Temas
   Transversais


   DISCIPLINA:
 Educação Física




    Professor:
Bruno Gripp Poletti
Cref.: 017919-G/RJ




                      1
Sumário:
                               Assunto                                 Página
Alimentação saudável                                                       3
Substancias Ergogênicas                                                   11
Efeitos Fisiológicos da atividade física                                  17
Higiene Pessoal                                                           18
Artes Marciais                                                            25
Dança                                                                     25
Cidadania                                                                 38
Valores Impostos pela mídia- Padrões de Beleza                            41
Preconceito                                                               44
Drogas                                                                    47
Benefícios da atividade Física Regular                                    54
Lendas Brasileiras                                                        55
Esteróides Anabolizantes                                                  66
Suplementos Alimentares                                                   83
Dst (Doenças sexualmente Transmissíveis)                                  90
Métodos Contraceptivos (Anticoncepcionais)                               102
Jogos Panamericanos e Rio 2007                                           104
Jogos Olímpicos e Rio 2016                                               117
Metabolismo                                                              127
Copa do Mundo e Copa 2014-Brasil                                         131
Avaliação Física                                                         152
Músculos e Contração Muscular                                            155
Deficiência Física, Mental, Auditiva e Visual                            163
Condicionamento Físico                                                   187
Postura Corporal e Desvios Posturais                                     202
Alcoolismo, Tabagismo e Dependência Química                              210
                      Alimentação Saudável
      A alimentação saudável é a alimentação ou nutrição de comer bem e de
forma equilibrada para que os adultos mantenham o peso ideal e as crianças se
desenvolvam bem e intelectualmente, dependendo do hábito alimentar.

       Adicionalmente, a alimentação saudável envolve a escolha de alimentos
não somente para manter o peso ideal, mas também para garantir uma saúde
plena. As dietas são rotinas alimentares que buscam atingir um determinado
objetivo, e nem sempre vão ao encontro de conceito de alimentação saudável. Por
exemplo, dietas restritivas, como a dieta do dr. Atkins, não preenche os critérios
de alimentação saudável, visto que em que cada um deve ser ingerido nas
refeições diárias, podem ajudar em alcançar uma alimentação saudável e evitar
disfunções alimentares. Complementação ou implementação de vitaminas podem



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ser necessárias para que uma dieta seja realmente saudável, segundo estudos e
consensos de especialistas.




      A roda dos Alimentos tem 8 grupos de alimentos com dimensões diferentes,
representando a proporção do peso que, cada um deles, devia ter na nossa
alimentação diária.

      Muitos alimentos são utilizados na prevenção de doenças específicas ou
para melhorar aspectos da saúde, sendo considerados alimentos funcionais.

       Alimentação saudável é uma dieta composta de proteínas, carboidratos,
gorduras, fibras, cálcio e outros minerais, como também rica em vitaminas. Para
isto necessitamos de uma dieta variada, que tenha todos os tipos de alimentos,
sem abusos e também sem exclusões.

       Variar os tipos de cereais, de carnes, de verduras, legumes e frutas,
alternando as cores dos alimentos. As vitaminas e minerais é que dão as diversas
colorações aos alimentos



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Balanço Calórico
        Recentemente, a mídia divulgou o grande segredo para perder e ganhar
peso: o balanço calórico (ou balanço energético). Apesar de a comunidade
científica já saber disso há pelo menos 10 anos, só agora que resolveram divulgar
em grande escala.

      Primeiramente, é necessário sabermos que 1 Caloria é a quantidade de
energia necessária para aumentar a temperatura de 1g de água em 1º C. A
quantidade de calorias contidas nos alimentos significa a quantidade de energia
que eles contém. Esta energia pode ser em forma de carboidratos, proteínas ou
gorduras. Cada 1g de carboidrato ou proteína possui 4,6kcal e 1g de gordura
possui 9,1kcal.

       Balanço Calórico é o equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas
(através de alimentos) e a quantidade de calorias gastas (TMB* + calorias gastas
com atividades).




Balança 1 - Balanço Calórico em equilíbrio

       Quando a ingestão calórica é igual ao gasto, o peso se mantém, pois não
há necessidade de “buscar” calorias armazenadas nas reservas e nem há caloria
não utilizada para ser armazenada. Significa que o balanço calórico está em
equilíbrio (balança 1).




Balança 2 - Balanço Calórico Positivo

      Quando a ingestão calórica é maior do que o gasto, o peso aumenta. Neste
caso, o organismo utiliza a quantidade necessária de calorias e o restante é
armazenado. Significa que o balanço calórico está positivo (balança 2).



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Balança 3 - Balanço Calórico Negativo

       Finalmente, quando a ingestão calórica é menor do que o gasto, o peso
diminui. Pois as calorias obtidas na alimentação não são suficientes para suprir o
gasto, então o organismo recorre às calorias armazenadas. Chamamos isso de
balanço calórico negativo (balança 3).

Sabendo disso, uma pequena equação é formulada:

              Ingestão Calórica – Gasto Calórico = Balanço Calórico

      Se o balanço calórico for maior que zero, é positivo, se for menor que zero,
negativo. E se for igual a zero, ele está em equilíbrio.

      Uma pessoa que quer ganhar peso para aumentar a massa muscular, deve
ter um balanço calórico positivo. Enquanto alguém que quer perder peso
emagrecendo, deve ter um balanço calórico negativo.

       Porém, é importante lembrar que ganhar ou perder peso não é o mesmo
que engordar ou emagrecer. O peso perdido pode ser de gordura ou de massa
magra (composta por músculos, ossos, órgãos internos). O tipo do exercício e a
qualidade da sua dieta é que vão definir isto. É importante saber o que, quando e
quanto comer para conseguir direcionar esse aumento ou diminuição de peso.

Suposição de gasto calórico através de exercício:

      Sabemos que 1g de gordura = 9,1kcal. Então 1kg de gordura = 9100kcal.
Para queimarmos 9100kcal através do exercício seria necessário correr por mais
de 15 horas, ou mais de 150 kilometros. (Assustador, não?)

       Porém, esta quantidade de calorias gastas no exercício não vêm somente
das reservas de gordura. No exercício também são utilizadas calorias
provenientes de gorduras, carboidratos e proteínas circulantes no sangue, além
das reservas musculares. Sabe-se também que, após o exercício, o organismo
continua gastando calorias, pois está se recuperando e isso acaba por aumentar o
gasto calórico total do exercício. Portanto, apesar de 1kg de gordura possuir
9100kcal, estima-se que o déficit calórico para perder 1 kg de gordura seja de 7
000 a 7500 kcal.




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Segundo o Colégio Americano de Medicina Desportiva (ACSM, em inglês), uma
pessoa pode ter um déficit calórico entre 500 e 1000kcal por dia. Desta forma,
conseguiria perder, de forma saudável, entre 0,5 e 1kg de gordura por semana.

      Na prática, o déficit calórico pode ser maior, fazendo com que a perda de
peso seja mais rápida, porem, o peso perdido não seria apenas de gordura. O
processo de perda rápida de peso geralmente vem acompanhado de perda de
massa muscular. Ainda assim, existem casos de pessoas que perdem peso rápido
e mantêm a massa muscular.

      Daí vem a importância do exercício e da alimentação para o processo de
perda de peso. Cuidados com exercício e dieta são essenciais para quem quer
perder peso com saúde. Procure sempre a orientação de um Profissional de
Educação Física e de um Nutricionista.

—–

*TMB ou Taxa Metabólica Basal = quantidade de calorias que o organismo
necessita para se manter funcionando




                                                                              6
7
8
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

        Uma alimentação equilibrada é aquela que contém diferentes alimentos em
quantidade suficiente para o crescimento e manutenção do organismo. A
alimentação influencia diretamente na saúde, no trabalho, no estudo, no lazer e no
tempo                 de              vida                  das                 pessoas
        Quanto mais variada sua alimentação, mais saudável ela será. Evite o uso
freqüente de alimentos gordurosos .
        Nossa alimentação deve conter todos os nutrientes necessários para as
funções do organismo, como crescimento e renovação de seus componentes, no
entanto em quantidades consideradas ideais para cada indivíduo, divididas em 6
refeições      diárias.     São    esses       os     macronutrientes           e        os
micronutrientes:MACRONUTRIENTES:             carboidratos         (açúcares),       lipídios
(gorduras) e proteínas; MICRONUTRIENTES: minerais, vitaminas e água.


