SISTEMA URINÁRIO
SISTEMA URINÁRIO
As atividades orgânicas resultam na
decomposição de proteínas, carboidratos e lipídeos,
acompanhada de liberação de energia e formação de
produtos que devem ser eliminados para o meio
exterior.
A urina é um dos veículos de excreção.
O Sistema Urinário compreende os órgãos
responsáveis pela formação da urina, os rins, e
outros destinados à eliminação da urina, bexiga,
ureteres e uretra, tendo como principal função a
manutenção da homeostase (equilíbrio
hidroeletrolítico).
RINS
Os rins estão localizados no retroperitônio,
parte posterior do abdômen, à direita e à esquerda da
coluna vertebral, estando o rim esquerdo ligeiramente
acima do direito devido à presença do fígado.
São protegidos por uma cápsula adiposa, tecido
conjuntivo (subserosa) e uma cápsula fibrosa (cápsula
renal).
Tem a forma de feijão, apresentando as faces
anterior e posterior, bordas medial e lateral e
extremidades superior e inferior, comumente
denominadas pólos.
Sobre o pólo superior situa-se a glândula supra
renal.
A borda medial possui uma fissura vertical, o
hilo, por onde passam artéria e veia renais, vasos
linfáticos, nervos e o ureter, elementos que constituem,
em conjunto, o pedículo renal.
A unidade funcional dos rins é o néfron,
estrutura microscópica formada por uma
cápsula glomerular (cápsula de Bowman) e
um sistema tubular, estando localizado no
córtex renal (mais de 1 milhão).
Dentro da cápsula de Bowman existe um
glomérulo, constituído por capilares alimentados por
uma arteríola aferente e drenado por uma arteríola
eferente.
O sistema tubular é representado pelo túbulo
proximal, seguido pela Alça de Henle e pelo túbulo
distal, o qual se une ao ducto coletor, terminando na
papila e pelve renal, desaguando no ureter.
Envolvendo os túbulos e Alça de Henle, encontramos
capilares peritubulares.
Os rins podem ser divididos em 3 grandes
áreas: córtex, medula e pelve.
O córtex renal localiza-se na periferia do órgão,
debaixo da cápsula renal, e projeta-se na medula renal
formando as colunas renais ou tecido cortical, que
separa as pirâmides.
A medula é dividida em 8 a 18 massas em
formato de ductos coletores denominados pirâmides
renais (lóbulos renais), cujas bases localizam-se na
fronteira cortico-medular e ápices estendem-se em
direção à pelve, formando as papilas.
Das papilas, surgem os cálices menores, que
deságuam nos cálices maiores e terminam na
extremidade superior dilatada do ureter, estruturas
da pelve renal.
CIRCULAÇÃO RENAL
Os rins recebem mais de 1 litro de
sangue/min.
A partir da aorta abdominal, ramificam-se as
artérias renais, que se subdividem anterior e
posteriormente e penetram no hilo, ramificando-se
novamente em artérias interlobulares até formarem
as arteríolas aferentes.
FORMAÇÃO DA URINA
A urina é formada nos néfrons a partir de 3
processos: filtração, reabsorção e secreção.
Filtração é a passagem de um líquido através de
uma membrana como resultado de um diferencial de
pressão. No rim, a filtração ocorre no glomérulo.
O glomérulo é uma membrana semi-permeável
que permite a passagem de água e eletrólitos,
impermeável a substâncias moleculares.
Assim, ocorre a “expulsão” de fluido dos
capilares através da membrana glomerular para dentro
da cápsula de Bowmam, formando o filtrado
glomerular, composto por cerca de 90% de água e 6%
de solutos.
Após a filtração, cerca de 99% do filtrado
glomerular é devolvido ao organismo pelo sistema
tubular, num processo de reabsorção.
A reabsorção consiste, assim, na retomada de
fluidos e outras substâncias através dos tecidos
corporais.
No rim, a reabsorção ocorre no sistema tubular,
através da qual água e solutos são deslocadas da luz dos
túbulos renais para o espaço intersticial por transporte
ativo, segundo o gradiente de concentração, sendo
então captadas pelos capilares, retornando à circulação
sangüínea.
A reabsorção de água é controlada pelo
hormônio antidiurético (ADH), produzido no
hipotálamo e armazenado e liberado pela hipófise
posterior ou neuro-hipófise, que aumenta a
permeabilidade das membranas dos túbulos distais
e ductos coletores, impermeáveis à água, permitindo
sua reabsorção e pelo sistema renina-angiotensina-
aldosterona.
A liberação do ADH é determinada pelo estado
de hidratação corporal (osmolalidade sérica) e pelo
volume sangüíneo.
Se o organismo precisa conservar fluido, como
na desidratação, o ADH é liberado e a água é
reabsorvida; caso contrário, sua secreção é inibida pelo
hipotálamo
Sistema de Regulação de Fluidos e Eletrólitos
A aldosterona, produzida pelo córtex adrenal,
promove a reabsorção de sódio e excreção de potássio
pelos rins. Sua secreção é estimulada pelo sistema
renina-angiotensina, pelo aumento de potássio ou
diminuição de sódio nos líquidos intersticiais e pela
liberação do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH –
produzido e liberado pela hipófise anterior ou adeno-
hipófise).
A renina, secretada pelo aparelho
justaglomerular renal, converte a angiotensina do
sangue em angiotensina I, a qual é convertida em
angiotensina II nos capilares renais.
A hipotensão aumenta a liberação de renina, a qual
estimula a angiotensina, que aumenta a produção
de aldosterona, que aumenta retenção de sódio e,
conseqüentemente, a retenção de líquido,
elevando a PA
Sistema de Regulação da Pressão Arterial
A secreção envolve o transporte ativo de
certas substâncias químicas da corrente sangüínea
para dentro dos túbulos.
Normalmente, as células tubulares secretam
quantidades equivalentes de hidrogênio e
bicarbonato.
Em situações de acidose, íons hidrogênio em
excesso são secretados para dentro dos túbulos
proximais e distais e ductos coletores, sendo
excretados na urina. Na alcalose, cessa a excreção
de hidrogênio, podendo até ocorrer excreção de
bicarbonato
Sistema de Regulação do Equilíbrio do Íon H+
Como resultado da filtração sangüínea, da
reabsorção e da secreção renal, ocorre a formação da
urina, a qual passa pelos ductos coletores em direção
às papilas, fluindo para a pelve renal.
