Desafios das
Relações
Internacionais
Prof. Doutor Rui Teixeira Santos
2011
• Depois de cerca de duas décadas de Globalização o mundo
  enfrenta o risco de voltar às economias fechadas com barreiras
  alfandegárias e sem comércio internacional relevante e guerra
  cambial.
• A vantagem da Globalização é a vantagem do comercio – a
  melhor maneira de criar crescimento económico, como
  sabemos desde Adam Smith.
• A Globalização financeira permitiu que as poupanças de uns
  países alimentassem o consumo de outros num modelo que
  Niall Fergunson chamou de “China-América”
• O regresso ao dólar e aos títulos americanos (Setembros de
  2011) como único refúgio credível das poupanças mundiais
  definem uma tendencia de crise da globalização e no mundo
  multipolar


Desglobalização
• Com a crise de 2007/2009 acelerou-se o processo de
  reajustamento geoestratégico com um papel mais
  relevante a ser dado a novos atores como os BRICS.
• Do G7 ao G20 e a integração nos foruns da governança
  mundial dos BRICS (Brasil, Russia, Índia, China e Africa
  do Sul).
• Papel do G2 (América e China) e a reenergenica da
  Turquia no âmbito da redefinição do papel da NATO e da
  estabilização do mundo árabe.
• Redefinição do protagonismo do FMI no equilibrio
  mundial e na crise da divída soberana na Europa.

Periodo de redefinição
geoestratégica
• As Relações Internacionais (RI) surgem como disciplina
  acadêmica logo após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914–
  1918). É um campo que lida com a ausência de um poder
  centralizado e por isso confronta-se com o tema da
  multiplicidade de poderes que incidem na vida internacional.
• O pensador italiano Norberto Bobbio destacava a importância
  das lições dos clássicos da filosofia para as RI,
• Historicamente os principais autores que ajudam a entender
  dos desafios da área foram Maquiavel, Hobbes, Grócio e Kant
  (auxiliam no entendimento da sociedade internacional e do
  direito que emerge dela).


O Estudo das Relações
Internacionais (RI)
• Hobbes (1588–1679) realça o significado da anarquia e
  do risco permanente da guerra de todos contra todos.
  “Para seus seguidores, o direito internacional não é capaz
  de conter esse risco”, diz Lafer. É do paradigma
  hobbesiano que provém por analogia o paradigma da
  visão realista no trato das RI, continua o professor, visão
  essa que tem na obra de Maquiavel (1469–1527) e em sua
  análise da verità effetuale delle cose uma permanente
  fonte inspiradora.




Hobbes
• Grócio (1583–1645), por sua vez, articula a ideia de uma
  sociedade internacional e nela identifica um ingrediente
  positivo de sociabilidade que permite lidar, através do
  Direito, com a cooperação entre os Estados que compõem
  o sistema internacional. “Nesse paradigma o direito tem
  condições de conter o ímpeto da política do poder,
  alargando, pela criação de instituições como as
  organizações intergovernamentais, os horizontes do
  possível na tessitura de uma visão mais construtiva,
  comunicativa e comunitária da vida internacional”.



Grócio
• Já Kant (1724–1804) introduz a conjetura de uma
  operativa razão abrangente da humanidade, que pode
  levar ao direito cosmopolita,traduzido no direito à
  hospitalidade universal e que abre espaço para a
  articulação de um internacionalismo que diz respeito aos
  homens e aos Estados nas suas relações exteriores e de
  interdependência como cidadãos de um mundo comum.




Kant
• Nos Lusíadas, os portugueses que encontraram novas terras e
  novos céus deram início à unificação da história mundial.
  “Essa unificação é um dos antecedentes do atual processo de
  globalização”.
• No épico, uma das recompensas que Camões concede a Vasco
  da Gama é o acesso à máquina do mundo, para que o
  navegante pudesse saber para onde ir numa história que
  passara a ter horizontes mais largos.
• “Esquivo e hermético tem sido o entendimento da máquina” –
  Carlos Drummond de Andrade repete o escritor português.
• Entendê-la, porém, é o campo de excelência dos estudos das
  RI e é ingrediente indispensável de conhecimento para a
  condução da política internacional de um país.