        PIRAMIDE ALIMENTAR


        A pirâmide é o esquema alimentar mais aceito em nível mundial.

Na base da pirâmide estão os alimentos que devem ser a base da nossa
alimentação. Pães, massas, batatas, arroz, entre outros, são alimentos ricos em
carboidratos. Ambos têm como principal função fornecer energia ao nosso corpo.
A energia é medida em calorias. Os carboidratos são considerados nutrientes
energéticos, pois têm como função o fornecimento da maior parte da energia
necessária para o corpo realizar suas atividades normais como andar e trabalhar.

        Os lipídios apesar de também fornecerem grande quantidade de energia,
não tem como principal função este fornecimento. As gorduras auxiliam na
absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e k), fornecem saciedade ao
organismo, produzem hormônios, protegem e isolam órgãos e tecidos. Existem
dois tipos de lipídios, os saturados, que são produtos de origem animal (carnes,
manteiga, creme de leite, requeijão) ou origem vegetal sólidos (gordura vegetal


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hidrogenada, presente, por exemplo, em sorvetes); e os insaturados, que são mais
saudáveis e são encontrados na forma líquida como os óleos de canola, soja,
oliva, de milho e girassol. Como podemos observar eles ocupam só a pontinha da
pirâmide portanto devem ser ingeridos em pouca quantidade durante o dia.

       As proteínas são tidas como construtores, ou seja, dependem delas a
formação das unhas, cabelos, regeneração e formação da pele, formação de
hormônios e além de serem os nutrientes mais abundantes no corpo, elas também
são responsáveis pela estruturação das células, formação de tecidos, produção de
anticorpos, entre outras funções igualmente importantes. Suas fontes são: carnes,
ovos, leite e derivados, feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, nozes, castanha, etc.
Cada proteína é formada por vários aminoácidos.

       As vitaminas e minerais são os elementos reguladores, importantes por
participarem do funcionamento intestinal, digestão, circulação sanguínea e
sistema imunológico. Estão mais concentrados em frutas, verduras e legumes.

       A água, juntamente com o oxigênio é o constituinte mais importante para a
manutenção da vida, portanto a quantidade de água perdida através da urina,
fezes, suor e ar expirado deve ser restituída para manter a saúde e a eficiência do
organismo na digestão, absorção, circulação e excreção.

       As fibras não são consideradas nutrientes, pois não são nem digeridas nem
absorvidas pelo organismo, no entanto ajudam no funcionamento do intestino,
previnem doenças e aumentam a sensação de saciedade após uma refeição.
Estão presentes nos farelos em geral, vegetais folhosos, cereais integrais, casca
de frutas, aveia, frutas, verduras, lentilha, feijão, soja, etc.

       Após equilibrada a alimentação, contendo pelo menos um representante de
cada grupo em cada refeição, é importante saber substituir os alimentos mais
calóricos pelos menos calóricos. Troque o leite integral, queijo, creme de leite,
requeijão e iogurtes pelo desnatado ou light e por queijos brancos, tipo ricota. É
muito importante também evitar frituras, refrigerantes e bebidas alcoólicas.


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SUBSTÂNCIAS ERGOGÊNICAS


       A literatura científica se refere aos ergogênicos como sendo substâncias ou
artifícios utilizados, visando a melhora da performance. O termo ergogênico é
derivado de duas palavras gregas: ergon (trabalho) e gennan (produzir). Portanto,
um ergogênico normalmente se refere à alguma coisa que produz ou intensifica o
trabalho.
       Nos dias de hoje, atletas têm usado ergogênicos visando a melhora da
performance esportiva, dentro do que seria possível atingir através de suas
habilidades naturais (genética) e do treinamento. O propósito da maioria dos
ergogênicos é aumentar a performance através da intensificação da potência
física (produção de energia), da força mental (controle da energia) ou do limite
mecânico (eficiência energética); e, desta forma, prevenir ou retardar o início da
fadiga. .


 Tabela 1 - Aumentando a performance através da potência física, força
mental e limite mecânico

   •    Para intensificar a potência física
            1. Aumento do tecido muscular usado na produção de energia
            2. Aumento da taxa dos processos metabólicos que produzem energia
               dentro do músculo
            3. Aumento da oferta de energia no músculo durante atividades de maior
               duração
            4. Melhora da liberação das ofertas de energia do músculo
            5. Combate ao acúmulo de substâncias no corpo que interferem na
               ótima produção de energia
   •   Para intensificar a força mental
            1. Aumento dos processos psicológicos que maximizam a produção de
               energia




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2. Diminuição dos fatores que interferem no ótimo funcionamento
             psicológico
  •   Para intensificar os limites mecânicos
         1. Melhora da eficiência dos mecanismos corporais humanos, através da
             diminuição da massa corporal, principalmente da gordura

         2. Melhora da estabilidade, através do aumento da massa corporal,
             principalmente da massa muscular

      Os ergogênicos podem ser classificados em 5 categorias de "ajuda": (a)
nutricional, (b) farmacológica, (c) fisiológica, (d) psicológica, e (e) biomecânica e
mecânica: consistem nas técnicas de treinamento propriamente ditas (ex.:
uniformes e equipamentos).

ERGOGÊNICOS NUTRICIONAIS

      Os ergogênicos nutricionais servem principalmente para aumentar o tecido
muscular, a oferta de energia para o músculo, e a taxa de produção de energia no
músculo. Os nutrientes estão envolvidos com os processos geradores de energia
através de três funções básicas: (a) alguns deles são utilizados como fonte de
energia; (b) alguns regulam os processos através dos quais a energia é produzida
no corpo; e (c) alguns promovem o crescimento, desenvolvimento do tecido
corporal que produz energia. Uma alimentação adequada é fundamental para que
consigamos atingir a performance esportiva ótima. Se sua alimentação é
deficiente em um determinado nutriente que é utilizado fundamentalmente para a
produção de energia durante o exercício, sua performance será prejudicada. Ou
seja, se sua dieta for equilibrada sendo composta por alimentos variados, você
não estará sujeito a uma deficiência nutricional, que irá prejudicar a sua
performance esportiva.

      Os nutrientes podem ser agrupados em 6 diferentes classes: carboidratos,
gorduras, proteínas, vitaminas, minerais, e água. Geralmente, carboidrato é
utilizado como fonte de energia. Gordura fornece energia, e também faz parte da


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estrutura da maioria das células. Proteína desempenha uma serie de papeis,
sendo necessária para: (a) formação de tecido, crescimento e desenvolvimento de
tecido; (b) formação de enzimas que regulam a produção de energia; e (c)
energia, sob certas condições (ex.: estoques baixos de carboidrato). As vitaminas
regulam os processos metabólicos trabalhando como enzimas. Muitos minerais
também estão envolvidos com a regulação do metabolismo, mas alguns também
contribuem com a formação da estrutura do nosso corpo com um todo (ex.: o
cálcio atua como constituinte do tecido ósseo (esqueleto)). Finalmente, a água
compões a maior parte do nosso peso corporal e ajuda a regular uma variedade
de processos metabólicos.

Todos os nutrientes estão envolvidos com a produção de energia de uma maneira
ou de outra, mas alguns nutrientes específicos são especialmente importantes
para   atletas,   cujas   taxas   de   produção    de   energia   podem   aumentar
significativamente durante o exercício. Por exemplo, proteína é o substrato para a
formação do tecido muscular, carboidratos são a fonte de energia primária no
músculo, e ferro é essencial para o transporte adequado de oxigênio para a célula
muscular.

A Tabela 2 mostra os nutrientes que tem sido estudados em relação a
performance esportiva.