À medida que a urina entra na pelve, ocorre
uma distensão desta estrutura, seguida de uma
contração muscular e a urina é jogada no ureter,
sendo drenada até a bexiga e armazenada
temporariamente.
Durante a micção (ato de esvaziar a bexiga), a
bexiga se contrai e a urina é excretada através da
uretra:
receptores na parede vesical enviam impulsos para a
porção sacra da medula, sendo iniciado o reflexo da
micção.
O primeiro desejo de urinar é percebido por
volta de 150 ml.
A contração voluntária dos músculos
abdominais facilita a micção por elevar a pressão na
parede vesical.
COMPOSIÇÃO DA URINA
A urina é o líquido remanescente dos processos
de filtração, reabsorção e secreção, composta por
água, eletrólitos e produtos finais do metabolismo
protéico.
O principal produto do metabolismo protéico é
a uréia. Outros incluem a creatinina, ácido úrico,
fosfatos e sulfatos.
OUTRAS FUNÇÕES RENAIS
- síntese de 1,25 diidroxicolecalciferol (DHCC): hormônio
derivado da vitamina D que estimula absorção de cálcio
no intestino;
- síntese da eritropoetina: glicoproteína que induz a
produção de hemácias na medula óssea, estimulada por
um déficit de oxigênio renal;
- degradação da insulina: cerca de 20% da insulina
secretada pelo pâncreas são removidos da circulação
pelos rins e degradados nos túbulos;
OUTRAS FUNÇÕES RENAIS
- síntese de prostaglandinas: as prostaglandinas são
ácidos graxos produzidos nos túbulos coletores e
células intersticiais medulares, desempenhando
papel na regulação da concentração de urina,
aumentando a excreção de sódio, inibindo a
reabsorção de sódio e uréia e antagonizando a ação
do ADH, além de regularem a taxa de filtração
glomerular, a resistência vascular e a secreção de
renina.
URETER
Tubo muscular que une o rim à bexiga, com cerca de
30cm no adulto e com a capacidade de contrair-se e realizar
movimentos peristálticos.
Partindo da pelve renal, acola-se posteriormente ao
abdômen e penetra na bexiga pelo óstio ureteral ou junção
ureterovesical, que impede o fluxo retrógrado da urina durante
a micção e quando a bexiga fica excessivamente distendida.
Assim, sua principal função é transportar urina da pelve
renal para a bexiga.
BEXIGA URINÁRIA
É um órgão oco situado posteriormente à sínfise
púbica, na metade anterior da pelve e nela fixado pelo
peritônio superiormente e pelos ligamentos verdadeiros na
base.
A parede vesical é composta por musculatura lisa,
permitindo a elasticidade da bexiga.
Sua principal função é armazenar urina recebida dos
ureteres até o momento de ser eliminada.
URETRA
É o caminho através do qual a urina deixa o corpo.
Entre a bexiga e a uretra, localiza-se o esfíncter
interno, o qual se relaxa durante a micção, permitindo o
escoamento da urina. Assim como a junção ureterovesical,
impede o refluxo urinário, da uretra para a bexiga.
A uretra termina numa abertura externa
denominada meato, onde se localiza o esfíncter externo,
que está sob controle voluntário no adulto – na
impossibilidade de micção, o esfíncter externo se contrai,
retendo a urina.
A uretra feminina tem cerca de 3,5 a 4,0cm de
comprimento e o meato uretral localiza-se entre o
clitóris e a vagina.
A uretra masculina tem aproximadamente 15 a
20cm de comprimento, com o meato uretral localizado
na extremidade da glande peniana e constitui a via
comum para a micção e ejaculação.
A uretra masculina pode ser dividida em:
- uretra prostática, que se estende por cerca de 3,0cm
abaixo do colo vesical e passa através da próstata;
- uretra membranosa, que passa ao longo da parede
do assoalho pélvico;
- uretra bulbo-cavernosa, que se estende por todo
comprimento peniano.
A próstata localiza-se abaixo do colo vesical e
circunda completamente a uretra, constituindo uma
das principais causas de disfunção urinária masculina
em casos de hiperplasia.
Após a micção, a uretra feminina esvazia-se
por gravidade, enquanto a uretra masculina esvazia-se
por contrações do músculo bulbocavernoso.
O envelhecimento provoca diminuição do
tamanho renal, com conseqüente perda de tecido
principalmente cortical, o que leva a uma diminuição
da função renal.
Além disso, o envelhecimento enfraquece a
musculatura de sustentação da bexiga e provoca uma
menor capacidade de distensão vesical, o que
acarreta maior urgência em urinar e incontinência.
ENFERMIDADES DO
TRATO URINÁRIO
URETRITE
A uretrite é a inflamação da uretra, que pode ser
causada por qualquer irritante em contato com a uretra.
Em homens, suas causas incluem principalmente
doenças sexualmente transmissíveis.
Nas mulheres, além das DSTs, a uretrite pode ser
decorrente do uso de desodorantes íntimos, papel higiênico
perfumado, vasos sanitários contaminados, geléias e
espermicidas, outras ITU e modificações do revestimento
mucoso vaginal.
URETERITE
Inflamação do ureter comumente associada à
pielonefrite.
CISTITE
Definição e Fisiopatologia
Cistite é a inflamação da parede vesical, causada
habitualmente por bactérias ascendentes. Porém, o
termo cistite é freqüentemente utilizado para designar
uma ITU, infecção do trato urinário inferior sintomática.
As ITUs são um problema muito comum, sendo a
bexiga o local mais freqüente de infecções no trato
urinário.
Estudos mostram que 25% de todas as
mulheres são acometidas por ITUs alguma vez no
decorrer de suas vidas. Isso porque a uretra feminina
é curta, reduzindo a distância entre a bexiga e o meio
externo e devido à localização do meato uretral, muito
próximo ao ânus e intróito vaginal (E.coli).
Homens raramente desenvolvem ITUs antes
dos 50 anos devido ao comprimento da uretra e das
propriedades antibacterianas do líquido prostático.
A resistência da mucosa vesical a infecções é devida
às suas propriedades antibacterianas e da presença de
células produtoras de mucina, que contribui para a
manutenção da integridade da mucosa.
Além disso, a micção remove microorganismos do
trato urinário inferior, ajudando a prevenir infecções.
Tudo o que destrói estas defesas pode ocasionar
infecções no trato urinário, como a perda da integridade do
revestimento mucoso e a retenção e estagnação urinária.