A Máquina do Mundo
• No final da década de 1960, as engrenagens perceptíveis que
  moviam a máquina eram a Guerra Fria, a batalha ideológica
  entre Ocidente e Oriente, as relações de conflito e coexistência
  entre as duas superpotências – Estados Unidos e União
  Soviética –, a descolonização e o espaço que se abriu para a
  polaridade Norte-Sul.
• No final dos anos 80, porém, veio a inesperada queda do Muro
  de Berlim, num contexto em que também se deram o fim do
  socialismo real e a desagregação da União Soviética.
• “A máquina do mundo moveu-se aparentemente nos anos 90
  para o que parecia ser a conjuntura de uma leitura kantiana na
  realidade internacional”




Guerra Fria
• Os documentos resultantes da Conferência da ONU sobre Ambiente e
  Desenvolvimento, a Rio-92 apontavam nessa direção. Foi a primeira
  grande conferência da ONU sobre temas globais na década, e ela não
  se pautou pela lógica diplomática das pluralidades definidas da
  Guerra Fria, a partir dos blocos do Leste e do Oeste ou de Norte e
  Sul. O mesmo se deu com as conferências das Nações Unidas nos
  anos seguintes.
Outro exemplo dessa mudança de direção foi a
  conclusão do Uruguai Round do GATT em 1994, que levou à criação
  da Organização Mundial do Comércio (OMC), primeira organização
  internacional pós-Guerra Fria com vocação universal.
• “A OMC conseguiu construir um inédito sistema de solução de
  controvérsias, alargando os horizontes do papel do direito e das
  normas da vida econômica internacional e ecoando uma leitura
  grociana de como administrar conflito e cooperação na vida
  internacional”,



OMC e a pós-guerra fria
• Porém, a primeira guerra do século XXI fez a máquina do
  mundo deslocar-se novamente, “desta vez de Kant para
  Hobbes”.
• Os ataques terroristas aos Estados Unidos em 2001 colocaram
  em novos termos o tema da paz e o desafio da segurança no
  próprio centro do poder mundial, e pela primeira vez
  internalizaram em território norte-americano as tensões do
  mundo. Também mostraram que é possível fazer política
  internacional no campo estratégico-militar sem ser um Estado.
• “A ação terrorista no mundo globalizado viu-se facilitada pela
  possibilidade de atuar por meio de redes que permitem
  transpor fronteiras e territórios e através de relações
  clandestinas, que tendem a evadir-se do controle dos serviços
  de inteligência dos Estados, como é o caso das redes da
  criminalidade transnacional do tráfico de drogas e de armas”.



Terrorismo
• O início do século XXI também viu as políticas de
  identidade e de reconhecimento e o “neotribalismo pós-
  moderno”, na definição de Thomas Franck, minarem em
  muitas regiões o postulado da integridade territorial dos
  Estados, levando a processos e aspirações de secessão.
  Sinais dessa realidade estão na multiplicação do número
  de refugiados em diversas partes do mundo – os expulsos
  da trindade povo-Estado-território.
• Ao lado dessa realidade, a xenofobia também indica que
  “a hipótese de uma leitura cosmopolita de respeito ao
  próximo baseada na hospitalidade universal não está se
  consolidando”



Neo-tribalismo pós-moderno
• A primazia norte-americana que se esboçava com o
  colapso do bloco soviético se viu minada, para o que
  colaboraram os equívocos unilateralistas da guerra global
  ao terrorismo declarada por George W. Bush e a perda de
  foco dos Estados Unidos na complexidade do mundo.
  Esses fatores explicam também a presente
  multipolaridade política e económica do mundo, que está
  dando novo espaço para a China, a Índia e o Brasil e
  abrindo outras possibilidades para a Rússia pós-União
  Soviética.




Mundo multipolar
Ondas Schumpeterianas
e a massificação tecnoloógica
• O sistema internacional ainda carece de governança apropriada
  e continua permeável a tensões de hegemonia e pelas forças
  centrífugas que são parte das engrenagens da máquina do
  mundo. Uma das características do século XX foi conferir ao
  campo diplomático estratégico um alcance planetário, no qual
  os Estados passaram a conviver. As transformações
  técnicas, económicas e intelectuais unificaram a humanidade –
  “para o bem e para o mal” –, resultando numa nova e
  abrangente experiência do tempo.
• As interações económicas, culturais e políticas se aceleraram
  como fruto da integração propiciada pela informática.
• “Continuam a existir fronteiras, mas todas são porosas e por
  isso mesmo continuamente transpostas, oficial ou
  clandestinamente, pelas imagens, pelas ideias e pelos seres
  humanos”.