 Tabela 2 - Ergogênicos Nutricionais


  •    Carboidratos
         o   Suplementos de carboidrato
  •    Gorduras
         o   Suplementação de gordura / Ácidos graxos Ómega-3 / Triglicerídeos
             de cadeia média (TCM)
  •    Proteína/Aminoácidos
         o   Suplementos de proteína / Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA)
         o   Arginina, lisina, ornitina /Triptofano /Aspartatos



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•   Vitaminas
          o    Antioxidantes / Ácido pantotênico / Tiamina (B 1) / Ácido fólico /
               Riboflavina (B2) / B12 / Niacina / Ácido ascórbico (C)
          o    Piridoxina (B6) / Vitamine E
   •   Minerais
          o    Cálcio / Fosfato / Cromo / Selênio / Ferro / Zinco / Magnésio
   •   Água
   •   Extratos de plantas
          o    Fitosterois anabólicos / Ginseng
   •   Outros

          o    Suplementos industrialmente formulados / HBM(beta-hidroxi-beta-
               metilbutirato)

 ERGOGÊNICOS FARMACOLÓGICOS- Ergogênicos farmacológicos são drogas
destinadas a funcionar como hormônios ou neurotransmissores, que são
encontrados naturalmente no nosso corpo. Como alguns ergogênicos nutricionais,
os ergogênicos farmacológicos, podem intensificar a potência física através de
alterações promovidas nos processos metabólicos, levando ao sucesso no
esporte. Por exemplo, as anfetaminas podem "imitar" os efeitos da epinefrina, um
hormônio secretado naturalmente durante o exercício que intensifica os processos
fisiológicos    envolvidos      com   a   produção   de   energia.      Os   ergogênicos
farmacológicos também podem afetar a força mental e o limite mecânico.

Ergogênicos farmacológicos têm despertado preocupação, uma vez que o Doping,
uso de drogas visando aumentar a performance, tem persistido.

Apesar de algumas drogas serem ergogênicos eficazes, o seu uso pode aumentar
significativamente o risco de vida. A Comissão Médica do Comitê Olímpico
Internacional (COI) considera que o doping viola a ética tanto do esporte quanto
da Ciência Médica e, portanto, é proibido.




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A Tabela 3 mostra alguns exemplos das principais substâncias farmacológicas e
métodos proibidos pelo COI.

Tabela 3 - Alguns exemplos das principais substâncias farmacológicas e
métodos proibidos pelo COI


  •   Substâncias proibidas
         o   Estimulantes (anfetaminas, cocaína, efedrina) / Narcóticos
         o   Anabólicos (esteróides anabólicos, clenbuterol) / Diuréticos
  •   Métodos proibidos
         o   Doping sangüíneo / Manipulação física, química e farmacológica
  •   Drogas sujeitas a certas restrições

         o   Álcool / Cafeína / Marijuana / Anestésicos locais / Corticosteroides /
             Beta-bolqueadores

 ERGOGÊNICOS FISIOLÓGICOS

      Ergogênicos fisiológicos são substâncias ou técnicas destinadas a
intensificar os processos fiológicos naturais que geram a potência física. Como por
exemplo, o doping sangüíneo , eritropoietina, e inalação de oxigênio. Os
ergogênicos fisiológicos não são drogas em si, porém têm sido proibidos pelo COI.
Outros ergogênicos fisiológicos podem estar relacionados aos ergogênicos
nutricionias. Carnitina e creatina são encontradas nos alimentos, mas são
nutrientes não essenciais, pois são formados pelo nosso organismo a partir de
outros nutrientes. Em geral, esses nutrientes não essenciais estão intimamente
envolvidos com os processos fisiológicos importantes para a performance
esportiva.

A Tabela 4 dá exemplos de ergogênicos fisiológicos que têm sido estudados em
relação a sua influência sob a performance esportiva.

Tabela 4 - Ergogênicos fisiológicos



                                                                                15
•   Metabolismo celular
       o   Carnitina
       o   Coenzima Q10
       o   Creatina
       o   Bicarbonato de cálcio
 •   Hormônios (neurotransmissores)
       o   Colina
       o   DHEA (deidroepiandrosterona)
       o   Gonadotropina corionica humana
       o   Hormônio do crescimento
       o   Testosterona
 •   Transporte de oxigênio
       o   Doping sangüíneo
       o   Eritropoietina
       o   Glicerol
       o   Inosina

       o   Oxigênio




EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE FÍSICA




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Efeitos fisiológicos agudos imediatos - também conhecidos como respostas,
são aqueles que acontecem em associação direta a sessão de exercício. os
efeitos agudos imediatos, são os que ocorrem nos períodos per e pós-imediato do
exercício e podem ser exemplificados pelos aumentos de freqüência cardíaca
(FC), ventilação pulmonar e sudorese, habitualmente associados ao esforço.

Efeitos fisiológicos agudos tardios - são os efeitos fisiológicos observados ao
longo das primeiras 24 horas que se seguem a uma sessão de exercícios e
podem ser exemplificados como na discreta redução dos níveis tensionais,
especialmente, nos hipertensos, e no aumento do número de receptores de
insulina nas membranas das células musculares.

Efeitos fisiológicos crônicos - também denominados como adaptações, são
aqueles que resultam da exposição freqüente e regular às sessões de exercícios,
representado os aspectos morfo-funcionais que diferem um indivíduo fisicamente
treinado, de um outro sedentário . Dentre os achados mais comuns dos efeitos
crônicos do exercícios físicos estão a hipertrofia muscular e o aumento do
consumo máximo de oxigênio




                             Higiene Pessoal



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A higiene(Gr. hygieiné) consiste numa prática de grande benefício para os seres
humanos. Em seu sentido mais comum, significa: limpeza, asseio. Num sentido
mais amplo, compreende todos os hábitos e condutas que auxiliam a prevenir
doenças, manter a saúde e o bem estar dos indivíduos.

O aumento dos padrões de higiene tem sido responsável pela prevenção de
inúmeras doenças físicas. Estudos socio-epidemiológicos têm demonstrado que
as medidas de maior impacto na promoção da saúde de uma população estão
relacionadas à melhoria dos padrões de higiene e nutrição da mesma.’

Muitas das doenças infecto-contagiosas existentes são encontradas, com
frequencia, em locais com baixos padrões de higiene, o que se correlaciona com
baixa escolaridade e pouco acesso à informação. Tais ambientes, gerados por
uma interação pouco consciente do homem com seu entorno, são propícios à
disseminação tanto de vetores de doenças (moscas, baratas, ratos e outros
vetores) quanto dos organismos patogênicos (bactérias, fungos, protozoários,
vermes) . Por essas e outras razões a Organização Mundial da Saúde recomenda
asseio e limpeza nos locais em que vivemos, bem como uma série de hábitos que
envolvem mudanças de comportamento frente ao meio circundante, como forma
de se evitar a propagação dessas doenças.




Higiene doméstica

Existem muitas maneiras de se manter o asseio em nosso lar. Algumas dessas
maneiras são:

   •   Tomar banho regularmente
   •   Lavar as mãos sempre após usarmos o banheiro
   •   Lavar bem nossas roupas
   •   Lavar bem os alimentos frescos
   •   Permitir a circulação de ar e entrada de luz nos ambientes



                                                                            18
•   Evitar acúmulo do objetos sem organização, que predispõem a acidentes

Esses são cuidados simples, porém, são cuidados que tem resultado na
preservação da saúde de muitas famílias ao redor do mundo.




                        LAVAGEM DE MÃOS
A lavagem das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, mais eficaz, e de maior
importância na prevenção e controle da disseminação de infecções, devendo ser
praticada por toda equipe, sempre ao iniciar e ao término de uma tarefa.

 Quando lavar as mãos

- No início e no fim do turno de trabalho.
- Antes de preparar medicação.
- Antes e após o uso de luvas.
- De utilizar o banheiro.
- Antes e depois de contato com pacientes.
- Depois de manusear material contaminado, mesmo quando as luvas tenham
sido usadas.
- Antes e depois de manusear catéteres vasculares, sonda vesical, tubo
orotraqueal e outros dispositivos
- Após o contato direto com secreções e matéria orgânica.
- Após o contato com superfícies e artigos contaminados.
- Entre os diversos procedimentos realizados no mesmo paciente.
- Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente.
- Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para espirrar,
manusear dinheiro
- Antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.
- Após manusear quaisquer resíduos.
- Ao término de cada tarefa.
- Ao término da jornada de trabalho.