Etiologia
Os principais microorganismos causadores de ITU
são Escherichia coli (90%), Enterobacter, Pseudomonas e
Serratia, os quais são normalmente encontrados no trato
gastrointestinal e contaminam a urina em virtude da
proximidade entre o orifício uretral e o ânus, principalmente
em mulheres.
Candida é outra causa cada vez mais freqüente de
ITU, associado a outras morbidades como diabetes, câncer,
imunossupressão, ITU persistente.
Fatores de risco para as mulheres: roupas íntimas
de tecidos sintéticas, calças justas, relacionamento
sexual, uso de diafragmas, geléias, espermicidas,
gravidez (compressão mecânica e alterações hormonais
causam modificações no trato urinário, ocasionando
estase urinária e refluxo), menopausa (alterações
hormonais modificam pH e diminuem lubrificação
vaginal), uso de desodorantes íntimos, absorventes e
papel higiênico perfumados, banhos de espuma.
Fatores de risco em homens após 50 anos: uropatia
obstrutiva, perda das propriedades bactericidas
prostáticas, enfraquecimento da musculatura
vesical, prostatite.
A presença de cateteres vesicais é responsável pela
maioria absoluta das infecções nosocomiais.
Manifestações Clínicas
Os principais sintomas da cistite são:
disúria, lombalgia, dor abdominal, nos flancos e/ou
supra-púbica, polaciúria, urgência em urinar,
hematúria, urina turva, mal-estar, febre, calafrios,
náuseas, vômitos.
Tratamento
O tratamento consiste na eliminação do agente
etiológico.
Inicialmente, utilizam-se antibióticos de largo
espectro, até resultados de antibiograma e cultura,
sendo então adotados antibióticos específicos.
Cuidados de Enfermagem
Orientar clientes para evitar fatores de risco.
Adoção de rigorosa assepsia durante cateterismos
vesicais, além de manutenção dos adequados cuidados
com o cateter e genitália.
Adequada higienização íntima.
GLOMERULONEFRITE
Definição e Fisiopatologia
Termo que engloba uma ampla variedade de
doenças, a maioria das quais é causada por reações
imunológicas que, por sua vez, que causam modificações
proliferativas e inflamatórias na estrutura glomerular.
Como a função primária do glomérulo é a filtração
sangüínea, a maioria dos casos resulta do aprisionamento
de complexos antígeno-anticorpo circulantes dentro do
glomérulo.
Tal fato acarreta dano inflamatório, dificultando a
função glomerular e diminuindo a permeabilidade seletiva
de sua membrana.
É 2 vezes mais comum em homens que em
mulheres e não existem fatores de risco para esta doença
por tratar-se de um distúrbio imunológico.
Etiologia
As glomerulonefrites têm como causa
infecções bacterianas, virais ou parasitárias em foco
distante, classicamente infecções estreptocócicas
beta-hemolíticas.
Manifestações Clínicas
O surgimento da glomerulonefrite aguda pode ser
insidioso ou brusco.
Os sintomas clássicos incluem hematúria com
cilindros hemáticos e proteinúria, além de cefaléia,
hipertensão, dor abdominal ou no flanco, oligúria, anúria,
urina cor de coca-cola, febre, calafrios, palidez, anorexia,
náuseas, vômitos, edema generalizado, podendo evoluir
para derrame pleural, ascite, ICC e insuficiência renal.
Tratamento
A intervenção destina-se a eliminar os antígenos,
diminuir as alterações imunológicas e minimizar o processo
inflamatório, prevenindo maiores danos renais e preservando a
função renal.
Utiliza-se em muitos casos plasmaférese e
imunossupressão, removendo-se os anticorpos circulantes ou os
mediadores da resposta inflamatória.
Além disso, são administrados antibióticos, corticóides,
imunossupressores, diuréticos e anti-hipertensivos e adota-se
restrição hídrica e de sódio.
Cuidados de Enfermagem
Orientar o paciente e familiares sobre doença e
tratamento.
Monitorizar SSVV freqüentemente, atentando para
valores da PA, padrão respiratório e hipertermia.
Observar sinais e sintomas rigorosamente (edema,
dor, diurese).
Adequação e orientação nutricional: restrição hídrica
e sódica.
Glomerulonefrite Crônica
A glomerulonefrite aguda pode evoluir para um
estado crônico, caracterizado pela substituição do tecido
renal por tecido fibroso e cicatricial decorrentes do processo
inflamatório, levando à insuficiência renal.
Apresenta início muito lento, com progressão dos
sintomas de acordo com a evolução da lesão renal.
Uma vez detectada a insuficiência renal, o
tratamento consistirá em diálise ou transplante renal.
PIELONEFRITE
Definição e Fisiopatologia
Inflamação da pelve renal causada por infecção
bacteriana.
São mais freqüentes em diabéticos, hipertensos,
gestantes e clientes com cálculos renais crônicos e cistite crônica.
Ocorre quando bactérias entram na pelve e causam uma
reação inflamatória, a qual acarreta edema no tecido afetado. À
medida que a infecção é tratada e a inflamação regride, pode
haver formação de fibrose e tecido cicatricial. Se as infecções
recidivam, pode haver então perda da função renal.
Existem 2 tipos de pielonefrite:
A pielonefrite aguda ocorre freqüentemente após
cistites ou contaminação durante procedimentos invasivos,
como cistoscopia e está associada a abscessos renais.
A pielonefrite crônica apresenta maior
probabilidade de ocorrer após distúrbios crônicos,
caracterizada pela combinação de anormalidades nos
cálices e fibrose cortical, o que pode levar à insuficiência
renal.
Etiologia
A maioria das infecções renais representa
prolongamentos de processos infecciosos em outros locais,
principalmente cistites, onde as bactérias percorrem o
ureter até o rim, podendo também ser causada pelo refluxo
ureteral e obstruções.
Manifestações Clínicas
Pielonefrite aguda: rins aumentados, abscesso
parenquimatoso, febre, calafrios, náuseas, dor no flanco do
lado afetado, cefaléia, dor muscular, prostração, disúria,
urgência, hematúria, urina turva, fétida e com aumento de
leucócitos.
Pielonefrite crônica: não apresenta sintomas
específicos, sendo por isso diagnosticada freqüentemente
quando da investigação de hipertensão, manifestação mais
comum da doença.
Tratamento
Pielonefrite aguda: uso de antibióticos e tratamento
dos sintomas (analgésicos e antitérmicos).
Pielonefrite crônica: antibioticoterapia, controle da
hipertensão e qualquer outra intervenção dependente do
dano renal.
