comprimento
da tubulação, obtida pelas equações apresentadas
em A.2.1, conforme o tipo de tubo empregado (ver
coluna 6);
g) diferença de cota (desce + ou sobe -), em metros:
valor da distância vertical entre a cota de entrada e a
cota de saída do trecho considerado, sendo positiva
se a diferença ocorrer no sentido da descida e nega-
tiva se ocorrer no sentido da subida (ver coluna 7);
h) pressão disponível, em quilopascals: pressão dis-
ponível na saída do trecho considerado, depois de
considerada a diferença de cota positiva ou negativa
(ver coluna 8);
i) comprimento real da tubulação, em metros: valor
relativo ao comprimento efetivo do trecho conside-
rado (ver coluna 9);
j) comprimento equivalente da tubulação, em metros:
valor relativo ao comprimento real mais os compri-
mentos equivalentes das conexões (ver coluna 10);
k) perda de carga na tubulação, em quilopascals:
valor calculado para perda de carga na tubulação
no trecho considerado (ver coluna 11);
l) perda de carga nos registros e outros componentes,
em quilopascals: valor relativo da perda de carga
provocada por registros, válvulas e outras singulari-
dades ocorrentes no trecho considerado, obtida con-
forme A.2.3 e A.2.4 para registros e hidrômetros (ver
coluna 12);
m) perda de carga total, em quilopascals: soma das
perdas de carga verificadas na tubulação e nos regis-
tros e outros (ver coluna 13);
n) pressão disponível residual, em quilopascals: pres-
são residual, disponível na saída do trecho conside-
rado, depois de descontadas as perdas de carga ve-
rificadas no mesmo trecho (ver coluna 14);
o) pressão requerida no ponto de utilização, em quilo-
pascals: valor da pressão mínima necessária para
alimentação da peça de utilização prevista para ser
instalada na saída do trecho considerado, quando
for o caso (ver coluna 15).
A.4.3 Rotina
Apresenta-se na tabela A.5 uma rotina que foi desenvol-
vida com base na planilha apresentada em A.4.2.
Tabela A.4 - Valor da vazão máxima (Qmáx.
) em
hidrômetros
Qmáx.
Diâmetro nominal
M3
/h DN
1,5 15 e 20
3 15 e 20
5 20
7 25
10 25
20 40
30 50
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32
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5626:1998
Figura A.1 - Modelo de planilha
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Trecho Soma dos Vazão Diâmetro Velocidade Perda de Diferença Pressão Comprimento da Perda de carga Pressão Pressão
pesos estimada carga de cota disponível tubulação disponível requerida
unitária residual no ponto de
utilização
desce +
sobe -
Real Equivalente Tubulação Registros e Total
outros
(14) + 10 x (7) (10) x (6) (11) + (12) (8) - (13)
L/s mm m/s kPa/m m kPa m m kPa kPa kPa kPa kPa
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Tabela A.5 - Rotina para dimensionamento das tubulações
Coluna da
Passo Atividade planilha a
preencher
Preparar o esquema isométrico da rede e numerar seqüencialmente cada nó ou
ponto de utilização desde o reservatório ou desde a entrada do cavalete
2º Introduzir a identificação de cada trecho da rede na planilha 1
3º Determinar a soma dos pesos relativos de cada trecho, usando a tabela A.1 2
Calcular para cada trecho a vazão estimada, em litros por segundo, com base na
equação apresentada em A.1.2
Partindo da origem de montante da rede, selecionar o diâmetro interno da
tubulação de cada trecho, considerando que a velocidade da água não deva ser
superior a 3 m/s. Registrar o valor da velocidade e o valor da perda de carga unitária
(calculada pelas equações indicadas em A.2.1) de cada trecho
Determinar a diferença de cotas entre a entrada e a saída de cada trecho,
6º considerando positiva quando a entrada tem cota superior à da saída e negativa 7
em caso contrário
Determinar a pressão disponível na saída de cada trecho, somando ou subtraindo
7º à pressão residual na sua entrada o valor do produto da diferença de cota pelo 8
peso específico da água (10 kN/m3
)
8º Medir o comprimento real do tubo que compõe cada trecho considerado 9
Determinar o comprimento equivalente de cada trecho somando ao comprimento
real os comprimentos equivalentes das conexões
Determinar a perda de carga de cada trecho, multiplicando os valores das
colunas 6 e 10 da planilha
Determinar a perda de carga provocada por registros e outras singularidades dos
trechos
Obter a perda de carga total de cada trecho, somando os valores das colunas 11 e
12 da planilha
Determinar a pressão disponível residual na saída de cada trecho, subtraindo a
perda de carga total (coluna 13) da pressão disponível (coluna 8)
Se a pressão residual for menor que a pressão requerida no ponto de utilização,
14º ou se a pressão for negativa, repetir os passos 5º ao 13º, selecionando um
diâmetro interno maior para a tubulação de cada trecho
No cálculo da velocidade no passo 5º, usar a expressão v = 4 x 103
x Q x π-1
x d-2
onde:
v é a velocidade, em metros por segundo;
Q é a vazão estimada, em litros por segundo;
d é o diâmetro interno da tubulação, em milímetros.
/ANEXO B
1º
4º 3
5º 4, 5 e 6
9º 10
10º 11
11º 12
12º 13
13º 14
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34 NBR 5626:1998
B.1 Objetivo
Este anexo estabelece o método para verificação da prote-
ção contra retrossifonagem em dois grupos de disposi-
tivos:
a) grupo 1 - separação atmosférica não padronizada;
b) grupo 2 - quebrador de vácuo (incorporado ou
não à peça de utilização).
NOTA - Os dispositivos não previstos nos dois grupos devem
também ser submetidos a um ensaio específico para que seja
avaliado o seu comportamento quanto à prevenção à retrossi-
fonagem.
B.2 Aparelhagem para ensaio
B.2.1 Bancada de ensaio
A bancada deve permitir instalar, de modo adequado, os
dispositivos de prevenção ao refluxo ou as peças de utili-
zação onde estejam incorporados tais dispositivos, bem
como aparelhos sanitários ou outros componentes neces-
sários para simular efetivamente o funcionamento do dis-
positivo em uma instalação predial de água fria real. A
bancada deve suprir e drenar um volume de água sufi-
ciente para a realização do ensaio.
B.2.2 Equipamento para aplicação de vácuo
Esse equipamento deve ter capacidade de submeter o
dispositivo de prevenção ao refluxo, no seu ponto de ali-
mentação de água, a uma pressão absoluta que, medida
próxima da entrada, permaneça inferior a 50 kPa durante
um período mínimo de 5 s. A figura B.1 apresenta o esque-
ma do equipamento.
Tendo em conta a experiência acumulada com a prática
do ensaio, recomenda-se que a tubulação utilizada não
seja de diâmetro nominal inferior ao do dispositivo a ser
ensaiado; que não sejam usadas conexões que provo-
quem grande perda de carga localizada; que o registro
de esfera, quando totalmente aberto, apresente seção
transversal totalmente livre e que a conexão dos manô-
metros seja feita de modo a minimizar a perda de carga e
a perturbação ao escoamento.
B.3 Execução do ensaio
B.3.1 Instalação do dispositivo de prevenção ao refluxo
Instalar o dispositivo de prevenção ao refluxo na bancada
de ensaio. Conectar o equipamento para aplicação de
vácuo no ponto de alimentação do dispositivo. Promover
o enchimento de água do aparelho sanitário, ou de outro
componente associado ao dispositivo de prevenção ao
refluxo, sob ensaio, de modo a atingir o nível de transbor-
damento, permanecendo neste nível durante o ensaio. O
enchimento pode ser feito por via diferente daquela que
constitui a alimentação normal.
B.3.2 Aplicação do diferencial de pressão
Com o registro de esfera fechado, acionar e regular a
bomba de vácuo para que a pressão absoluta no interior
do tanque de vácuo (lida no manômetro A) seja de
20 kPa. Abrir o registro de esfera, observando que a pres-
são absoluta na entrada do dispositivo (lida no manôme-
tro B) não exceda 50 kPa durante um período mínimo de
5 s. Fechar o registro de esfera. Verificar se houve re-
fluxo, observando a existência de água dentro do recep-
táculo quando da abertura do seu registro de drenagem.
Repetir o procedimento mais uma vez. Registrar, como
resultado, se houve ou não refluxo de água.
B.3.3 Avaliação do resultado
Deve ser consignado se houve ou não refluxo de água
em cada uma das vezes em que o procedimento foi rea-
lizado. O dispositivo de prevenção ao refluxo deve ser
considerado satisfatório se não apresentar refluxo de
água.
Anexo B (normativo)
Verificação da proteção contra retrossifonagem em dispositivos de prevenção ao refluxo
Figura B.1 - Esquema de equipamento para aplicação de vácuo
/ANEXO C
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C.1 Generalidades
As tubulações não devem ser fixadas rigidamente a pare-
des ou em divisórias construídas em material leve e, para
promover a redução ao mínimo do ruído da instalação
predial de água fria, as tubulações devem ser assentadas
em dutos adequadamente vedados, se possível à prova
de ar, com vistas a reduzir a propagação sonora.
C.2 Transmissão de ruído
Na prática, o processo de transmissão do ruído da fonte
até o ouvinte é complexo, envolvendo múltiplos caminhos
de transmissão, a saber: direta pelo ar, através da tubula-
ção, através da estrutura do edifício e pela combinação
de vários destes. Para minimizar o ruído audível, prove-
niente dos componentes da instalação predial de água
fria, é necessário considerar todos os caminhos de trans-
missão possíveis.
O som é transmitido ao longo de tubos de metal com pou-
quíssima perda; assim, ruído originado em peça de utili-
zação é freqüente e incorretamente diagnosticado como
ruído provocado pelo escoamento em tubo. Tubos de
plástico atenuam apreciavelmente o ruído; a atenuação
não é linearmente proporcional ao comprimento do tubo,
mas, para comprimentos entre 5 m e 20 m, ela cai na fai-
xa de 1,0 dB/m a 2,5 dB/m, dependendo do material do
tubo e da espessura da parede. A inserção de um isolador
de vibração tipo fole metálico (junta de expansão) em
uma tubulação reduz a transmissão de ruído de 5 dB a
15 dB; isolador de vibração tipo mangote de borracha re-
forçada geralmente permite valores maiores de redução.
O ruído transmitido via estrutura do edifício, em geral, é
mais efetivamente reduzido se for na fonte. Se tal ação é
necessária ou não, depende das circunstâncias, sendo
o peso da estrutura e a rigidez do tubo os fatores mais im-
portantes. Assim, um tubo de material mais resiliente de
15 mm de diâmetro firmemente preso a uma parede de
tijolo sólido de 230 mm não induzirá vibrações apreciá-
veis nela, enquanto que um tubo de material menos re-
siliente de 25 mm de diâmetro, por ser mais rígido, pode
nela causar vibrações e assim transmitir ruído. Estruturas
de material leve mais facilmente entram em vibração e
mais prontamente transmitem ruído. Nos locais onde
tubos devem ser fixados a elementos construídos em ma-
terial leve, recomenda-se o uso de suportes ou braçadei-
ras flexíveis capazes de isolar vibrações. Onde houver
possibilidade de escolha, o uso de diâmetros menores e
tubos relativamente flexíveis ajuda a reduzir a transfe-
rência de energia sonora da tubulação para a estrutura.
Onde o ruído pode ser transmitido a superfícies largas,
como é o caso de lajes que suportam reservatório apoiado
sobre vigas no ático, é importante isolar a estrutura do
componente da instalação predial de água fria. Apoio
feito de material resiliente pode ser útil para isolamento
do reservatório em relação à sua estrutura de suporte.
Recomendações do fabricante do apoio devem ser segui-
das para assegurar que o tipo selecionado é adequado
para a particular aplicação.
A transmissão pelo ar do ruído de escoamento originado
em peças de utilização deve ser reduzida, onde for possí-
vel, pela vedação dos caminhos de passagem do ar. No
que tange ao projetista de instalações prediais, sua ação
geralmente se restringe a posicionar os tubos em dutos
sempre que a radiação sonora proveniente de uma tubu-
lação for um problema potencial.
C.3 Ruído de escoamento
C.3.1 Tubulação
O ruído proveniente de tubulação é gerado quando suas
paredes sofrem vibração pela ação do escoamento da
água. O ruído de escoamento de fato não é significativo
para velocidade média da água inferior a 3 m/s (ver 5.3.4).
Adicionalmente, a emissão de ruído por alta velocidade
da água pode ser fortemente elevada se ocorrer cavita-
ção.
Ainda que a cavitação seja freqüente em peças de utiliza-
ção, ela não é comum em tubulação porque, a pressões
normais, é necessária uma velocidade média da água
da ordem de 8 m/s para produzir cavitação em um cotovelo
típico. Entretanto, pressões baixas que ocorrem nas partes
mais altas das instalações prediais de água fria, como
em colunas de distribuição longas, podem causar ca-
vitação mesmo em velocidades baixas e, assim, tais tubu-
lações, se possível, devem ser evitadas, porque para se
manter os níveis de ruído dentro de limites aceitáveis é
essencial que a cavitação seja prevenida.
C.3.2 Peças de utilização
As bruscas mudanças de direção e de seção de escoa-
mento, assim como baixos valores de pressão a jusante
que ocorrem na região de obturação das peças de utiliza-
ção, tais como: torneiras, torneiras de bóias e outras pe-
ças, favorecem a ocorrência de cavitação. Esse fenômeno
é a principal causa de ruído em tais componentes, os
quais são as principais fontes de ruído de escoamento
em instalações prediais de água fria. Basicamente, o início
da cavitação pode ser impedido através da elevação da
pressão nos pontos onde ela ocorreria e pela redução
da velocidade da água. Por exemplo, em peças de utiliza-
ção a pressão no ponto de ocorrência da cavitação pode
ser elevada pela redução de seção a jusante desse ponto
(normalmente esta é uma preocupação do projetista e
fabricante de peças de utilização, ainda que simples insta-
lação de dispositivo silenciador em uma torneira de bóia
incorpore este princípio).
A velocidade da água na região de obturação de uma
peça de utilização, local usual de origem da cavitação,
pode ser reduzida através de mudanças no projeto da
própria peça, ou pela redução da pressão da água no
ponto de alimentação da peça, no projeto da instalação
predial de água fria.
Se tal redução da pressão provoca a necessidade de
maior abertura de uma peça de utilização para manter o
Anexo C (normativo)
Ruídos e vibrações em instalações prediais de água fria
Cópia não autorizada
36 NBR 5626:1998
valor da vazão, a velocidade da água na região de obtura-
ção também será mais reduzida e, conseqüentemente, a
peça operará de forma mais silenciosa. Assim, uma tor-
neira de bóia operará de forma mais silenciosa sob pres-
são menor, enquanto o valor de sua vazão pode ser man-
tido pelo aumento do diâmetro do furo de passagem da
sede do vedante.
C.4 Ruído de transiente
C.4.1 Fechamento de válvula
Quando uma válvula, torneira ou outro componente é fe-
chado muito rapidamente, o fechamento é algumas vezes
acompanhado por um claro ruído originado do fenômeno
de transiente de pressão denominado golpe de aríete.
A prevenção e a atenuação do golpe de aríete podem
ser obtidas evitando-se o fechamento brusco de válvulas,
absorvendo-se picos de pressão, aprimorando-se a ate-
nuação das ondas de pressão transmitidas ao longo da
tubulação, projetando-se a tubulação de modo a evitar
trechos muito longos, conduzindo diretamente para válvu-
las e torneiras, e reduzindo-se a velocidade da água.
Válvulas de descarga, válvulas acionadas por solenóide
ou outras válvulas que usualmente incorporam dispositivo
automático para assegurar fechamento efetivo, assim co-
mo torneiras de fechamento automático, são freqüente-
mente a causa do golpe de aríete. Quando componentes
desse tipo são especificados, modelos que não provocam
golpe de aríete excessivo devem ser utilizados e adequa-
damente mantidos, para assegurar a continuidade desta
característica de desempenho ao longo de sua vida útil.
Um dispositivo ou componente com função amortecedora
pode ser usado para absorver o pico de pressão em um
ponto próximo ao local de geração do transiente.
É possível reduzir o pico de pressão à medida que ele se
propaga ao longo da tubulação. Um isolador de vibração
tipo fole (junta de expansão) ajuda a reduzir picos de
pressão e um isolador tipo mangote flexível pode ser ain-
da mais eficiente. O uso de tubos plásticos pode promover
uma maior atenuação da onda de pressão, mas para
alguns tipos de plásticos uma elevação súbita da pressão
deve ser evitada (ver anexo D).
O dimensionamento da tubulação, assumindo um limite
máximo de velocidade da água de 3 m/s, não evita a
ocorrência de golpe de aríete, mas serve para limitar a
magnitude dos picos de pressão produzidos.
C.4.2 Oscilação de torneira de bóia
Se a bóia e a haste de uma torneira de bóia entram em
oscilação, o conseqüente abrir e fechar rápido e repetido
da torneira geralmente provoca um intenso e sonoro ruído
na instalação predial de água fria. Há muitos motivos pa-
ra ocorrer oscilação, mas o mais comum é a formação de
ondas na superfície da água do reservatório, que é man-
tida pela intermitente entrada de água através da torneira.
Por causa da duração prolongada do ruído desse tipo de
transiente, ele se constitui em sério aborrecimento para
os ocupantes do edifício, assim como em risco de avaria
para os componentes da instalação.
Prevenir a oscilação da bóia é tarefa geralmente simples,
se a torneira de bóia foi adequadamente instalada e se o
seu mecanismo é adequado para a pressão de alimen-
tação. Na maioria dos casos, uma placa abafadora pode
ser fixada à haste, ou à bóia, de modo a ficar mergulhada
na água e orientada para promover a máxima resistência
ao movimento oscilatório. Um procedimento alternativo
é a instalação de dispositivos defletores no reservatório,
para prevenir que as ondas superficiais atinjam a bóia.
O emprego de torneira de bóia que atenda a NBR 10137
deve ser observado, particularmente porque nessa norma
há exigência de que ela não deve apresentar ruído ou
vibração significativos, quando submetida a ensaio de
laboratório.
C.4.3 Oscilação de vedante de torneira
Quando ocorre oscilação do vedante, a sua troca geral-
mente resolve o problema. Em casos mais graves, a troca
do material do vedante pode ser necessária. Assim como
para torneira de bóia, uma manutenção adequada do
mecanismo da torneira reduzirá a tendência à oscilação.
C.5 Ruído de bomba
Uma bomba bem projetada, instalada e usada nas con-
dições corretas não gera ruído excessivo. Se, entretanto,
a vazão é maior que a prevista, ou a pressão de sucção é
insuficiente, há risco de cavitação e turbulência, resultan-
do em ruído e vibração.
Ruído de transmissão proveniente de bombas pode ser
reduzido pelo uso de isoladores de vibrações, tipo man-
gote flexível, colocado entre a saída da bomba e a tubula-
ção de recalque. Isoladores eficazes restringem a trans-
missão de vibração da própria tubulação. Pode ser que
seja necessário, também, isolar a tubulação da estrutura
do edifício, pela inserção de material resiliente nos supor-
tes de fixação da tubulação. A mesma técnica pode, tam-
bém, ser necessária para fixação da bomba à estrutura.
C.6 Outros tipos de ruído
Quando o fluxo da água proveniente da torneira de bóia
atinge a superfície da água no reservatório, ou o próprio
reservatório, o ruído resultante do choque pode ser sufi-
ciente para provocar sérios distúrbios aos ocupantes do
edifício. Uma solução prática para o problema é evitar o
choque, conduzindo a água de abastecimento até um
nível inferior ao nível normal de operação do reservatório
(alimentação afogada). Para tanto, emprega-se torneira
de bóia dotada de dispositivo silenciador (geralmente
um trecho de tubo). Entretanto, essa solução é inadequa-
da no que se refere à proteção sanitária, visto que ela eli-
mina a separação atmosférica entre o ponto de suprimen-
to e o nível da água no reservatório. É necessário, então,
que a torneira de bóia ou o ponto de suprimento seja do-
tado de quebrador de vácuo, ou outro dispositivo de pre-
venção ao refluxo, que apresente resultado satisfatório,
quando ensaiado conforme o anexo B.
Assim como as torneiras de bóia, torneiras também po-
dem gerar ruído pelo impacto da água sobre a superfície
dos aparelhos sanitários ou da água neles contida. O
uso de arejadores contribui positivamente na redução
de tais ruídos. Pias de cozinha metálicas e outros apare-
Cópia não autorizada
NBR 5626:1998 37
lhos sanitários similares são os que provavelmente
provocam maiores distúrbios com esse tipo de ruído. Nes-
tes casos, deve-se prever um tratamento da face inferior
da cuba da pia, ou de outro aparelho, com vistas a minimi-
zar a transmissão de vibrações e ruídos. Isto pode ser
obtido pela aplicação de revestimento feito com material
adequado para amortecer vibrações.
Paralelamente aos problemas que surgem do ruído ge-
rado pela ação da água, a instalação predial também po-
de introduzir problemas, atuando como um caminho de
transmissão de ruído, que atravessa a isolação sonora
prevista para o edifício como um todo. Em situações onde
um alto nível de isolação sonora é requerido, como é o
caso de estúdios de gravação, pode ser que a inserção
de isoladores de vibrações (mangotes flexíveis) ao longo
da tubulação seja necessária, para prover o grau de isola-
ção desejado.
C.7 Ruídos em instalações prediais de água quente
O ruído causado pela movimentação térmica dos tubos
pode ser muito incômodo. Consiste em chiados, rangidos
ou um ou mais ruídos repentinos que podem ocorrer por
um considerável tempo depois do uso da água que
causou o movimento. Uma movimentação térmica
significativa ocorre somente em tubulações de água quen-
te, como conseqüência de mudanças de temperatura.
Se essa movimentação puder ocorrer suavemente, ela
não gerará ruído. Em muitos casos, a flexibilidade su-
ficiente para absorver a movimentação térmica pode ser
obtida usando-se, na fixação dos tubos, suportes ou abra-
çadeiras de material resiliente ou calços resilientes entre
os tubos e os elementos de fixação. Onde houver trechos
longos e retos de tubulação, juntas de expansão podem
ser necessárias.
Bolhas de ar ou de vapor dissolvidas na água podem
causar um significante aumento no ruído de escoamento.
Este problema normalmente é limitado à instalação pre-
dial de água quente e resulta de falhas de projeto ou da
operação do sistema. Particularmente barulhenta é a
formação ou passagem de bolhas nos aquecedores de
água ou nos cilindros de água quente. Instalações pre-
diais de água quente devem ser projetadas e operadas
de modo a evitar a formação geral ou localizada de bolhas
e de modo a facilitar a remoção de ar durante sua utiliza-
ção.
/ANEXO D
Cópia não autorizada
38 NBR 5626:1998
D.1 Generalidades
A corrosão, envelhecimento e degradação são fenôme-
nos que merecem particular atenção, tendo em vista as
conseqüências que acarretam nas instalações prediais
de água fria. Esses fenômenos são extremamente com-
plexos, devido à quantidade de fatores que influenciam
para que eles ocorram. A durabilidade dos materiais de-
pende, fundamentalmente, da natureza do meio e das
condições a que ficam expostas as instalações, sendo,
portanto, de difícil previsão.
D.2 Tubulações metálicas
D.2.1 Conceito de corrosão química e eletroquímica
Nos metais, a corrosão é um processo de transformação
em decorrência de reações de natureza química ou eletro-
química entre esses e o meio ambiente, constituindo, em
muitos casos, na regressão natural dos metais para a
forma de compostos mais estáveis, de tal forma que:
metal + meio → produto de corrosão + energia
A maioria dos metais e de suas ligas é, portanto, suscep-
tível, em maior ou menor extensão, a alguma forma de
corrosão e, dependendo de diversos fatores, esta trans-
formação pode ser mantida a uma taxa tão lenta quanto
imperceptível.
D.2.2 Fatores que influenciam o processo de corrosão
Entre os fatores que determinam a velocidade da corro-
são, destacam-se:
- temperatura;
- pH da água;
- gases dissolvidos;
- concentração de sais;
- velocidade de escoamento.
Deve-se observar que é necessária a combinação destes
fatores e as características do meio para que o processo
de corrosão tenha influência significativa.
D.2.3 Formas de corrosão
Há uma grande variedade de tipos de corrosão, sendo
que os mais comuns são:
a) corrosão generalizada: quando toda a região do
metal sofre corrosão uniforme. Este tipo de corrosão
provoca perda de espessura do tubo;
b) corrosão por pite: trata-se de corrosão localizada,
podendo ocorrer a perfuração no local onde o pro-
cesso se manifesta;
c) corrosão galvânica: ocorre devido à formação de
par galvânico entre materiais diferentes;
d) corrosão por erosão: a velocidade de escoamento
da água, quando elevada, pode danificar a camada
protetora que se forma nos metais, dando início ao
processo de corrosão.
D.2.4 Proteção contra corrosão
As formas mais comuns de proteger os metais contra a
corrosão são:
a) modificar o meio (água) através da correção do
pH com produtos específicos. Neste caso, deve-se
atentar para a preservação da potabilidade da água
em instalações prediais de água potável;
b) utilizar catalisadores que modificam as caracterís-
ticas da água, tornando-a estável;
c) aplicar revestimentos protetores.