 Técnica de lavagem das mãos

1. Retirar anéis, pulseiras e relógio.
2. Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia.


                                                                                 19
3. Colocar nas mãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser, de
preferência, líquido e hipoalergênico.
4. Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos.
5. Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços
interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas
deverá ser feito com atenção).

6. Os antebraços devem ser lavados cuidadosamente, também por 15 segundos.
7. Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente abundante, retirando
totalmente o resíduo do sabão.
8. Enxugar as mãos com papel toalha.
9. Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha;
ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos.




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Artes marciais



As artes marciais são sistemas de práticas e tradições para treinamento de
combate, usualmente (mas nem sempre) sem o uso de armas de fogo ou outros
dispositivos modernos. Sua origem confunde-se com o desenvolvimento da
civilização quando, logo após o desenvolvimento da onda tecnológica agrícola,
alguns começam a acumular riqueza e poder, ensejando o surgimento de cobiça,
inveja, e seu corolário, a agressão. A necessidade abriu espaço para a
profissionalização da proteção pessoal. Embora a versão mais conhecida da arte
marcial, principalmente a história oriental, tenha como foco principal Bodhidharma
monge indiano que em viagem a china orientou os monges chineses na prática do
yoga e rudimentos da arte marcial indiana o que caracterizou posteriormente na
criação de um estilo próprio pelos monges de shaolin, é sabido históricamente,
através da tradição oral e escavações arqueológicas que o kung fu já existia na
China há mais de cinco mil anos.Da China estes conhecimentos se espandiram
por quase toda a ásia. Japão e Coréia também têm tradição milenar em artes
marciais.Recentes   descobertas    arqueológicas    também    mostram     guardas
pessoais, na Mesopotâmia, praticando técnicas de defesa e de imobilização de
agressores. Paralelamente, o mundo ocidental desenvolveu outros sistemas,
como o Savate francês, ou a Capoeira brasileira.

Atualmente, pessoas de todo o mundo estudam artes marciais por diferentes
motivos como condicionamento físico, defesa pessoal, coordenação física, lazer,
desenvolvimento de disciplina, participação em um grupo social, e estruturação de
uma personalidade sadia pois a prática possibilita o estravasamento da tensão
que harmoniza o indivíduo focalizando-o positivamente.

Artes Marciais:

O termos artes marciais é um termo ocidental e latino referentes as artes de
guerra e luta. Este termo veio em relação ao deus da guerrra greco-romano Marte,


                                                                               21
ou seja, as artes marciais são as artes ensinadas pelo Deus Marte aos homens,
segundo a mitologia. Hoje o termo artes marciais é usado para todos os sistemas
de combate de origem oriental e ocidental, com ou sem o uso de armas
tradicionais, termo este que é errôneo, sendo que a origem das lutas no oriente
está muito diferenciada aos aspectos vistos destas práticas no ocidente. As artes
militares ou marciais podemos determinar que são todas as práticas utilizadas
pelos exercitos no desenvolvimento de treinamento e habilidades para o uso em
guerras nao importando a origem ou povo que a criou. No oriente existem outros
termos mais adequados para a definição destas artes como Wu-Shu na China e
Bu-Shi-Do no Japão que tambem significam artes de guerra, ou "Caminho do
Guerreiro". Mutas destas artes de guerra do oriente e ocidente deram origem a
artes atuais que hoje são praticados em todo o mundo como Karate, Kung Fu, Tae
Kwon Do, Esgrima, Arqueirismo, Hipismo etc, e se diferem dos esportes de
combate como o Boxe, Judo, Luta Olimpica, pois no esporte a competição as
regras prevalecem pois o objetivo é ver aquele que marca mais pontos dentro de
uma regra, já as modalidades que tem uma origem mais marcial tem como
objetivo a defea pessoal em uma situação de risco sem regras, e com o enfoque
principal na formação do carater do ser humano. No Japão estas artes são
chamadas de Bu-Do ou "Um caminho educacional através das lutas".

Na China as artes de lutas estão classificadas em dois grupos: Wu-Shu = artes de
guerra onde se encontra os estilos tradicionais mais antigos, que se sub dividem
em: Estilos externos = que usam a força fisica. Ex: Shaolin e suas divisões. Estilos
Internos = que usam a Energia KI. Ex: Tai Chi, Ba Gua, Xing Y.

Kuo-Shu = artes chinesas, onde se encontra os estilos mais recentes e modernos,
muito destes adaptados a competição.

No Japão as artes da lutam tambem se dividem em dois grupos: Bushi-Do = artes
da guerra. Ex. Ju Jitsu (tradicioanl) Ken jutsu, I Ai Jutsu, Nihon Kobudo etc. Bu-Do
= Artes atuais muitas com origem no Bushi-Do e outras que amntiveram-se desde
a antiguidade. Ex: Karate, Judo, Aikido, kendo, Kyu Do etc.



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Classificação dos estilos de luta: Estilos Tradicionais: são aqueles que mantem os
traços originais e que são transmitidos de geração em geração.EX: Ken Jutsu,
Okinawa Kobudo, Karate-Do. Estilos Modernos: são aqueles que foram criados a
partir das experiencias dos antigos mestres mas adaptados ao mundo atual
utilizando a tradição nos dias de hoje.EX: Judo, Karate-Do. Estilos Sinteticos:são
aqueles que se formarama partir da união de varios estilos de luta: EX: kick boxing
(Boxe + Karate+ Taekwondo).

No Ocidente as lutas estão vinciuladas unicamente a sistemas de luta e defesa
pessoal ao contrario do oriente que possui um sistema filosofico fundamentado em
cranças e religiões que preparam o praticante fisico e espiritualmente. os estilos
ocidentais de luta podemos citar: Savate, Kick Boxing, Boxe, Luta Livre, Capoeira,
Esgrima, Sambo, Krav Maga, e outros mais recentes criados da mescla com
sistemas de luta orientais.




                                        Karatê

Caraté, karaté ou caratê (em japonês: 空手, transl. karate, AFI: [kɑʀɑtə]) ou caratê-dô
( 空 手 道 , transl. karate-dō AFI: [kɑʀɑtədɵ]) é uma arte marcial japonesa que se
desenvolveu a partir da arte marcial autóctone de Oquinaua sob influência do chuan fa
chinês[b] e dos koryu japoneses (modalidades tradicionais de luta), incorporando aspectos
das disciplinas guerreiras, ou budō.

A influência do chinesa foi maior num primeiro estádio de desenvolvimento, cambiando
um paradigma primitivo de simples luta com agarrões e projeções para um com mais ênfase
nos golpes traumáticos, e se fez sentir nas técnicas dos estilos mais fluidos e pragmáticos da
China meridional. Depois, por causa de alterações da cércea geo-política, sobreveio a
predominância das disciplinas de combate do Japão e nesse período o paradigma tende a
simplificar ainda mais os movimentos, tornando-os mais directos com o renunciando àquilo
que não seria útil ou que fosse mero floreio.[1]

O repertório técnico da arte marcial abrange principalmente golpes contundentes — atemi
waza —, como pontapés, socos, joelhadas, bofetadas etc., executadas com as mãos
desarmadas. Todavia, técnicas de projeção, imobilização e bloqueios — nage waza, katame
waza, uke waza — também são ensinados, com maior ou menor ênfase dependendo do
onde ou qual estilo/escola se aprende.[3]


                                                                                           23
Grosso modo, pode-se afirmar que a evolução desta arte marcial aconteceu capitaneada por
renomados mestres, que a conduziram e assentaram suas bases, resultando no caratê
moderno, cujo trinômio básico de aprendizado repousa em kihon (técnicas básicas), kata
(sequência de técnicas, simulando luta com várias aplicações práticas) e kumite
(enfrentamento propriamente dito, que pode ser mero simulacro ou dar-se de maneira
esportiva/competitiva ou mais próxima da realidade). Esse processo evolutivo também
mostra que a modalidade surgida como se fosse uma única haste acabou por se trifurcar e,
por fim, tornou-se uma miríade de diversas variações sobre um mesmo tema.