INSUFUCIÊNCIA RENAL AGUDA
Definição e Fisiopatologia
Refere-se à perda brusca da função renal. Em poucos
dias, a taxa de filtração glomerular decresce, sendo acompanhada
pela elevação nos níveis séricos de creatinina e nitrogênio uréico.
Acredita-se que a lesão tubular ativa o sistema renina-
angiotensina, que diminui o fluxo sangüíneo, reduzindo a filtração
glomerular e o fluxo tubular, culminando em oligúria.
A evolução clínica da IRA caracteriza-se por:
- a fase inicial : evento desencadeante até surgimento dos
sintomas – imediato ou até 1 semana após o evento;
- fase oligúrica-anúrica ou não oligúrica : de 1 a 8 semanas,
podendo ser utilizada terapia dialítica – quanto maior este
período, pior o prognóstico;
- fase diurética : retorno da filtração glomerular;
- fase de recuperação : de 3 a 12 meses, na qual o cliente
retorna ao nível de atividade pré-IRA.
Etiologia
As numerosas causas da IRA podem ser classificadas em 3
áreas: pré-renal, renal e pós-renal.
CAUSAS PRÉ-RENAIS
Interferem na perfusão renal, o que diminui a TFG :
- depleção do volume circulante em decorrência de diarréia,
vômito, hemorragia, uso excessivo de diuréticos, queimaduras;
- desvios volêmicos ocasionados por sepses e vasodilatação;
- diminuição do débito cardíaco em situações de tamponamento
pericárdico e embolia pulmnar aguda;
- maior resistência vascular, causada por anestesia e síndrome
hepatorrenal;
- obstrução vascular, devido a aneurisma dissecante ou oclusão
bilateral da artéria renal.
CAUSAS RENAIS
Modificações parenquimatosas induzidas por doenças
ou substâncias nefrotóxicas, sendo a necrose tubular aguda a
causa mais freqüente de IRA, causada pela redução da perfusão
renal ou por nefrotoxinas (antibióticos, metais pesados,
venenos, anestésicos, corantes, solventes, quimioterápicos e
outras drogas como heroína).
CAUSAS RENAIS
Além disso, a necrose tubular pode ser causada
pela presença de pigmentos do componente heme, como
mioglobina e hemoglobina, liberados pela lesão do tecido
muscular (traumatismos, esmagamentos, choques
elétricos, queimaduras).
Outras causas renais da IRA incluem
glomerulonefrite, pielonefrite, trombose, vasculite, invasão
tumoral.
CAUSAS PÓS-RENAIS
Originadas pela obstrução de qualquer local do trato
urinário decorrente de hipertrofia prostática, cálculos,
tumores, acidentes cirúrgicos e fibrose retroperitoneal.
Manifestações Clínicas
Os efeitos da IRA são generalizados: desequilíbrio
hidroeletrolítico, acidose, maior suscetibilidade a infecções,
anemia, disfunção plaquetária, complicações
gastrointestinais (náuseas, vômitos, anorexia, diarréia ou
constipação, estomatite), maior incidência de pericardite,
encefalopatia urêmica,caracterizada por déficit na memória
recente, disartria, tremores, convulsões e coma.
Tratamento
Geralmente em Unidades de Terapia Intensiva, o
tratamento da IRA objetiva a manutenção do equilíbrio
hidroeletrolítico e preservar a nutrição.
A diálise é necessária em casos de sobrecarga
volêmica significativa, hipercalemia (potássio) descontrolada
ou acidose, uremia progressiva, disfunções do SNC e
pericardite.
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
Definição e Fisiopatologia
Representa a redução progressiva do
funcionamento renal, irreversível, a qual pode instalar-se
insidiosamente ou como resultado de um episódio de IRA.
Ocorre a deterioração e destruição progressiva
dos néfrons, o que acarreta diminuição da filtração
glomerular e da reabsorção de eletrólitos pelos túbulos
renais, com consequente aumento dos níveis séricos de
creatinina e notrogênio uréico. Ou seja, os rins
gradualmente perdem a capacidade de concentração
urinária, eliminando grande quantidade de urina diluída.
Á medida que o dano renal avança e o número de
néfrons diminui, a filtração sanguínea e a reabsorção de
eletrólitos decrescem e o corpo torna-se incapaz de livrar-
se da água, sal e outros produtos metabólicos, os quais
permanecem no sangue, resultando em uremia e
progressiva intoxicação orgânica.
Etiologia
As causas mais comuns de IRC incluem
diabetes, hipertensão arterial, glomerulonefrite,
pielonefrite, IRA, nefrotoxinas.
Manifestações Clínicas
- desequilíbrio hidroeletrolítico: hiponatremia inicial e
hipernatremia subseqüente, causando hipertensão e
ICC, hipocalcemia, hiperfosfatemia, aumento do ácido
úrico sérico;
- alterações metabólicas: intolerância a carboidratos
(redução de insulina), hiperlipidemia, acidose
metabólica;
- alterações hematológicas: anemia (eritropoese
reduzida), hemólise, distúrbios de coagulação,
ocasionando hemorragias;
- alterações gastrointestinais: anorexia, náuseas, vômitos,
halitose, estomatite, esofagite, gastrite, sangramentos,
diarréia, constipação;
- alterações imunológicas: depressão da formação de
anticorpos humorais, redução da função leucocitária;
- alterações cardiovasculares: hipertensão, hipertrofia
ventricular esquerda, ICC, coronariopatias, arritmias,
pericardite;
- alterações respiratórias: pleurite, edema pulmonar;
- alterações musculoesqueléticas: reabsorção óssea
(osteoporose, fraturas e deformidades), depósitos
calcificados subcutâneos, musculares e viscerais, dor
óssea e muscular generalizada, câimbras;
- alterações tegumentares: prurido intenso, pele
desidratada, presença de equimoses, púrpuras, petéquias,
palidez cutânea, alteração da coloração da pele
(esverdeada-cinzenta), cabelos quebradiços e com queda
freqüente;
- alterações endócrinas: diminuição da insulina,
estimulação da secreção de paratormônio, que estimula
mobilização óssea de cálcio, alterações nos níveis de
hormônios hipofisários;
- alterações neurológicas: neuropatia periférica,
encefalopatia, espasmos, convulsões, irritabilidade,
alteração sensorial, depressão do SNC e coma.
- alterações psicossociais: alterações de
personalidade e emocionais, depressão, agitação,
alucinação, psicose.
- alterações no metabolismo dos medicamentos.