D.2.5 Tubulações galvanizadas
Em tubos de aço-carbono zincados (galvanizados), a ca-
mada de zinco evita, em larga extensão, a ocorrência de
corrosão. Para o bom desempenho deste material em
instalações prediais de água fria, deve-se levar em conta
as seguintes recomendações:
a) os tubos devem ser instalados de modo a não en-
trarem em contato com tubos e conexões de cobre e
suas ligas, de modo a evitar a formação de par galvâ-
nico. É aceitável a instalação de componentes de
pequenas dimensões, como registros de latão ou
bronze (ligas de cobre), instalados em tubulações
de aço-carbono galvanizado. Um contato galvânico,
freqüente em instalações hidráulicas prediais com
aquecimento central (privado ou coletivo), é aquele
que se estabelece na região de mistura da água
quente (tubo de cobre) com a água fria (tubo de aço-
carbono galvanizado). O metal mais anódico (aço,
no caso) sofrerá corrosão a uma taxa mais alta que
aquela que o mesmo metal sofreria sem a presença
do contato galvânico (os eletrólitos, no caso, são a
água, pelo lado interno, e a argamassa de revesti-
mento, pelo lado externo). Na prática, esta condição
acontece na ligação de chuveiros ou duchas, com
as inconveniências decorrentes do par galvânico,
sendo minimizadas através da adoção de esquemas
como os representados na figura D.1, onde a opção
(a) se constitui na de maior eficiência, por transferir o
contato entre o galvanizado e o cobre para um ponto
onde a temperatura seja menor em caso de refluxo
da água quente;
b) os tubos de aço-carbono galvanizados oferecem
proteção contra a corrosão interna, porém determina-
dos tipos de água causam danos à proteção, inician-
do o processo corrosivo. Nestes casos, deve-se pre-
ver meios de adequação das características da água
Anexo D (normativo)
Corrosão, envelhecimento e degradação de tubulações empregadas nas
instalações prediais de água fria
Cópia não autorizada
NBR 5626:1998 39
através do seu tratamento com produtos específicos
ou do uso de catalisadores;
c) deve-se levar em conta o meio em que os tubos
são instalados e, quando necessário, prever algum
tipo de proteção contra corrosão externa dos tubos.
Em tubulações embutidas, recomenda-se que a
tubulação seja instalada de modo a ficar em contato
com material homogêneo, de preferência alcalino,
como, por exemplo, o material propiciado pelas ar-
Figura D.1 - Esquema de ligação do chuveiro ou ducha
gamassas, desde que apresentem baixos teores de
cloretos, freqüentes nos aditivos de pega e endureci-
mento;
d) as tubulações enterradas devem ser protegidas
para que os solos contendo agentes agressivos não
provoquem corrosão externa do aço galvanizado.
Para proteção, as tubulações podem ser colocadas
em canaletas de concreto, pintadas com material
betuminoso ou sofrer outros tipos de proteção.
Cópia não autorizada
40 NBR 5626:1998
D.2.6 Tubulações de cobre
Nos tubos de cobre ocorre uma oxidação que normal-
mente é uniforme, uma vez que, na presença de oxigênio
dissolvido, desenvolve-se, em toda a superfície interna,
uma película protetora contínua e aderente, constituída
basicamente de óxido cuproso. Essa película protetora é
responsável por não levar o metal ao ataque da corrosão.
Determinados tipos de água, juntamente com condições
desfavoráveis de utilização, como é o caso de limalhas
ou argamassa não removidas que se depositam no inte-
rior das tubulações, podem criar, no ponto de contato do
material com a parede metálica da tubulação, uma peque-
na região fechada ou cavidade onde se desenvolve a
célula de corrosão eletroquímica. No caso de água com
qualidade adequada, a probabilidade de danos pode
ser tão pequena que mesmo as condições desfavoráveis
de utilização deixam de ser críticas. A lavagem da tubula-
ção da instalação predial de água fria é uma medida pre-
ventiva de corrosão.
Nos casos de água com qualidade indesejada, devem-
se prever meios de adequação das suas características,
através do seu tratamento com produtos específicos ou
do uso de catalisadores.
As tubulações enterradas devem ser protegidas para que
os solos contendo agentes agressivos não provoquem
corrosão externa do cobre. Para proteção, as tubulações
podem ser colocadas em canaletas de concreto, pintadas
com material betuminoso ou receber outros tipos de pro-
teção.
D.3 Tubulações plásticas
D.3.1 Classificação dos plásticos
A designação genérica “tubulações plásticas” compre-
ende uma grande variedade de componentes fabricados
com polímeros orgânicos sintéticos, de origem petroquí-
mica, cuja classificação, basicamente, pode ser feita em:
a) tubos e outros componentes termoplásticos, que
podem ser submetidos, repetidamente, ao amoleci-
mento e endurecimento através da variação da tem-
peratura, dentro de escala própria a cada material,
sem ocorrência de qualquer alteração apreciável de
suas propriedades. Incluem-se, nesta classe, tubos
fabricados com os seguintes materiais: poli(cloreto
de vinila), PVC; polipropileno, PP; polietileno, PE;
copoli (acrilonitrila-butadieno-estireno), ABS; poli
(cloreto de vinila) clorado, CPVC; polibutileno, PB;
polietileno com ligação cruzada, PEX;
b) tubos e outros componentes termoestáveis ou ter-
mofixos, que, ao contrário, não podem ser amoleci-
dos e moldados pela variação da temperatura, pois
ocorre a degradação do material. Tubos de resinas
de poliéster e epóxi constituem exemplos de termo-
estável. Reforçados, em geral, com fibra de vidro,
são chamados de FRP (fiber glass-reinforced-plastic
pipe).
D.3.2 Conceito de envelhecimento e degradação dos
plásticos
As tubulações plásticas não são suscetíveis à corrosão.
Além disso, os plásticos mais utilizados em instalações
prediais de água fria apresentam excelente resistência
química e a atmosferas agressivas. Entretanto, para ga-
rantir o bom desempenho destas tubulações ao longo de
toda a sua vida útil, deve-se estar atento para:
- a radiação ultravioleta e o calor podem degradar
algumas resinas plásticas. É importante salientar
que, para a fabricação dos tubos e conexões, estas
resinas plásticas são aditivadas com produtos que
as protegem dessas degradações. Recomenda-se,
no entanto, que os componentes plásticos que perma-
necerão embutidos ou enterrados ao longo de sua
vida útil sejam protegidos da radiação ultravioleta
durante a estocagem;
- a degradação que alguns plásticos podem sofrer
quando em contato com produtos que contenham
solventes orgânicos (por exemplo, a gasolina).
Destaca-se, no entanto, que há plásticos indicados
para a condução destes produtos, podendo-se citar,
como exemplo, o polietileno, cada vez mais utilizado
para o transporte de combustíveis no interior de
postos de serviços;
- o efeito da fadiga que alguns plásticos podem sofrer
devido a sobrepressões que possam ocorrer, como,
por exemplo, em instalações de recalque;
- o efeito do impacto ou outras solicitações mecânicas
não previstas no uso normal do produto.
D.3.3 Tubulações de PVC rígido
D.3.3.1 Deterioração
A exposição prolongada à radiação ultravioleta pode de-
gradar a resina do PVC. Entretanto, salienta-se que, para
a fabricação dos componentes utilizados em instalações
prediais de água fria, a resina de PVC é aditivada com
substâncias (por exemplo, estabilizantes ao UV, antioxi-
dantes, dióxido de titânio) que reduzem esta degradação
e garantem o bom desempenho das peças ao longo de
toda a sua vida útil.
Recomenda-se que na estocagem os tubos e demais
componentes sejam protegidos da ação direta dos raios
solares. As tubulações instaladas permanentemente
expostas à radiação ultravioleta devem ser devidamente
protegidas dessas ações.
A resina de PVC é suscetível ao ataque dos solventes
orgânicos. Desta forma, as tubulações de PVC devem
estar protegidas do contato com substâncias derivadas
do petróleo.
D.3.3.2 Efeitos da temperatura
O desempenho do tubo de PVC está intimamente relacio-
nado com a temperatura de operação, cuja variação im-
plica alterações de suas propriedades físicas. Uma queda
na temperatura apresenta, como conseqüência, aumento
da rigidez e da resistência à tração e, conjuntamente, di-
minuição da resistência ao impacto; elevando-se a
temperatura, ao contrário, ocorre aumento da flexibili-
dade e da resistência ao impacto, porém o tubo tem sua
resistência à tração diminuída.
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NBR 5626:1998 41
O desempenho dos componentes em PVC utilizados em
instalações prediais de água fria está relacionado com a
temperatura da água transportada, conforme mostra o
gráfico indicado na figura D.2.
A pressão de serviço (Ps) a que pode estar submetido o
componente é dada pela seguinte equação:
Ps = PN x Cs
onde:
Ps é a pressão de serviço;
PN é a pressão nominal;
Cs é o coeficiente de segurança.
Por outro lado, um efeito bastante significativo, como re-
sultado da variação da temperatura, nos tubos de PVC,
consiste na alteração de suas dimensões, decorrente do
alto coeficiente de expansão térmica. Assim, há necessi-
dade de se preverem meios de acomodar a expansão da
tubulação e o conseqüente movimento de suas
extremidades.
Recomenda-se que cuidados especiais sejam tomados
nos casos de tubulações de PVC rígido em regiões ou
ambientes onde a temperatura possa atingir valores pró-
ximos ou abaixo de 0°C.
Figura D.2 -Gráfico do coeficiente de segurança para correção da pressão de serviço em função da
temperatura da água
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NBR_5626

  • 1.
    Copyright © 1998, ABNT–AssociaçãoBrasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210-3122 Fax: (021) 220-1762/220-6436 Endereço Telegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileirade NormasTécnicas NBR 5626 SET 1998 Instalação predial de água fria Palavras-chave:Instalação predial. Água fria. Abastecimento de água 41 páginas Origem: Projeto NBR 5626:1996 CB-02 - Comitê Brasileiro de Construção Civil CE-02:009.03 - Comissão de Estudo de Instalações Prediais de Água Fria NBR 5626 - Cold water building installation Descriptors: Building installation. Cold water. Water supply Esta Norma cancela e substitui as NBR 5651:1977, NBR 5657:1977 e NBR 5658:1977 Esta Norma substitui a NBR 5626:1982 Válida a partir de 30.10.1998 Sumário Prefácio Introdução 1 Objetivo 2 Referências normativas 3 Definições 4 Materiais e componentes 5 Projeto 6 Execução 7 Manutenção ANEXOS AProcedimento para dimensionamento das tubulações da rede predial de distribuição BVerificação da proteção contra retrossifonagem em dispositivos de prevenção ao refluxo CRuídos e vibrações em instalações prediais de água fria DCorrosão, envelhecimento e degradação de tubulações empregadas nas instalações prediais de água fria Prefácio A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasilei- ras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (CB) e dos Organismos de Normalização Se- torial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvi- dos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos CB e ONS, circular para Votação Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados. A concepção inicial desta Norma e a sua redação foram desenvolvidas pelo Laboratório de Instalações Prediais do Agrupamento de Instalações e Segurança ao Fogo da Divisão de Engenharia Civil do IPT (Instituto de Pesqui- sas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A). A organi- zação temática se orientou pela estruturação adotada na normalização britânica para instalações prediais de água (BS 6700:1987 - Design, installation, testing and maintenance of services supplying water for domestic use within buildings and their curtilages). Esta Norma substitui integralmente a NBR 5626:1982. Na sua nova versão, foram incorporadas as NBR 5651:1977 (Recebimento de instalações prediais de água fria), NBR 5657:1977 (Verificação da estanqueidade à pressão interna de instalações prediais de água fria) e NBR 5658:1977 (Determinação das condições de funcio- namento das peças de utilização de uma instalação predial de água fria) que, por este motivo, são agora canceladas. A instalação predial de água fria, objeto desta Norma, é em grande parte dos casos um subsistema de um sistema maior, composto também pelas instalações prediais de água quente e de combate a incêndio. Dentro da atual estrutura de normalização cada uma dessas instalações está coberta por norma específica. A instalação predial de água quente é normalizada pela NBR 7198:1993 (Pro- jeto e execução de instalações prediais de água quente) e a de combate a incêndio pela NBR 13714:1996 (Instala- ções hidráulicas contra incêndio, sob comando, por hi- drantes e mangotinhos). Para que uma instalação predial de água fria seja consi- derada de acordo com esta Norma, é necessário que ela Cópia não autorizada
  • 2.
    2 NBR 5626:1998 atendaa todas as exigências e recomendações nela cons- tantes e não apenas parte ou itens dela. Os materiais e componentes empregados na instalação predial de água fria para os quais existem normas brasi- leiras devem ser conforme as correspondentes normas. A conformidade de tais materiais e componentes deve ser verificada, sendo recomendada a certificação de ter- ceira parte. Esta Norma inclui os anexos A, B, C e D, de caráter nor- mativo. Introdução Esta revisão é muito significativa em relação à NBR 5626:1982. O número de temas técnicos contempla- dos foi ampliado. Alguns desses temas foram abordados de uma forma mais aprofundada e temáticas recentes e inovadoras foram incorporadas. Dois princípios funda- mentais se integraram complementarmente, fornecendo as guias mestras para a elaboração desta revisão. Primeiro, preservando o princípio consagrado do enqua- dramento do saneamento como componente integrado no campo da saúde pública, estabeleceu-se como ponto obrigatório que as instalações prediais de água fria devem oferecer garantia sanitária. Desta forma, das instalações é exigido o cumprimento das mesmas exigências aplicá- veis às demais estruturas físicas do setor de saneamento e, em particular, àquelas relativas às redes públicas de abastecimento de água, dentro da ótica de que elas são parte integrante de todo o sistema de abastecimento de água potável. De fato, as instalações prediais de água fria se constituem em subsistema do sistema de abaste- cimento de água. Pode ser considerado como a “extremi- dade” última do sistema público de abastecimento onde concretamente se estabelece o elo de ligação com o usuário final. Em segundo, adotou-se o princípio da garantia da quali- dade da instalação, que se expressa pelo seu adequado desempenho que, por sua vez, conta com o arsenal con- ceitual da avaliação de desempenho. Segundo tal con- ceito a avaliação da instalação é baseada em requisitos e critérios técnicos de desempenho para uma dada condi- ção de exposição, expressando condições qualitativas e quantitativas às quais a instalação deve atender para sa- tisfazer às exigências dos usuários. O atendimento aos referidos critérios, por sua vez, é verificado através de di- versos métodos de avaliação (laboratorial, analítico, en- saios em protótipos ou em escala real, etc.). A garantia da qualidade e o bom desempenho têm evi- dentemente inúmeras decorrências no que tange às res- ponsabilidades dos diversos agentes envolvidos durante a vida útil da instalação, bem como nas relações entre eles. Nessa área, os avanços da legislação, no que diz respeito aos direitos e deveres observáveis nas relações entre produtores e consumidores, serviram de balizamen- to importante para a definição das responsabilidades dos diversos agentes envolvidos na produção e uso da insta- lação predial de água fria. O estágio do conhecimento, da técnica atual e as dis- ponibilidades concretas do meio envolvido, por seu lado, refletem-se nas exigências e recomendações expressas nesta Norma, tornando-as factíveis dentro do respeito aos princípios adotados. 1 Objetivo 1.1 Esta Norma estabelece exigências e recomendações relativas ao projeto, execução e manutenção da instala- ção predial de água fria. As exigências e recomendações aqui estabelecidas emanam fundamentalmente do respeito aos princípios de bom desempenho da instalação e da garantia de potabilidade da água no caso de insta- lação de água potável. 1.1.1 As exigências e recomendações estabelecidas nesta Norma devem ser observadas pelos projetistas, assim como pelos construtores, instaladores, fabricantes de com- ponentes, concessionárias e pelos próprios usuários. 1.1.2 À instalação objeto desta Norma podem estar inte- grados outros sistemas hidráulicos prediais para os quais devem ser observadas normas específicas existentes. No caso da instalação predial de água quente, deve ser atendida a NBR 7198 e no caso da instalação predial de combate a incêndio deve ser atendida a NBR 13714. 1.2 Esta Norma é aplicável à instalação predial que possi- bilita o uso doméstico da água em qualquer tipo de edifício, residencial ou não. O uso doméstico da água prevê a possibilidade de uso de água potável e de água não po- tável. 1.2.1 No que se refere aos usos não domésticos, esta Norma aponta as exigências a serem observadas quando tais usos se dão associados ao uso doméstico, tendo em vista resguardar a segurança sanitária e o desempenho da instalação. 1.3 Esta Norma pode ser utilizada como referência técnica de procedimento de recebimento de uma instalação pre- dial de água fria, podendo ser referida em contrato estabe- lecido entre o construtor e o usuário, ou entre o construtor e o projetista ou, ainda, entre o construtor e o instalador. 2 Referências normativas As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas cita- das a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento. Portaria nº 01, de 28 de maio de 1991, da Secretaria Nacional do Trabalho (altera o Anexo nº 12, da Nor- ma Regulamentadora nº 15, que institui os “Limites de tolerância para poeiras minerais” - asbestos) Portaria nº 36, de 19 de janeiro de 1990, do Ministério da Saúde (normas e o padrão de potabilidade da água) NBR 5410:1997 - Instalações elétricas de baixa ten- são Cópia não autorizada
  • 3.
    NBR 5626:1998 3 NBR5580:1993 - Tubos de aço-carbono para rosca Whitworth gás para usos comuns na condução de fluidos - Especificação NBR 5590:1995 - Tubo de aço-carbono com ou sem costura, pretos ou galvanizados por imersão a quen- te, para condução de fluidos - Especificação NBR 5648:1977 - Tubo de PVC rígido para instala- ções prediais de água fria - Especificação NBR 5649:1994 - Reservatório de fibrocimento para água potável - Especificação NBR 5680:1977 - Dimensões de tubos de PVC rígi- do - Padronização NBR 5883:1982 - Solda branda - Especificação NBR 6118:1980 - Projeto e execução de obras de concreto armado - Procedimento NBR 6414:1983 - Rosca para tubos onde a vedação é feita pela rosca - Designação, dimensões e tolerân- cias - Padronização NBR 6452:1997 - Aparelhos sanitários de material cerâmico NBR 6943:1993 - Conexão de ferro fundido maleável para tubulações - Classe 10 - Especificação NBR 7198:1993 - Projeto e execução de instalações prediais de água quente - Procedimento NBR 7229:1993 - Projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos - Procedimento NBR 7372:1982 - Execução de tubulações de pres- são de PVC rígido com junta soldada, rosqueada, ou com anéis de borracha - Procedimento NBR 8193:1992 - Hidrômetro taquimétrico para água fria até 15,0 metros cúbicos por hora de vazão no- minal - Especificação NBR 8220:1983 - Reservatório de poliéster, refor- çado com fibra de vidro, para água potável para abastecimento de comunidades de pequeno porte - Especificação NBR 9256:1986 - Montagem de tubos e conexões galvanizados para instalações prediais de água fria - Procedimento NBR 9574:1986 - Execução de impermeabiliza- ção - Procedimento NBR 9575:1998 - Projeto de impermeabilização NBR 10071:1994 - Registro de pressão fabricado com corpo e castelo em ligas de cobre para instala- ções hidráulicas prediais - Especificação NBR 10072:1998 - Instalações hidráulicas prediais - Registro de gaveta de liga de cobre - Requisitos NBR 10137:1987 - Torneira de bóia para reservató- rios prediais - Especificação NBR 10281:1988 - Torneira de pressão - Especifica- ção NBR 10283:1988 - Revestimentos eletrolíticos de metais e plásticos sanitários - Especificação NBR 10284:1988 - Válvulas de esfera de liga de co- bre para uso industrial - Especificação NBR 10355:1988 - Reservatórios de poliéster refor- çado com fibra de vidro - Capacidades nominais - Diâmetros internos - Padronização NBR 10925:1989 - Cavalete de PVC DN 20 para ra- mais prediais - Especificação NBR 11304:1990 - Cavalete de polipropileno DN 20 para ramais prediais - Especificação NBR 11535:1991 - Misturadores para pia de cozinha tipo mesa - Especificação NBR 11720:1994 - Conexões para unir tubos de co- bre por soldagem ou brasagem capilar - Especifica- ção NBR 11815:1991 - Misturadores para pia de cozinha tipo parede - Especificação NBR 11852:1992 - Caixa de descarga - Especifica- ção NBR 12170:1992 - Potabilidade da água aplicável em sistema de impermeabilização - Método de en- saio NBR 12483:1991 - Chuveiros elétricos - Padroniza- ção NBR 12904:1993 - Válvula de descarga - Especifica- ção NBR 13194:1994 - Reservatório de fibrocimento pa- ra água potável - Estocagem, montagem e manuten- ção - Procedimento NBR 13206:1994 - Tubo de cobre leve, médio e pe- sado sem costura, para condução de água e outros fluidos - Especificação NBR 13714:1996 - Instalações hidráulicas contra incêndio, sob comando, por hidrantes e mangoti- nhos - Procedimento NBR 14122:1998 - Ramal predial - Cavalete galvani- zado DN 20 - Requisitos 3 Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições: 3.1 água fria: Água à temperatura dada pelas condições do ambiente. Cópia não autorizada
  • 4.