O estádio da transição entre os séculos XX e XXI revela que a maioria das escolas de caratê
tem dado ênfase à evolução do condicionamento físico, desenvolvendo velocidade,
flexibilidade e capacidade aeróbica para participação de competições de esporte de
combate, ficando relegada àquelas poucas escolas tradicionalistas a prática de exercícios
mais rigorosos, que visam desenvolver a resistência dos membros, e de provas de
quebramento de tábuas de madeira, tijolo ou gelo. De um modo simples, há duas correntes
maiores, uma tendente a preservar os caracteres marcial e filosófico do caratê e outra, que
pretende firmar os aspectos esportivo e lúdico.

A partir do primeiro quartel do século XX, o processo de segmentação instalou-se de vez,
aparecendo diversos sodalícios e silogeus, até uus dentro dos outros, pretendendo difundir
seu modo peculiar de entender e desenvolver o caratê, a despeito de comungarem de
similitude técnica e de origem. Tal circunstância, que foi combatida por mestres de renome,
acabou por se consolidar e gera como consequência a falta de padronização e entendimento
entre entidades e praticantes. Daí, posto que aceito mundialmente como esporte,
classificado como esporte olímpico e participando dos Jogos Pan-Americanos, não há um
sistema unificado de valoração para as competições, ocasionando grande dificuldade para
sua aceitação como esporte presente nos Jogos Olímpicos.

Em que pese a enorme fragmentação, os inúmeros contubérnios procuram ainda seguir um
moldelo pedagógico mais ou menos comum. E neste ambiente, distingue-se o mero
praticante, ou carateista, daquele estudioso dedicado da arte marcial, carateca, o qual busca
desenvolver disciplina, filosofia e ética, além de aprender simples movimentos e
condicionamento físico. Nessa mesma linha, aquele carateca que alcança o grau de
faixa/cinturão preto(a) é chamado de sensei. E os sítios de aprendizado são chamados de
dojôs, sendo estes, via de regra, filiados a alguma linhagem/estilo.




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DANÇA


A dança é uma das três principais artes cênicas da Antigüidade, ao lado do teatro
e da música. Caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente
estabelecidos (coreografia), ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos
casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de
música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela.

Dança pode ser diretamente participatória, social ou executada para uma platéia.
Ela pode ser cerimonial, competitiva ou erótica. Movimentos de dança podem não
conter qualquer significado por si só, como no balé, ou conter todo um sistema
simbólico como nos muitos estilos de dança asiáticos. Dança pode envolver ou
expressar idéias, emoções ou contar uma história

O maxixe foi o primeiro tipo de dança urbana surgida no Brasil. Era dançado em
locais que não atendiam a moral e aos bons costumes da época, como em forrós,
gafieiras da cidade nova e nos cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro. Por volta de
1875, estendendo-se mais tarde aos clubes carnavalescos e aos palcos dos
teatros de revista. Os homens de classes mais privilegiadas freqüentavam esses
bailes e gafieiras, em busca da sensualidade das danças africanas.

"Os pares enlaçam-se pelas pernas e braços, apoiando-se pela testa, essa
maneira de dançar lhe valeu o título de escandalosa e excomungada. Foi
perseguida pela polícia, igreja, chefes de família e educadores. Para que
pudessem ser tocadas em casa de família, as partituras de maxixe traziam o
impróprio nome de "Tango Brasileiro".

Era uma forma de dançar não atrelada a um gênero musical específico, sendo
inicialmente dançado ao ritmo do tango, da havaneira, da polca ou do lundu. Só
nos fins do século XIX, as casas editoriais consideraram-no um gênero musical,
imprimindo as músicas com essa classificação: "a primeira dança genuinamente
brasileira".


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No início do século, alcançou grande sucesso nos palcos europeus, sendo
apresentada com requintes coreográficos pelo dançarino Duque, na França e na
Inglaterra, em 1914 e 1922, quando entrou em declínio cedendo espaço ao fox-
trote e posteriormente ao samba.

A dança originou-se na África como parte essencial da vida nas aldeias. Ela
acentua a unidade entre seus membros. Em sua maioria, todos os homens,
mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam círculos em
torno dos bailarinos. Todos os acontecimento da vida africana são comemorados
com dança, nascimento, morte, plantio ou colheita; ela é aparte mais importante
das festas realizadas para agradecer aos deuses,uma colheita farta.

As danças africanas variam muito de região para região, mas a maioria delas tem
certas caracteristicas em comum. Os participamtes geralmente dançam em filas
ou em círculos, raramente dançam sós ou em par. As danças chegam a
apresentar algumas veses até seis ritmos ao mesmo tempo e seus dançarinos
podem usar máscaras ou enfeitar-se.




A dança está presente no dia-a-dia das pessoas, seja no vilarejo ou no bosque
sagrado ou das florestas. A dança interrompe a monotonia e estrutura do tempo.
Assim como uma canção, a dança é uma forma de contar histórias.

Dança e Esporte

Pular deitar e rolar fazem parte do jogo da capoeira. Não escapa se quer um
músculo sem ser trabalhado ao ritmo do berimbau do atabaque e do pandeiro.
Desenvolvem aspectos motores, passa noções de disciplina canaliza a
agressividade.

Esse jogo conquista pai, mãe e a garotada: tem música que brasileiro nenhum
dispensa; a seqüência dos movimentos parece uma dança e faz bem para a



                                                                             26
mente. Além disso pode ser a "senha" para despertar o interesse de seu filho por
esporte.

Dos tempos da escravidão pra cá, muita coisa aconteceu no mundo da capoeira,
foram crises proibição, liberação, perseguição e etc ... Atualmente a capoeira é
reconhecida e praticada mundialmente por um número muito grande de pessoas




Danças afro-brasileiras

O tipo de Angola

Veio da Angola e foi trazido pelos escravos negros como passatempo. Seu modo
de dança é muito detalhista onde os movimento são efeitos lentamente com um
ritmo bem devagar.

Regional

Este foi adaptado pelo brasileiros sendo assim o mais praticando hoje em dia. Seu
modo de dança é mais agressivo, sendo comparado muito mais com uma arte
marcial do que uma dança.

Capoeira

Tudo começou com uma dança da zebra.

A palavra capoeira não é Africana, como se costuma pensar. Ele vem do tupi,
kapueira, e possui dois significados - mato rolo ou roçado ou um cesto ou gaiola
para carregar animais e mantimento.

Os historiadores falam sobre o berço da capoeira, que pode ser rural ou urbano.




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Uns enxergam seu nascimento no campo, entre grandes plantações de cana e
engenhos de açúcar onde as clareiras abertas no mato serviriam de canal para
fuga dos escravos e espaços para o lazer.

Dança do Congo - É uma dança teatralizada que tem lugar na gravana, ao ar livre,
realizada durante as festas religiosas e populares. Cada grupo de Dança do
Congo é constituído por uma seção musical (três ou quatro tambores, flautas e
canzás) e um número variável de figurantes, todos eles hábeis dançarinos: o
capitão congo, o logozu, o anju môlê (anjo que morreu), o anju cantá (anjo
cantador), o opé pó (figura que executa diversas acrobacias), ulogi o feiticeiro, o
zuguzugu (ajudante de feiticeiro), três ou quatro bobos, o djabu (diabo) e dez a
dezoito soldados dançarinos.

ÚSSUA - Dança de salão, de grande elegância (uma espécie de mazurka
africana), em que os pares são conduzidos por um mestre de cerimônias, ao ritmo
lento do tambor, do pito doxi (flauta) e da corneta. Todos os dançarinos usam
trajes tradicionais: as mulheres saia e quimono, xale ou pano de manta; os
homens trazem chapéus de palhinha e usam no braço uma toalha bordada (que
serve para limpar o suor do rosto).

DEXA - Típica da ilha do Príncipe de raízes angolanas. Ao ritmo de um tambor e
de uma corneta, diversos pares executam danças de roda. As letras são quase
sempre humorísticas, e implicam uma réplica da parte do visado. A dexa é
dançada durante horas inteiras, apenas com ligeiras modificações.