Tratamento
Diálise
Transplante renal
Tratamento da sintomatologia

SLIDE AULA SOBRE SISTEMA E VIAS URINARIAS.ppt

  • 1.
  • 2.
    SISTEMA URINÁRIO As atividadesorgânicas resultam na decomposição de proteínas, carboidratos e lipídeos, acompanhada de liberação de energia e formação de produtos que devem ser eliminados para o meio exterior. A urina é um dos veículos de excreção.
  • 3.
    O Sistema Urináriocompreende os órgãos responsáveis pela formação da urina, os rins, e outros destinados à eliminação da urina, bexiga, ureteres e uretra, tendo como principal função a manutenção da homeostase (equilíbrio hidroeletrolítico).
  • 4.
    RINS Os rins estãolocalizados no retroperitônio, parte posterior do abdômen, à direita e à esquerda da coluna vertebral, estando o rim esquerdo ligeiramente acima do direito devido à presença do fígado. São protegidos por uma cápsula adiposa, tecido conjuntivo (subserosa) e uma cápsula fibrosa (cápsula renal).
  • 5.
    Tem a formade feijão, apresentando as faces anterior e posterior, bordas medial e lateral e extremidades superior e inferior, comumente denominadas pólos. Sobre o pólo superior situa-se a glândula supra renal. A borda medial possui uma fissura vertical, o hilo, por onde passam artéria e veia renais, vasos linfáticos, nervos e o ureter, elementos que constituem, em conjunto, o pedículo renal.
  • 6.
    A unidade funcionaldos rins é o néfron, estrutura microscópica formada por uma cápsula glomerular (cápsula de Bowman) e um sistema tubular, estando localizado no córtex renal (mais de 1 milhão).
  • 7.
    Dentro da cápsulade Bowman existe um glomérulo, constituído por capilares alimentados por uma arteríola aferente e drenado por uma arteríola eferente. O sistema tubular é representado pelo túbulo proximal, seguido pela Alça de Henle e pelo túbulo distal, o qual se une ao ducto coletor, terminando na papila e pelve renal, desaguando no ureter. Envolvendo os túbulos e Alça de Henle, encontramos capilares peritubulares.
  • 8.
    Os rins podemser divididos em 3 grandes áreas: córtex, medula e pelve. O córtex renal localiza-se na periferia do órgão, debaixo da cápsula renal, e projeta-se na medula renal formando as colunas renais ou tecido cortical, que separa as pirâmides.
  • 9.
    A medula édividida em 8 a 18 massas em formato de ductos coletores denominados pirâmides renais (lóbulos renais), cujas bases localizam-se na fronteira cortico-medular e ápices estendem-se em direção à pelve, formando as papilas. Das papilas, surgem os cálices menores, que deságuam nos cálices maiores e terminam na extremidade superior dilatada do ureter, estruturas da pelve renal.
  • 10.
    CIRCULAÇÃO RENAL Os rinsrecebem mais de 1 litro de sangue/min. A partir da aorta abdominal, ramificam-se as artérias renais, que se subdividem anterior e posteriormente e penetram no hilo, ramificando-se novamente em artérias interlobulares até formarem as arteríolas aferentes.
  • 11.
    FORMAÇÃO DA URINA Aurina é formada nos néfrons a partir de 3 processos: filtração, reabsorção e secreção.
  • 12.
    Filtração é apassagem de um líquido através de uma membrana como resultado de um diferencial de pressão. No rim, a filtração ocorre no glomérulo. O glomérulo é uma membrana semi-permeável que permite a passagem de água e eletrólitos, impermeável a substâncias moleculares. Assim, ocorre a “expulsão” de fluido dos capilares através da membrana glomerular para dentro da cápsula de Bowmam, formando o filtrado glomerular, composto por cerca de 90% de água e 6% de solutos.
  • 13.
    Após a filtração,cerca de 99% do filtrado glomerular é devolvido ao organismo pelo sistema tubular, num processo de reabsorção. A reabsorção consiste, assim, na retomada de fluidos e outras substâncias através dos tecidos corporais. No rim, a reabsorção ocorre no sistema tubular, através da qual água e solutos são deslocadas da luz dos túbulos renais para o espaço intersticial por transporte ativo, segundo o gradiente de concentração, sendo então captadas pelos capilares, retornando à circulação sangüínea.
  • 14.
    A reabsorção deágua é controlada pelo hormônio antidiurético (ADH), produzido no hipotálamo e armazenado e liberado pela hipófise posterior ou neuro-hipófise, que aumenta a permeabilidade das membranas dos túbulos distais e ductos coletores, impermeáveis à água, permitindo sua reabsorção e pelo sistema renina-angiotensina- aldosterona.
  • 15.
    A liberação doADH é determinada pelo estado de hidratação corporal (osmolalidade sérica) e pelo volume sangüíneo. Se o organismo precisa conservar fluido, como na desidratação, o ADH é liberado e a água é reabsorvida; caso contrário, sua secreção é inibida pelo hipotálamo Sistema de Regulação de Fluidos e Eletrólitos
  • 16.
    A aldosterona, produzidapelo córtex adrenal, promove a reabsorção de sódio e excreção de potássio pelos rins. Sua secreção é estimulada pelo sistema renina-angiotensina, pelo aumento de potássio ou diminuição de sódio nos líquidos intersticiais e pela liberação do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH – produzido e liberado pela hipófise anterior ou adeno- hipófise). A renina, secretada pelo aparelho justaglomerular renal, converte a angiotensina do sangue em angiotensina I, a qual é convertida em angiotensina II nos capilares renais.
  • 17.
    A hipotensão aumentaa liberação de renina, a qual estimula a angiotensina, que aumenta a produção de aldosterona, que aumenta retenção de sódio e, conseqüentemente, a retenção de líquido, elevando a PA Sistema de Regulação da Pressão Arterial
  • 18.
    A secreção envolveo transporte ativo de certas substâncias químicas da corrente sangüínea para dentro dos túbulos. Normalmente, as células tubulares secretam quantidades equivalentes de hidrogênio e bicarbonato.
  • 19.
    Em situações deacidose, íons hidrogênio em excesso são secretados para dentro dos túbulos proximais e distais e ductos coletores, sendo excretados na urina. Na alcalose, cessa a excreção de hidrogênio, podendo até ocorrer excreção de bicarbonato Sistema de Regulação do Equilíbrio do Íon H+
  • 20.