    4 NBR 5626:1998 3.2água potável: Água que atende ao padrão de potabilidade determinado pela Portaria nº 36 do Ministério da Saúde. 3.3 alimentador predial: Tubulação que liga a fonte de abastecimento a um reservatório de água de uso domés- tico. 3.4 aparelho sanitário: Componente destinado ao uso da água ou ao recebimento de dejetos líquidos e sólidos (na maioria das vezes pertence à instalação predial de esgoto sanitário). Incluem-se nessa definição aparelhos como bacias sanitárias, lavatórios, pias e outros, e, tam- bém, lavadoras de roupa, lavadoras de prato, banheiras de hidromassagem, etc. 3.5 barrilete: Tubulação que se origina no reservatório e da qual derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento é indireto. No caso de tipo de abas- tecimento direto, pode ser considerado como a tubulação diretamente ligada ao ramal predial ou diretamente ligada à fonte de abastecimento particular. 3.6 camisa: Disposição construtiva na parede ou piso de um edifício, destinada a proteger e/ou permitir livre movimentação à tubulação que passa no seu interior. 3.7 cobertura: Qualquer tipo de recobrimento feito atra- vés de material rígido sobre um duto, um sulco ou um ponto de acesso, de resistência suficiente para suportar os esforços superficiais verificados na sua posição. Quando referida a reservatório domiciliar, define o fecha- mento superior horizontal do reservatório. 3.8 coluna de distribuição: Tubulação derivada do barri- lete e destinada a alimentar ramais. 3.9 componente: Qualquer produto que compõe a insta- lação predial de água fria e que cumpre individualmente função restrita. Exemplos: tubos, conexões, válvulas, re- servatórios, etc. 3.10 concessionária: Termo empregado para designar genericamente a entidade responsável pelo abasteci- mento público de água. Na maioria dos casos esta enti- dade atua sob concessão da autoridade pública muni- cipal. Em outros casos, a atuação se dá diretamente por esta mesma autoridade ou por autarquia a ela ligada. 3.11 conexão cruzada: Qualquer ligação física através de peça, dispositivo ou outro arranjo que conecte duas tubulações das quais uma conduz água potável e a outra água de qualidade desconhecida ou não potável. NOTA - Através dessa ligação a água pode escoar de uma para outra tubulação, sendo o sentido de escoamento dependente do diferencial de pressão entre as duas tubulações. A definição também se aplica à ligação física que se estabelece entre a água contida em uma tubulação da instalação predial de água fria e a água servida contida em um aparelho sanitário ou qualquer outro recipiente que esteja sendo utilizado. 3.12 construtor: Agente interveniente no processo de construção de um edifício, responsável pelo produto em que o mesmo se constitui e, conseqüentemente, pela instalação predial de água fria, respondendo, perante o usuário, pela qualidade da instalação predial de água fria. 3.13 diâmetro nominal (DN): Número que serve para designar o diâmetro de uma tubulação e que corresponde aos diâmetros definidos nas normas específicas de cada produto. 3.14 dispositivo de prevenção ao refluxo: Componente, ou disposição construtiva, destinado a impedir o refluxo de água em uma instalação predial de água fria, ou desta para a fonte de abastecimento. 3.15 duto: Espaço fechado projetado para acomodar tu- bulações de água e componentes em geral, construído de tal forma que o acesso ao seu interior possa ser tanto ao longo de seu comprimento como em pontos específi- cos, através da remoção de uma ou mais coberturas, sem ocasionar a destruição delas a não ser no caso de coberturas de baixo custo. Inclui também o shaft que usual- mente é entendido como um duto vertical. 3.16 fonte de abastecimento: Sistema destinado a forne- cer água para a instalação predial de água fria. Pode ser a rede pública da concessionária ou qualquer sistema particular de fornecimento de água. No caso da rede pú- blica, considera-se que a fonte de abastecimento é a extremidade a jusante do ramal predial. 3.17 galeria de serviços: Espaço fechado, semelhante a um duto, mas de dimensões tais que permitam o acesso de pessoas ao seu interior através de portas ou aberturas de visita. Nele são instalados tubulações, componentes em geral e outros tipos de instalações. 3.18 instalação elevatória: Sistema destinado a elevar a pressão da água em uma instalação predial de água fria, quando a pressão disponível na fonte de abasteci- mento for insuficiente, para abastecimento do tipo direto, ou para suprimento do reservatório elevado no caso de abastecimento do tipo indireto. Inclui também o caso onde um equipamento é usado para elevar a pressão em pon- tos de utilização localizados. 3.19 instalação predial de água fria: Sistema composto por tubos, reservatórios, peças de utilização, equipamen- tos e outros componentes, destinado a conduzir água fria da fonte de abastecimento aos pontos de utilização. 3.20 instalador: Agente interveniente no processo de construção de uma instalação predial de água fria, respon- sável perante o construtor pela qualidade da sua exe- cução. 3.21 junta: Resultado da união de dois componentes através de um determinado processo, envolvendo ou não materiais complementares. 3.22 ligação hidráulica: Arranjo pelo qual se conecta a tubulação ao reservatório domiciliar. 3.23 metal sanitário: Expressão usualmente empregada para designar peças de utilização e outros componentes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e outros ambientes do gênero, fabricados em liga de cobrel. Exemplos: torneiras, registros de pressão e gaveta, mistu- radores, válvulas de descarga, chuveiros e duchas, bicas de banheira. Ver também 3.27. 3.24 nível de transbordamento: Nível do plano horizontal que passa pela borda do reservatório, aparelho sanitário Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 5 ououtro componente. No caso de haver extravasor asso- ciado ao componente, o nível é aquele do plano horizontal que passa pelo nível inferior do extravasor. 3.25 padrão de potabilidade: Conjunto de valores má- ximos permissíveis das características de qualidade da água destinada ao consumo humano, conforme determina a Portaria nº 36 do Ministério da Saúde. 3.26 peça de utilização: Componente na posição a jusan- te do sub-ramal que, através de sua operação (abrir e fe- char), permite a utilização da água e, em certos casos, permite também o ajuste da sua vazão. 3.27 plástico sanitário: Expressão usualmente emprega- da para designar peças de utilização e outros componen- tes utilizados em banheiros, cozinhas, áreas de serviço e outros ambientes do gênero, fabricados em material plás- tico. Exemplos: torneiras, registros de pressão e gaveta, válvulas de descarga, chuveiros e duchas. Ver também 3.23. 3.28 ponto de suprimento: Extremidade a jusante de tu- bulação diretamente ligada à fonte de abastecimento que alimenta um reservatório de água para uso doméstico. 3.29 ponto de utilização (da água): Extremidade a jusante do sub-ramal a partir de onde a água fria passa a ser considerada água servida. Qualquer parte da instalação predial de água fria, a montante desta extremidade, deve preservar as características da água para o uso a que se destina. 3.30 projetista: Agente interveniente no processo de construção de uma instalação predial de água fria, res- ponsável perante o construtor pela qualidade do projeto. 3.31 ramal: Tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os sub-ramais. 3.32 ramal predial: Tubulação compreendida entre a rede pública de abastecimento de água e a extremidade a montante do alimentador predial ou de rede predial de distribuição. O ponto onde termina o ramal predial deve ser definido pela concessionária. 3.33 rede predial de distribuição: Conjunto de tubula- ções constituído de barriletes, colunas de distribuição, ramais e sub-ramais, ou de alguns destes elementos, destinado a levar água aos pontos de utilização. 3.34 refluxo de água: Escoamento de água ou outros lí- quidos e substâncias, proveniente de qualquer outra fon- te, que não a fonte de abastecimento prevista, para o in- terior da tubulação destinada a conduzir água desta fonte. Incluem-se, neste caso, a retrossifonagem, bem como outros tipos de refluxo como, por exemplo, aquele que se estabelece através do mecanismo de vasos comunican- tes. 3.35 registro de fechamento: Componente instalado na tubulação e destinado a interromper a passagem da água. Deve ser usado totalmente fechado ou totalmente aberto. Geralmente, empregam-se registros de gaveta ou registros de esfera. Em ambos os casos, o registro deve apresentar seção de passagem da água com área igual à da seção interna da tubulação onde está instalado. 3.36 registro de utilização: Componente instalado na tubulação e destinado a controlar a vazão da água utili- zada. Geralmente empregam-se registros de pressão ou válvula-globo em sub-ramais. 3.37 retrossifonagem: Refluxo de água usada, prove- niente de um reservatório, aparelho sanitário ou de qual- quer outro recipiente, para o interior de uma tubulação, devido à sua pressão ser inferior à atmosférica. 3.38 separação atmosférica: Separação física (cujo meio é preenchido por ar) entre o ponto de utilização ou ponto de suprimento e o nível de transbordamento do reservató- rio, aparelho sanitário ou outro componente associado ao ponto de utilização. 3.39 sub-ramal: Tubulação que liga o ramal ao ponto de utilização. 3.40 sulco: Cavidade destinada a acomodar tubulações de água, aberta ou pré-moldada, de modo a não afetar a resistência da parte do edifício onde é executada e onde o acesso só pode se dar pela destruição da cobertura ou das coberturas. 3.41 tipo de abastecimento: Forma como o abastecimen- to do ponto de utilização é efetuado. Pode ser tanto direto, quando a água provém diretamente da fonte de abas- tecimento, como indireto, quando a água provém de um reservatório existente no edifício. 3.42 tubulação: Conjunto de componentes basicamente formado por tubos, conexões, válvulas e registros, desti- nado a conduzir água fria. 3.43 tubulação aparente: Tubulação disposta externa- mente a uma parede, piso, teto ou qualquer outro elemen- to construtivo. Permite total acesso para manutenção. Pode estar instalada em galerias de serviço. 3.44 tubulação de aviso: Tubulação destinada a alertar os usuários que o nível da água no interior do reservatório alcançou um nível superior ao máximo previsto. Deve ser dirigida para desaguar em local habitualmente obser- vável. 3.45 tubulação de extravasão: Tubulação destinada a escoar o eventual excesso de água de reservatórios onde foi superado o nível de transbordamento. 3.46 tubulação de limpeza: Tubulação destinada ao esva- ziamento do reservatório, para permitir sua limpeza e manutenção. 3.47 tubulação embutida: Tubulação disposta interna- mente a uma parede ou piso, geralmente em um sulco, podendo também estar envelopada. Não permite acesso sem a destruição da cobertura. 3.48 tubulação recoberta: Tubulação disposta em espa- ço projetado para tal fim. Permite o acesso mediante sim- ples remoção da cobertura, somente implicando destrui- ção da mesma em casos de cobertura de baixo custo. 3.49 uso doméstico da água: Uso da água para atender às necessidades humanas, ocorrentes em edifício do tipo residencial; entre elas incluem-se aquelas atendidas por Cópia não autorizada
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    6 NBR 5626:1998 atividadescomo: preparação de alimentos, higiene pes- soal, cuidados com roupas e objetos domésticos, cuida- dos com a casa, lazer e passatempo e outros como com- bate ao fogo e manutenção de instalações prediais. 3.50 usuário: Pessoa física ou jurídica que efetivamente usa a instalação predial de água fria, ou que responde pelo uso que outros fazem dela, respondendo pelo correto uso da instalação e por sua manutenção, podendo dele- gar esta atividade a outra pessoa física ou jurídica. Re- corre ao construtor nos casos em que há problema na qualidade da instalação predial de água fria. 3.51 vazão de projeto: Valor de vazão, adotado para efeito de projeto, no ponto de utilização ou no ponto de suprimento. No caso de ponto de utilização, corresponde à consolidação de um valor historicamente aceito, refe- rente ao maior valor de vazão esperado para o ponto. 4 Materiais e componentes 4.1 Generalidades 4.1.1 Na seção 4 estão estabelecidas exigências e reco- mendações sobre os materiais e componentes emprega- dos nas instalações prediais de água fria. Tais exigências e recomendações baseiam-se em três premissas princi- pais. Primeira, a potabilidade da água não pode ser colo- cada em risco pelos materiais com os quais estará em contato permanente. Segunda, o desempenho dos com- ponentes não deve ser afetado pelas conseqüências que as características particulares da água imponham a eles, bem como pela ação do ambiente onde acham-se inseri- dos. Terceira, os componentes devem ter desempenho adequado face às solicitações a que são submetidos quando em uso. 4.1.2 Os materiais apresentados não constituem uma lista exaustiva. Os materiais aqui não mencionados e aqueles não conhecidos, por ocasião da elaboração desta Norma, podem ser empregados, desde que a atendam, bem co- mo os princípios que a norteiam. No caso de intenção de emprego desses materiais, recomenda-se aos projetistas e instaladores a obtenção de informações técnicas idô- neas que permitam uma utilização segura. 4.2 Proteção contra corrosão ou degradação 4.2.1 A corrosão dos materiais metálicos e a degradação dos materiais plásticos são fenômenos particularmente importantes a serem considerados, desde a fase de es- colha de componentes até a fase de utilização da instala- ção predial de água fria. São fenômenos complexos para os quais contribuem fatores de diversa natureza. O ane- xo D trata do tema apresentando considerações, parâme- tros e correlações que traduzem o estágio do conheci- mento atual sobre o assunto. 4.2.2 As instalações prediais de água fria devem ser proje- tadas, executadas e usadas de modo a evitar ou minimi- zar problemas de corrosão ou degradação. Para tanto, devem ser observadas pelo menos as recomendações do anexo D. 4.3 Materiais metálicos 4.3.1 Aço-carbono galvanizado (zincado por imersão a quente) 4.3.1.1 Os tubos fabricados em aço-carbono com reves- timento protetor de zinco, utilizados nas instalações prediais de água fria, devem obedecer à NBR 5580 ou NBR 5590. 4.3.1.2 Na montagem de tubulações empregando tubos de aço-carbono galvanizado, devem ser obedecidas as exigências estabelecidas na NBR 9256, bem como as desta Norma. Nos casos em que houver divergência ou omissão, as condições estabelecidas nesta Norma devem prevalecer. 4.3.1.3 Os cavaletes de diâmetro nominal DN 20, fabri- cados em tubos de aço-carbono galvanizado e conexões de ferro galvanizado, utilizados nas instalações prediais de água fria, devem obedecer à NBR 14122. 4.3.2 Cobre 4.3.2.1 Os tubos fabricados em cobre, utilizados nas instalações prediais de água fria, devem obedecer à NBR 13206. 4.3.3 Chumbo 4.3.3.1 O chumbo não deve ser utilizado nas instalações prediais de água fria, ressalvado o disposto em 4.3.5.3. Reparos realizados em instalações existentes devem pre- ver a substituição desse material. 4.3.4 Ferro fundido galvanizado 4.3.4.1 As conexões fabricadas em ferro fundido maleável, galvanizadas, usadas nas instalações prediais de água fria, devem obedecer à NBR 6943. 4.3.5 Liga de cobre 4.3.5.1 As conexões fabricadas em liga de cobre, usadas nas instalações prediais de água fria, devem obedecer à NBR 11720. 4.3.5.2 As juntas executadas nas tubulações de cobre po- dem ser feitas através de soldagem capilar ou por ros- queamento. No caso de soldagem, a solda deve obedecer à NBR 5883. 4.3.5.3 Recomenda-se o uso de solda sem chumbo ou uma orientação ao usuário no início da utilização da ins- talação predial de água fria. NOTA - O chumbo, constituinte do material da solda, pode entrar em contato com a água e ser liberado, resultando em concen- tração acima da permitida pelo padrão de potabilidade. O pro- cesso ocorre entre a água parada nos tubos e o material de solda, principalmente na primeira utilização de instalações novas após períodos de contato superiores a 8 h. O fenômeno diminui com o tempo de utilização da instalação. O teor de chumbo varia de acordo com a composição da solda, seu grau de ex- posição ou contato com a água, sendo mais elevado em águas com pH baixo. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 7 4.3.5.4Os metais sanitários, quando fabricados em liga de cobre, empregados nas instalações prediais de água fria, devem obedecer às normas indicadas a seguir: a) misturador para pia de cozinha tipo mesa ............................................................ NBR 11535; b) misturador para pia de cozinha tipo parede ............................................................ NBR 11815; c) registro de gaveta ........................... NBR 10072; d) registro de pressão ......................... NBR 10071; e) torneira de bóia ............................... NBR 10137; f) torneira de pressão .......................... NBR 10281; g) válvula de descarga........................ NBR 12904; h) válvula de esfera ............................. NBR 10284. 4.4 Materiais plásticos 4.4.1 Generalidades 4.4.1.1 Na utilização de componentes fabricados em ma- terial plástico, deve ser observado o valor máximo da temperatura a que estarão submetidos, em função da proximidade de fontes de calor ou do próprio ambiente. Os valores máximos recomendados devem ser observa- dos segundo cada tipo de plástico empregado. 4.4.1.2 Para uso mais eficaz de componentes fabricados em material plástico, recomenda-se verificar as variações das características físicas, mecânicas e outras, segundo as temperaturas a que eles estarão submetidos. 4.4.2 Poliéster reforçado com fibra de vidro Os reservatórios domiciliares fabricados em poliéster reforçado com fibra de vidro, utilizados nas instalações prediais de água fria, devem obedecer às NBR 8220 e NBR 10355. 4.4.3 Polipropileno Os cavaletes de diâmetro nominal DN 20, fabricados em polipropileno, utilizados nas instalações prediais de água fria, devem obedecer à NBR 11304. 4.4.4 PVC rígido 4.4.4.1 Os tubos fabricados em cloreto de polivinila (PVC rígido), utilizados nas instalações prediais de água fria, devem obedecer às NBR 5648 e NBR 5680. As juntas podem ser feitas através de soldagem ou por rosquea- mento. 4.4.4.2 Na montagem de tubulações empregando tubos de PVC rígido, devem ser obedecidas as exigências estabelecidas na NBR 7372, bem como as desta Norma. Nos casos em que houver divergência ou omissão, as condições estabelecidas nesta Norma devem prevalecer. 4.4.4.3 Os cavaletes de diâmetro nominal DN 20, fabrica- dos em PVC rígido, utilizados nas instalações prediais de água fria, devem obedecer à NBR 10925. 4.5 Outros materiais 4.5.1 Cimento amianto ou fibrocimento 4.5.1.1 Os reservatórios domiciliares fabricados em fibrocimento (cimento-amianto) devem obedecer à NBR 5649. 4.5.1.2 A estocagem e a montagem de reservatórios domi- ciliares de fibrocimento (cimento amianto) devem obe- decer à NBR 13194. 4.5.1.3 Quando do corte, furação ou outra ação que pro- mova o desfibramento do material, pode ser gerada uma suspensão aérea de fibras de amianto que, dependendo da concentração e dimensão destas, pode ser danosa à saúde. Nesta circunstância, cuidados adequados devem ser tomados, de modo a evitar a aspiração de fibras. 4.5.2 Concreto 4.5.2.1 Na construção de reservatórios domiciliares de concreto armado deve ser obedecida a NBR 6118. 4.5.3 Impermeabilizantes 4.5.3.1 A impermeabilização de reservatórios domiciliares ou de outros componentes deve ser projetada e executa- da de acordo com as NBR 9575 e NBR 9574, respec- tivmente. 4.5.3.2 Os materiais e sistemas utilizados na impermeabili- zação de reservatórios ou de outros componentes devem preservar a potabilidade da água. Cuidados especiais devem ser observados na escolha do tipo de impermeabi- lização a ser adotada, face ao risco de os materiais utiliza- dos contaminarem diretamente a água, ou combinarem- se com substâncias presentes na água, formando com- postos igualmente contaminantes. 4.5.3.3 No caso de haver dúvida sobre algum material ou sistema de impermeabilização, deve ser executado en- saio segundo a NBR 12170, devendo, contudo, os valores permissíveis das características físicas, organolépticas e químicas atender ao disposto na Portaria nº 36 do Ministé- rio da Saúde. 4.5.4 Revestimentos eletrolíticos 4.5.4.1 Os revestimentos eletrolíticos de metais e plásticos sanitários devem obedecer à NBR 10283. 4.6 Componentes 4.6.1 Um componente usado nas instalações prediais de água fria pode ser fabricado com materiais distintos (por exemplo, caixas de descarga em material plástico ou em fibrocimento (cimento amianto). Independentemente do material com o qual sejam fabricados, os componentes abaixo listados devem obedecer às respectivas normas a seguir descritas: a) caixa de descarga........................ NBR 11852; b) chuveiro elétrico .......................... NBR 12483; c) hidrômetros .................................... NBR 8193; Cópia não autorizada
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    8 NBR 5626:1998 d)torneira de bóia ............................ NBR 10137; e) torneira de pressão ...................... NBR 10281; f) válvula de descarga ...................... NBR 12904. 5 Projeto 5.1 Condições gerais 5.1.1 Elaboração e responsabilidade técnica 5.1.1.1 O projeto das instalações prediais de água fria de- ve ser feito por projetista com formação profissional de nível superior, legalmente habilitado e qualificado. 5.1.1.2 Em todas as peças gráficas do projeto, em qualquer nível do seu desenvolvimento (estudo preliminar, projeto básico, projeto executivo e projeto realizado), devem constar os dados de registro do profissional responsável junto ao CREA (Conselho Regional de Engenharia, Ar- quitetura e Agronomia), a saber: número da carteira e da região. 5.1.2 Exigências a observar no projeto 5.1.2.1 As instalações prediais de água fria devem ser projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício que as contém, atendam aos seguintes requisitos: a) preservar a potabilidade da água; b) garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e veloci- dades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e de- mais componentes; c) promover economia de água e de energia; d) possibilitar manutenção fácil e econômica; e) evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente; f) proporcionar conforto aos usuários, prevendo pe- ças de utilização adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo as demais exigências do usuário. 5.1.3 Interação com a concessionária de água 5.1.3.1 A observância das condições estabelecidas nesta Norma não dispensa a obediência às leis, decretos e re- gulamentos emanados das autoridades federais, es- taduais ou municipais, da concessionária ou outro órgão competente.1) 5.1.3.2 O projetista deve realizar uma consulta prévia à concessionária, visando obter informações sobre as ca- racterísticas da oferta de água no local da instalação ob- jeto do projeto, inquirindo em particular sobre eventuais limitações nas vazões disponíveis, regime de variação de pressões, características da água, constância de abas- tecimento e outras questões que julgar relevante. 5.1.3.3 Quando for prevista utilização de água proveniente de poços, o órgão público responsável pelo gerenciamen- to dos recursos hídricos deve ser consultado previamente (o referido órgão na maioria das vezes não é a concessio- nária). 5.1.3.4 Quando houver utilização simultânea de água for- necida pela concessionária e água de outra fonte de abastecimento, o projeto deve prever meios para impedir o refluxo da água proveniente da fonte particular para a rede pública. Nestes casos, a concessionária deve ser notificada previamente. 5.1.3.5 Quando exigido, o projeto completo da instalação predial de água fria deve ser fornecido para exame da concessionária ou do órgão público competente. 5.1.4 Informações preliminares 5.1.4.1 As seguintes informações devem ser previamente levantadas pelo projetista: a) características do consumo predial (volumes, va- zões máximas e médias, características da água, etc.); b) características da oferta de água (disponibilidade de vazão, faixa de variação das pressões, constância do abastecimento, características da água, etc.); c) necessidades de reservação, inclusive para com- bate a incêndio; d) no caso de captação local de água, as caracterís- ticas da água, a posição do nível do lençol subterrâ- neo e a previsão quanto ao risco de contaminação. 5.2 Abastecimento, reservação e distribuição 5.2.1 Fontes de abastecimento 5.2.1.1 O abastecimento das instalações prediais de água fria deve ser proveniente da rede pública de água da concessionária. Há casos em que o abastecimento pode ser proveniente parcial ou totalmente de uma outra fonte, devendo atender o disposto em 5.1.3.3, no caso de poços. Segundo o tipo de necessidade do uso doméstico da água e respeitados os requisitos relativos à segurança sanitária, o abastecimento pode ser feito com água potá- vel ou não potável. 5.2.1.2 Onde o abastecimento provém da rede pública, as exigências da concessionária devem ser obedecidas. Isto se aplica não só quando de uma nova instalação predial de água fria, como também nos casos de modifi- cação ou desconexão de uma instalação já existente. 1) Entre outros, devem ser objeto de atenção o Código Sanitário Estadual, o Código de Edificações Municipal e o regulamento da concessionária local. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 9 5.2.1.3A instalação predial de água fria abastecida com água não potável deve ser totalmente independente da- quela destinada ao uso da água potável, ou seja, deve- se evitar a conexão cruzada. A água não potável pode ser utilizada para limpeza de bacias sanitárias e mictó- rios, para combate a incêndios e para outros usos onde o requisito de potabilidade não se faça necessário. 5.2.1.4 A água potável proveniente da rede pública ou outra fonte de a abastecimento deve, no mínimo, atender ao padrão de potabilidade estabelecido na Portaria nº 36 do Ministério da Saúde.2) 5.2.2 Tipos de abastecimento Para definição do tipo de abastecimento a ser adotado, devem ser utilizadas as informações preliminares con- forme 5.1.4. A adoção do tipo direto para alguns pontos de utilização e do indireto para outros, explorando-se as vantagens de cada tipo de abastecimento, constitui, em muitos casos, a melhor solução. 5.2.3 Alimentador predial 5.2.3.1 No projeto do alimentador predial deve-se consi- derar o valor máximo da pressão da água proveniente da fonte de abastecimento. O alimentador predial deve possuir resistência mecânica adequada para suportar essa pressão. Além da resistência mecânica, os compo- nentes devem apresentar funcionamento adequado em pressões altas, principalmente no que se refere a ruídos e vibrações, como é o caso da torneira de bóia. 5.2.3.2 O cavalete, destinado a instalação do hidrômetro, bem como o seu abrigo devem ser projetados obedecen- do às exigências estabelecidas pela concessionária. 5.2.3.3 O alimentador predial deve ser dotado, na sua ex- tremidade a jusante, de torneira de bóia ou outro compo- nente que cumpra a mesma função. Tendo em vista a fa- cilidade de operação do reservatório, recomenda-se que um registro de fechamento seja instalado fora dele, para permitir sua manobra sem necessidade de remover a tampa. 5.2.3.4 O alimentador predial pode ser aparente, enterra- do, embutido ou recoberto. No caso de ser enterrado, de- ve-se observar uma distância mínima horizontal de 3,0 m de qualquer fonte potencialmente poluidora, como fossas negras, sumidouros, valas de infiltração, etc., respeitando o disposto na NBR 7229 e em outras disposições legais. No caso de ser instalado na mesma vala que tubulações enterradas de esgoto, o alimentador predial deve apre- sentar sua geratriz inferior 30 cm acima da geratriz su- perior das tubulações de esgoto. 5.2.3.5 Quando enterrado, recomenda-se que o alimen- tador predial seja posicionado acima do nível do lençol freático para diminuir o risco de contaminação da instala- ção predial de água fria em uma circunstância acidental de não estanqueidade da tubulação e de pressão nega- tiva no alimentador predial. 5.2.4 Reservatórios: preservação da potabilidade 5.2.4.1 Os reservatórios de água potável constituem uma parte crítica da instalação predial de água fria no que diz respeito à manutenção do padrão de potabilidade. Por este motivo, atenção especial deve ser dedicada na fase de projeto para a escolha de materiais, para a definição da forma e das dimensões e para o estabelecimento do modo de instalação e operação desses reservatórios. 5.2.4.2 Os reservatórios destinados a armazenar água potável devem preservar o padrão de potabilidade. Em especial não devem transmitir gosto, cor, odor ou toxici- dade à água nem promover ou estimular o crescimento de microorganismos. 5.2.4.3 O reservatório deve ser um recipiente estanque que possua tampa ou porta de acesso opaca, firmemente presa na sua posição, com vedação que impeça a entra- da de líquidos, poeiras, insetos e outros animais no seu interior. 5.2.4.4 Qualquer abertura na parede do reservatório, si- tuada no espaço compreendido entre a superfície livre da água no seu interior e a sua cobertura e que se comu- nica com o meio externo direta ou indiretamente (através de tubulação), deve ser protegida de forma a impedir a entrada de líquidos, poeiras, insetos e outros animais ao interior do reservatório. 5.2.4.5 Tendo em conta a possibilidade de ocorrência de condensação nas superfícies internas das partes do reservatório que não ficam em contato permanente com a água, cuidados devem ser tomados quanto aos mate- riais utilizados, tendo em vista o risco de contaminação. 5.2.4.6 O reservatório deve ser construído ou instalado de tal modo que seu interior possa ser facilmente inspecio- nado e limpo. 5.2.4.7 O material do reservatório deve ser resistente à corrosão ou ser provido internamente de revestimento anticorrosivo. 5.2.4.8 Em princípio um reservatório para água potável não deve ser apoiado no solo, ou ser enterrado total ou parcialmente, tendo em vista o risco de contaminação proveniente do solo, face à permeabilidade das paredes do reservatório ou qualquer falha que implique a perda da estanqueidade. Nos casos em que tal exigência seja impossível de ser atendida, o reservatório deve ser exe- cutado dentro de compartimento próprio, que permita operações de inspeção e manutenção, devendo haver um afastamento, mínimo, de 60 cm entre as faces exter- nas do reservatório (laterais, fundo e cobertura) e as faces internas do compartimento. O compartimento deve ser dotado de drenagem por gravidade, ou bombeamento, sendo que, neste caso, a bomba hidráulica deve ser insta- lada em poço adequado e dotada de sistema elétrico que adverte em casos de falha no funcionamento na bomba. 2) Além de estabelecer características físicas, organolépticas, químicas, bacteriológicas e radiológicas, a Portaria define também os procedimentos e as freqüências para verificação das características. Cópia não autorizada