PUITA E D'JAMBI - Provavelmente com raízes angolanas, a puita é uma dança
fortemente erótica, em que o tambor avança de forma frenética, obsessiva,
sensual, pela noite dentro. Homens e mulheres formam filas indianas e, à mistura
com alguns semi rodopios, fazem entrechocar os corpos de forma sexualmente
explícita. Quando um parente deixa este mundo é de praxe executar-se uma puita
em sua homenagem. A falta de cumprimento a este ritual pode ocasionar
desventuras na família. Mas a puíta é tocada em muitas outras ocasiões, sendo
uma das formas de música mais populares em São Tomé.


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BLIGÁ (ou jogo do cacete) - É um misto de dança e jogo lúdico, em que a destreza
e o vigor fisico se aliam a uma sofisticada corporalidade e gestualidade que fazem
por vezes lembrar certas artes marciais orientais. O bligá (que significa brigar) foi
certamente, tal como a capoeira no Brasil, um modo de os escravos exercitarem
uma arte de autodefesa sem que as autoridades disso se apercebessem.

SOCOPÉ - Os grupos de socopé são sociedades musicais com estandarte e
fardamento próprio, organizadas segundo uma rigorosa estrutura hierárquica, que
vai do Presidente aos sócios (os "membros" e as "membras"). As músicas têm um
ritmo bastante lento, quase em tom de lamento, e os textos servem na maior parte
das vezes para expor os principais problemas da comunidade ou para fazer crítica
social ou de costumes.

CABETULA - Estilo de dança executado na região de Luanda em ocasiões
festivas mas propriamente no período carnavalesco, por essa razão por vezes é
conhecida como a dança do Grupo Carnavalesco União mundo da Ilha.

STLEVA E TLUNDU - O stleva e o tlundu são as únicas representações teatrais
musicadas que não acontecem durante a gravana.

SUNGURA - Dança usual entre os povos da região sul de Angola (região do
Huambo e Bié), também executada em cerimónias e rituais tradicionais,
normalmente dançado em grupo.

DANÇAS DE SALÃO - As danças de salão, mais conhecida por Kizomba, é uma
dança executada preferencialmente em festas e cerimoniais, alias, Kizomba
significa festa. Começou a ser executado nos Centros Recreativos e Culturais dos
subúrbios luandenses e praticado nos primórdios por dançarinos profissionais no
tempo colonial (tendo se generalizado nos dias de hoje), provavelmente entre as
décadas de 60 e 70.




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Danças Típicas

      Ao falar de danças regionais brasileiras introduzimos falando um pouco a
respeito de nosso folclore. Folclore é um termo criado em 1846 pelo arqueólogo
inglês William Thoms e significa "saber popular". A origem do folclore brasileiro é
relativamente recente, resultando do encontro de tradições culturais diversas,
predominando a origem européia. A influência indígena e negra aumenta ou
diminui conforme a região e, por isso, apresenta uma grande diversificação
regional. A Igreja Católica desempenhou importante papel no processo de
formação de um folclore brasileiro, criando acompanhamentos religiosos de
cantos, músicas e danças indígenas que acabaram se desligando da Igreja e até
hoje persistem criando cortejos com danças e representações.

Congada

      É praticada do Ceará ao Rio Grande do Sul, assumindo características
regionais. A dança dos congos foi trazida pelos escravos negros e usada pelos
jesuítas para sublimar o instinto guerreiro do negro, criando uma luta irreal entre
cristãos e pagãos. Embora ocorra em vários locais, onde se conserva a tradição, é
na cidade da Lapa (Paraná) que é geralmente celebrada a congada, na festa de
São Benedito, o santo negro - 26 de dezembro. O assunto é o mesmo em todos
os estados, variando os passos de dança, os instrumentos e o motivo da festa. A
história se desenrola entre o rei "Guanaime" e seus fidalgos, que reunidos para
homenagear São Benedito, não podem fazê-lo devido a intenso barulho de
pagãos de outra tribo. A batalha é ritmada ao som de tambores e cantos.

Reisado

      Muito comum no Nordeste (Recife, Bahia e ainda no Rio de Janeiro), reúne
canto, danças e declamações. É realizada no período entre as festas de Natal ao
Diade Reis.


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Maracatu

O Maracatu nasceu em Recife, sendo inicialmente um cortejo para louvar Nossa
Senhora do Rosário dos Negros. Porém, aos poucos, foi passando so sagrado
para o profano, misturando músicas e danças. Os diversos grupos eram liderados
por estandartes representando figuras de animais, essa representação deve estar
ligada à origem totêmica de tribos africanas, sendo sua origem sudanesa. Originou
também um ritmo musical especial. Figuras características: o rei e a rainha, que
dão um sabor todo especial e, com sua presença, fixa-se a linha de matriarcado,
tão                     do                     gosto                      africano.
Dança coletiva muito praticada em Pernambuco, representa um desfile em
homenagem a uma rei africano. O séquito real, composto, se dirige à igreja
seguido pelos músicos, executando figuras de grande efeito coreográfico. Depois
de uma saudação com fogos de artifícios, os bailados são executados com muita
agilidade, incluindo um sapateado admirável. Quem canta não dança, e quem
dança não canta. A dança vem se propagando nas principais capitais brasileiras e,
no Rio de Janeiro, tomou-se muito popular nos últimos anos graças ao trabalho do
grupo Rio Maracatu.

Bumba meu boi

É uma representação folclórica típica de norte a sul do Brasil. É considerado mais
imponente no Maranhão. Constitui um auto popular ligado à vida no campo, em
que se conta, com variações, músicas e ritmo e indumentária característica. O
drama é o seguinte: O dono do boi vê um homem negro roubar o seu animal
porque sua esposa grávida, estava com vontade de comer língua de boi. O boi é
morto e, para que não haja o castigo, é preciso ser ressuscitado. Essa tarefa cabe
ao pajé. Em todo o desenrolar da cena satiriza-se a vida local, faz-se coletas para
o próximo "Boi" e termina sempre com um final feliz: depois de incontáveis
peripécias, o boi ressuscita e todo mundo fica contente. Em geral é festejado em
junho. Como em todos os autos, se mesclam muitos elementos de arte popular:
coreografia, adornos, vestimentas e comidas típicas.



                                                                                31
Samba de roda

        Dança de origem africana, que faz evoluções em um círculo. Muito
praticado na Bahia e no Rio de Janeiro, parece um baile ao ar livre, do qual todos
podem participar se movimentando à vontade, desde que convidados por uma
"umbigada"

Frevo

        Uma das danças mais contagiantes e brejeiras do folclore nacional. Sua
música é inspirada num misto de marcha rápida e polca. A comunicabilidade da
música é encantadora, o que torna o frevo uma dança de multidão. Sua área de
influência é o Nordeste, sendo muito dançado especialmente em Pernambuco.
Rico em espontaneidade e improvisação, o frevo permite que o dançarino exercite
sua criatividade, fazendo passos que, em alguns casos, chegam ao malabarismo.

Uma das danças mais contagiantes e brejeiras do folclore nacional. Sua música é
inspirada num misto de marcha rápida e polca. A comunicabilidade da música é
encantadora, o que torna o frevo uma dança de multidão. Sua área de influência é
o Nordeste, sendo muito dançado especialmente em Pernambuco. Rico em
espontaneidade e improvisação, o frevo permite que o dançarino exercite sua
criatividade, fazendo passos que, em alguns casos, chegam ao malabarismo.




Candomblé


Cerimônia religiosa de origem Bantu, na qual são evocados os Orixás através de
batidas de atabaque. A ordem de chamada dos deuses varia em cada terreiro,
mas sempre se inicia por Exu - o mensageiro dos deuses - e termina com Oxalá -
o Senhor do Céu. Cada divindade recebe, no m[inimo, três cânticos com danças
que representam suas histórias e mitos.


Afoxé


                                                                               32
Cortejo de rua que normalmente sai no carnaval. As melodias, quase todas em
Yorubá, são puxadas em solo e repetidas em coro. Tem sua fundamentação nos
preceitos religiosos ligados ao culto dos Orixás. Sua maior representação se
apresenta nos festejos carnavalescos de Salvador, na Bahia, onde grupos de
afoxés conseguem arrastar multidões de foliões.


Caboclinho


Considerada uma das mais aprimoradas danças do Nordeste, com partes
coreográfadas - conhecidas por "manobras" - que exigem muita agilidade e
habilidade de execução. As danças, ricas em mímicas, ora simulam lutas
guerreriras, ora rituais de caça ou trabalhos agrícolas dos indígenas. A dança se
faz presente em algumas das principais capitais do Nordeste e também tem
grande força no interior.