    Como resultado dafiltração sangüínea, da reabsorção e da secreção renal, ocorre a formação da urina, a qual passa pelos ductos coletores em direção às papilas, fluindo para a pelve renal. À medida que a urina entra na pelve, ocorre uma distensão desta estrutura, seguida de uma contração muscular e a urina é jogada no ureter, sendo drenada até a bexiga e armazenada temporariamente.
  • 21.
    Durante a micção(ato de esvaziar a bexiga), a bexiga se contrai e a urina é excretada através da uretra: receptores na parede vesical enviam impulsos para a porção sacra da medula, sendo iniciado o reflexo da micção. O primeiro desejo de urinar é percebido por volta de 150 ml. A contração voluntária dos músculos abdominais facilita a micção por elevar a pressão na parede vesical.
  • 22.
    COMPOSIÇÃO DA URINA Aurina é o líquido remanescente dos processos de filtração, reabsorção e secreção, composta por água, eletrólitos e produtos finais do metabolismo protéico. O principal produto do metabolismo protéico é a uréia. Outros incluem a creatinina, ácido úrico, fosfatos e sulfatos.
  • 23.
    OUTRAS FUNÇÕES RENAIS -síntese de 1,25 diidroxicolecalciferol (DHCC): hormônio derivado da vitamina D que estimula absorção de cálcio no intestino; - síntese da eritropoetina: glicoproteína que induz a produção de hemácias na medula óssea, estimulada por um déficit de oxigênio renal; - degradação da insulina: cerca de 20% da insulina secretada pelo pâncreas são removidos da circulação pelos rins e degradados nos túbulos;
  • 24.
    OUTRAS FUNÇÕES RENAIS -síntese de prostaglandinas: as prostaglandinas são ácidos graxos produzidos nos túbulos coletores e células intersticiais medulares, desempenhando papel na regulação da concentração de urina, aumentando a excreção de sódio, inibindo a reabsorção de sódio e uréia e antagonizando a ação do ADH, além de regularem a taxa de filtração glomerular, a resistência vascular e a secreção de renina.
  • 25.
    URETER Tubo muscular queune o rim à bexiga, com cerca de 30cm no adulto e com a capacidade de contrair-se e realizar movimentos peristálticos. Partindo da pelve renal, acola-se posteriormente ao abdômen e penetra na bexiga pelo óstio ureteral ou junção ureterovesical, que impede o fluxo retrógrado da urina durante a micção e quando a bexiga fica excessivamente distendida. Assim, sua principal função é transportar urina da pelve renal para a bexiga.
  • 26.
    BEXIGA URINÁRIA É umórgão oco situado posteriormente à sínfise púbica, na metade anterior da pelve e nela fixado pelo peritônio superiormente e pelos ligamentos verdadeiros na base. A parede vesical é composta por musculatura lisa, permitindo a elasticidade da bexiga. Sua principal função é armazenar urina recebida dos ureteres até o momento de ser eliminada.
  • 27.
    URETRA É o caminhoatravés do qual a urina deixa o corpo. Entre a bexiga e a uretra, localiza-se o esfíncter interno, o qual se relaxa durante a micção, permitindo o escoamento da urina. Assim como a junção ureterovesical, impede o refluxo urinário, da uretra para a bexiga. A uretra termina numa abertura externa denominada meato, onde se localiza o esfíncter externo, que está sob controle voluntário no adulto – na impossibilidade de micção, o esfíncter externo se contrai, retendo a urina.
  • 28.
    A uretra femininatem cerca de 3,5 a 4,0cm de comprimento e o meato uretral localiza-se entre o clitóris e a vagina. A uretra masculina tem aproximadamente 15 a 20cm de comprimento, com o meato uretral localizado na extremidade da glande peniana e constitui a via comum para a micção e ejaculação.
  • 29.
    A uretra masculinapode ser dividida em: - uretra prostática, que se estende por cerca de 3,0cm abaixo do colo vesical e passa através da próstata; - uretra membranosa, que passa ao longo da parede do assoalho pélvico; - uretra bulbo-cavernosa, que se estende por todo comprimento peniano.
  • 30.
    A próstata localiza-seabaixo do colo vesical e circunda completamente a uretra, constituindo uma das principais causas de disfunção urinária masculina em casos de hiperplasia. Após a micção, a uretra feminina esvazia-se por gravidade, enquanto a uretra masculina esvazia-se por contrações do músculo bulbocavernoso.
  • 31.
    O envelhecimento provocadiminuição do tamanho renal, com conseqüente perda de tecido principalmente cortical, o que leva a uma diminuição da função renal. Além disso, o envelhecimento enfraquece a musculatura de sustentação da bexiga e provoca uma menor capacidade de distensão vesical, o que acarreta maior urgência em urinar e incontinência.
  • 32.
  • 33.
    URETRITE A uretrite éa inflamação da uretra, que pode ser causada por qualquer irritante em contato com a uretra. Em homens, suas causas incluem principalmente doenças sexualmente transmissíveis. Nas mulheres, além das DSTs, a uretrite pode ser decorrente do uso de desodorantes íntimos, papel higiênico perfumado, vasos sanitários contaminados, geléias e espermicidas, outras ITU e modificações do revestimento mucoso vaginal.
  • 34.
    URETERITE Inflamação do uretercomumente associada à pielonefrite.
  • 35.
    CISTITE Definição e Fisiopatologia Cistiteé a inflamação da parede vesical, causada habitualmente por bactérias ascendentes. Porém, o termo cistite é freqüentemente utilizado para designar uma ITU, infecção do trato urinário inferior sintomática. As ITUs são um problema muito comum, sendo a bexiga o local mais freqüente de infecções no trato urinário.
  • 36.
    Estudos mostram que25% de todas as mulheres são acometidas por ITUs alguma vez no decorrer de suas vidas. Isso porque a uretra feminina é curta, reduzindo a distância entre a bexiga e o meio externo e devido à localização do meato uretral, muito próximo ao ânus e intróito vaginal (E.coli). Homens raramente desenvolvem ITUs antes dos 50 anos devido ao comprimento da uretra e das propriedades antibacterianas do líquido prostático.
  • 37.
    A resistência damucosa vesical a infecções é devida às suas propriedades antibacterianas e da presença de células produtoras de mucina, que contribui para a manutenção da integridade da mucosa. Além disso, a micção remove microorganismos do trato urinário inferior, ajudando a prevenir infecções. Tudo o que destrói estas defesas pode ocasionar infecções no trato urinário, como a perda da integridade do revestimento mucoso e a retenção e estagnação urinária.
  • 38.