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    10 NBR 5626:1998 5.2.5Reservatórios: definição da forma e dimensões 5.2.5.1 A capacidade dos reservatórios de uma instalação predial de água fria deve ser estabelecida levando-se em consideração o padrão de consumo de água no edifí- cio e, onde for possível obter informações, a freqüência e duração de interrupções do abastecimento. Algumas vezes, a interrupção do abastecimento é carac- terizada pelo fato de a pressão na rede pública atingir valores muito baixos em determinados horários do dia, não garantindo o abastecimento dos reservatórios elevados ou dos pontos de utilização. O volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o necessário para 24 h de consumo nor- mal no edifício, sem considerar o volume de água para combate a incêndio. No caso de residência de pequeno tamanho, recomenda- se que a reserva mínima seja de 500 L. Para o volume máximo de reservação, recomenda-se que sejam atendidos dois critérios: garantia de potabili- dade da água nos reservatórios no período de detenção médio em utilização normal e, em segundo, atendimento à disposição legal ou regulamento que estabeleça volume máximo de reservação. A concessionária deve fornecer ao projetista o valor es- timado do consumo de água por pessoa por dia, em fun- ção do tipo de uso do edifício. 5.2.5.2 Nos casos em que houver reservatórios inferior e superior, a divisão da capacidade de reservação total deve ser feita de modo a atender às necessidades da instalação predial de água fria quando em uso normal, às situações eventuais onde ocorra interrupção do abas- tecimento de água da fonte de abastecimento e às situa- ções normais de manutenção. O estabelecimento do crité- rio de divisão deve ser feito em conjunto com a adoção de um sistema de recalque compatível e com a formula- ção de procedimentos de operação e de manutenção da instalação predial de água fria. 5.2.5.3 Reservatórios de maior capacidade devem ser di- vididos em dois ou mais compartimentos para permitir operações de manutenção sem que haja interrupção na distribuição de água. São excetuadas desta exigência as residências unifamiliares isoladas. 5.2.5.4 Devem ser tomadas medidas no sentido de evitar os efeitos da formação do vórtice na entrada das tubula- ções. Na entrada da tubulação de sucção, deve ser insta- lado um dispositivo de proteção contra ingresso de even- tuais objetos (crivo simples ou válvula de pé com crivo). 5.2.5.5 O posicionamento relativo entre entrada e saída de água deve evitar o risco de ocorrência de zonas de estagnação dentro do reservatório. Assim, no caso de um reservatório muito comprido, recomenda-se posicio- nar a entrada e a saída em lados opostos relativamente à dimensão predominante. Nos reservatórios em que há reserva de água para outras finalidades, como é o caso de reserva para combate a incêndios, deve haver espe- cial cuidado com esta exigência. Quando a reserva de consumo for armazenada na mesma caixa ou célula utilizada para reserva de combate a in- cêndio, devem ser previstos dispositivos que assegurem a recirculação total da água armazenada. 5.2.5.6 A extremidade da tomada de água no reservatório deve ser elevada em relação ao fundo deste reservatório para evitar a entrada de resíduos eventualmente exis- tentes na rede predial de distribuição. A altura dessa ex- tremidade, em relação ao fundo do reservatório, deve ser relacionada com o diâmetro da tubulação de tomada e com a forma de limpeza que será adotada ao longo da vida do reservatório. Em reservatório de pequena capaci- dade (por exemplo: para casas unifamiliares, pequenos edifícios comerciais, etc.) e de fundo plano e liso, reco- menda-se uma altura mínima de 2 cm. No caso específico de reservatório de fibrocimento (cimento-amianto), a NBR 5649 dispõe que a tomada de água esteja 3 cm aci- ma da região mais profunda do reservatório. 5.2.6 Reservatórios: instalação e estabilidade mecânica 5.2.6.1 O reservatório (inclusive tampa e porta de acesso) deve ser projetado de modo a ter resistência mecânica suficiente para atender sua função, sem apresentar de- formações que comprometam seu funcionamento ou o funcionamento dos componentes nele instalados. 5.2.6.2 O reservatório pré-fabricado deve ser instalado sobre uma base estável, capaz de resistir aos esforços sobre ela atuantes. 5.2.6.3 Devido à necessidade do volume de água ser muito grande ou da pressão hidráulica ser muito elevada, pode ser necessário posicionar o reservatório em uma estrutura independente, externa ao edifício. Tal alterna- tiva, usualmente denominada tanque, tonel ou castelo d’água é por definição um reservatório e como tal deve ser tratado. 5.2.7 Reservatórios: operação 5.2.7.1 Toda a tubulação que abastece o reservatório deve ser equipada com torneira de bóia, ou qualquer outro dispositivo com o mesmo efeito no controle da entrada da água e manutenção do nível desejado. O dispositivo de controle da entrada deve ser adequado para cada aplicação, considerando a pressão de abastecimento da água. Quando uma torneira de bóia é usada ela deve es- tar conforme a NBR 10137. No caso de um outro disposi- tivo, este deve atender às exigências da citada norma nos pontos que se aplicarem nas circunstâncias do uso, principalmente no que concerne à possibilidade de ajuste do nível operacional e garantia de proteção contra refluxo. 5.2.7.2 A torneira de bóia ou outro dispositivo com as mesmas funções deve ser adequadamente instalada no reservatório que ela abastece, de modo a garantir a manu- tenção dos níveis de água previamente estabelecidos, considerando as faixas de pressão a que estará subme- tida. 5.2.7.3 Para facilitar as operações de manutenção, que exigem a interrupção da entrada de água no reservatório, recomenda-se que seja instalado na tubulação de alimen- tação, externamente ao reservatório, um registro de fecha- mento ou outro dispositivo ou componente que cumpra a mesma função. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 11 5.2.7.4Considerando-se as faixas de pressão previstas na tubulação que abastece o reservatório, recomenda- se que o nível máximo da superfície livre da água, no interior do reservatório, seja situado abaixo do nível da geratriz inferior da tubulação de extravasão ou de aviso. 5.2.7.5 Em instalações prediais de água quente, onde o aquecimento é feito por aquecedor alimentado por tubula- ção que se liga ao reservatório, independentemente das tubulações da rede predial de distribuição, a tomada de água da tubulação que alimenta o aquecedor deve se posicionar em nível acima das tomadas de água fria, como meio de evitar o risco de queimaduras na eventualidade de falha no abastecimento. 5.2.8 Reservatórios: aviso, extravasão e limpeza 5.2.8.1 Em todos os reservatórios devem ser instaladas tubulações que atendam às seguintes necessidades: a) aviso aos usuários de que a torneira de bóia ou dispositivo de interrupção do abastecimento do re- servatório, apresenta falha, ocorrendo, como conse- qüência, a elevação da superfície da água acima do nível máximo previsto; b) extravasão do volume de água em excesso do in- terior do reservatório, para impedir a ocorrência de transbordamento ou a inutilização do dispositivo de prevenção ao refluxo previsto, conforme 5.4.3.2, devi- do à falha na torneira de bóia ou no dispositivo de in- terrupção do abastecimento; c) limpeza do reservatório, para permitir o seu esva- ziamento completo, sempre que necessário. 5.2.8.2 As tubulações de aviso, extravasão e limpeza de- vem ser construídas de material rígido e resistente à corro- são. Tubos flexíveis (como mangueiras) não devem ser utilizados, mesmo em trechos de tubulação. Os trechos horizontais devem ter declividade adequada para desem- penho eficiente de sua função e o completo escoamento da água do seu interior. 5.2.8.3 A superfície do fundo do reservatório deve ter uma ligeira declividade no sentido da entrada da tubulação de limpeza, de modo a facilitar o escoamento da água e a remoção de detritos remanescentes. Na tubulação de limpeza, em posição de fácil acesso e operação, deve haver um registro de fechamento. A descarga da água da tubulação de limpeza deve se dar em local que não provoque transtornos às atividades dos usuários. 5.2.8.4 Toda a tubulação de aviso deve descarregar ime- diatamente após a água alcançar o nível de extravasão no reservatório. A água deve ser descarregada em local facilmente observável. Em nenhum caso a tubulação de aviso pode ter diâmetro interno menor que 19 mm. 5.2.8.5 Quando uma tubulação de extravasão for usada no reservatório, seu diâmetro interno deve ser dimensio- nado de forma a escoar o volume de água em excesso, atendendo o disposto em 5.2.8.1 b). Em reservatório de pequena capacidade (por exemplo: para casas unifami- liares, pequenos edifícios comerciais, etc.), recomenda- se que o diâmetro da tubulação de extravasão seja maior que o da tubulação de alimentação. 5.2.8.6 A tubulação de aviso deve ser conectada à tubula- ção de extravasão em seu trecho horizontal e em ponto situado a montante da eventual interligação com a tubu- lação de limpeza, para que o aviso não possa escoar água suja e com partículas em suspensão provenientes da limpeza do reservatório, evitando-se, desta forma, o entupimento da tubulação de aviso (geralmente de diâ- metro nominal reduzido como DN 20), bem como o des- pejo de sujeira prejudicial aos ambientes próprios para o deságüe de aviso. 5.2.9 Instalação elevatória 5.2.9.1 Uma instalação elevatória consiste no bombea- mento de água de um reservatório inferior para um reser- vatório superior ou para um reservatório hidropneumático. 5.2.9.2 Na definição do tipo de instalação elevatória e na localização dos reservatórios e bombas hidráulicas, deve- se considerar o uso mais eficaz da pressão disponível, tendo em vista a conservação de energia (ver 5.5.10). 5.2.9.3 As instalações elevatórias devem possuir no mí- nimo duas unidades de elevação de pressão, indepen- dentes, com vistas a garantir o abastecimento de água no caso de falha de uma das unidades. 5.2.9.4 Nas instalações elevatórias por recalque de água, recomenda-se a utilização de comando liga/desliga au- tomático, condicionado ao nível de água nos reservató- rios. Neste caso, este comando deve permitir também o acionamento manual para operações de manutenção. 5.2.9.5 A localização e a forma de instalação de instala- ções elevatórias devem ser definidas prevendo-se solu- ções destinadas a reduzir os efeitos da vibração e do ruí- do. 5.2.10 Rede predial de distribuição 5.2.10.1 No estabelecimento da localização das peças de utilização devem ser consideradas as exigências do usuário, particularmente no que se refere ao conforto, segurança e aspectos ergonômicos. Quanto à localização de chuveiros elétricos e outros aparelhos elétricos que utilizam água, devem ser observadas as exigências previstas na NBR 5410. 5.2.10.2 Recomenda-se que as tubulações horizontais sejam instaladas com uma leve declividade, tendo em vista reduzir o risco de formação de bolhas de ar no seu interior. Pela mesma razão, elas devem ser instaladas li- vres de calços e guias que possam provocar ondulações localizadas. Onde possível, a tubulação deve ser instalada com de- clive em relação ao fluxo da água, com o ponto mais alto na saída da rede de distribuição do reservatório elevado. Onde inevitável a instalação de trechos em aclive, em relação ao fluxo, os pontos mais altos devem ser, preferen- cialmente, nas peças de utilização ou providos de dis- positivos próprios para a eliminação do ar (ventosas ou outros meios), instalados em local apropriado. 5.2.10.3 Se o tipo de abastecimento da rede predial de distribuição, ou parte dela, for direto, devem ser tomadas precauções iguais àquelas que foram observadas para Cópia não autorizada
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    12 NBR 5626:1998 oalimentador predial (ver 5.2.3.1), no que se refere ao desempenho da rede predial de distribuição e de seus componentes quando submetidos a pressões elevadas. 5.2.10.4 Para possibilitar a manutenção de qualquer parte da rede predial de distribuição, dentro de um nível de conforto previamente estabelecido e considerados os custos de implantação e operação da instalação predial de água fria, deve ser prevista a instalação de registros de fechamento, ou de outros componentes ou de disposi- tivos que cumpram a mesma função. Particularmente, re- comenda-se o emprego de registros de fechamento: a) no barrilete, posicionado no trecho que alimenta o próprio barrilete (no caso de tipo de abastecimento indireto posicionado em cada trecho que se liga ao reservatório); b) na coluna de distribuição, posicionado a montante do primeiro ramal; c) no ramal, posicionado a montante do primeiro sub- ramal. 5.2.10.5 Quando a instalação predial prevê a utilização de água fria e água quente, a instalação de água fria de- ve ser protegida contra a entrada de água quente. 5.3 Dimensionamento das tubulações 5.3.1 Generalidades Cada tubulação deve ser dimensionada de modo a ga- rantir abastecimento de água com vazão adequada, sem incorrer no superdimensionamento. 5.3.2 Vazões nos pontos de utilização 5.3.2.1 A instalação predial de água fria deve ser dimen- sionada de modo que a vazão de projeto estabelecida na tabela 1 seja disponível no respectivo ponto de utiliza- ção, se apenas tal ponto estiver em uso. 5.3.2.2 A rede predial de distribuição deve ser dimensiona- da de tal forma que, no uso simultâneo provável de dois ou mais pontos de utilização, a vazão de projeto, estabe- lecida na tabela 1, seja plenamente disponível. No caso de funcionamento simultâneo não previsto pelo cálculo de dimensionamento da tubulação, a redução temporária da vazão, em qualquer um dos pontos de utilização, não deve comprometer significativamente a satisfação do usuário. Especial atenção deve ser dada na redução da vazão em pontos de utilização de água quente provocada por vazão simultânea acentuada em ramal de água fria do mesmo sistema, afetando a temperatura da água na peça de utilização de água quente ou de mistura de água quente com água fria. Para tanto, recomenda-se projetar e executar sistemas independentes de distribuição para instalações prediais que utilizam componentes de alta vazão, como, por exemplo, a válvula de descarga para bacia sanitária. A mesma recomendação se aplica a tubu- lações que alimentam aquecedores (ver 5.2.7.5). 5.3.3 Vazões no abastecimento de reservatório Nos pontos de suprimento de reservatórios, a vazão de projeto pode ser determinada dividindo-se a capacidade do reservatório pelo tempo de enchimento. No caso de edifícios com pequenos reservatórios individualizados, como é o caso de residências unifamiliares, o tempo de enchimento deve ser menor do que 1 h. No caso de gran- des reservatórios, o tempo de enchimento pode ser de até 6 h, dependendo do tipo de edifício. 5.3.4 Velocidade máxima da água As tubulações devem ser dimensionadas de modo que a velocidade da água, em qualquer trecho de tubulação, não atinja valores superiores a 3 m/s. 5.3.5 Pressões mínimas e máximas 5.3.5.1 Em condições dinâmicas (com escoamento), a pressão da água nos pontos de utilização deve ser esta- belecida de modo a garantir a vazão de projeto indicada na tabela 1 e o bom funcionamento da peça de utilização e de aparelho sanitário. Em qualquer caso, a pressão não deve ser inferior a 10 kPa, com exceção do ponto da caixa de descarga onde a pressão pode ser menor do que este valor, até um mínimo de 5 kPa, e do ponto da válvula de descarga para bacia sanitária onde a pressão não deve ser inferior a 15 kPa. 5.3.5.2 Em qualquer ponto da rede predial de distribuição, a pressão da água em condições dinâmicas (com escoa- mento) não deve ser inferior a 5 kPa. 5.3.5.3 Em condições estáticas (sem escoamento), a pres- são da água em qualquer ponto de utilização da rede predial de distribuição não deve ser superior a 400 kPa. 5.3.5.4 A ocorrência de sobrepressões devidas a transien- tes hidráulicos deve ser considerada no dimensionamen- to das tubulações. Tais sobrepressões são admitidas, desde que não superem o valor de 200 kPa. 5.3.6 Dimensionamento da rede predial de distribuição O dimensionamento das tubulações da rede predial de distribuição deve ser efetuado com base em reconhecido procedimento de cálculo, como aquele recomendado no anexo A. 5.4 Proteção sanitária da água potável 5.4.1 Generalidades A instalação predial de água fria deve ser projetada e executada de modo que não haja possibilidade, dentro dos limites da previsibilidade, de a água potável deixar de atender ao padrão de potabilidade, constituindo-se em risco para a saúde humana, ou de ela ficar inadequa- da para o uso pretendido. Entre o conjunto de cuidados a serem observados, a instalação predial de água fria não deve especificamente afetar a qualidade da água através de: a) contato com materiais inadequados; b) refluxo de água usada para a fonte de abastecimento ou para a própria instalação predial de água fria; c) interligação entre a tubulação conduzindo água potável e a tubulação conduzindo água não potável. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 13 5.4.2Cuidados com materiais utilizados 5.4.2.1 A preservação da potabilidade da água deve ser considerada na especificação e seleção cuidadosa dos materiais (ver seção 4) e na execução da instalação pre- dial de água fria. 5.4.2.2 Tendo por objetivo aumentar o grau de segurança quanto à preservação da potabilidade da água, quando da escolha de materiais e componentes, recomenda-se que os fabricantes assegurem a conformidade de seus produtos com as normas específicas, relativas à referida preservação. Deve ser dada preferência à certificação de terceira parte. 5.4.2.3 A superfície de qualquer componente que entre em contato com água potável não deve ser revestida com alcatrão ou com qualquer material que contenha al- catrão. 5.4.2.4 Nenhuma tubulação deve ser instalada enterrada em solos contaminados. Na impossibilidade de atendi- mento, medidas eficazes de proteção devem ser adota- das. 5.4.2.5 As tubulações não devem ser instaladas dentro ou através de: caixas de inspeção, poços de visita, fossas, sumidouros, valas de infiltração, coletores de esgoto sani- tário ou pluvial, tanque séptico, filtro anaeróbio, leito de secagem de lodo, aterro sanitário, depósito de lixo, etc. 5.4.2.6 Nenhuma tubulação suscetível de deterioração, quando em contato com determinada substância, pode ser instalada em local onde tal substância possa estar presente, a menos que sejam tomadas medidas para evitar o contato dessas substâncias com as tubulações. 5.4.3 Proteção contra refluxo de água 5.4.3.1 Para preservar a potabilidade da água, devem ser tomadas medidas de proteção contra o refluxo de água servida. As medidas devem considerar a proteção do ponto de utilização (ver 5.4.3.2, 5.4.3.3 e 5.4.3.4) destinada a pre- servar a potabilidade da água no interior da instalação predial de água fria, e uma outra proteção (ver 5.4.3.5) destinada a preservar a potabilidade da água da fonte de abastecimento. Adicionalmente, medidas de proteção complementares devem ser tomadas quando a instalação predial de água fria se destina a abastecer um conjunto de sub-instalações que se repetem na direção vertical, como no caso de pré- dios de muitos pavimentos, ou na direção horizontal, como no caso do conjunto de casas de um condomínio. Essa proteção complementar se destina a prevenir o refluxo das sub-instalações para a tubulação que as in- terliga, tanto no caso de tipo de abastecimento direto (ver 5.4.3.7) como no caso de tipo de abastecimento indireto (ver 5.4.3.6). Tabela 1 - Vazão nos pontos de utilização em função do aparelho sanitário e da peça de utilização Vazão de projeto L/s Caixa de descarga 0,15 Válvula de descarga 1,70 Banheira Misturador (água fria) 0,30 Bebedouro Registro de pressão 0,10 Bidê Misturador (água fria) 0,10 Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 Lavadora de pratos ou de roupas Registro de pressão 0,30 Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 com sifão integrado sem sifão Caixa de descarga, registro de pressão ou integrado válvula de descarga para mictório 0,15 por metro de calha Torneira ou misturador (água fria) 0,25 Torneira elétrica 0,10 Tanque Torneira 0,25 Torneira de jardim ou lavagem em geral Aparelho sanitário Peça de utilização Bacia sanitária Mictório cerâmico Válvula de descarga 0,50 0,15 Mictório tipo calha Caixa de descarga ou registro de pressão Pia Torneira 0,20 Cópia não autorizada