Unificação da Humanidade
• Tempo on –line: Outra característica de nosso tempo é que
  cada vez mais o mundo internaliza-se na vida dos países, ainda
  que essa internalização tenha distintas modalidades e impactos.
  A maneira como o espaço e o tempo penetram na vida das
  pessoas foi profundamente alterada.
• “Basta lembrar o tempo on-line da circulação em rede das




Sociedade em rede
• A governança em escala mundial é difícil porque a
  diplomacia em escala internacional precisa lidar com pelo
  menos três grandes dimensões: captar interesses comuns
  e compartilhados; administrar as desigualdades; mediar a
  diversidade cultural e os conflitos de valores. É nesse
  cenário – em que o Direito Internacional se caracteriza
  como um direito em movimento, num estado mais
  provisório do que consolidado – que se situam a
  globalização e as suas assimetrias, bem como as ameaças
  de desglobalização.




Governança mundial
• A sociedade internacional é heterogénea por causa da distribuição
  desigual do poder entre os Estados, dos desníveis de rendimentos entre
  populações, da concentração de poder económico num circunscrito
  número de empresas transnacionais de atuação planetária – as empresas
  globais - e das diferenças na capacidade de produzir novos
  conhecimentos que determinam o controle que uma sociedade é capaz de
  exercer sobre seu destino.
• Atores governamentais e não-governamentais não têm uma mesma e
  única concepção sobre a organização da ordem mundial e dos Estados
  nacionais.
• Há ainda descontinuidades que derivam dos muitos mundos que são
  parte integrante da ordem mundial. Em diferentes regiões podem ser
  criados subsistemas regionais que levem a um modelo de governança –
  como a integração europeia – ou, inversamente, que instiguem fortes
  tensões, caso do Oriente Médio.
• “É preciso avaliar de forma diferenciada as especificidades que
  compõem o pluralismo ontológico da máquina do mundo”.



Descontinuidades
• Cinco blocos – O internacionalista Andrew Hurrell, autor
  do livro On global order, aponta o que seriam os cinco
  grandes blocos temáticos da agenda internacional.




Cinco Blocos Temáticos
• O primeiro é a intensidade atual das políticas de
  identidade e reconhecimento que afloraram com o
  término da Guerra Fria. Os exemplos estão no Médio
  Oriente, nas aspirações dos bascos na Espanha, no
  Quebec canadiano, no Tibete e nos desastres
  humanitários de Darfur, com a secessão do Sudão. Na
  América Latina, há reivindicações de reconhecimento por
  grupos ou regiões no Peru e na Bolívia.



Reemergência do
nacionalismo
• O segundo bloco envolve os desafios representados pelas
  crescentes ambições normativas presentes na vida
  internacional, cujo marco é a Declaração Universal dos
  Direitos Humanos de 1948. É uma política de direito
  alicerçada na construção de uma sociedade internacional
  constituída não só de Estados igualmente soberanos, mas
  também de indivíduos livres e iguais. Ecoando Kant, é
  uma concepção de que um direito violado numa parte do
  mundo passe a ser sentida em toda parte, numa faceta
  positiva da internalização do mundo na vida dos países
  trazida pela globalização.




Direito entre Estados
Segurança e desarmamento
• O quarto bloco está vinculado ao desafio da gestão da
  economia globalizada num mundo caracterizado pela
  desigualdade. Países tradicionais estão vulneráveis,
  enquanto outros ascendem e os fluxos de investimentos
  pelo globo se deslocam. A criação de blocos como o G-
  20, em substituição ao G-7, é expressão dessas mudanças.

• O quinto diz respeito ao desenvolvimento sustentável
  num cenário em que os temas ambientais, como as
  mudanças climáticas, são globais.


Nova Ordem Económica
Mundial e Sustentabilidade
• É difícil fazer avaliação dos cenários futuros da máquina
  do mundo, mas citando Guicciardini, contemporâneo de
  Maquiavel, “entre os seres humanos, mais pode a
  esperança do que o medo”.