Maculelê


Dança pertencente ao folclore da Bahia representa uma luta em que os homens,
providos de um bastão ou facão, fazem com que estes se cruzem com uma batida
que obedece ao ritmo marcado pelo acompanhamento musical.


Capoeira
Jogo embalado por som de berimbau e pandeiro, com características de luta, em
que os adversários não se agarram, mas desferem uma sucessão de golpes com
os pés, experimentando a guarda do oponente, de forma bastante acrobática. Sua
origem vem dos quilombos, onde os negros desenvolveram sua movimentação
como defesa pessoal e mesmo para atacar os inimigos, a partir da imitação de
animais como gatos, macacos, cavalos, cobras ou aves. É hojé uma dança
difundinda nas principais capitais brasileiras e uma das mais conhecidas e
praticadas no exterior.



                                                                              33
Maxixe
Surgiu como dança popular, aproximadamente em 1870, no Rio de Janeiro, da
maneira livre de dançar os gêneros de música em voga na época - principalmente
a polca, o schottisch e a mazurca. Segundo Ramos Tinhorão, "o maxixe resultou
do esforço dos músicos de choro em adaptar o ritmo das músicas à tendência aos
volteios e requebros de corpo com que mestiços, negros e brancos do povo
teimavam     em     complicar    os    passos     das    danças     de    salão."
O maxixe era uma dança extremamente sensual em seus requebros, repudiada
durante muito tempo pelos salões burgueses que só a aceitaram depois, com
reservas, porém impondo uma discreta figuração do ritmo. O primeiro compositor
brasileiro a estilizar o ritmo do maxixe foi o pianista Ernesto Nazareth (1863 -
1934). Como dança o maxixe morreu ao longo da década de 1930 e, como
canção, um pequeno exemplo contemporâneo foi dado em 1968, quando Chico
Buarque de Holanda aproveitou seu ritmo na Segunda parte do samba "Bom
Tempo", segundo colocado na I Bienal do Samba da TV-Record. O maxixe chegou
a ser estilizado e lançado como dança pelo coreógrafo americano Hermes Pan, no
filme "Voando para o Rio". (1934).


Samba
Como dança, tem suas origens possivelmente em Angola e no Congo e foi trazida
para o Brasil pelos escravos destas regiões. O nome supõe-se, seja proveniente
da palavra sembe que era a umbigada, ponto culminante da dança. Era
inicialmente dançado nos terreiros das senzalas, à noite, após o dia de labor dos
escravos. Primeiramente foi difundida no Maranhão e Bahia, chegou ao Rio de
Janeiro em fins do século XIX. Era uma dança coreográfica com ritmo
compassado marcado com batidas de pé e animada por violentos sons de
percussão, e somente a partir da primeira década do século XX passou a ter um
aproveitamento estilizado. Depois da abolição, os negros se espalharam pelas
cidades mas continuaram com seus usos e costumes. São muitas vezes
divergentes as teses sobre o surgimento dos primeiros sambas, mas a maioria dos



                                                                               34
pesquisadores inclina-se pela notícia de que foi na rua Visconde Itaúna, 117, Rio
de Janeiro, na chamada "Casa de tia Ciata", uma velha baiana, em animadas
reuniões musicais, que surgiram as primeiras composições


Xaxado


É ao grupo de Lampião, o Rei do Cangaço, que se deve o fato de todo o Nordeste
conhecer o Xaxado. Essa dança sertaneja marca a época em que os "cabras
machos"      afrontavam    a   polícia   com   um   canto   chamado   "parraxaxá".
Da dança do Xaxado, os cangaceiros fazem de seus rifles suas damas e, em fila,
seguem, sem volteios, arrastando suas alpargatas pelo chão. Avançando com o
pé direito em três ou quatro movimentos laterais e puxando, em seguida o pé
esquerdo, produzem o "xá, xá, xá" das alpargatas (cuja onomatopéia deu origem
ao nome Xaxado), fazendo o acompanhamento originário do som da viola. Tudo
resulta       em          um       bailado      rápido      e     vigoroso.
A música é simples e de fácil aprendizado. No início, era executada sem
acompanhamento instrumental. Hoje, no entanto, há a sanfona, o zabumba e o
triângulo.
Originalmente dançado apenas por homens, o Xaxado agora recebe também
participações de mulheres. Elas representam a figura de Maria Bonita, um tanto
quanto responsável pela valentia de Lampião.


Carimbo
Dança e música típicas do Pará. Seu principal instrumento é o que lhe empresta o
nome: um tambor feito de tronco cavado com um couro de veado bem esticado,
onde seu tocador se senta e bate com as duas mãos. Sua coreografia se
caracteriza com dança de roda que reúne homens e mulheres que se
movimentam acompanhando as notas da música, bem como seu ritmo.




                                                                               35
Fandango


Introduzido no BRasil e adaptado aos gostos e características de cada região, é
particularmente apreciado no Nordeste e nos estados do Sul. De requintada
estética e elegância, o grande efeito cênico de suas diversas coreografias locais
fez o fandango uma das danças mais admiradas do folclore brasileiro.




                 Danças ameríndias tradicionais
Danças de Umbigada

As danças de umbigada ou sambas, rementem a uma ampla coleção de danças e ritmos
afro-brasileiros derivados do semba, proveniente do atual território Angolano. O ritmo,
originalmente associado à cultos à fertilidade, caracteriza-se pelo forte carácter lascivo da
evolução e o movimento de choque entre os umbigos de dois dançantes - e advém do seu
nome, que significa o que gira em torno do umbigo ou umbigada. No Brasil escravagista, o
semba tornou-se uma forma de expressão extremamente popular entre os escravos congo-
angolanos, que o inseriam em contextos de celebrações afro-católicas e candomblecistas,
além festividades de cunho essencialmente profano.

Os dança , geralmente, se dispõem em roda, e acompanham os instrumentos musicais ao
som de palmas. A cada vez, um dançarino é convidado a ir ao centro da roda por meio de
uma umbigada, onde dança até umbigar um outro integrante, e assim reiniciar todo o ciclo.
Predominantemente feminina, a evolução da dança marca-se pelo energético balançar das
saias, um característica ibérica que se mantém em boa parte dos sambas e se combina ao
uso de instrumentos improvisados, como pratos comuns e pedaços de troncos ocos. São
exemplos de danças de umbigada: A umbigada é muito conhecida no mato grosso do sul

   •   Coco-de-Roda
   •   Jongo
   •   Quilombo (dança)
   •   Samba de cacete
   •   Samba caipira
   •   Samba de Coco


                                                                                           36
•      Samba de Roda
    •      Tambor de Crioula

Certas danças, tais como o Samba carioca, o Carimbó e suas respectivas vertentes, podem
ser, ao menos teoricamente, classificadas como danças de umbigada, pois, embora tenham
perdido o movimento tradicional com o umbigo ao longo da evolução histórica, conservam
um número expressivo de características que as descrevem como tal.




Danças indígenas
Danças indigenas são as danças de culturas dando razão a vários deuses. Cada grupo ou
tribo indigena tem seu deus ou sua deusa celebrando assim todos os dias à sua divindade
maiores.




Danças "ecléticas"
Araruna          Afoxé         Axé             Bambaê          Bandanejo    Baiao
Balaina          Bossa Nova    Bugio           Bumba-Meu-      Caboclinho   Calango
                                               Boi
Capoeira         Caterete      Ciranda         Congada         Fandango     Forró
Frevo            Funk          Lambada         Maculelê        Maxixe       Merengue
Reisado          Samba         Samba      De   Samba De Roda   Seresta      Xaxado
                               Gabieira
Xote             Zouk          Forró




                                           Cidadania



                                                                                       37
A cidadania, em Direito, é a condição da pessoa natural que, como membro de
um Estado, encontra-se no gozo dos direitos que lhe permitem participar da vida
política.

A cidadania é o conjunto dos direitos políticos de que goza um indivíduo e que lhe
permitem intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de
modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao
votar (direto), seja ao concorrer a cargo público (indireto).