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    14 NBR 5626:1998 5.4.3.2Um dispositivo de prevenção ao refluxo deve ser previsto em cada ponto de utilização ou de suprimento de água, instalado no próprio ponto de utilização ou supri- mento, ou em local o mais próximo possível. O dispositivo de prevenção ao refluxo mais efetivo é a separação atmosférica padronizada, representada na fi- gura 1. Outros dispositivos podem ser utilizados, mas, para serem considerados efetivos contra a retrossifona- gem, devem apresentar resultado satisfatório quando submetidos ao ensaio previsto no anexo B. Entre esses dispositivos mencionam-se os seguintes: a) separação atmosférica não padronizada (quando não atende ao representado na figura 1); e b) quebrador de vácuo3) (dispositivo que pode ser independente ou incorporado à peça de utilização, como ocorre em alguns modelos de caixa de des- carga). Além da proteção contra a retrossifonagem, os pontos de utilização que de alguma forma possam estar sujeitos à condição de conexão cruzada devem ser protegidos contra o refluxo de água. 5.4.3.3 Em edifícios de diversos pavimentos alimentados indiretamente a partir de um reservatório superior, quando o atendimento de 5.4.3.2 aponta para a necessidade da instalação de um dispositivo quebrador de vácuo, consi- derado inadequado quanto às suas características operacionais ou mesmo estéticas, admite-se que a pro- teção exigida em 5.4.3.2 possa ser obtida substituindo- se o quebrador de vácuo pela ventilação da coluna de distribuição, conforme mostra a figura 2, desde que tal ventilação estenda sua ação aos pontos de utilização em questão. Como a ventilação da coluna de distribuição é uma pro- teção não localizada (em contraposição ao exigido em 5.4.3.2), a garantia dessa proteção exige determinados cuidados, a fim de não se ter anulada a ação da referida coluna, como, por exemplo, não existir nenhuma possibili- dade de bloqueio entre o ponto de ventilação e o ramal que alimenta os pontos de utilização. 5.4.3.4 No caso de residências unifamiliares, térreas ou assobradadas, alimentadas indiretamente a partir de um reservatório superior, a proteção de todos os pontos de utilização da sua rede predial de distribuição pode ser obtida pela ventilação da rede de maneira análoga àque- la recomendada em 5.4.3.6. No caso de válvula de descar- ga alimentada por tubulação exclusiva, não é exigível tal ventilação. 5.4.3.5 Para proteção da fonte de abastecimento, um dis- positivo de prevenção ao refluxo, do tipo conjunto combi- nado de válvula de retenção e quebrador de vácuo, ou outro similar, deve ser instalado junto a ela no caso de ti- po de abastecimento direto. Se o abastecimento for feito a partir de rede pública, a aceitação desta exigência, bem como o local de instalação, ficam a critério da concessionária. Se houver reservatório na instalação pre- dial de água fria e o alimentador predial não alimentar nenhum ponto de utilização intermediário entre a fonte de abastecimento e o ponto de suprimento, então, a sepa- ração atmosférica no reservatório, conforme a figura a 1, pode ser considerada como proteção da fonte de abas- tecimento. 5.4.3.6 No caso de tipo de abastecimento indireto, em edifícios de diversos pavimentos alimentados através de colunas de distribuição, que alimentam aparelhos des- providos de separação atmosférica, deve ser prevista uma proteção contra refluxo de água de um ramal para as referidas colunas. Recomenda-se a ventilação de colu- na de distribuição conforme a figura 2. O diâmetro da tubulação de ventilação deve ser definido pelo projetista, sendo recomendável a adoção de diâmetro igual ao da coluna de distribuição. O ponto de junção da tubulação de ventilação com a coluna de distribuição deve estar lo- calizado a jusante do registro de fechamento existente na própria coluna. 5.4.3.7 No caso de tipo de abastecimento direto para um conjunto de edifícios separados e abastecidos individual- mente, a partir de tubulação que desempenhe função si- milar à de uma coluna de distribuição, deve ser prevista uma proteção contra refluxo de água da instalação predial de água fria de cada edifício para a referida tubulação. Recomenda-se que um dispositivo de prevenção ao re- fluxo do tipo conjunto combinado de válvula de retenção e quebrador de vácuo, ou outro similar, seja instalado conforme a figura 3. 5.4.4 Proteção contra interligação entre água potável e não potável 5.4.4.1 Não deve haver interligação entre tubulação que conduza água fornecida por redes públicas de concessio- nárias e tubulação que conduza água proveniente de sistema particular de abastecimento (conexão cruzada), seja esta última com água potável ou não. 5.4.4.2 Em instalação predial de água fria abastecida com água não potável, todas as tubulações, reservatórios e pontos de utilização devem ser adequadamente identi- ficados através de símbolos e cores, e devem advertir os usuários com a seguinte informação: “ÁGUA NÃO PO- TÁVEL”. 5.4.4.3 A instalação predial de água fria destinada tanto ao uso doméstico da água quanto ao uso não doméstico, e abastecida a partir de uma mesma fonte de abasteci- mento de água potável, deve preservar a potabilidade da água na própria instalação, bem como na fonte de abastecimento. Para tanto, devem ser previstas medidas necessárias de proteção, no que diz respeito ao uso não doméstico, considerado o risco relativo a cada caso parti- cular, bem como observadas as exigências pertinentes ao uso doméstico da água. 3) Na ocasião da elaboração desta Norma, os dispositivos quebradores de vácuo independentes para instalações prediais de água fria, apesar de disponíveis no mercado nacional, ainda não são difundidos no meio técnico; contudo, dado o seu emprego disseminado em outros países, eles são aqui mencionados dentro da premissa de uma maior utilização no futuro. Já os quebradores de vácuo incorporados à peça de utilização ocorrem em alguns modelos de caixa de descarga. Cabe ainda notar que os quebradores de vácuo não se constituem em proteção contra o refluxo de água que ocorre quando se estabelece o mecanismo de vasos comunicantes. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 15 Figura2 - Esquema da ventilação na coluna d - Diâmetro interno do ponto de suprimento ou de utilização de água S - Separação atmosférica L - Distância mínima entre o ponto de suprimento ou de utilização de água e qualquer obstáculo próximo a ele Lmín. = 3 d Altura mínima da separação atmosférica d Smín. mm mm d ≤ 14 20 14 < d ≤ 21 25 21 < d ≤ 41 70 41 < d 2 d Figura 1 - Esquema de separação atmosférica padronizada Cópia não autorizada
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    16 NBR 5626:1998 5.5Economia de água e conservação de energia 5.5.1 Generalidades O projeto da instalação predial de água fria deve ser ela- borado de modo a tornar o mais eficiente possível o uso da água e energia nela utilizadas. Usualmente, este prin- cípio implica a redução do consumo de água e energia a valores mínimos necessários e suficientes para o bom funcionamento da instalação e para satisfação das exi- gências do usuário. 5.5.2 Pressão excessiva Uma pressão hidráulica excessiva na peça de utilização tende a aumentar desnecessariamente o consumo de água. Em condições dinâmicas, os valores das pressões nessas peças devem ser controlados para resultarem próximos aos mínimos necessários. 5.5.3 Extravasão não perceptível As tubulações de aviso dos reservatórios devem ser posi- cionadas de modo que qualquer escoamento ocorra em local e de forma prontamente constatável. 5.5.4 Impermeabilização Todo lago, tanque, chafariz ou espelho que utilize água no seu enchimento, ou mesmo para funcionamento de alguma parte, deve receber revestimento impermeabili- zante específico, principalmente quando a água é pro- veniente de concessionária. 5.5.5 Descarga em bacias sanitárias 5.5.5.1 As caixas e válvulas de descarga, usualmente em- pregadas em bacias sanitárias, devem atender, respecti- vamente, as NBR 11852 e NBR 12904, principalmente no que se refere à vazão de regime e ao volume de des- carga. 5.5.5.2 De acordo com a NBR 6452, as bacias sanitárias são classificadas em três tipos segundo o volume de água consumida por descarga. Dessa forma os fabrican- tes devem informar a faixa de consumo para cada modelo de bacia que fabricam. Recomenda-se a escolha do tipo de menor consumo, respeitadas as limitações dadas pe- los aspectos culturais. 5.5.6 Descarga em mictórios 5.5.6.1 O sistema de limpeza de mictórios deve ser pro- jetado levando-se em conta o seu desempenho e a efi- ciência no uso da água. O conhecimento da distribuição, da freqüência de uso e do tipo de usuário são elementos necessários à definição do sistema de limpeza a ser ado- tado. O sistema de limpeza pode ser automático, operado ou misto. Os valores de volume, vazão e freqüência de descarga são, em geral, função do grau de limpeza dese- jado segundo o tipo de aparelho sanitário usado. 5.5.6.2 Em situações onde há um número significativo de mictórios, é recomendável que a limpeza seja efetuada através de sistema automático de descarga, ajustado para Figura 3 - Esquema da localização do dispositivo de proteção Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 17 forneceraté 2,5 L por descarga em mictórios individuais ou a cada 70 cm de comprimento em mictório tipo calha. O sistema de limpeza automático que utiliza caixas de descarga deve ser estabelecido de modo que ocorram, no máximo, duas a três descargas por hora em situações de baixa e média freqüência de uso. Na alimentação do sistema deve ser instalado um registro de fechamento comandado por um temporizador, ou outro dispositivo, capaz de fechar automaticamente a entrada da água quando o prédio não estiver sendo usado. No caso de mictório de uso menos intenso, ou onde seja possível contar com uma correta operação por parte do usuário, a limpeza através de sistema não automático, acionada pelo próprio usuário sempre que necessária, pode resultar em economia de água, se cada mictório for utilizado com intervalo de tempo entre descargas maior ou igual que aquele que se verificaria no caso de sistema automático. 5.5.6.3 Atenção especial deve ser prestada às situações de não utilização, ou de baixa freqüência de utilização, de mictórios, evitando-se o desperdício de água através de sistemas de limpeza automáticos ou mistos. Em parti- cular, destacam-se os seguintes períodos de não utiliza- ção: período noturno, finais de semana, época de férias, faixas de utilização entre horários de pico, entre outros. 5.5.7 Torneiras e válvulas de fechamento automático Estes componentes não devem originar choques mecâ- nicos durante o funcionamento e não devem apresentar vazamentos ao fechar. Devem ser utilizados apenas em situações onde a inspeção regular e a manutenção pos- sam ser asseguradas para evitar que falhas de funciona- mento levem a eventual desperdício de água. 5.5.8 Arejadores para torneiras O arejador instalado na saída de uma torneira possui ori- fícios na sua superfície lateral que permitem a entrada de ar durante o escoamento da água e dão ao usuário a sensação de uma vazão maior do que é na realidade. Atenção especial deve ser prestada à informação do fa- bricante quanto à pressão mínima da água, para garantir o funcionamento adequado do arejador. Deve-se obser- var que há modelos de torneira cujo dispositivo instalado na sua saída funciona apenas como concentrador de jato, e não como arejador. 5.5.9 Lavadoras domésticas Considerando que o consumo das lavadoras pode atingir valores elevados e visando o melhor aproveitamento de água e energia, recomenda-se que a escolha delas seja feita com base no seu consumo de água, por ciclo comple- to de funcionamento, e na adequação dos seus recursos face ao tipo de utilização previsto. 5.5.10 Bombeamento de água 5.5.10.1 Em instalações elevatórias, do tipo de abasteci- mento direto, o consumo de energia elétrica pode ser mi- nimizado mediante o aproveitamento racional das condi- ções de pressão da água disponível na fonte de abasteci- mento. No caso de abastecimento a partir de rede pública, as informações necessárias podem ser obtidas junto à concessionária (ver 5.1.3.2). 5.5.10.2 O consumo de energia em instalações elevatórias pode ser minimizado através de uma correta escolha da bomba, observando-se o tipo e características de desem- penho segundo os condicionantes de projeto. Ainda no que concerne à economia de energia, deve-se conside- rar que o consumo de energia elétrica nos motores de bombas hidráulicas é função da potência demandada e do tempo de utilização. No cômputo da potência, deve- se ter em conta que na partida os motores elétricos de- mandam uma corrente elétrica superior à de regime, daí decorrendo uma maior potência consumida e, portanto, consumo de energia superior quando comparado com a situação de regime. 5.5.11 Chuveiro elétrico O consumo de energia elétrica depende basicamente da potência elétrica e da duração do banho. A potência do chuveiro é escolhida em função da vazão e da elevação de temperatura desejada. A NBR 11304 estabelece que o fabricante de chuveiros deve informar o consumo men- sal mínimo e o consumo mensal máximo de energia elétri- ca por pessoa. 5.6 Acessibilidade e proteção das tubulações e componentes em geral 5.6.1 Generalidades 5.6.1.1 Além das exigências mínimas de acessibilidade que a concessionária eventualmente possa fixar, o pro- jeto da instalação predial de água fria deve considerar vantagens e desvantagens decorrentes da forma adotada para instalação das tubulações e dos componentes em geral. É fundamental que haja fácil acesso para manuten- ção. Os principais fatores que condicionam a decisão quanto ao grau de acessibilidade que deve ser adotado são: a) o uso para o qual o edifício se destina (importância da estética, conseqüências de vazamentos em par- tes inacessíveis, existência ou não de procedimentos de manutenção); b) o valor dos custos de investimento inicial ou de manutenção decorrentes da adoção de condições de acessibilidade aprimoradas (facilidade para pro- jetar dutos, conseqüências de mudanças de direção das tubulações, facilidade para prover painéis de acesso ou coberturas removíveis, disponibilidade de galerias de serviço); e c) as características dos materiais das tubulações e os tipos de juntas (confiabilidade de juntas, resistên- cia à corrosão, flexibilidade do tubo quando instalado em dutos curvilíneos ou suportes). 5.6.1.2 Na maioria das vezes, a decisão deve ser orientada pelas opiniões pessoais do projetista, do instalador, do construtor ou do próprio usuário. Contudo, desde que as conseqüências econômicas e ambientais, resultantes de condições de acessibilidade insuficientes, possam vir a ser consideráveis, a decisão não deve ser tomada precipi- tadamente, sem a devida consideração. Entre tais con- seqüências incluem-se a destruição de decorações e revestimentos caros ou de pisos e azulejos de cerâmica difíceis de serem encontrados e a elevação em escala Cópia não autorizada
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    18 NBR 5626:1998 doscustos de reposição. A alta incidência de patologias observada em instalações prediais de água fria de edifí- cios habitacionais, as dificuldades de identificação das causas patológicas e a quase impossibilidade de reparo em muitos casos reforçam a necessidade de cuidados com a questão da acessibilidade. 5.6.1.3 No que concerne à operação e manutenção da instalação predial de água fria, recomenda-se observar no projeto o princípio de máxima acessibilidade a todas as suas partes. Esse princípio conduz, em geral, à locali- zação das tubulações de forma totalmente independente das estruturas, alvenarias e revestimentos. Para passa- gem e acomodação das tubulações devem ser previstos espaços livres contendo aberturas para inspeção, repa- ros e substituições sem que haja necessidade de destrui- ção das coberturas. Podem também ser utilizados forros ou paredes falsas, dutos, galerias de serviço ou outras disposições igualmente eficazes. No que se refere à ins- talação de reservatórios, bombas hidráulicas, válvulas reguladoras de pressão e outras partes, o princípio conduz à previsão de espaço suficiente ao redor destes para ga- rantir a realização das atividades de manutenção, bem como a movimentação segura da pessoa encarregada de executá-las. 5.6.2 Tubulação passando através de paredes ou pisos 5.6.2.1 Nos casos onde há necessidade de atravessar paredes ou pisos através de sua espessura, devem ser estudadas formas de permitir a movimentação da tubula- ção, em relação às próprias paredes ou pisos, pelo uso de camisas ou outro meio, igualmente eficaz. 5.6.2.2 A camisa deve apresentar a necessária resistência aos esforços a que é submetida, de forma a garantir a in- tegridade da tubulação que contém, ser devidamente ancorada à parede ou piso que atravessa e conter apenas a tubulação a ela destinada, não sendo permitida, inclusi- ve, a passagem de elementos de outras instalações, como é o caso de cabos elétricos. 5.6.2.3 Nos casos onde há necessidade de selar o espaço existente entre a tubulação e a camisa ou outro meio uti- lizado, visando, por exemplo, garantir estanqueidade à água, evitar passagem de insetos, impedir a passagem de fumaça (atendendo norma relativa à segurança ao fogo), etc., o selo deve ser permanentemente flexível para permitir a movimentação da tubulação. 5.6.3 Tubulação instalada dentro de paredes ou pisos (não estruturais) 5.6.3.1 A instalação de tubulações no interior de paredes ou pisos (tubulação recoberta ou embutida) deve consi- derar duas questões básicas: a manutenção e a movi- mentação das tubulações em relação às paredes ou aos pisos. No que se refere à movimentação, em especial, há que se preservar a integridade física e funcional das tubu- lações frente aos deslocamentos previstos das paredes ou dos pisos. 5.6.3.2 Os espaços livres existentes (como, por exemplo: pisos elevados, paredes duplas, etc.), destinados a outros fins que não o da passagem de tubulações, não devem ser aproveitados de forma improvisada. O aproveitamen- to de tais espaços só é permitido quando considerados de forma integrada no desenvolvimento do projeto. 5.6.3.3 As tubulações recobertas, instaladas em dutos, devem ser fixadas ou posicionadas através da utilização de anéis, abraçadeiras, grampos ou outros dispositivos. 5.6.4 Tubulação aparente 5.6.4.1 Qualquer tubulação aparente deve ser posicionada de forma a minimizar o risco de impactos danosos à sua integridade. Situações de maior risco requerem a adoção de medidas complementares de proteção contra impactos. 5.6.4.2 O espaçamento entre suportes, ancoragens ou apoios deve ser adequado, de modo a garantir níveis de deformação compatíveis com os materiais empregados. 5.6.4.3 Os materiais utilizados na fabricação de suportes, ancoragens e apoios, bem como os seus formatos, devem ser escolhidos de forma a não propiciar efeitos deletérios sobre as tubulações por eles suportadas. Devem ser con- sideradas as possibilidades de corrosão, as exigências de estabilidade mecânica, as necessidades de movimen- tação e o espaço necessário para inserção de isolantes. 5.6.5 Tubulações enterradas 5.6.5.1 A tubulação enterrada deve resistir à ação dos esforços solicitantes resultantes de cargas de tráfego, bem como ser protegida contra corrosão e ser instalada de modo a evitar deformações prejudiciais decorrentes de recalques do solo. Quando houver piso ao nível da superfície do solo, recomenda-se que a tubulação enterra- da seja instalada em duto, para garantir a acessibilidade à manutenção. 5.6.5.2 Em solos moles, sujeitos a recalques, ou em terre- nos de características diferenciadas, devem ser proje- tados berços especiais de assentamento, levando-se em consideração as solicitações a que estará submetida a tubulação em função dos esforços aplicados na superfície do terreno. 5.6.5.3 Tendo em vista resguardar a segurança de fun- dações e outros elementos estruturais e facilitar a manu- tenção das tubulações, é recomendável manter um distan- ciamento mínimo de 0,5 m entre a vala de assentamento e as referidas estruturas. 5.6.5.4 Se a tubulação contiver registro de fechamento ou de utilização, deve ser prevista caixa de proteção e cana- leta, ou outra forma conveniente de acesso para mano- bras na superfície. Esse elemento deve contar com tampa ou portinhola de fácil operação, concordante com o aca- bamento da superfície e resistente aos esforços que irão atuar sobre ela. 5.6.6 Interação com elementos estruturais 5.6.6.1 A tubulação não deve ser embutida ou solidariza- da longitudinalmente às paredes, pisos e demais ele- mentos estruturais do edifício, de forma a não ser preju- dicada pela movimentação destes e de forma a garantir a sua manutenção. No caso em que a tubulação corre paralela a elementos estruturais, a sua fixação pode ser feita através de abraçadeiras ou outras peças que permi- tam a necessária movimentação e facilitem a manuten- ção. Uma outra solução alternativa é a utilização de tubu- lação recoberta em duto especialmente projetado para tal fim. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 19 5.6.6.2Na eventual necessidade de atravessar elementos estruturais no sentido da sua espessura, deve haver con- sulta específica ao projetista de estruturas para que a abertura necessária seja adequadamente dimensionada. 5.6.6.3 Admite-se a instalação de tubulação no interior de parede de alvenaria estrutural, desde que seja tubulação recoberta em duto especialmente projetado para tal fim. Neste caso, o projeto da estrutura do edifício deve contem- plar, como parte integrante deste, a solução adotada para a instalação predial de água fria. 5.6.7 Reservatórios 5.6.7.1 O reservatório deve ser instalado de forma a garan- tir sua efetiva operação e manutenção, de forma mais simples e econômica possível. 5.6.7.2 O acesso ao interior do reservatório, para inspeção e limpeza, deve ser garantido através de abertura com dimensão mínima de 600 mm, em qualquer direção. No caso de reservatório inferior, a abertura deve ser dotada de rebordo com altura mínima de 100 mm para evitar a entrada de água de lavagem de piso e outras. 5.6.7.3 O espaço em torno do reservatório deve ser sufi- ciente para permitir a realização das atividades de manu- tenção, bem como de movimentação segura da pessoa encarregada de executá-las. Tais atividades incluem: re- gulagem da torneira de bóia, manobra de registros, monta- gem e desmontagem de trechos de tubulações, remoção e disposição da tampa e outras. 5.6.7.4 Recomenda-se observar uma distância mínima de 600 mm (que pode ser reduzida até 450 mm, no caso de reservatório de pequena capacidade até 1 000 L): a) entre qualquer ponto do reservatório e o eixo de qualquer tubulação próxima, com exceção daquelas diretamente ligadas ao reservatório; b) entre qualquer ponto do reservatório e qualquer componente utilizado na edificação que possa ser considerado um obstáculo permanente; c) entre o eixo de qualquer tubulação ligada ao reser- vatório e qualquer componente utilizado na edifica- ção que possa ser considerado um obstáculo per- manente. 5.6.7.5 No caso de reservatório inferior, a observância das condições de acessibilidade deve ser feita em con- junto com as condições de preservação de potabilidade estabelecidas conforme 5.2.4.8. 5.7 Controle de ruídos e vibrações 5.7.1 Generalidades 5.7.1.1 As instalações prediais de água fria devem ser projetadas e executadas de maneira a atender as neces- sidades de conforto do usuário, com respeito aos níveis de ruído produzidos ou transmitidos pela própria instala- ção, bem como de maneira a evitar que as vibrações ve- nham a provocar danos à instalação predial de água fria ou às demais partes do edifício. 5.7.1.2 Para o conforto do usuário, devem ser levadas em consideração as exigências relativas aos níveis de ruído admissíveis segundo o tipo de uso do edifício servido pe- la instalação predial de água fria. 5.7.2 Orientações para projeto Para elaboração de projeto que atenda aos requisitos de 5.7.1, recomenda-se observar, pelo menos, as orienta- ções contidas no anexo C. 6 Execução 6.1 Condições gerais 6.1.1 A execução da instalação predial de água fria deve ser levada a efeito em conformidade com o respectivo projeto. Eventuais alterações que se mostrem necessá- rias durante a execução devem ser aprovadas pelo pro- jetista e devidamente registradas em documento compe- tente para tal fim. 6.1.2 A execução da instalação predial de água fria deve ser feita por instalador legalmente habilitado e qualifi- cado. 6.1.3 Para a execução da instalação predial de água fria, deve ser estabelecido um procedimento, visando desen- volver as atividades dentro de critérios de higiene compa- tíveis com a finalidade da instalação. Desta forma, o in- terior das tubulações, reservatórios e demais partes deve ser mantido sempre limpo, livre de resíduos originados das operações de execução da instalação propriamente dita, ou oriundos de outras atividades realizadas em can- teiro. 6.1.4 No desenvolvimento das atividades de execução da instalação predial de água fria, deve ser observado um procedimento, visando oferecer condições adequa- das ao trabalho, que respeite, inclusive, as exigências que são estabelecidas com relação à segurança do tra- balho. 6.2 Trabalho no canteiro de obra 6.2.1 Manuseio de materiais e componentes 6.2.1.1 Todos os materiais e componentes empregados na execução das instalações prediais de água fria devem ser manuseados de forma cuidadosa, com vistas a reduzir danos. Nesse sentido, deve haver e devem ser seguidas recomendações dos fabricantes quanto ao carregamento, transporte, descarregamento e armazenamento dos ma- teriais e componentes. Da mesma forma, devem ser observadas as normas técnicas pertinentes referidas na seção 4. 6.2.1.2 Os componentes fabricados em fibrocimento estão sujeitos às exigências estabelecidas na Portaria nº 01 da Secretaria Nacional do Trabalho. No que se refere à execução de furos, em reservatórios domiciliares, a Por- taria estabelece níveis de concentração de fibras respi- ráveis de amianto, bem como os outros cuidados relativos ao controle do ambiente e à proteção necessária ao pes- soal envolvido. Cópia não autorizada
