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- 2. INTRODUÇÃO O Brasil é o quinto maior país do mundo em extensão territorial. A formação desse imenso território resultou de um processo complexo. Envolveu diversos grupos de pessoas e foi marcado por muitos conflitos envolvendo: indígenas, bandeirantes, jesuítas, militares e invasores estrangeiros. POVOAMENTO LITORÂNEO No século XVI, a população colonial espalhava-se de forma descontínua pela extensa costa brasileira. A partir do século XVII, entretanto, a ocupação territorial ganhou força em direção ao interior, ao Sul e ao litoral Norte. Esse fenômeno é conhecido como interiorização do povoamento territorial. E é nesse contexto que insere-se a expansão territorial brasileira e a dimensão hoje de nosso país. Porém, dentre os fatores responsáveis por essa expansão, merecem destaques: . A União Ibérica; . As expedições militares – que proporcionaram o surgimento de importantes cidades (João Pessoa, Natal, Fortaleza, Belém, etc.); . A ação dos bandeirantes – nas chamadas Entradas (patrocinadas pelo governo) e Bandeiras ( pela iniciativa particular). Houve três tipos fundamentais de bandeirismo: apresador (captura de indígenas), prospector (procura de metais preciosos) e sertanista de contrato (prestador de serviços).
- 3. . A pecuária – uma vez que o gado era criado solto e com isso, foi adentrando o interior até chegar na região Sul do país e encontrar as condições perfeitas para seu estabelecimento e desenvolvimento; . As missões jesuíticas – para realização da tarefa de catequização e evangelização dos indígenas nas chamadas missões, os jesuítas obtiveram dos governantes a concessão de lotes de terras, onde eram construídas os aldeamentos que reuniam os indígenas. À medida que os grupos indígenas afastavam-se do litoral, fugindo das invasões de suas terras, os jesuítas também seguiam para o interior do território. . A exploração das chamadas “Drogas do Sertão” (ervas medicinais) – que envolvia os jesuítas e os indígenas. A venda desses produtos proporcionavam bons lucros na Europa aos jesuítas. Dessas ações dos jesuítas resultou a Revolta de Beckman – 1684 (envolveu os jesuítas e os fazendeiros produtores de algodão do Maranhão. A origem dessa revolta está ligado ao fato de que coube a uma Companhia de Comércio vender escravos negros para esses fazendeiros. Porém, decorridos alguns anos, essa Companhia não conseguiu cumprir seus compromissos. Diante desse fato e da necessidade de trabalhadores em suas fazendas, os fazendeiros, liderados pelos irmãos Beckman, resolveram invadir as missões jesuíticas e escravizar indígenas catequizados e evangelizados. O rei de Portugal interveio e autorizou o governador do Maranhão a condenar e enforcar os irmãos Beckman). . Os tratados de limites – foram aspectos importantes para definirem as fronteiras Norte e Sul do Brasil. E dentre esses tratados, destacaram-se:
- 4. * Tratados de Utrecht – ( o primeiro foi assinado em 1713 e envolveu Portugal e a França. Estabelecia que o rio Oiapoque, no extremo norte (atual Amapá), seria o limite de fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa. O segundo foi assinado entre Portugal e Espanha, em 1715. Estabelecia que a Colônia do Sacramento (atual Uruguai) passaria para os domínios portugueses. Houve, porém, resistência dos espanhóis que lá moravam). *Tratado de Madri – 1750 – Envolveu a Espanha e Portugal. Estabelecia que Colônia do Sacramento pertenceria aos espanhóis, e a região dos Sete Povos das Missões (Rio Grande do Sul) pertenceria aos portugueses. Os jesuítas e indígenas de Sete Povos das Missões não aceitaram o controle português. *Tratado de Santo Ildefonso – 1777 – A Espanha teria o domínio da Colônia do Sacramento e de Sete Povos. Esse tratado foi considerado desvantajoso para Portugal. * Tratado de Badajós – 1801 – consolidou o que tinha sido definido pelo Tratado de Madri (Sete Povos ficaria com Portugal e Colônia do Sacramento ficaria com a Espanha). Esse tratado definia, em termos gerais, o atual território brasileiro, sem incluir o Acre (que posteriormente foi comprado pelo Brasil das mãos dos bolivianos).