Fim

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O desafio das Relacoes Internacionais, Prof. Doutor Rui Teixeira Santos (ULHT, 2011)

  • 2. • Depois de cerca de duas décadas de Globalização o mundo enfrenta o risco de voltar às economias fechadas com barreiras alfandegárias e sem comércio internacional relevante e guerra cambial. • A vantagem da Globalização é a vantagem do comercio – a melhor maneira de criar crescimento económico, como sabemos desde Adam Smith. • A Globalização financeira permitiu que as poupanças de uns países alimentassem o consumo de outros num modelo que Niall Fergunson chamou de “China-América” • O regresso ao dólar e aos títulos americanos (Setembros de 2011) como único refúgio credível das poupanças mundiais definem uma tendencia de crise da globalização e no mundo multipolar Desglobalização
  • 3. • Com a crise de 2007/2009 acelerou-se o processo de reajustamento geoestratégico com um papel mais relevante a ser dado a novos atores como os BRICS. • Do G7 ao G20 e a integração nos foruns da governança mundial dos BRICS (Brasil, Russia, Índia, China e Africa do Sul). • Papel do G2 (América e China) e a reenergenica da Turquia no âmbito da redefinição do papel da NATO e da estabilização do mundo árabe. • Redefinição do protagonismo do FMI no equilibrio mundial e na crise da divída soberana na Europa. Periodo de redefinição geoestratégica
  • 4. • As Relações Internacionais (RI) surgem como disciplina acadêmica logo após o fim da Primeira Guerra Mundial (1914– 1918). É um campo que lida com a ausência de um poder centralizado e por isso confronta-se com o tema da multiplicidade de poderes que incidem na vida internacional. • O pensador italiano Norberto Bobbio destacava a importância das lições dos clássicos da filosofia para as RI, • Historicamente os principais autores que ajudam a entender dos desafios da área foram Maquiavel, Hobbes, Grócio e Kant (auxiliam no entendimento da sociedade internacional e do direito que emerge dela). O Estudo das Relações Internacionais (RI)
  • 5. • Hobbes (1588–1679) realça o significado da anarquia e do risco permanente da guerra de todos contra todos. “Para seus seguidores, o direito internacional não é capaz de conter esse risco”, diz Lafer. É do paradigma hobbesiano que provém por analogia o paradigma da visão realista no trato das RI, continua o professor, visão essa que tem na obra de Maquiavel (1469–1527) e em sua análise da verità effetuale delle cose uma permanente fonte inspiradora. Hobbes
  • 6. • Grócio (1583–1645), por sua vez, articula a ideia de uma sociedade internacional e nela identifica um ingrediente positivo de sociabilidade que permite lidar, através do Direito, com a cooperação entre os Estados que compõem o sistema internacional. “Nesse paradigma o direito tem condições de conter o ímpeto da política do poder, alargando, pela criação de instituições como as organizações intergovernamentais, os horizontes do possível na tessitura de uma visão mais construtiva, comunicativa e comunitária da vida internacional”. Grócio
  • 7. • Já Kant (1724–1804) introduz a conjetura de uma operativa razão abrangente da humanidade, que pode levar ao direito cosmopolita,traduzido no direito à hospitalidade universal e que abre espaço para a articulação de um internacionalismo que diz respeito aos homens e aos Estados nas suas relações exteriores e de interdependência como cidadãos de um mundo comum. Kant
  • 8. • Nos Lusíadas, os portugueses que encontraram novas terras e novos céus deram início à unificação da história mundial. “Essa unificação é um dos antecedentes do atual processo de globalização”. • No épico, uma das recompensas que Camões concede a Vasco da Gama é o acesso à máquina do mundo, para que o navegante pudesse saber para onde ir numa história que passara a ter horizontes mais largos. • “Esquivo e hermético tem sido o entendimento da máquina” – Carlos Drummond de Andrade repete o escritor português. • Entendê-la, porém, é o campo de excelência dos estudos das RI e é ingrediente indispensável de conhecimento para a condução da política internacional de um país. A Máquina do Mundo
  • 9. • No final da década de 1960, as engrenagens perceptíveis que moviam a máquina eram a Guerra Fria, a batalha ideológica entre Ocidente e Oriente, as relações de conflito e coexistência entre as duas superpotências – Estados Unidos e União Soviética –, a descolonização e o espaço que se abriu para a polaridade Norte-Sul. • No final dos anos 80, porém, veio a inesperada queda do Muro de Berlim, num contexto em que também se deram o fim do socialismo real e a desagregação da União Soviética. • “A máquina do mundo moveu-se aparentemente nos anos 90 para o que parecia ser a conjuntura de uma leitura kantiana na realidade internacional” Guerra Fria