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    20 NBR 5626:1998 6.2.2Junta nas tubulações: generalidades 6.2.2.1 As juntas devem ser executadas segundo procedi- mentos técnicos que garantam o desempenho adequado da tubulação. No estabelecimento de tais procedimentos, devem ser consideradas as recomendações do fabrican- te, que podem vir a ser parte integrante destes, assim co- mo normas eventualmente existentes. 6.2.2.2 Na execução de juntas, cuidados devem ser toma- dos de modo a garantir que sejam removidos os materiais aderentes às extremidades das tubulações e de modo a impedir que os materiais utilizados entrem no seu interior. Nesse sentido, tubos, conexões e demais componentes devem ser limpos, internamente, e livres de partículas de areia, terra, poeira, pó metálico e outros. 6.2.3 Junta nas tubulações: tubos de aço-carbono galvanizado 6.2.3.1 As juntas são executadas por rosqueamento do tubo em conexões de ferro fundido galvanizado. As ros- cas devem obedecer à NBR 6414. Caso se utilize material vedante para garantir a estanqueidade da junta, tal mate- rial não deve implicar risco ao padrão de potabilidade da água. 6.2.3.2 Para abrir rosca em tubo, deve ser adotado procedi- mento que contemple os seguintes cuidados: o plano de corte do tubo deve ser perpendicular ao seu eixo, as re- barbas externas e internas devem ser eliminadas, a rosca deve resultar coaxial com o eixo do tubo e o comprimento útil da rosca deve observar os valores estabelecidos na NBR 6414. 6.2.3.3 A superfície da rosca e de áreas adjacentes que perderam o revestimento antioxidante devem ser prote- gidas contra corrosão. Uma forma recomendável de fazer tal proteção consiste na aplicação de pintura com tinta antioxidante tipo epóxi/poliamida rica em zinco que, quan- do seca, apresenta película com teor mínimo de 90% de zinco metálico. A pintura deve ser precedida de limpeza com substância desengordurante e devida secagem. Aqui também o material usado na pintura não deve implicar risco ao padrão de potabilidade; por isso, para as su- perfícies sujeitas ao contato com a água, é proibido o uso de zarcão por conter chumbo na sua composição. 6.2.3.4 No caso de tubulações enterradas, quando as con- dições previstas forem desfavoráveis, propícias à corro- são, a tubulação deve receber pintura com tinta betumi- nosa ou outro tipo de proteção antioxidante (ver ane- xo D). 6.2.3.5 As roscas dos tubos, das conexões e das demais superfícies da tubulação cujo revestimento protetor de zinco tenha sido danificado e cuja recuperação seja viá- vel devem ser inicialmente escovadas ou lixadas para remoção da ferrugem, sendo em seguida limpas para re- ceberem proteção contra corrosão, conforme 6.2.3.4. 6.2.4 Junta nas tubulações: tubos de cobre 6.2.4.1 Para execução de juntas soldadas, a extremidade do tubo deve ser cortada de modo a permitir o seu aloja- mento completo dentro da conexão. O corte deve ser fei- to com ferramenta em boas condições de uso para evitar deformações e garantir a perpendicularidade do plano de corte em relação ao eixo do tubo. Qualquer extremida- de defeituosa deve ter sua forma original recuperada, mediante o uso de ferramenta adequada, antes da exe- cução da junta. 6.2.4.2 Quando são utilizadas conexões de cobre e de li- ga de cobre, as superfícies dos tubos e das conexões a serem unidas devem ser lixadas, com lixa ou escova de aço finas, e nelas deve ser aplicada uma película de pasta de solda conforme recomendada pelo fabricante, cobrindo totalmente as superfícies. A junta deve ser aque- cida até uma temperatura na qual a solda flua por capilaridade no sentido de preencher o espaço da junta. A solda pode estar integrada à conexão (anel interno de solda) ou ser alimentada através de um fio de solda. A junta deve permanecer imobilizada até que a solda tenha esfriado e se solidificado. O eventual excesso de pasta deve ser removido. 6.2.4.3 No caso de tubulações enterradas, quando as con- dições previstas forem favoráveis à corrosão, a tubula- ção deve receber proteção antioxidante adequada (ver anexo D). 6.2.5 Junta nas tubulações: tubos de PVC rígido 6.2.5.1 Para execução de juntas soldadas, a extremidade do tubo deve ser cortada de modo a permitir seu aloja- mento completo dentro da conexão. O corte deve ser fei- to com ferramenta em boas condições de uso, para se obter uma superfície de corte bem acabada e garantir a perpendicularidade do plano de corte em relação ao eixo do tubo. As rebarbas internas e externas devem ser elimi- nadas com lima ou lixa fina. As superfícies dos tubos e das conexões a serem unidas devem ser lixadas com lixa fina e limpas com solução limpadora recomendada pelo fabricante. Ambas as superfícies devem receber uma película fina de adesivo plástico (solda). A extremidade do tubo deve ser introduzida até o fundo da bolsa, sendo mantido imóvel por cerca de 30 s para pega da solda. Remover o excesso de adesivo e evitar que a junta sofra solicitações mecânicas por um período de 5 min. 6.2.5.2 Para execução de juntas rosqueadas devem ser observadas as orientações estabelecidas conforme 6.2.3.1 a 6.2.3.3. Recomenda-se que o material vedante a ser utilizado seja fita de PTFE (politetrafluoretileno) ou outro material indicado pelo fabricante de tubos ou cone- xões. 6.2.5.3 É proibido o encurvamento de tubos e a execução de bolsas nas suas extremidades, tendo em vista que os equipamentos e as condições adequadas para tal fim não estão disponíveis no mercado, no momento atual. 6.2.6 Assentamento de tubulações em valas 6.2.6.1 A largura das valas deve ser suficiente para permitir o assentamento, a montagem e o preenchimento das tu- bulações sob condições adequadas de trabalho. 6.2.6.2 O fundo das valas deve ser cuidadosamente prepa- rado, de forma a criar uma superfície firme e contínua pa- ra suporte das tubulações. O leito deve ser constituído de material granulado fino, livre de descontinuidades, como pontas de rochas ou outros materiais perfurantes. No Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 21 reaterrodas valas, o material que envolve a tubulação também deve ser granulado fino e a espessura das cama- das de compactação deve ser definida segundo o tipo de material de reaterro e o tipo de tubulação. 6.2.6.3 As tubulações devem ser mantidas limpas, de- vendo-se limpar cada componente internamente antes do seu assentamento, mantendo-se a extremidade tam- pada até que a montagem seja realizada. 6.2.6.4 Os revestimentos de proteção devem ser examina- dos para verificação de sua integridade, reparando-se eventuais danos ou defeitos, de forma a garantir sua con- tinuidade. 6.2.7 Ligação hidráulica de tubulações em reservatório domiciliar 6.2.7.1 Na execução de ligações hidráulicas, deve ser considerada eventual movimentação ou deformação do reservatório quando cheio de água, para se evitar tensões deletérias à ligação hidráulica, não previstas em projeto. 6.2.7.2 Nas ligações hidráulicas com reservatórios fabri- cados em fibrocimento, aço ou material plástico (reforçado ou não), devem ser utilizados componentes adequados, previamente definidos em projeto. Recomenda-se o em- prego de adaptador flangeado do tipo dotado de junta adequada à tubulação a que estará ligado. Atenção es- pecial deve ser dada à estanqueidade da ligação hidráu- lica e, para tanto, recomenda-se o emprego de vedação constituída por anéis de material plástico ou elástico nas faces interna e externa do reservatório. Atenção também deve ser dada, quanto à estanqueidade, quando a super- fície do reservatório é curva ou irregular, devendo a veda- ção ser apropriada. É necessário assegurar-se que os materiais utilizados na vedação não comprometam o padrão de potabilidade da água. 6.2.7.3 A ligação hidráulica com reservatórios moldados em concreto, na obra, deve ser constituída por um seg- mento de tubo ou conexão apropriada que atravessa a parede do reservatório, nela posicionado por ocasião da concretagem. As principais características que tal ligação hidráulica deve atender são a estanqueidade, a resistên- cia aos torques necessários durante a montagem das tu- bulações e a compatibilidade do tipo de junta utilizada. Recomenda-se, quando o segmento de tubo for em aço carbono galvanizado ou em cobre, seja soldada uma chapa metálica, coaxial, circular ou quadrada, com aber- tura central igual ao diâmetro externo do segmento de tu- bo e de dimensões externas aproximadamente o dobro deste. Para passagens embutidas em elementos de concreto do reservatório, previstas em ferro fundido tipo pressão, recomenda-se o uso de peças especiais, com abas de vedação, próprias às linhas dos fabricantes. 6.3 Inspeção e ensaio 6.3.1 Generalidades 6.3.1.1 As inspeções e ensaios devem ser efetuados para verificar a conformidade da execução da instalação pre- dial de água fria com o respectivo projeto e se esta exe- cução foi corretamente levada a efeito. 6.3.1.2 O instalador deve estabelecer procedimentos necessários e suficientes para garantir os aspectos in- dicados em 6.1.1 e 6.3.1.1. 6.3.1.3 As inspeções e ensaios aqui destacados não se constituem integralmente nos procedimentos a que se refere 6.3.1.2. Consistem, no entanto, em ações necessá- rias para verificação de atividades de execução relaciona- das a aspectos críticos de desempenho da instalação predial de água fria. 6.3.1.4 As inspeções e ensaios podem se dar durante o desenvolvimento da execução como também após a sua conclusão. 6.3.2 Inspeção 6.3.2.1 As inspeções a serem executadas podem ser sim- ples inspeção visual como, também, podem exigir a reali- zação de medições, aplicação de cargas, pequenos en- saios de funcionamento e outros. 6.3.2.2 A conformidade com o projeto e a correção das atividades de execução são verificadas por inspeções, que se efetuam durante todo o desenvolvimento da exe- cução da instalação. Particular atenção deve ser dada para o tipo, o material, as dimensões e o posicionamento das tubulações. 6.3.2.3 Durante o assentamento das tubulações enterra- das, deve ser efetuada inspeção visual, observando-se particularmente a correta execução de juntas, instalação de válvulas e registros e eventual proteção antioxidante e mecânica. Deve ser observado também se o leito de assentamento e o reaterro da vala seguem o procedimen- to recomendado em 6.2.6. 6.3.2.4 Durante a instalação de tubulações aparentes, embutidas ou recobertas, deve ser efetuada inspeção vi- sual, observando-se particularmente a correta execução de juntas, instalação de válvulas e registros. Atenção es- pecial deve ser dada ao correto posicionamento dos pon- tos de utilização. 6.3.2.5 Durante a construção de reservatórios domiciliares, atenção especial deve ser dada ao correto posicionamen- to de eventuais peças embutidas no concreto. Em reser- vatórios pré-fabricados, observar a correta utilização dos apoios especificados. Na aplicação de impermeabili- zação, observar se esta cobre integralmente a área pre- vista. Observar o correto posicionamento das ligações hidráulicas. 6.3.2.6 Na fase de instalação das peças de utilização deve ser verificado se as torneiras, os registros, as válvulas e os outros componentes estão em conformidade com o projeto. A resistência mecânica das fixações e o acaba- mento geral da instalação devem ser particularmente observados. 6.3.3 Ensaio de estanqueidade das tubulações 6.3.3.1 As tubulações devem ser submetidas a ensaio pa- ra verificação da estanqueidade durante o processo de sua montagem, quando elas ainda estão totalmente ex- postas e, portanto, sujeitas a inspeção visual e a eventuais reparos. A viabilização do ensaio nas condições citadas Cópia não autorizada
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    22 NBR 5626:1998 sóocorre, para os tipos usuais de construção de edifício, se for realizado por partes, o que implica, necessariamen- te, a inclusão desta atividade no planejamento geral de construção do edifício. No entanto, as verificações da estanqueidade por partes devem ser complementadas por verificações globais, de maneira que o instalador possa garantir ao final que a instalação predial de água fria esteja integralmente estanque. 6.3.3.2 Tanto no ensaio de estanqueidade executado por partes como no ensaio global, os pontos de utilização podem contar com as respectivas peças de utilização já instaladas ou, caso isto não seja possível, podem ser ve- dados com bujões ou tampões. 6.3.3.3 O ensaio de estanqueidade deve ser realizado de modo a submeter as tubulações a uma pressão hidráu- lica superior àquela que se verificará durante o uso. O valor da pressão de ensaio, em cada seção da tubulação, deve ser no mínimo 1,5 vez o valor da pressão prevista em projeto para ocorrer nessa mesma seção em condi- ções estáticas (sem escoamento). No caso de tubulações em instalação com tipo de abasteci- mento indireto, o valor da pressão em condições estáticas em uma certa seção é definido diretamente no projeto. No caso de tubulações em instalação com tipo de abasteci- mento direto, o valor da pressão em condições estáticas em uma certa seção depende da faixa de variação da pressão da rede pública, devendo ser adotado o maior valor fornecido pela concessionária, considerando-se eventuais parcelas devidas a diferenças de cota entre a rede e o ponto de suprimento ou de utilização. Um procedi- mento para execução do ensaio em determinada parte da instalação predial de água fria é apresentado a seguir: a) as tubulações a serem ensaiadas devem ser pre- enchidas com água, cuidando-se para que o ar seja expelido completamente do seu interior; b) um equipamento que permita elevar gradativa- mente a pressão da água deve ser conectado às tu- bulações. Este equipamento deve possuir manô- metro, adequado e aferido, para leitura das pressões nas tubulações; c) o valor da pressão de ensaio deve ser de 1,5 ve- zes o valor da pressão em condições estáticas, pre- visto em projeto para a seção crítica, ou seja, naquela seção que em uso estará submetida ao maior valor de pressão em condições estáticas; d) alcançado o valor da pressão de ensaio, as tubula- ções devem ser inspecionadas visualmente, bem como deve ser observada eventual queda de pres- são no manômetro. Após um período de pressuriza- ção de 1 h, a parte da instalação ensaiada pode ser considerada estanque, se não for detectado vaza- mento e não ocorrer queda de pressão. No caso de ser detectado vazamento, este deve ser reparado e o procedimento repetido. 6.3.3.4 A pressão de ensaio em qualquer seção da tubula- ção, conforme 6.3.3.3, deve ser superior a 100 kPa, qual- quer que seja a parte da instalação sob ensaio conside- rada. 6.3.4 Ensaio de estanqueidade em peças de utilização e reservatórios domiciliares 6.3.4.1 O ensaio deve ser realizado após a execução da instalação predial de água fria, com a instalação total- mente cheia de água; dessa forma as peças de utilização estarão sob condições normais de uso. 6.3.4.2 Todas as peças de utilização devem estar fechadas e mantidas sob carga, durante o período de 1 h. Os regis- tros de fechamento devem estar todos abertos. Os reserva- tórios domiciliares devem estar preenchidos até o nível operacional. 6.3.4.3 Deve-se observar se ocorrem vazamentos nas jun- tas das peças de utilização e dos registros de fechamen- to. Da mesma forma, devem-se observar as ligações hi- dráulicas e os reservatórios. 6.3.4.4 Deve-se observar se ocorrem vazamentos nas pe- ças de utilização, quando estas são manobradas, a fim de se obter o escoamento próprio da condição de uso. 6.3.4.5 As peças de utilização e reservatórios domiciliares podem ser considerados estanques se não for detectado vazamento. No caso de ser detectado vazamento, este deve ser reparado e o procedimento repetido. 6.4 Identificação e registros de execução 6.4.1 A instalação predial de água fria deve ser adequada- mente identificada, de modo a garantir a sua operação e manutenção, e permitir a sua eventual modificação. Tal identificação deve ser estabelecida pelo projetista. A ins- talação predial de água fria deve ser integralmente iden- tificada, segundo estabelecido no projeto, desde a sua execução. 6.4.2 A identificação estabelecida para as instalações pre- diais de água fria deve levar em consideração os demais sistemas prediais do edifício, de forma a deles se diferen- ciar. No que se refere às instalações hidráulicas prediais contra incêndio sob comando, deve ser observado o dis- posto na NBR 13714. 6.4.3 No caso de tubulação embutida ou recoberta, os dispositivos de inspeção devem conter informações com- pletas a respeito das instalações a que dão acesso, tais como o tipo de instalação, número e diâmetro das tubula- ções e outras relevantes para operação e manutenção. 6.4.4 No caso de situações não previstas, onde seja ne- cessário introduzir modificações ao projeto, deve-se, após autorização do projetista, registrar adequadamente as alterações procedidas na execução. 6.5 Limpeza e desinfecção 6.5.1 Generalidades 6.5.1.1 O construtor deve entregar a instalação predial de água fria em condições de uso. Para tanto, devem ser executadas a limpeza e a desinfecção aqui estabelecidas, cujo objetivo é garantir que a água distribuída pela instala- ção atenda ao padrão de potabilidade. Procedimentos diferentes devem ser adotados em função do tipo de abas- tecimento utilizado na parte da instalação objeto da lim- peza e desinfecção. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 23 6.5.1.2A desinfecção é uma operação destinada a reduzir a presença de microorganismos, patogênicos ou não, a números que obedeçam ao padrão de potabilidade. A substância ativa utilizada deve ser o cloro livre, obtido, por exemplo, pela dissolução de hipoclorito de sódio na água a ser desinfetada. O efeito desejado é função da concentração de cloro livre e do tempo de contato dele com os microorganismos. Cuidados especiais devem ser tomados no armazena- mento e manuseio das soluções concentradas usadas para obtenção do cloro livre, recomendando-se, em parti- cular, que o pessoal responsável pela execução tenha treinamento adequado. 6.5.1.3 Outros procedimentos de desinfecção podem ser empregados, desde que atendam ao critério da garantia do padrão de potabilidade da água (conforme 6.5.1.1). 6.5.1.4 Os efluentes resultantes das operações de limpeza e desinfecção podem provocar impactos ambientais em determinadas circunstâncias. Desta forma, o órgão res- ponsável pelo meio ambiente deve ser notificado para que tais operações sejam efetuadas atendendo as exi- gências estabelecidas. 6.5.2 Limpeza e desinfecção de instalações prediais com tipo de abastecimento indireto 6.5.2.1 A limpeza consiste na remoção de materiais e subs- tâncias eventualmente remanescentes nas diversas par- tes da instalação predial de água fria e na subseqüente lavagem através do escoamento de água potável pela instalação. Devem ser realizados, após a conclusão da execução, inclusive inspeção, ensaios e eventuais reparos. 6.5.2.2 A limpeza deve obedecer ao procedimento apre- sentado a seguir: a) após a remoção dos sólidos de maior porte, o in- terior dos reservatórios deve ser esfregado e enxa- guado com água potável da fonte de abastecimento, sendo o efluente escoado pela tubulação de limpeza. Esta operação deve ser realizada evitando-se que as águas residuárias aí originadas entrem na rede predial de distribuição, o que pode ser obtido median- te manobra adequada dos registros de fechamento; b) em seguida, abertos os registros que dão acesso à rede predial de distribuição, os reservatórios de- vem ser enchidos até os respectivos níveis operacio- nais, previamente ajustados. Todas as peças de uti- lização, até então fechadas, devem ser abertas; c) esta operação de limpeza pode ser considerada concluída quando a água efluente por todas as pe- ças de utilização tiver aparência cristalina, quando observada a olho nu, e não apresentar resíduos sóli- dos de nenhum tipo, o que, eventualmente, exigirá reenchimentos sucessivos dos reservatórios. Os efluentes resultantes devem ser encaminhados para o sistema coletor de esgoto. 6.5.2.3 A desinfecção do reservatório superior e da rede predial de distribuição a ele ligada deve obedecer ao procedimento apresentado a seguir: a) o reservatório deve ser enchido com água potável da fonte de abastecimento até o respectivo nível ope- racional, previamente ajustado, após o que a alimen- tação deve ser interrompida. Uma certa quantidade da solução utilizada para obtenção do cloro livre de- ve ser misturada à água do reservatório para que se obtenha uma concentração de cloro livre de 50 mg/L (50 ppm), permanecendo no reservatório por 1 h, período durante o qual todas as peças de utilização devem permanecer fechadas; b) as peças de utilização devem ser então abertas, obedecendo-se à ordem de proximidade ao reserva- tório, ou seja, as peças mais a montante da instala- ção devem ser abertas antes que aquelas mais a jusante, até que todas tenham sido abertas. As peças de utilização podem ir sendo fechadas assim que a água efluente exalar odor de cloro. O reservatório não deve esvaziar durante essa operação. Se neces- sário, este deve ser reenchido e o procedimento de cloração deve ser repetido com a mesma concentra- ção estabelecida na alínea anterior. Completada a operação, deve-se deixar o reservatório e a tubula- ção cheios por mais 1 h; c) a peça de utilização mais afastada do reservatório deve então ser aberta e a concentração de cloro me- dida. Se a concentração de cloro livre for menor que 30 mg/L (30 ppm) o processo de cloração deve ser repetido até que se obtenha tal concentração; d) o reservatório e as tubulações devem então perma- necer nessa situação por cerca de 16 h; e) terminado este período, todas as peças de utiliza- ção devem ser abertas e, após o escoamento da água com cloro, deve-se alimentar o reservatório com água potável proveniente da fonte de abaste- cimento. A desinfecção é considerada concluída quando em todas as peças de utilização se obtiver água com teor de cloro não superior àquele caracte- rístico da fonte de abastecimento. 6.5.2.4 A desinfecção do reservatório inferior e da instala- ção elevatória deve obedecer a procedimento análogo àquele descrito em 6.5.2.3, onde a concentração de cloro livre exigida na peça de utilização (30 mg/L) corresponde àquela a ser medida na saída das tubulações que alimen- tam os reservatórios superiores. A desinfecção do reser- vatório inferior e da instalação elevatória deve preceder aquela descrita em 6.5.2.3. 6.5.2.5 Nos casos de reservatório de pequena capacidade (por exemplo: para casas unifamiliares, pequenos edifí- cios comerciais, etc.), pode-se adotar procedimento de desinfecção mais simples que o exposto em 6.5.2.3, con- forme descrito a seguir: a) o reservatório deve ser enchido com água potável da fonte de abastecimento até o respectivo nível ope- racional previamente ajustado, após o que a alimen- tação deve ser interrompida. Misturar à água do reser- vatório 1 L de água sanitária de uso doméstico (con- centração mínima de 2% de cloro livre ativo) para cada 1 000 L de água reservada. Esta solução deve permanecer no reservatório por 1 h, período durante o qual todas as peças de utilização devem perma- necer fechadas; Cópia não autorizada
  • 24.
    24 NBR 5626:1998 b)as peças de utilização devem ser então abertas, obedecendo-se à ordem de proximidade ao reserva- tório, ou seja, as peças mais a montante da instala- ção devem ser abertas antes que aquelas mais a jusante, até que todas tenham sido abertas. As peças de utilização podem ir sendo fechadas assim que a água efluente exalar odor de cloro. O reservatório não deve esvaziar durante essa operação. Se neces- sário, este deve ser reenchido e o procedimento de cloração deve ser repetido com a mesma concen- tração estabelecida na alínea anterior. Completada a operação, deve-se deixar o reservatório e a tubu- lação cheios, por no mínimo 2 h; c) terminado esse período, todas as peças de utiliza- ção devem ser abertas e, após o escoamento da água com cloro, deve-se alimentar o reservatório com água potável proveniente da fonte de abasteci- mento. A desinfecção é considerada concluída quan- do em todas as peças de utilização se obtiver água com teor de cloro não superior àquele característico da fonte de abastecimento. 6.5.3 Limpeza e desinfecção de instalações prediais com tipo de abastecimento direto 6.5.3.1 A limpeza consiste na remoção de materiais e substâncias, eventualmente remanescentes nas diversas partes da instalação predial de água fria, e na subseqüen- te lavagem, através do escoamento de água potável pela instalação. Devem ser realizados após a conclusão da execução, inclusive inspeção, ensaios e eventuais repa- ros. A operação de limpeza da rede predial de distribuição pode ser considerada concluída quando a água efluente através de todas as peças de utilização e, no caso de abastecimento misto, através do ponto de suprimento, tiver aparência cristalina quando observada a olho nu e não apresentar resíduos sólidos de nenhum tipo. Os efluentes resultantes devem ser encaminhados para o sistema coletor de esgoto. 6.5.3.2 A desinfecção da rede predial de distribuição é realizada pela injeção de uma solução que permita a ob- tenção de cloro livre em um ponto a montante da instalação predial de água fria, de preferência na sua interligação com a tubulação proveniente da fonte de abastecimento. No caso de abastecimento a partir da rede pública da con- cessionária, deve ser obtida prévia autorização dela para que a desinfecção seja efetuada. Eventualmente, pode ser executada desinfecção combinada de um trecho da rede pública e da instalação em questão. A desinfecção deve obedecer ao procedimento apresentado a seguir: a) estando todas as tubulações com água sob pres- são, abrir a peça de utilização ou ponto de suprimento mais próximo do ponto de injeção da solução utiliza- da até obter um efluente com concentração de no mínimo 20 mg/L (20 ppm) de cloro livre. Fechar a re- ferida peça ou ponto e repetir o procedimento com peças de utilização ou pontos de suprimento cada vez mais distantes, até que todas as saídas das tubu- lações apresentem a concentração requerida de cloro livre; b) deixar a tubulação com a solução de água e cloro sob pressão por 24 h; c) abrir todas as peças de utilização e pontos de su- primento. A desinfecção é considerada concluída quando em todas as peças de utilização e pontos de suprimento se obtiver água com teor de cloro não superior àquele característico da fonte de abasteci- mento. 6.5.3.3 No caso de instalação predial de água fria, onde o abastecimento seja tanto do tipo direto como indireto (abastecimento misto), a desinfecção das tubulações que constituem o abastecimento direto deve preceder a limpe- za e desinfecção daquelas que constituem o abasteci- mento indireto. 7 Manutenção 7.1 Condições gerais 7.1.1 Os procedimentos de manutenção da instalação predial de água fria devem ser fornecidos pelo construtor ao usuário. O planejamento da manutenção e a elabora- ção dos procedimentos correspondentes devem ser parte integrante do projeto, constituindo documento específico. 7.1.2 As exigências e recomendações, estabelecidas em 7.2, devem ser observadas quando da elaboração dos procedimentos de manutenção. 7.2 Procedimentos de manutenção 7.2.1 A instalação predial de água fria deve ser inspecio- nada periodicamente com freqüência definida pelo res- ponsável pela manutenção (usuário), muito embora a freqüência de inspeção sistemática dependa do tamanho, tipo e complexidade da instalação. 7.2.2 Procedimentos de manutenção adequados devem ser adotados, com vistas a manter os níveis de desem- penho estabelecidos para a instalação quando do seu projeto. 7.2.3 A necessidade de se adotarem inspeções formaliza- das e relatórios depende do tamanho, finalidade e com- plexidade da instalação, embora os princípios norteado- res da manutenção sejam aplicáveis a todas as instalações. 7.2.4 A adoção de rotinas de manutenção preventiva, sua freqüência e custo devem ser considerados através da comparação com o custo da ruína do sistema, incluindo qualquer desdobramento que a parada do sistema possa causar, o que implica uma nova instalação para sua subs- tituição. 7.2.5 Nos casos em que a saúde e a segurança dos usuá- rios estão envolvidas, os procedimentos de manutenção devem ser preparados e executados com especial aten- ção. 7.2.6 Ao usuário devem ser fornecidas instruções claras de manutenção e desenhos exatos da instalação, mos- trando, em particular, os locais onde as tubulações ficaram embutidas ou recobertas. 7.2.7 Qualquer modificação na instalação, durante ativida- des de manutenção, deve ser inspecionada para verifica- ção de sua efetividade e ser devidamente registrada. 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    NBR 5626:1998 25 7.2.8Os serviços de manutenção e reparo devem ser executados por pessoas capacitadas, o que inclui treina- mento apropriado e conhecimento das exigências regula- mentadas concernentes às instalações prediais de água fria. 7.3 Manutenção geral da instalação predial de água fria 7.3.1 A manutenção geral deve observar se o funciona- mento da instalação em todas as suas partes está ade- quado. Normalmente ela se constitui em inspeções sis- temáticas por toda a instalação que, eventualmente, dão origem a ações específicas de manutenção. A instalação deve ser, em princípio, inspecionada pelo menos uma vez por ano. 7.3.2 Nas inspeções ou durante os trabalhos de manuten- ção, deve haver constante e cuidadosa atenção para os casos de desperdício ou uso indevido de água. 7.3.3 Na instalação dotada de hidrômetro, deve ser feito um controle sistemático do volume de água consumida, através de leituras periódicas, permitindo detectar casos de consumo excessivo de água. No caso de aumento significativo de consumo de água, devem ser tomadas as medidas cabíveis. 7.3.4 As recomendações ou instruções dos fabricantes de hidrômetros, bombas hidráulicas e outros equipamen- tos quanto à manutenção preventiva destes devem ser corretamente seguidas e incorporadas aos procedimen- tos de manutenção da instalação. 7.3.5 A qualidade da água dos reservatórios deve ser controlada. Nos reservatórios de água potável, o controle tem por objetivo manter o padrão de potabilidade. No ca- so de reservatórios de maior porte (capacidade superior a 2 000 L), recomenda-se análise físico-química-bac- teriológica periódica de amostras da água distribuída pela instalação. A freqüência em que tal análise é levada a efeito depende principalmente do procedimento de ma- nutenção a que a instalação está sujeita como um todo, bem como do grau de atendimento das exigências e reco- mendações estabelecidas nesta Norma para o projeto e execução da instalação. O controle em reservatórios de menor capacidade pode ser considerado indiretamente realizado, observando-se as atividades de limpeza e de- sinfecção citadas em 7.6.2. 7.4 Manutenção de tubulações 7.4.1 Qualquer suporte de fixação das tubulações deve estar em bom estado. Os espaços previstos para dilatação ou contração das tubulações devem ser verificados, prin- cipalmente quando elas são de material plástico ou de cobre. 7.4.2 Juntas com vazamento devem ser apertadas (no caso de rosca) ou refeitas. Onde necessário, a tubulação deve ser substituída de modo a eliminar o vazamento. 7.4.3 Quando há substituição de segmentos de tubulação, a compatibilidade com aquela existente deve ser verifica- da. A utilização de adaptadores para execução de juntas entre a tubulação nova e a existente pode ser necessária, principalmente quando o tipo de junta é alterado, como, por exemplo, de rosca para solda. 7.4.4 Caso a inspeção aponte a possibilidade de existên- cia de corrosão, seja através da observação visual de si- nais de corrosão contidos na água, ou através da consta- tação da diminuição gradativa da vazão, as causas de- vem ser investigadas e as ações corretivas necessárias devem ser implementadas. 7.5 Manutenção de torneiras, registros e válvulas 7.5.1 Qualquer sinal de mau funcionamento em torneira de bóia, como, por exemplo, saída de água pelo aviso ou extravasão, ou em outro tipo de torneira (inclusive mistura- dores), deve gerar a ação corretiva necessária, tais como: aperto em partes móveis, troca de vedantes ou troca da própria torneira. 7.5.2 A capacidade de autobloqueamento de torneiras de bóia ou de torneiras de fechamento automático deve ser verificada a intervalos regulares e, quando necessá- rio, os reparos devem ser feitos. No caso de torneiras de uso pouco freqüente, a verificação deve ser feita a inter- valos não superiores a um ano. 7.5.3 Os crivos de chuveiros, arejadores e outros compo- nentes devem ser limpos a intervalos indicados pela ex- periência obtida pela prática. 7.5.4 Os registros de utilização devem receber os mesmos cuidados apontados em 7.5.1. 7.5.5 Os registros de fechamento devem ser operados no mínimo uma vez por ano, para assegurar o livre movi- mento das partes móveis. Os vazamentos observados no obturador destes registros podem ser tolerados se fo- rem de baixa vazão (cerca de 0,01 mL/s), caso contrário, ou se ocorrerem nas vedações do castelo com o corpo ou com a haste, devem ser reparados sem demora. 7.5.6 O mau funcionamento de válvulas de descarga deve ser corrigido por regulagens ou por troca do “reparo” (mola e vedações internas). Entende-se por mau funcionamento os seguintes eventos: vazão insuficiente, vazão excessiva, tempo de fechamento muito curto (golpe de aríete) ou muito longo (desperdício de água), “disparo” da válvula, vazamento contínuo pela saída (quando fe- chada) ou pelo botão de acionamento (fechada ou aber- ta). 7.5.7 As válvulas de alívio devem ser operadas uma vez por ano, para verificação de eventual emperramento. Qualquer irregularidade com válvulas de alívio ou válvu- las reguladoras de pressão deve ser imediatamente corri- gida. 7.5.8 O funcionamento adequado da válvula reguladora de pressão deve ser verificado periodicamente, de prefe- rência, através da leitura de um manômetro aferido insta- lado a jusante da válvula. 7.6 Manutenção de reservatórios domiciliares 7.6.1 Os reservatórios devem ser inspecionados periodi- camente, para se assegurar que as tubulações de aviso e de extravasão estão desobstruídas, que as tampas es- tão posicionadas nos locais corretos e fixadas adequa- damente e que não há ocorrência de vazamentos ou si- nais de deterioração provocada por vazamentos. Reco- menda-se que esta inspeção seja feita pelo menos uma vez por ano. Cópia não autorizada