    Etiologia Os principais microorganismoscausadores de ITU são Escherichia coli (90%), Enterobacter, Pseudomonas e Serratia, os quais são normalmente encontrados no trato gastrointestinal e contaminam a urina em virtude da proximidade entre o orifício uretral e o ânus, principalmente em mulheres. Candida é outra causa cada vez mais freqüente de ITU, associado a outras morbidades como diabetes, câncer, imunossupressão, ITU persistente.
  • 39.
    Fatores de riscopara as mulheres: roupas íntimas de tecidos sintéticas, calças justas, relacionamento sexual, uso de diafragmas, geléias, espermicidas, gravidez (compressão mecânica e alterações hormonais causam modificações no trato urinário, ocasionando estase urinária e refluxo), menopausa (alterações hormonais modificam pH e diminuem lubrificação vaginal), uso de desodorantes íntimos, absorventes e papel higiênico perfumados, banhos de espuma.
  • 40.
    Fatores de riscoem homens após 50 anos: uropatia obstrutiva, perda das propriedades bactericidas prostáticas, enfraquecimento da musculatura vesical, prostatite. A presença de cateteres vesicais é responsável pela maioria absoluta das infecções nosocomiais.
  • 41.
    Manifestações Clínicas Os principaissintomas da cistite são: disúria, lombalgia, dor abdominal, nos flancos e/ou supra-púbica, polaciúria, urgência em urinar, hematúria, urina turva, mal-estar, febre, calafrios, náuseas, vômitos.
  • 42.
    Tratamento O tratamento consistena eliminação do agente etiológico. Inicialmente, utilizam-se antibióticos de largo espectro, até resultados de antibiograma e cultura, sendo então adotados antibióticos específicos.
  • 43.
    Cuidados de Enfermagem Orientarclientes para evitar fatores de risco. Adoção de rigorosa assepsia durante cateterismos vesicais, além de manutenção dos adequados cuidados com o cateter e genitália. Adequada higienização íntima.
  • 44.
    GLOMERULONEFRITE Definição e Fisiopatologia Termoque engloba uma ampla variedade de doenças, a maioria das quais é causada por reações imunológicas que, por sua vez, que causam modificações proliferativas e inflamatórias na estrutura glomerular.
  • 45.
    Como a funçãoprimária do glomérulo é a filtração sangüínea, a maioria dos casos resulta do aprisionamento de complexos antígeno-anticorpo circulantes dentro do glomérulo. Tal fato acarreta dano inflamatório, dificultando a função glomerular e diminuindo a permeabilidade seletiva de sua membrana. É 2 vezes mais comum em homens que em mulheres e não existem fatores de risco para esta doença por tratar-se de um distúrbio imunológico.
  • 46.
    Etiologia As glomerulonefrites têmcomo causa infecções bacterianas, virais ou parasitárias em foco distante, classicamente infecções estreptocócicas beta-hemolíticas.
  • 47.
    Manifestações Clínicas O surgimentoda glomerulonefrite aguda pode ser insidioso ou brusco. Os sintomas clássicos incluem hematúria com cilindros hemáticos e proteinúria, além de cefaléia, hipertensão, dor abdominal ou no flanco, oligúria, anúria, urina cor de coca-cola, febre, calafrios, palidez, anorexia, náuseas, vômitos, edema generalizado, podendo evoluir para derrame pleural, ascite, ICC e insuficiência renal.
  • 48.
    Tratamento A intervenção destina-sea eliminar os antígenos, diminuir as alterações imunológicas e minimizar o processo inflamatório, prevenindo maiores danos renais e preservando a função renal. Utiliza-se em muitos casos plasmaférese e imunossupressão, removendo-se os anticorpos circulantes ou os mediadores da resposta inflamatória. Além disso, são administrados antibióticos, corticóides, imunossupressores, diuréticos e anti-hipertensivos e adota-se restrição hídrica e de sódio.
  • 49.
    Cuidados de Enfermagem Orientaro paciente e familiares sobre doença e tratamento. Monitorizar SSVV freqüentemente, atentando para valores da PA, padrão respiratório e hipertermia. Observar sinais e sintomas rigorosamente (edema, dor, diurese). Adequação e orientação nutricional: restrição hídrica e sódica.
  • 50.
    Glomerulonefrite Crônica A glomerulonefriteaguda pode evoluir para um estado crônico, caracterizado pela substituição do tecido renal por tecido fibroso e cicatricial decorrentes do processo inflamatório, levando à insuficiência renal. Apresenta início muito lento, com progressão dos sintomas de acordo com a evolução da lesão renal. Uma vez detectada a insuficiência renal, o tratamento consistirá em diálise ou transplante renal.
  • 51.
    PIELONEFRITE Definição e Fisiopatologia Inflamaçãoda pelve renal causada por infecção bacteriana. São mais freqüentes em diabéticos, hipertensos, gestantes e clientes com cálculos renais crônicos e cistite crônica. Ocorre quando bactérias entram na pelve e causam uma reação inflamatória, a qual acarreta edema no tecido afetado. À medida que a infecção é tratada e a inflamação regride, pode haver formação de fibrose e tecido cicatricial. Se as infecções recidivam, pode haver então perda da função renal.
  • 52.
    Existem 2 tiposde pielonefrite: A pielonefrite aguda ocorre freqüentemente após cistites ou contaminação durante procedimentos invasivos, como cistoscopia e está associada a abscessos renais. A pielonefrite crônica apresenta maior probabilidade de ocorrer após distúrbios crônicos, caracterizada pela combinação de anormalidades nos cálices e fibrose cortical, o que pode levar à insuficiência renal.
  • 53.
    Etiologia A maioria dasinfecções renais representa prolongamentos de processos infecciosos em outros locais, principalmente cistites, onde as bactérias percorrem o ureter até o rim, podendo também ser causada pelo refluxo ureteral e obstruções.
  • 54.
    Manifestações Clínicas Pielonefrite aguda:rins aumentados, abscesso parenquimatoso, febre, calafrios, náuseas, dor no flanco do lado afetado, cefaléia, dor muscular, prostração, disúria, urgência, hematúria, urina turva, fétida e com aumento de leucócitos. Pielonefrite crônica: não apresenta sintomas específicos, sendo por isso diagnosticada freqüentemente quando da investigação de hipertensão, manifestação mais comum da doença.
  • 55.
    Tratamento Pielonefrite aguda: usode antibióticos e tratamento dos sintomas (analgésicos e antitérmicos). Pielonefrite crônica: antibioticoterapia, controle da hipertensão e qualquer outra intervenção dependente do dano renal.