  • 10. • Os documentos resultantes da Conferência da ONU sobre Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92 apontavam nessa direção. Foi a primeira grande conferência da ONU sobre temas globais na década, e ela não se pautou pela lógica diplomática das pluralidades definidas da Guerra Fria, a partir dos blocos do Leste e do Oeste ou de Norte e Sul. O mesmo se deu com as conferências das Nações Unidas nos anos seguintes.
Outro exemplo dessa mudança de direção foi a conclusão do Uruguai Round do GATT em 1994, que levou à criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), primeira organização internacional pós-Guerra Fria com vocação universal. • “A OMC conseguiu construir um inédito sistema de solução de controvérsias, alargando os horizontes do papel do direito e das normas da vida econômica internacional e ecoando uma leitura grociana de como administrar conflito e cooperação na vida internacional”, OMC e a pós-guerra fria
  • 11. • Porém, a primeira guerra do século XXI fez a máquina do mundo deslocar-se novamente, “desta vez de Kant para Hobbes”. • Os ataques terroristas aos Estados Unidos em 2001 colocaram em novos termos o tema da paz e o desafio da segurança no próprio centro do poder mundial, e pela primeira vez internalizaram em território norte-americano as tensões do mundo. Também mostraram que é possível fazer política internacional no campo estratégico-militar sem ser um Estado. • “A ação terrorista no mundo globalizado viu-se facilitada pela possibilidade de atuar por meio de redes que permitem transpor fronteiras e territórios e através de relações clandestinas, que tendem a evadir-se do controle dos serviços de inteligência dos Estados, como é o caso das redes da criminalidade transnacional do tráfico de drogas e de armas”. Terrorismo
  • 12. • O início do século XXI também viu as políticas de identidade e de reconhecimento e o “neotribalismo pós- moderno”, na definição de Thomas Franck, minarem em muitas regiões o postulado da integridade territorial dos Estados, levando a processos e aspirações de secessão. Sinais dessa realidade estão na multiplicação do número de refugiados em diversas partes do mundo – os expulsos da trindade povo-Estado-território. • Ao lado dessa realidade, a xenofobia também indica que “a hipótese de uma leitura cosmopolita de respeito ao próximo baseada na hospitalidade universal não está se consolidando” Neo-tribalismo pós-moderno
  • 13. • A primazia norte-americana que se esboçava com o colapso do bloco soviético se viu minada, para o que colaboraram os equívocos unilateralistas da guerra global ao terrorismo declarada por George W. Bush e a perda de foco dos Estados Unidos na complexidade do mundo. Esses fatores explicam também a presente multipolaridade política e económica do mundo, que está dando novo espaço para a China, a Índia e o Brasil e abrindo outras possibilidades para a Rússia pós-União Soviética. Mundo multipolar
  • 14. Ondas Schumpeterianas e a massificação tecnoloógica
  • 15. • O sistema internacional ainda carece de governança apropriada e continua permeável a tensões de hegemonia e pelas forças centrífugas que são parte das engrenagens da máquina do mundo. Uma das características do século XX foi conferir ao campo diplomático estratégico um alcance planetário, no qual os Estados passaram a conviver. As transformações técnicas, económicas e intelectuais unificaram a humanidade – “para o bem e para o mal” –, resultando numa nova e abrangente experiência do tempo. • As interações económicas, culturais e políticas se aceleraram como fruto da integração propiciada pela informática. • “Continuam a existir fronteiras, mas todas são porosas e por isso mesmo continuamente transpostas, oficial ou clandestinamente, pelas imagens, pelas ideias e pelos seres humanos”. Unificação da Humanidade
  • 16. • Tempo on –line: Outra característica de nosso tempo é que cada vez mais o mundo internaliza-se na vida dos países, ainda que essa internalização tenha distintas modalidades e impactos. A maneira como o espaço e o tempo penetram na vida das pessoas foi profundamente alterada. • “Basta lembrar o tempo on-line da circulação em rede das Sociedade em rede