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    26 NBR 5626:1998 7.6.2Como uma medida de proteção sanitária, é funda- mental que a limpeza e a desinfecção do reservatório de água potável sejam feitas uma vez por ano. Um procedi- mento de eficácia reconhecida deve ser adotado. Reco- menda-se adotar o procedimento a seguir descrito: a) fechar o registro que controla a entrada de água proveniente da fonte de abastecimento, de preferên- cia em um dia de menor consumo, aproveitando-se a água existente no reservatório; b) remover a tampa do reservatório e verificar se há muito lodo no fundo. Se houver, é conveniente remo- vê-lo antes de descarregar a água para evitar entu- pimento da tubulação de limpeza. Antes de iniciar a remoção do lodo devem ser tampadas as saídas da tubulação de limpeza e da rede predial de distribui- ção; c) não havendo lodo em excesso ou tendo sido o Io- do removido, esvaziar o reservatório através da tubu- lação de limpeza, abrindo o seu respectivo registro de fechamento; d) durante o esvaziamento do reservatório, esfregar as paredes e o fundo com escova de fibra vegetal ou de fios plásticos macios, para que toda a sujeira saia com a água. Não usar sabões, detergentes ou outros produtos. Havendo necessidade, realizar lavagens adicionais com água potável. Na falta de saída de limpeza, retirar a água de lavagem e a sujeira que restou no fundo da caixa utilizando baldes, pás plás- ticas e panos, deixando o reservatório bem limpo. Utilizar ainda panos limpos para secar apenas o fun- do do reservatório, evitando que se prendam fiapos nas paredes; e) ainda com as saídas da rede predial de distribuição e de limpeza tampadas, abrir o registro de entrada até que seja acumulado um volume equivalente a 1/5 do volume total do reservatório, após o que essa entrada deve ser fechada novamente; f) preparar uma solução desinfetante, com um mínimo de 200 L de água para um reservatório de 1 000 L, adicionando 2 L de água sanitária de uso doméstico (com concentração mínima de 2% de cloro livre ativo), de tal forma que seja acrescentado 1 L de água sa- nitária para cada 100 L de água acumulada. Essa solução não deve ser consumida sob qualquer hipó- tese; g) a mistura desinfetante deve ser mantida em con- tato por 2 h. Com uma brocha, um balde ou caneca plástica ou outro equipamento, molhar por inteiro as paredes internas com essa solução. A cada 30 min, verificar se as paredes internas do reservatório secaram; caso isso tenha ocorrido, fazer nova apli- cação dessa mistura, até que o período de 2 h tenha se completado. Usar luvas de borracha durante a operação de umedecimento das paredes e outros equipamentos de segurança apropriados, tais como vestimentas, calçados e equipamentos de proteção individual, quando a operação de desinfecção estiver sendo realizada em reservatórios de grande capaci- dade e que não tenham ventilação adequada; h) passado o período de contato, esvaziar o reserva- tório, abrindo a saída da rede predial. Abrir todos os pontos de utilização de tal modo que toda a tubula- ção seja desinfectada nessa operação, deixando- se essa mistura na rede durante um período de 2 h. O escoamento dessa água pode ser aproveitado pa- ra lavagens de pisos e aparelhos sanitários; i) os reservatórios devem ser tampados tão logo seja concluída a etapa de limpeza descrita na alínea h). As tampas móveis de reservatórios devem ser la- vadas antes destes serem tampados. A partir desse momento, o registro da fonte de abastecimento pode ser reaberto, o reservatório pode ser enchido e a água disponível nos pontos de utilização já pode ser usada normalmente. NOTA - Anotar, do lado de fora do reservatório, a data da limpeza e desinfecção (recomendando-se nova lavagem e desinfecção após seis meses ou no máximo após um ano). 7.6.3 Complementarmente à limpeza e desinfecção do reservatório, recomenda-se que também seja realizada a desinfecção da rede predial de distribuição. O procedimento para sua execução deve obedecer ao disposto em 7.6.2, particularmente na alínea h), tomando- se o cuidado de abrir as peças de utilização, obedecendo a ordem de proximidade ao reservatório, ou seja, as peças mais a montante da instalação devem ser abertas antes que aquelas mais a jusante, até que todas tenham sido abertas. As peças de utilização devem ser fechadas assim que a água efluente exalar odor de cloro. A atividade de desinfecção aqui descrita exige o pleno conhecimento e participação das pessoas que ocupam o edifício. 7.6.4 No caso de ser constatada uma eventual contami- nação da água, uma investigação deve ser feita para diagnosticar a ocorrência. As causas da contaminação devem ser devidamente eliminadas e a instalação predial de água fria deve ser submetida a um procedimento ade- quado, que restaure sua segurança quanto ao padrão de potabilidade da água. No caso de contaminação por microorganismos, recomenda-se adotar o procedimento de limpeza e desinfecção conforme 6.5. 7.6.5 Os reservatórios com vazamento devem ser repara- dos ou substituídos (no caso de reservatório de pequeno porte). Se o vazamento for reparado com revestimento interno, este deve ser de material que comprovadamente não contamine a água de acordo com 4.1 e 4.5.3. 7.7 Manutenção dos espaços para tubulações 7.7.1 Estes espaços devem ser mantidos acessíveis, lim- pos de materiais estranhos e livres de insetos, ratos e ou- tros animais. 7.7.2 Inspeções regulares devem ser feitas, para detectar sinais ou presença de insetos, ratos e outros animais, para determinar possíveis medidas de desinfestação. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 27 7.7.3Recomenda-se inspeções a intervalos não superio- res a seis meses. 7.8 Manutenção de reservatório pressurizado 7.8.1 Os reservatórios de água mantida sob pressão (vasos de pressão) devem ser inspecionados quanto a sinais de deterioração, com uma freqüência não inferior àquela recomendada pelo fabricante. Registros de eventuais si- nais de deterioração devem ser mantidos. 7.8.2 No caso de se constatar que a pressão do reserva- tório está fora dos limites especificados, devem ser toma- das providências imediatas para ajustar a pressão àqueles limites. /ANEXO A Cópia não autorizada
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    28 NBR 5626:1998 A.1Estimativa das vazões A.1.1 Demanda provável Por razões de economia, é usual estabelecer como pro- vável uma demanda simultânea de água menor do que a máxima possível. Essa demanda simultânea pode ser estimada tanto pela aplicação da teoria das probabilida- des, como a partir da experiência acumulada na observa- ção de instalações similares. O método de pesos relativos usado neste anexo se enquadra no segundo caso. A.1.2 Unidades de carga (pesos relativos) Os pesos relativos são estabelecidos empiricamente em função da vazão de projeto (ver tabela A.1). A quantidade de cada tipo de peça de utilização alimentada pela tubu- lação, que está sendo dimensionada, é multiplicada pelos correspondentes pesos relativos e a soma dos valores obtidos nas multiplicações de todos os tipos de peças de utilização constitui a somatória total dos pesos (ΣP). Tabela A.1 - Pesos relativos nos pontos de utilização identificados em função do aparelho sanitário e da peça de utilização Vazão de projeto Peso L/s relativo Caixa de descarga 0,15 0,3 Válvula de descarga 1,70 32 Banheira Misturador (água fria) 0,30 1,0 Bebedouro Registro de pressão 0,10 0,1 Bidê Misturador (água fria) 0,10 0,1 Chuveiro ou ducha Misturador (água fria) 0,20 0,4 Chuveiro elétrico Registro de pressão 0,10 0,1 Lavadora de pratos ou de roupas Registro de pressão 0,30 1,0 Lavatório Torneira ou misturador (água fria) 0,15 0,3 com sifão integrado Caixa de descarga, registro de pressão ou válvula de descarga 0,15 0,3 para mictório Caixa de descarga ou registro de 0,15 pressão por metro de calha Torneira ou misturador (água fria) 0,25 0,7 Torneira elétrica 0,10 0,1 Tanque Torneira 0,25 0,7 Torneira de jardim ou lavagem em geral Anexo A (normativo) Procedimento para dimensionamento de tubulações da rede predial de distribuição Usando a equação apresentada a seguir, esse somatório é convertido na demanda simultânea total do grupo de peças de utilização considerado, que é expressa como uma estimativa da vazão a ser usada no dimensionamen- to da tubulação. Esse método é válido para instalações destinadas ao uso normal da água e dotadas de aparelhos sanitários e peças de utilização usuais; não se aplica quando o uso é intensivo (como é o caso de cinemas, es- colas, quartéis, estádios e outros), onde torna-se neces- sário estabelecer, para cada caso particular, o padrão de uso e os valores máximos de demanda. P Q Σ 0,3 = onde: Q é a vazão estimada na seção considerada, em litros por segundo; ΣP é a soma dos pesos relativos de todas as peças de utilização alimentadas pela tubulação considerada Mictório tipo calha 0,3 sem sifão integrado Mictório cerâmico Válvula de descarga 0,50 2,8 Bacia sanitária Pia Torneira 0,20 0,4 Aparelho sanitário Peça de utilização Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 29 A.2Cálculo da perda de carga A.2.1 Tubos A perda de carga ao longo de um tubo depende do seu comprimento e diâmetro interno, da rugosidade da sua superfície interna e da vazão. Para calcular o valor da perda de carga nos tubos, recomenda-se utilizar a equa- ção universal, obtendo-se os valores das rugosidades junto aos fabricantes dos tubos. Na falta dessa informa- ção, podem ser utilizadas as expressões de Fair-Whipple- Hsiao indicadas a seguir. Para tubos rugosos (tubos de aço-carbono, galvanizado ou não): J = 20,2 x 106 x Q 1,88 x d - 4,88 Para tubos lisos (tubos de plástico, cobre ou liga de cobre): J = 8,69 x 106 x Q1,75 x d - 4,75 onde: J é a perda de carga unitária, em quilopascals por metro; Q é a vazão estimada na seção considerada, em li- tros por segundo; d é o diâmetro interno do tubo, em milímetros. A.2.2 Conexões A perda de carga nas conexões que ligam os tubos, for- mando as tubulações, deve ser expressa em termos de comprimentos equivalentes desses tubos. As tabelas A.2 e A.3 apresentam esses comprimentos para os casos de equivalência com tubos rugosos e tubos lisos, respectiva- mente. Quando for impraticável prever os tipos e números de conexões a serem utilizadas, um procedimento alter- nativo consiste em estimar uma porcentagem do compri- mento real da tubulação como o comprimento equivalente necessário para cobrir as perdas de carga em todas as conexões; essa porcentagem pode variar de 10% a 40% do comprimento real, dependendo da complexidade de desenho da tubulação, sendo que o valor efetivamente usado depende muito da experiência do projetista. Tabela A.2 - Perda de carga em conexões - Comprimento equivalente para tubo rugoso (tubo de aço-carbono, galvanizado ou não) Tipo de conexão Cotovelo Cotovelo Curva Curva Tê Tê 90° 45° 90° 45° passagem passagem direta lateral 15 0,5 0,2 0,3 0,2 0,1 0,7 20 0,7 0,3 0,5 0,3 0,1 1,0 25 0,9 0,4 0,7 0,4 0,2 1,4 32 1,2 0,5 0,8 0,5 0,2 1,7 40 1,4 0,6 1,0 0,6 0,2 2,1 50 1,9 0,9 1,4 0,8 0,3 2,7 65 2,4 1,1 1,7 1,0 0,4 3,4 80 2,8 1,3 2,0 1,2 0,5 4,1 100 3,8 1,7 2,7 ... 0,7 5,5 125 4,7 2,2 ... ... 0,8 6,9 150 5,6 2,6 4,0 ... 1,0 8,2 Diâmetro nominal (DN) Cópia não autorizada
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    30 NBR 5626:1998 A.2.3Registros Os registros de fechamento, geralmente utilizados na con- dição de passagem plena, apresentam perda de carga pequena que, para efeito deste procedimento, pode ser desconsiderada. Por outro lado, os registros de utilização apresentam elevada perda de carga, que deve ser cuida- dosamente computada. A perda de carga em registro de pressão pode ser obtida através da seguinte equação: ∆h = 8 x 106 x K x Q 2 x π -2 x d -4 onde: ∆h é a perda de carga no registro, em quilopascal; K é o coeficiente de perda de carga do registro (ver NBR 10071); Q é a vazão estimada na seção considerada, em li- tros por segundo; d é o diâmetro interno da tubulação, em milímetros. A.2.4 Hidrômetros A perda de carga em hidrômetro pode ser estimada em- pregando-se a seguinte equação: ∆h = (36 x Q)2 x (Qmáx. ) -2 onde: ∆h é a perda de carga no hidrômetro, em quilopascal; Q é a vazão estimada na seção considerada, em li- tros por segundo; Qmáx. é a vazão máxima especificada para o hidrôme- tro, em metros cúbicos por hora (ver tabela A.4). A.3 Verificação da pressão disponível A.3.1 Sistema de tipo de abastecimento indireto A pressão disponível inicial é usualmente considerada a partir da saída do reservatório. Cada trecho de tubulação entre dois nós ou entre um nó e uma extremidade da re- de predial de distribuição deve ser dimensionado na base de tentativa e erro, começando pelo primeiro trecho junto ao reservatório. A pressão disponível residual no ponto de utilização é obtida subtraindo-se da pressão inicial os valores de per- da de carga determinados para os tubos, conexões, re- gistros e outras singularidades. Se a pressão residual for negativa ou menor que a pres- são requerida para o ponto, ou ainda se tubos de diâme- tros impraticáveis forem determinados, os diâmetros dos tubos dos trechos antecedentes devem ser majorados e a rotina de cálculo repetida (ver A.4.3). A.3.2 Sistema de tipo de abastecimento direto A pressão disponível inicial depende das características da fonte de abastecimento. No caso de rede pública, a pressão mínima no momento de demanda máxima deve ser obtida junto à concessionária (ver 5.1.3). Se houver alguma dúvida sobre esse valor ser mantido no futuro, deve-se aplicar algum tipo de coeficiente de segurança. Uma vez estabelecida a pressão mínima, o método de dimensionamento das tubulações é idêntico àquele usado quando o sistema é do tipo de abastecimento indireto. A.4 Dimensionamento das tubulações Os princípios que embasam o dimensionamento da rede predial de distribuição são os mesmos, quer o tipo de abastecimento seja direto ou indireto. Fórmulas exponen- ciais, válidas para tubos novos, estão arranjadas de modo a relacionar diâmetro de tubo e vazão (conseqüentemen- te, também velocidade máxima) com perda de carga. A perda de carga adicional, devida à redução da seção de escoamento da tubulação por envelhecimento desta, po- de ser desprezada, no caso de tubo transportando água potável em um edifício. Tabela A.3 - Perda de carga em conexões - Comprimento equivalente para tubo liso (tubo de plástico, cobre ou liga de cobre) Tipo de conexão Cotovelo Cotovelo Curva Curva Tê Tê 90° 45° 90° 45° passagem passagem direta lateral 15 1,1 0,4 0,4 0,2 0,7 2,3 20 1,2 0,5 0,5 0,3 0,8 2,4 25 1,5 0,7 0,6 0,4 0,9 3,1 32 2,0 1,0 0,7 0,5 1,5 4,6 40 3,2 1,0 1,2 0,6 2,2 7,3 50 3,4 1,3 1,3 0,7 2,3 7,6 65 3,7 1,7 1,4 0,8 2,4 7,8 80 3,9 1,8 1,5 0,9 2,5 8,0 100 4,3 1,9 1,6 1,0 2,6 8,3 125 4,9 2,4 1,9 1,1 3,3 10,0 150 5,4 2,6 2,1 1,2 3,8 11,1 Diâmetro nominal (DN) Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 31 A.4.1Esquematização da instalação Esquemas, isométricos ou não, ou projeções da rede predial de distribuição, devem ser preparados. Esses de- senhos devem ser feitos em escala, com vistas a facilitar a determinação de cotas e de comprimentos de tubos. Utilizando números ou letras, identificar cada nó (deriva- ção de tubos) e cada ponto de utilização (ou outra extremi- dade qualquer) da rede, em seqüência crescente de mon- tante para jusante. Os trechos de tubulação a serem di- mensionados devem ser identificados, então, por um número ou uma letra correspondente à entrada do trecho (montante) e por outro número ou outra letra correspon- dente à saída do trecho (jusante). A.4.2 Planilha Os cálculos necessários devem ser feitos através de uma planilha (ver modelo na figura A.1). Os seguintes dados e operações devem ser considerados na execução da planilha: a) trecho: identificação do trecho de tubulação a ser dimensionado, apresentando à esquerda o número ou letra correspondente à sua entrada e à direita o número ou letra correspondente à sua saída (ver co- luna 1); b) soma dos pesos: valor referente à somatória dos pesos relativos de todas as peças de utilização ali- mentadas pelo trecho considerado (ver coluna 2); c) vazão estimada, em litros por segundo: valor da vazão total demandada simultaneamente, obtida pe- la equação apresentada em A.1.2 (ver coluna 3); d) diâmetro, em milímetros: valor do diâmetro interno da tubulação (ver coluna 4); e) velocidade, em metros por segundo: valor da velo- cidade da água no interior da tubulação (ver colu- na 5); f) perda de carga unitária, em quilopascal por metro: valor da perda de carga por unidade de comprimento da tubulação, obtida pelas equações apresentadas em A.2.1, conforme o tipo de tubo empregado (ver coluna 6); g) diferença de cota (desce + ou sobe -), em metros: valor da distância vertical entre a cota de entrada e a cota de saída do trecho considerado, sendo positiva se a diferença ocorrer no sentido da descida e nega- tiva se ocorrer no sentido da subida (ver coluna 7); h) pressão disponível, em quilopascals: pressão dis- ponível na saída do trecho considerado, depois de considerada a diferença de cota positiva ou negativa (ver coluna 8); i) comprimento real da tubulação, em metros: valor relativo ao comprimento efetivo do trecho conside- rado (ver coluna 9); j) comprimento equivalente da tubulação, em metros: valor relativo ao comprimento real mais os compri- mentos equivalentes das conexões (ver coluna 10); k) perda de carga na tubulação, em quilopascals: valor calculado para perda de carga na tubulação no trecho considerado (ver coluna 11); l) perda de carga nos registros e outros componentes, em quilopascals: valor relativo da perda de carga provocada por registros, válvulas e outras singulari- dades ocorrentes no trecho considerado, obtida con- forme A.2.3 e A.2.4 para registros e hidrômetros (ver coluna 12); m) perda de carga total, em quilopascals: soma das perdas de carga verificadas na tubulação e nos regis- tros e outros (ver coluna 13); n) pressão disponível residual, em quilopascals: pres- são residual, disponível na saída do trecho conside- rado, depois de descontadas as perdas de carga ve- rificadas no mesmo trecho (ver coluna 14); o) pressão requerida no ponto de utilização, em quilo- pascals: valor da pressão mínima necessária para alimentação da peça de utilização prevista para ser instalada na saída do trecho considerado, quando for o caso (ver coluna 15). A.4.3 Rotina Apresenta-se na tabela A.5 uma rotina que foi desenvol- vida com base na planilha apresentada em A.4.2. Tabela A.4 - Valor da vazão máxima (Qmáx. ) em hidrômetros Qmáx. Diâmetro nominal M3 /h DN 1,5 15 e 20 3 15 e 20 5 20 7 25 10 25 20 40 30 50 Cópia não autorizada
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    32 NBR 5626:1998 Figura A.1 -Modelo de planilha 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Trecho Soma dos Vazão Diâmetro Velocidade Perda de Diferença Pressão Comprimento da Perda de carga Pressão Pressão pesos estimada carga de cota disponível tubulação disponível requerida unitária residual no ponto de utilização desce + sobe - Real Equivalente Tubulação Registros e Total outros (14) + 10 x (7) (10) x (6) (11) + (12) (8) - (13) L/s mm m/s kPa/m m kPa m m kPa kPa kPa kPa kPa Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 33 TabelaA.5 - Rotina para dimensionamento das tubulações Coluna da Passo Atividade planilha a preencher Preparar o esquema isométrico da rede e numerar seqüencialmente cada nó ou ponto de utilização desde o reservatório ou desde a entrada do cavalete 2º Introduzir a identificação de cada trecho da rede na planilha 1 3º Determinar a soma dos pesos relativos de cada trecho, usando a tabela A.1 2 Calcular para cada trecho a vazão estimada, em litros por segundo, com base na equação apresentada em A.1.2 Partindo da origem de montante da rede, selecionar o diâmetro interno da tubulação de cada trecho, considerando que a velocidade da água não deva ser superior a 3 m/s. Registrar o valor da velocidade e o valor da perda de carga unitária (calculada pelas equações indicadas em A.2.1) de cada trecho Determinar a diferença de cotas entre a entrada e a saída de cada trecho, 6º considerando positiva quando a entrada tem cota superior à da saída e negativa 7 em caso contrário Determinar a pressão disponível na saída de cada trecho, somando ou subtraindo 7º à pressão residual na sua entrada o valor do produto da diferença de cota pelo 8 peso específico da água (10 kN/m3 ) 8º Medir o comprimento real do tubo que compõe cada trecho considerado 9 Determinar o comprimento equivalente de cada trecho somando ao comprimento real os comprimentos equivalentes das conexões Determinar a perda de carga de cada trecho, multiplicando os valores das colunas 6 e 10 da planilha Determinar a perda de carga provocada por registros e outras singularidades dos trechos Obter a perda de carga total de cada trecho, somando os valores das colunas 11 e 12 da planilha Determinar a pressão disponível residual na saída de cada trecho, subtraindo a perda de carga total (coluna 13) da pressão disponível (coluna 8) Se a pressão residual for menor que a pressão requerida no ponto de utilização, 14º ou se a pressão for negativa, repetir os passos 5º ao 13º, selecionando um diâmetro interno maior para a tubulação de cada trecho No cálculo da velocidade no passo 5º, usar a expressão v = 4 x 103 x Q x π-1 x d-2 onde: v é a velocidade, em metros por segundo; Q é a vazão estimada, em litros por segundo; d é o diâmetro interno da tubulação, em milímetros. /ANEXO B 1º 4º 3 5º 4, 5 e 6 9º 10 10º 11 11º 12 12º 13 13º 14 Cópia não autorizada