  • 56.
    INSUFUCIÊNCIA RENAL AGUDA Definiçãoe Fisiopatologia Refere-se à perda brusca da função renal. Em poucos dias, a taxa de filtração glomerular decresce, sendo acompanhada pela elevação nos níveis séricos de creatinina e nitrogênio uréico. Acredita-se que a lesão tubular ativa o sistema renina- angiotensina, que diminui o fluxo sangüíneo, reduzindo a filtração glomerular e o fluxo tubular, culminando em oligúria.
  • 57.
    A evolução clínicada IRA caracteriza-se por: - a fase inicial : evento desencadeante até surgimento dos sintomas – imediato ou até 1 semana após o evento; - fase oligúrica-anúrica ou não oligúrica : de 1 a 8 semanas, podendo ser utilizada terapia dialítica – quanto maior este período, pior o prognóstico; - fase diurética : retorno da filtração glomerular; - fase de recuperação : de 3 a 12 meses, na qual o cliente retorna ao nível de atividade pré-IRA.
  • 58.
    Etiologia As numerosas causasda IRA podem ser classificadas em 3 áreas: pré-renal, renal e pós-renal.
  • 59.
    CAUSAS PRÉ-RENAIS Interferem naperfusão renal, o que diminui a TFG : - depleção do volume circulante em decorrência de diarréia, vômito, hemorragia, uso excessivo de diuréticos, queimaduras; - desvios volêmicos ocasionados por sepses e vasodilatação; - diminuição do débito cardíaco em situações de tamponamento pericárdico e embolia pulmnar aguda; - maior resistência vascular, causada por anestesia e síndrome hepatorrenal; - obstrução vascular, devido a aneurisma dissecante ou oclusão bilateral da artéria renal.
  • 60.
    CAUSAS RENAIS Modificações parenquimatosasinduzidas por doenças ou substâncias nefrotóxicas, sendo a necrose tubular aguda a causa mais freqüente de IRA, causada pela redução da perfusão renal ou por nefrotoxinas (antibióticos, metais pesados, venenos, anestésicos, corantes, solventes, quimioterápicos e outras drogas como heroína).
  • 61.
    CAUSAS RENAIS Além disso,a necrose tubular pode ser causada pela presença de pigmentos do componente heme, como mioglobina e hemoglobina, liberados pela lesão do tecido muscular (traumatismos, esmagamentos, choques elétricos, queimaduras). Outras causas renais da IRA incluem glomerulonefrite, pielonefrite, trombose, vasculite, invasão tumoral.
  • 62.
    CAUSAS PÓS-RENAIS Originadas pelaobstrução de qualquer local do trato urinário decorrente de hipertrofia prostática, cálculos, tumores, acidentes cirúrgicos e fibrose retroperitoneal.
  • 63.
    Manifestações Clínicas Os efeitosda IRA são generalizados: desequilíbrio hidroeletrolítico, acidose, maior suscetibilidade a infecções, anemia, disfunção plaquetária, complicações gastrointestinais (náuseas, vômitos, anorexia, diarréia ou constipação, estomatite), maior incidência de pericardite, encefalopatia urêmica,caracterizada por déficit na memória recente, disartria, tremores, convulsões e coma.
  • 64.
    Tratamento Geralmente em Unidadesde Terapia Intensiva, o tratamento da IRA objetiva a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e preservar a nutrição. A diálise é necessária em casos de sobrecarga volêmica significativa, hipercalemia (potássio) descontrolada ou acidose, uremia progressiva, disfunções do SNC e pericardite.
  • 65.
    INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA Definiçãoe Fisiopatologia Representa a redução progressiva do funcionamento renal, irreversível, a qual pode instalar-se insidiosamente ou como resultado de um episódio de IRA.
  • 66.
    Ocorre a deterioraçãoe destruição progressiva dos néfrons, o que acarreta diminuição da filtração glomerular e da reabsorção de eletrólitos pelos túbulos renais, com consequente aumento dos níveis séricos de creatinina e notrogênio uréico. Ou seja, os rins gradualmente perdem a capacidade de concentração urinária, eliminando grande quantidade de urina diluída.
  • 67.
    Á medida queo dano renal avança e o número de néfrons diminui, a filtração sanguínea e a reabsorção de eletrólitos decrescem e o corpo torna-se incapaz de livrar- se da água, sal e outros produtos metabólicos, os quais permanecem no sangue, resultando em uremia e progressiva intoxicação orgânica.
  • 68.
    Etiologia As causas maiscomuns de IRC incluem diabetes, hipertensão arterial, glomerulonefrite, pielonefrite, IRA, nefrotoxinas.
  • 69.
    Manifestações Clínicas - desequilíbriohidroeletrolítico: hiponatremia inicial e hipernatremia subseqüente, causando hipertensão e ICC, hipocalcemia, hiperfosfatemia, aumento do ácido úrico sérico; - alterações metabólicas: intolerância a carboidratos (redução de insulina), hiperlipidemia, acidose metabólica; - alterações hematológicas: anemia (eritropoese reduzida), hemólise, distúrbios de coagulação, ocasionando hemorragias;
  • 70.
    - alterações gastrointestinais:anorexia, náuseas, vômitos, halitose, estomatite, esofagite, gastrite, sangramentos, diarréia, constipação; - alterações imunológicas: depressão da formação de anticorpos humorais, redução da função leucocitária; - alterações cardiovasculares: hipertensão, hipertrofia ventricular esquerda, ICC, coronariopatias, arritmias, pericardite; - alterações respiratórias: pleurite, edema pulmonar;
  • 71.
    - alterações musculoesqueléticas:reabsorção óssea (osteoporose, fraturas e deformidades), depósitos calcificados subcutâneos, musculares e viscerais, dor óssea e muscular generalizada, câimbras; - alterações tegumentares: prurido intenso, pele desidratada, presença de equimoses, púrpuras, petéquias, palidez cutânea, alteração da coloração da pele (esverdeada-cinzenta), cabelos quebradiços e com queda freqüente; - alterações endócrinas: diminuição da insulina, estimulação da secreção de paratormônio, que estimula mobilização óssea de cálcio, alterações nos níveis de hormônios hipofisários;
  • 72.
    - alterações neurológicas:neuropatia periférica, encefalopatia, espasmos, convulsões, irritabilidade, alteração sensorial, depressão do SNC e coma. - alterações psicossociais: alterações de personalidade e emocionais, depressão, agitação, alucinação, psicose. - alterações no metabolismo dos medicamentos.
  • 73.