  • 17. • A governança em escala mundial é difícil porque a diplomacia em escala internacional precisa lidar com pelo menos três grandes dimensões: captar interesses comuns e compartilhados; administrar as desigualdades; mediar a diversidade cultural e os conflitos de valores. É nesse cenário – em que o Direito Internacional se caracteriza como um direito em movimento, num estado mais provisório do que consolidado – que se situam a globalização e as suas assimetrias, bem como as ameaças de desglobalização. Governança mundial
  • 18. • A sociedade internacional é heterogénea por causa da distribuição desigual do poder entre os Estados, dos desníveis de rendimentos entre populações, da concentração de poder económico num circunscrito número de empresas transnacionais de atuação planetária – as empresas globais - e das diferenças na capacidade de produzir novos conhecimentos que determinam o controle que uma sociedade é capaz de exercer sobre seu destino. • Atores governamentais e não-governamentais não têm uma mesma e única concepção sobre a organização da ordem mundial e dos Estados nacionais. • Há ainda descontinuidades que derivam dos muitos mundos que são parte integrante da ordem mundial. Em diferentes regiões podem ser criados subsistemas regionais que levem a um modelo de governança – como a integração europeia – ou, inversamente, que instiguem fortes tensões, caso do Oriente Médio. • “É preciso avaliar de forma diferenciada as especificidades que compõem o pluralismo ontológico da máquina do mundo”. Descontinuidades
  • 19. • Cinco blocos – O internacionalista Andrew Hurrell, autor do livro On global order, aponta o que seriam os cinco grandes blocos temáticos da agenda internacional. Cinco Blocos Temáticos
  • 20. • O primeiro é a intensidade atual das políticas de identidade e reconhecimento que afloraram com o término da Guerra Fria. Os exemplos estão no Médio Oriente, nas aspirações dos bascos na Espanha, no Quebec canadiano, no Tibete e nos desastres humanitários de Darfur, com a secessão do Sudão. Na América Latina, há reivindicações de reconhecimento por grupos ou regiões no Peru e na Bolívia. Reemergência do nacionalismo
  • 21. • O segundo bloco envolve os desafios representados pelas crescentes ambições normativas presentes na vida internacional, cujo marco é a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. É uma política de direito alicerçada na construção de uma sociedade internacional constituída não só de Estados igualmente soberanos, mas também de indivíduos livres e iguais. Ecoando Kant, é uma concepção de que um direito violado numa parte do mundo passe a ser sentida em toda parte, numa faceta positiva da internalização do mundo na vida dos países trazida pela globalização. Direito entre Estados
  • 23. • O quarto bloco está vinculado ao desafio da gestão da economia globalizada num mundo caracterizado pela desigualdade. Países tradicionais estão vulneráveis, enquanto outros ascendem e os fluxos de investimentos pelo globo se deslocam. A criação de blocos como o G- 20, em substituição ao G-7, é expressão dessas mudanças. • O quinto diz respeito ao desenvolvimento sustentável num cenário em que os temas ambientais, como as mudanças climáticas, são globais. Nova Ordem Económica Mundial e Sustentabilidade
  • 24. • É difícil fazer avaliação dos cenários futuros da máquina do mundo, mas citando Guicciardini, contemporâneo de Maquiavel, “entre os seres humanos, mais pode a esperança do que o medo”. Fim

Notas do Editor

  • #9: Texto de Lafer, MNE do Brazil no tempo de FHC
  • #15: O Desenvolvimentotecnologicouniformiza o mundo
  • #24: CelsoLaferapontaque do encaminhamento do conjuntodessapautadepende “a equação de umaordemmundialquenãoameace a sobrevivência da própriahumanidade”. Aomesmo tempo, advertequecadabloco tem também as suasespecificidades – “um sapatonão serve emtodosospés, comodizemosamericanos”, lembra o professor. Um exemploestá no caso das questõesambientais, queenvolvemmudanças de matrizesenergéticasinternamente, mas tambémconflitos de interesses entre países. “Se souumailhapequena, o risco de submergirégrande, mas se sou um país continental, o riscoémenor”, compara.
O professor reconhecequeédifícilfazeravaliação dos cenáriosfuturos da máquina do mundo, mas concluiusuaconferência com uma nota otimista, aocitarGuicciardini, contemporâneo de Maquiavel, paraquem, entre ossereshumanos, maispode a esperança do que o medo.