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    34 NBR 5626:1998 B.1Objetivo Este anexo estabelece o método para verificação da prote- ção contra retrossifonagem em dois grupos de disposi- tivos: a) grupo 1 - separação atmosférica não padronizada; b) grupo 2 - quebrador de vácuo (incorporado ou não à peça de utilização). NOTA - Os dispositivos não previstos nos dois grupos devem também ser submetidos a um ensaio específico para que seja avaliado o seu comportamento quanto à prevenção à retrossi- fonagem. B.2 Aparelhagem para ensaio B.2.1 Bancada de ensaio A bancada deve permitir instalar, de modo adequado, os dispositivos de prevenção ao refluxo ou as peças de utili- zação onde estejam incorporados tais dispositivos, bem como aparelhos sanitários ou outros componentes neces- sários para simular efetivamente o funcionamento do dis- positivo em uma instalação predial de água fria real. A bancada deve suprir e drenar um volume de água sufi- ciente para a realização do ensaio. B.2.2 Equipamento para aplicação de vácuo Esse equipamento deve ter capacidade de submeter o dispositivo de prevenção ao refluxo, no seu ponto de ali- mentação de água, a uma pressão absoluta que, medida próxima da entrada, permaneça inferior a 50 kPa durante um período mínimo de 5 s. A figura B.1 apresenta o esque- ma do equipamento. Tendo em conta a experiência acumulada com a prática do ensaio, recomenda-se que a tubulação utilizada não seja de diâmetro nominal inferior ao do dispositivo a ser ensaiado; que não sejam usadas conexões que provo- quem grande perda de carga localizada; que o registro de esfera, quando totalmente aberto, apresente seção transversal totalmente livre e que a conexão dos manô- metros seja feita de modo a minimizar a perda de carga e a perturbação ao escoamento. B.3 Execução do ensaio B.3.1 Instalação do dispositivo de prevenção ao refluxo Instalar o dispositivo de prevenção ao refluxo na bancada de ensaio. Conectar o equipamento para aplicação de vácuo no ponto de alimentação do dispositivo. Promover o enchimento de água do aparelho sanitário, ou de outro componente associado ao dispositivo de prevenção ao refluxo, sob ensaio, de modo a atingir o nível de transbor- damento, permanecendo neste nível durante o ensaio. O enchimento pode ser feito por via diferente daquela que constitui a alimentação normal. B.3.2 Aplicação do diferencial de pressão Com o registro de esfera fechado, acionar e regular a bomba de vácuo para que a pressão absoluta no interior do tanque de vácuo (lida no manômetro A) seja de 20 kPa. Abrir o registro de esfera, observando que a pres- são absoluta na entrada do dispositivo (lida no manôme- tro B) não exceda 50 kPa durante um período mínimo de 5 s. Fechar o registro de esfera. Verificar se houve re- fluxo, observando a existência de água dentro do recep- táculo quando da abertura do seu registro de drenagem. Repetir o procedimento mais uma vez. Registrar, como resultado, se houve ou não refluxo de água. B.3.3 Avaliação do resultado Deve ser consignado se houve ou não refluxo de água em cada uma das vezes em que o procedimento foi rea- lizado. O dispositivo de prevenção ao refluxo deve ser considerado satisfatório se não apresentar refluxo de água. Anexo B (normativo) Verificação da proteção contra retrossifonagem em dispositivos de prevenção ao refluxo Figura B.1 - Esquema de equipamento para aplicação de vácuo /ANEXO C Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 35 C.1Generalidades As tubulações não devem ser fixadas rigidamente a pare- des ou em divisórias construídas em material leve e, para promover a redução ao mínimo do ruído da instalação predial de água fria, as tubulações devem ser assentadas em dutos adequadamente vedados, se possível à prova de ar, com vistas a reduzir a propagação sonora. C.2 Transmissão de ruído Na prática, o processo de transmissão do ruído da fonte até o ouvinte é complexo, envolvendo múltiplos caminhos de transmissão, a saber: direta pelo ar, através da tubula- ção, através da estrutura do edifício e pela combinação de vários destes. Para minimizar o ruído audível, prove- niente dos componentes da instalação predial de água fria, é necessário considerar todos os caminhos de trans- missão possíveis. O som é transmitido ao longo de tubos de metal com pou- quíssima perda; assim, ruído originado em peça de utili- zação é freqüente e incorretamente diagnosticado como ruído provocado pelo escoamento em tubo. Tubos de plástico atenuam apreciavelmente o ruído; a atenuação não é linearmente proporcional ao comprimento do tubo, mas, para comprimentos entre 5 m e 20 m, ela cai na fai- xa de 1,0 dB/m a 2,5 dB/m, dependendo do material do tubo e da espessura da parede. A inserção de um isolador de vibração tipo fole metálico (junta de expansão) em uma tubulação reduz a transmissão de ruído de 5 dB a 15 dB; isolador de vibração tipo mangote de borracha re- forçada geralmente permite valores maiores de redução. O ruído transmitido via estrutura do edifício, em geral, é mais efetivamente reduzido se for na fonte. Se tal ação é necessária ou não, depende das circunstâncias, sendo o peso da estrutura e a rigidez do tubo os fatores mais im- portantes. Assim, um tubo de material mais resiliente de 15 mm de diâmetro firmemente preso a uma parede de tijolo sólido de 230 mm não induzirá vibrações apreciá- veis nela, enquanto que um tubo de material menos re- siliente de 25 mm de diâmetro, por ser mais rígido, pode nela causar vibrações e assim transmitir ruído. Estruturas de material leve mais facilmente entram em vibração e mais prontamente transmitem ruído. Nos locais onde tubos devem ser fixados a elementos construídos em ma- terial leve, recomenda-se o uso de suportes ou braçadei- ras flexíveis capazes de isolar vibrações. Onde houver possibilidade de escolha, o uso de diâmetros menores e tubos relativamente flexíveis ajuda a reduzir a transfe- rência de energia sonora da tubulação para a estrutura. Onde o ruído pode ser transmitido a superfícies largas, como é o caso de lajes que suportam reservatório apoiado sobre vigas no ático, é importante isolar a estrutura do componente da instalação predial de água fria. Apoio feito de material resiliente pode ser útil para isolamento do reservatório em relação à sua estrutura de suporte. Recomendações do fabricante do apoio devem ser segui- das para assegurar que o tipo selecionado é adequado para a particular aplicação. A transmissão pelo ar do ruído de escoamento originado em peças de utilização deve ser reduzida, onde for possí- vel, pela vedação dos caminhos de passagem do ar. No que tange ao projetista de instalações prediais, sua ação geralmente se restringe a posicionar os tubos em dutos sempre que a radiação sonora proveniente de uma tubu- lação for um problema potencial. C.3 Ruído de escoamento C.3.1 Tubulação O ruído proveniente de tubulação é gerado quando suas paredes sofrem vibração pela ação do escoamento da água. O ruído de escoamento de fato não é significativo para velocidade média da água inferior a 3 m/s (ver 5.3.4). Adicionalmente, a emissão de ruído por alta velocidade da água pode ser fortemente elevada se ocorrer cavita- ção. Ainda que a cavitação seja freqüente em peças de utiliza- ção, ela não é comum em tubulação porque, a pressões normais, é necessária uma velocidade média da água da ordem de 8 m/s para produzir cavitação em um cotovelo típico. Entretanto, pressões baixas que ocorrem nas partes mais altas das instalações prediais de água fria, como em colunas de distribuição longas, podem causar ca- vitação mesmo em velocidades baixas e, assim, tais tubu- lações, se possível, devem ser evitadas, porque para se manter os níveis de ruído dentro de limites aceitáveis é essencial que a cavitação seja prevenida. C.3.2 Peças de utilização As bruscas mudanças de direção e de seção de escoa- mento, assim como baixos valores de pressão a jusante que ocorrem na região de obturação das peças de utiliza- ção, tais como: torneiras, torneiras de bóias e outras pe- ças, favorecem a ocorrência de cavitação. Esse fenômeno é a principal causa de ruído em tais componentes, os quais são as principais fontes de ruído de escoamento em instalações prediais de água fria. Basicamente, o início da cavitação pode ser impedido através da elevação da pressão nos pontos onde ela ocorreria e pela redução da velocidade da água. Por exemplo, em peças de utiliza- ção a pressão no ponto de ocorrência da cavitação pode ser elevada pela redução de seção a jusante desse ponto (normalmente esta é uma preocupação do projetista e fabricante de peças de utilização, ainda que simples insta- lação de dispositivo silenciador em uma torneira de bóia incorpore este princípio). A velocidade da água na região de obturação de uma peça de utilização, local usual de origem da cavitação, pode ser reduzida através de mudanças no projeto da própria peça, ou pela redução da pressão da água no ponto de alimentação da peça, no projeto da instalação predial de água fria. Se tal redução da pressão provoca a necessidade de maior abertura de uma peça de utilização para manter o Anexo C (normativo) Ruídos e vibrações em instalações prediais de água fria Cópia não autorizada
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    36 NBR 5626:1998 valorda vazão, a velocidade da água na região de obtura- ção também será mais reduzida e, conseqüentemente, a peça operará de forma mais silenciosa. Assim, uma tor- neira de bóia operará de forma mais silenciosa sob pres- são menor, enquanto o valor de sua vazão pode ser man- tido pelo aumento do diâmetro do furo de passagem da sede do vedante. C.4 Ruído de transiente C.4.1 Fechamento de válvula Quando uma válvula, torneira ou outro componente é fe- chado muito rapidamente, o fechamento é algumas vezes acompanhado por um claro ruído originado do fenômeno de transiente de pressão denominado golpe de aríete. A prevenção e a atenuação do golpe de aríete podem ser obtidas evitando-se o fechamento brusco de válvulas, absorvendo-se picos de pressão, aprimorando-se a ate- nuação das ondas de pressão transmitidas ao longo da tubulação, projetando-se a tubulação de modo a evitar trechos muito longos, conduzindo diretamente para válvu- las e torneiras, e reduzindo-se a velocidade da água. Válvulas de descarga, válvulas acionadas por solenóide ou outras válvulas que usualmente incorporam dispositivo automático para assegurar fechamento efetivo, assim co- mo torneiras de fechamento automático, são freqüente- mente a causa do golpe de aríete. Quando componentes desse tipo são especificados, modelos que não provocam golpe de aríete excessivo devem ser utilizados e adequa- damente mantidos, para assegurar a continuidade desta característica de desempenho ao longo de sua vida útil. Um dispositivo ou componente com função amortecedora pode ser usado para absorver o pico de pressão em um ponto próximo ao local de geração do transiente. É possível reduzir o pico de pressão à medida que ele se propaga ao longo da tubulação. Um isolador de vibração tipo fole (junta de expansão) ajuda a reduzir picos de pressão e um isolador tipo mangote flexível pode ser ain- da mais eficiente. O uso de tubos plásticos pode promover uma maior atenuação da onda de pressão, mas para alguns tipos de plásticos uma elevação súbita da pressão deve ser evitada (ver anexo D). O dimensionamento da tubulação, assumindo um limite máximo de velocidade da água de 3 m/s, não evita a ocorrência de golpe de aríete, mas serve para limitar a magnitude dos picos de pressão produzidos. C.4.2 Oscilação de torneira de bóia Se a bóia e a haste de uma torneira de bóia entram em oscilação, o conseqüente abrir e fechar rápido e repetido da torneira geralmente provoca um intenso e sonoro ruído na instalação predial de água fria. Há muitos motivos pa- ra ocorrer oscilação, mas o mais comum é a formação de ondas na superfície da água do reservatório, que é man- tida pela intermitente entrada de água através da torneira. Por causa da duração prolongada do ruído desse tipo de transiente, ele se constitui em sério aborrecimento para os ocupantes do edifício, assim como em risco de avaria para os componentes da instalação. Prevenir a oscilação da bóia é tarefa geralmente simples, se a torneira de bóia foi adequadamente instalada e se o seu mecanismo é adequado para a pressão de alimen- tação. Na maioria dos casos, uma placa abafadora pode ser fixada à haste, ou à bóia, de modo a ficar mergulhada na água e orientada para promover a máxima resistência ao movimento oscilatório. Um procedimento alternativo é a instalação de dispositivos defletores no reservatório, para prevenir que as ondas superficiais atinjam a bóia. O emprego de torneira de bóia que atenda a NBR 10137 deve ser observado, particularmente porque nessa norma há exigência de que ela não deve apresentar ruído ou vibração significativos, quando submetida a ensaio de laboratório. C.4.3 Oscilação de vedante de torneira Quando ocorre oscilação do vedante, a sua troca geral- mente resolve o problema. Em casos mais graves, a troca do material do vedante pode ser necessária. Assim como para torneira de bóia, uma manutenção adequada do mecanismo da torneira reduzirá a tendência à oscilação. C.5 Ruído de bomba Uma bomba bem projetada, instalada e usada nas con- dições corretas não gera ruído excessivo. Se, entretanto, a vazão é maior que a prevista, ou a pressão de sucção é insuficiente, há risco de cavitação e turbulência, resultan- do em ruído e vibração. Ruído de transmissão proveniente de bombas pode ser reduzido pelo uso de isoladores de vibrações, tipo man- gote flexível, colocado entre a saída da bomba e a tubula- ção de recalque. Isoladores eficazes restringem a trans- missão de vibração da própria tubulação. Pode ser que seja necessário, também, isolar a tubulação da estrutura do edifício, pela inserção de material resiliente nos supor- tes de fixação da tubulação. A mesma técnica pode, tam- bém, ser necessária para fixação da bomba à estrutura. C.6 Outros tipos de ruído Quando o fluxo da água proveniente da torneira de bóia atinge a superfície da água no reservatório, ou o próprio reservatório, o ruído resultante do choque pode ser sufi- ciente para provocar sérios distúrbios aos ocupantes do edifício. Uma solução prática para o problema é evitar o choque, conduzindo a água de abastecimento até um nível inferior ao nível normal de operação do reservatório (alimentação afogada). Para tanto, emprega-se torneira de bóia dotada de dispositivo silenciador (geralmente um trecho de tubo). Entretanto, essa solução é inadequa- da no que se refere à proteção sanitária, visto que ela eli- mina a separação atmosférica entre o ponto de suprimen- to e o nível da água no reservatório. É necessário, então, que a torneira de bóia ou o ponto de suprimento seja do- tado de quebrador de vácuo, ou outro dispositivo de pre- venção ao refluxo, que apresente resultado satisfatório, quando ensaiado conforme o anexo B. Assim como as torneiras de bóia, torneiras também po- dem gerar ruído pelo impacto da água sobre a superfície dos aparelhos sanitários ou da água neles contida. O uso de arejadores contribui positivamente na redução de tais ruídos. Pias de cozinha metálicas e outros apare- Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 37 lhossanitários similares são os que provavelmente provocam maiores distúrbios com esse tipo de ruído. Nes- tes casos, deve-se prever um tratamento da face inferior da cuba da pia, ou de outro aparelho, com vistas a minimi- zar a transmissão de vibrações e ruídos. Isto pode ser obtido pela aplicação de revestimento feito com material adequado para amortecer vibrações. Paralelamente aos problemas que surgem do ruído ge- rado pela ação da água, a instalação predial também po- de introduzir problemas, atuando como um caminho de transmissão de ruído, que atravessa a isolação sonora prevista para o edifício como um todo. Em situações onde um alto nível de isolação sonora é requerido, como é o caso de estúdios de gravação, pode ser que a inserção de isoladores de vibrações (mangotes flexíveis) ao longo da tubulação seja necessária, para prover o grau de isola- ção desejado. C.7 Ruídos em instalações prediais de água quente O ruído causado pela movimentação térmica dos tubos pode ser muito incômodo. Consiste em chiados, rangidos ou um ou mais ruídos repentinos que podem ocorrer por um considerável tempo depois do uso da água que causou o movimento. Uma movimentação térmica significativa ocorre somente em tubulações de água quen- te, como conseqüência de mudanças de temperatura. Se essa movimentação puder ocorrer suavemente, ela não gerará ruído. Em muitos casos, a flexibilidade su- ficiente para absorver a movimentação térmica pode ser obtida usando-se, na fixação dos tubos, suportes ou abra- çadeiras de material resiliente ou calços resilientes entre os tubos e os elementos de fixação. Onde houver trechos longos e retos de tubulação, juntas de expansão podem ser necessárias. Bolhas de ar ou de vapor dissolvidas na água podem causar um significante aumento no ruído de escoamento. Este problema normalmente é limitado à instalação pre- dial de água quente e resulta de falhas de projeto ou da operação do sistema. Particularmente barulhenta é a formação ou passagem de bolhas nos aquecedores de água ou nos cilindros de água quente. Instalações pre- diais de água quente devem ser projetadas e operadas de modo a evitar a formação geral ou localizada de bolhas e de modo a facilitar a remoção de ar durante sua utiliza- ção. /ANEXO D Cópia não autorizada
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    38 NBR 5626:1998 D.1Generalidades A corrosão, envelhecimento e degradação são fenôme- nos que merecem particular atenção, tendo em vista as conseqüências que acarretam nas instalações prediais de água fria. Esses fenômenos são extremamente com- plexos, devido à quantidade de fatores que influenciam para que eles ocorram. A durabilidade dos materiais de- pende, fundamentalmente, da natureza do meio e das condições a que ficam expostas as instalações, sendo, portanto, de difícil previsão. D.2 Tubulações metálicas D.2.1 Conceito de corrosão química e eletroquímica Nos metais, a corrosão é um processo de transformação em decorrência de reações de natureza química ou eletro- química entre esses e o meio ambiente, constituindo, em muitos casos, na regressão natural dos metais para a forma de compostos mais estáveis, de tal forma que: metal + meio → produto de corrosão + energia A maioria dos metais e de suas ligas é, portanto, suscep- tível, em maior ou menor extensão, a alguma forma de corrosão e, dependendo de diversos fatores, esta trans- formação pode ser mantida a uma taxa tão lenta quanto imperceptível. D.2.2 Fatores que influenciam o processo de corrosão Entre os fatores que determinam a velocidade da corro- são, destacam-se: - temperatura; - pH da água; - gases dissolvidos; - concentração de sais; - velocidade de escoamento. Deve-se observar que é necessária a combinação destes fatores e as características do meio para que o processo de corrosão tenha influência significativa. D.2.3 Formas de corrosão Há uma grande variedade de tipos de corrosão, sendo que os mais comuns são: a) corrosão generalizada: quando toda a região do metal sofre corrosão uniforme. Este tipo de corrosão provoca perda de espessura do tubo; b) corrosão por pite: trata-se de corrosão localizada, podendo ocorrer a perfuração no local onde o pro- cesso se manifesta; c) corrosão galvânica: ocorre devido à formação de par galvânico entre materiais diferentes; d) corrosão por erosão: a velocidade de escoamento da água, quando elevada, pode danificar a camada protetora que se forma nos metais, dando início ao processo de corrosão. D.2.4 Proteção contra corrosão As formas mais comuns de proteger os metais contra a corrosão são: a) modificar o meio (água) através da correção do pH com produtos específicos. Neste caso, deve-se atentar para a preservação da potabilidade da água em instalações prediais de água potável; b) utilizar catalisadores que modificam as caracterís- ticas da água, tornando-a estável; c) aplicar revestimentos protetores. D.2.5 Tubulações galvanizadas Em tubos de aço-carbono zincados (galvanizados), a ca- mada de zinco evita, em larga extensão, a ocorrência de corrosão. Para o bom desempenho deste material em instalações prediais de água fria, deve-se levar em conta as seguintes recomendações: a) os tubos devem ser instalados de modo a não en- trarem em contato com tubos e conexões de cobre e suas ligas, de modo a evitar a formação de par galvâ- nico. É aceitável a instalação de componentes de pequenas dimensões, como registros de latão ou bronze (ligas de cobre), instalados em tubulações de aço-carbono galvanizado. Um contato galvânico, freqüente em instalações hidráulicas prediais com aquecimento central (privado ou coletivo), é aquele que se estabelece na região de mistura da água quente (tubo de cobre) com a água fria (tubo de aço- carbono galvanizado). O metal mais anódico (aço, no caso) sofrerá corrosão a uma taxa mais alta que aquela que o mesmo metal sofreria sem a presença do contato galvânico (os eletrólitos, no caso, são a água, pelo lado interno, e a argamassa de revesti- mento, pelo lado externo). Na prática, esta condição acontece na ligação de chuveiros ou duchas, com as inconveniências decorrentes do par galvânico, sendo minimizadas através da adoção de esquemas como os representados na figura D.1, onde a opção (a) se constitui na de maior eficiência, por transferir o contato entre o galvanizado e o cobre para um ponto onde a temperatura seja menor em caso de refluxo da água quente; b) os tubos de aço-carbono galvanizados oferecem proteção contra a corrosão interna, porém determina- dos tipos de água causam danos à proteção, inician- do o processo corrosivo. Nestes casos, deve-se pre- ver meios de adequação das características da água Anexo D (normativo) Corrosão, envelhecimento e degradação de tubulações empregadas nas instalações prediais de água fria Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 39 atravésdo seu tratamento com produtos específicos ou do uso de catalisadores; c) deve-se levar em conta o meio em que os tubos são instalados e, quando necessário, prever algum tipo de proteção contra corrosão externa dos tubos. Em tubulações embutidas, recomenda-se que a tubulação seja instalada de modo a ficar em contato com material homogêneo, de preferência alcalino, como, por exemplo, o material propiciado pelas ar- Figura D.1 - Esquema de ligação do chuveiro ou ducha gamassas, desde que apresentem baixos teores de cloretos, freqüentes nos aditivos de pega e endureci- mento; d) as tubulações enterradas devem ser protegidas para que os solos contendo agentes agressivos não provoquem corrosão externa do aço galvanizado. Para proteção, as tubulações podem ser colocadas em canaletas de concreto, pintadas com material betuminoso ou sofrer outros tipos de proteção. Cópia não autorizada
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    40 NBR 5626:1998 D.2.6Tubulações de cobre Nos tubos de cobre ocorre uma oxidação que normal- mente é uniforme, uma vez que, na presença de oxigênio dissolvido, desenvolve-se, em toda a superfície interna, uma película protetora contínua e aderente, constituída basicamente de óxido cuproso. Essa película protetora é responsável por não levar o metal ao ataque da corrosão. Determinados tipos de água, juntamente com condições desfavoráveis de utilização, como é o caso de limalhas ou argamassa não removidas que se depositam no inte- rior das tubulações, podem criar, no ponto de contato do material com a parede metálica da tubulação, uma peque- na região fechada ou cavidade onde se desenvolve a célula de corrosão eletroquímica. No caso de água com qualidade adequada, a probabilidade de danos pode ser tão pequena que mesmo as condições desfavoráveis de utilização deixam de ser críticas. A lavagem da tubula- ção da instalação predial de água fria é uma medida pre- ventiva de corrosão. Nos casos de água com qualidade indesejada, devem- se prever meios de adequação das suas características, através do seu tratamento com produtos específicos ou do uso de catalisadores. As tubulações enterradas devem ser protegidas para que os solos contendo agentes agressivos não provoquem corrosão externa do cobre. Para proteção, as tubulações podem ser colocadas em canaletas de concreto, pintadas com material betuminoso ou receber outros tipos de pro- teção. D.3 Tubulações plásticas D.3.1 Classificação dos plásticos A designação genérica “tubulações plásticas” compre- ende uma grande variedade de componentes fabricados com polímeros orgânicos sintéticos, de origem petroquí- mica, cuja classificação, basicamente, pode ser feita em: a) tubos e outros componentes termoplásticos, que podem ser submetidos, repetidamente, ao amoleci- mento e endurecimento através da variação da tem- peratura, dentro de escala própria a cada material, sem ocorrência de qualquer alteração apreciável de suas propriedades. Incluem-se, nesta classe, tubos fabricados com os seguintes materiais: poli(cloreto de vinila), PVC; polipropileno, PP; polietileno, PE; copoli (acrilonitrila-butadieno-estireno), ABS; poli (cloreto de vinila) clorado, CPVC; polibutileno, PB; polietileno com ligação cruzada, PEX; b) tubos e outros componentes termoestáveis ou ter- mofixos, que, ao contrário, não podem ser amoleci- dos e moldados pela variação da temperatura, pois ocorre a degradação do material. Tubos de resinas de poliéster e epóxi constituem exemplos de termo- estável. Reforçados, em geral, com fibra de vidro, são chamados de FRP (fiber glass-reinforced-plastic pipe). D.3.2 Conceito de envelhecimento e degradação dos plásticos As tubulações plásticas não são suscetíveis à corrosão. Além disso, os plásticos mais utilizados em instalações prediais de água fria apresentam excelente resistência química e a atmosferas agressivas. Entretanto, para ga- rantir o bom desempenho destas tubulações ao longo de toda a sua vida útil, deve-se estar atento para: - a radiação ultravioleta e o calor podem degradar algumas resinas plásticas. É importante salientar que, para a fabricação dos tubos e conexões, estas resinas plásticas são aditivadas com produtos que as protegem dessas degradações. Recomenda-se, no entanto, que os componentes plásticos que perma- necerão embutidos ou enterrados ao longo de sua vida útil sejam protegidos da radiação ultravioleta durante a estocagem; - a degradação que alguns plásticos podem sofrer quando em contato com produtos que contenham solventes orgânicos (por exemplo, a gasolina). Destaca-se, no entanto, que há plásticos indicados para a condução destes produtos, podendo-se citar, como exemplo, o polietileno, cada vez mais utilizado para o transporte de combustíveis no interior de postos de serviços; - o efeito da fadiga que alguns plásticos podem sofrer devido a sobrepressões que possam ocorrer, como, por exemplo, em instalações de recalque; - o efeito do impacto ou outras solicitações mecânicas não previstas no uso normal do produto. D.3.3 Tubulações de PVC rígido D.3.3.1 Deterioração A exposição prolongada à radiação ultravioleta pode de- gradar a resina do PVC. Entretanto, salienta-se que, para a fabricação dos componentes utilizados em instalações prediais de água fria, a resina de PVC é aditivada com substâncias (por exemplo, estabilizantes ao UV, antioxi- dantes, dióxido de titânio) que reduzem esta degradação e garantem o bom desempenho das peças ao longo de toda a sua vida útil. Recomenda-se que na estocagem os tubos e demais componentes sejam protegidos da ação direta dos raios solares. As tubulações instaladas permanentemente expostas à radiação ultravioleta devem ser devidamente protegidas dessas ações. A resina de PVC é suscetível ao ataque dos solventes orgânicos. Desta forma, as tubulações de PVC devem estar protegidas do contato com substâncias derivadas do petróleo. D.3.3.2 Efeitos da temperatura O desempenho do tubo de PVC está intimamente relacio- nado com a temperatura de operação, cuja variação im- plica alterações de suas propriedades físicas. Uma queda na temperatura apresenta, como conseqüência, aumento da rigidez e da resistência à tração e, conjuntamente, di- minuição da resistência ao impacto; elevando-se a temperatura, ao contrário, ocorre aumento da flexibili- dade e da resistência ao impacto, porém o tubo tem sua resistência à tração diminuída. Cópia não autorizada
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    NBR 5626:1998 41 Odesempenho dos componentes em PVC utilizados em instalações prediais de água fria está relacionado com a temperatura da água transportada, conforme mostra o gráfico indicado na figura D.2. A pressão de serviço (Ps) a que pode estar submetido o componente é dada pela seguinte equação: Ps = PN x Cs onde: Ps é a pressão de serviço; PN é a pressão nominal; Cs é o coeficiente de segurança. Por outro lado, um efeito bastante significativo, como re- sultado da variação da temperatura, nos tubos de PVC, consiste na alteração de suas dimensões, decorrente do alto coeficiente de expansão térmica. Assim, há necessi- dade de se preverem meios de acomodar a expansão da tubulação e o conseqüente movimento de suas extremidades. Recomenda-se que cuidados especiais sejam tomados nos casos de tubulações de PVC rígido em regiões ou ambientes onde a temperatura possa atingir valores pró- ximos ou abaixo de 0°C. Figura D.2 -Gráfico do coeficiente de segurança para correção da pressão de serviço em função da temperatura da água Cópia não autorizada