A nacionalidade é pressuposto da cidadania - ser nacional de um Estado é
condição primordial para o exercício dos direitos políticos. Entretanto, se todo
cidadão é nacional de um Estado, nem todo nacional é cidadão - os indivíduos que
não estejam investidos de direitos políticos podem ser nacionais de um Estado
sem serem cidadãos.

No Brasil

Os direitos políticos são regulados no Brasil pela Constituição Federal em seu art.
14, que estabelece como princípio da participação na vida política nacional o
sufrágio universal. Nos termos da norma constitucional, o alistamento eleitoral e o
voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos, e facultativos para os
analfabetos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos e os maiores de
setenta anos.

A Constituição proíbe o alistamento eleitoral dos estrangeiros e dos brasileiros
conscritos no serviço militar obrigatório, considera a nacionalidade brasileira como
condição    de   elegibilidade   e   remete    à   legislação   infra-constitucional   a
regulamentação de outros casos de inelegibilidade (lei complementar n. 64, de 18
de maio de 1990).




O que é Cidadania



                                                                                       38
A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade.
A palavra cidadania foi usada na Roma antiga para indicar a situação política de
uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Segundo
Dalmo Dallari:

      “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a
possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem
não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de
decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”.

(DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14)

      No Brasil, estamos gestando a nossa cidadania. Damos passos importantes
com o processo de redemocratização e a Constituição de 1988. Mas, muito temos
que andar. Ainda predomina uma visão reducionista da cidadania (votar, e de
forma obrigatória, pagar os impostos... ou seja, fazer coisas que nos são
impostas) e encontramos muitas barreiras culturais e históricas para a vivência da
cidadania. Somos filhos e filhas de uma nação nascida sob o signo da cruz e da
espada, acostumados a apanhar calados, a dizer sempre “sim senho?, a «engolir
sapos”, a achar “normal” as injustiças, a termos um “jeitinho’ para tudo, a não levar
a sério a coisa pública, a pensar que direitos são privilégios e exigi-los é ser boçal
e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas estão como estão é por
vontade Dele.

      Os direitos que temos não nos foram conferidos, mas conquistados. Muitas
vezes compreendemos os direitos como uma concessão, um favor de quem está
em cima para os que estão em baixo. Contudo, a cidadania não nos é dada, ela é
construída e conquistada a partir da nossa capacidade de organização,
participação e intervenção social.

      A cidadania não surge do nada como um toque de mágica, nem tão pouco
a simples conquista legal de alguns direitos significa a realização destes direitos. É
necessário que o cidadão participe, seja ativo, faça valer os seus direitos.


                                                                                   39
Simplesmente porque existe o Código do Consumidor, automaticamente deixarão
de existir os desrespeitos aos direitos do consumidor ou então estes direitos se
tornarão efetivos? Não! Se o cidadão não se apropriar desses direitos fazendo-os
valer, esses serão letra morta, ficarão só no papel.

      Construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A
cidadania é algo que não se aprende com os livros, mas com a convivência, na
vida social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa
cidadania, através das relações que estabelecemos com os outros, com a coisa
pública e o próprio meio ambiente. A cidadania deve ser perpassada por temáticas
como a solidariedade, a democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética.

      A cidadania é tarefa que não termina. A cidadania não é como um dever de
casa, onde faço a minha parte, apresento e pronto, acabou. Enquanto seres
inacabados que somos, sempre estaremos buscando, descobrindo, criando e
tomando consciência mais ampla dos direitos. Nunca poderemos chegar e
entregar a tarefa pronta, pois novos desafios na vida social surgirão, demandando
novas conquistas e, portanto, mais cidadania.




                 VALORES IMPOSTOS PELA MÍDIA
                          PADRÕES DE BELEZA


                                                                                40
A necessidade crescente da busca pelo reconhecimento perante a sociedade,tem
feito com que as pessoas se deixem influenciar pelo consumo desmedido de
produtos ofertados pelas indústrias culturais. Isso se dá, dentre outros fatores,
pela constante evolução e aprimoramento de novas tecnologias de comunicação,
que possibilitam a circulação de informações de forma rápida e abrangente. Neste
contexto,observa-se que a constante difusão de valores estéticos realizados pelas
mídias, e em especial pela TV aberta, tem se tornado essencial para o sustento da
‘indústria da beleza’ que faz com que o indivíduo, na necessidade de ser
reconhecido como parte de um todo, absorva tais valores muitas vezes sem
questionamentos.
      Na sociedade do espetáculo, a hipervalorização da imagem física é fruto da
excessiva exposição os corpos nas mídias, e em especial nas telas de cinema e
na TV aberta. Essa segunda por sua vez, em se tratando do Brasil, possui
abrangência inquestionável, pois está presente em quase todos os lares
brasileiros. Assim, seu poder de penetração é indubitavelmente significativo.
A comunicação nos dias de hoje, “favorece a vaidade convulsiva, e a adoração da
imagem passa pela contemplação do objeto de consumo”
Percebemos atualmente que a indústria televisiva brasileira é capaz de estimular
anseios, ditar comportamentos, moda e estilos de vida, buscando vender seus
produtos associando-os aos artistas famosos e aos momentos agradáveis de uma
novela: “um acessório ou uma roupa usada pela atriz principal, tudo é
minuciosamente preparado para os sonhos e ambições dos telespectadores” .
      O mesmo ocorre com o uso de roupas e acessórios da moda, que
compõem e complementam os padrões de beleza e estética impostos
principalmente pelas mídias.
      O que normalmente ocorre, é que esses padrões de beleza expostos nas
mídias são absorvidos pelas pessoas, que passam a almejá-los para si. Padrões
que muitas vezes tornam-se inalcançáveis para a maioria. A partir daí podemos
afirmar mais uma vez a estreita relação entre os padrões de estética e beleza, as




                                                                                41
mídias e as indústrias culturais, uma vez que as últimas estão intimamente ligadas
ao capitalismo.
      A busca pela perfeição corporal muitas vezes implica em excessos
cometidos tanto por quem almeja a beleza-padrão como pelos profissionais
responsáveis por tornar a uniformização estética uma realidade.


O PREÇO PAGO NA BUSCA PELO CORPO IDEAL



      Os adolescentes do ano 2000 sofrem na carne um novo tipo de escravidão:
aquele dos parâmetros de beleza absoluta, que lhe são cobrados como condição
fundamental para terem acesso a uma vida feliz e realizada. Hoje os jovens estão
se rendendo à cirurgia plástica e a tratamentos de estética em vez de cuidarem da
saúde física e mental. Em dez anos triplicou o número de adolescentes que se
submeteram a cirurgias.

      As pessoas sofrem com transtornos alimentares como bulimia, anorexia,
doenças que estão entre as principais causas de mortes principalmente dos
jovens. No início, os jovens se sentem controlando seu corpo, podendo comer e
vomitar ou se recusando a comer e, aos poucos, se percebem prisioneiras da
obsessão de ser magra.

      Vista como a salvação da pátria para quem não consegue emagrecer, a
lipoaspiração traz consigo uma enormidade de mitos, muitas vezes sugeridos pela
própria divulgação na mídia. , mas ela é um procedimento cirúrgico, que deve ser
utilizado somente em casos extremos, pois oferece riscos a saúde das pessoas,
como o de vida, por exemplo.
      O uso de drogas anabolizantes, as chamadas "bombas", com o objetivo de
obter rapidamente um corpo musculoso, tanto por parte de homens como por
parte das mulheres e causam vários problemas a saúde como alterações da
função sexual masculina e feminina ,retenção de líquido e distúrbio na
concentração de sais minerais no organismo, feminização, hipertensão arterial,



                                                                               42
aumento do teor de colesterol no sangue, alterações cardíacas, doença hepática
( fígado), distúrbios psíquicos, alterações de comportamento, em particular
aumento da agressividade, risco de doenças infecciosas como a hepatite B e a C,
por     exemplo,     hipertrofia    da      próstata,    entre     outros     .




                               Preconceito

                                                                             43
A complexidade da real origem dos preconceitos é uma das grandes dificuldades
que o ser humano enfrenta para entender como respeitar e amar o próximo de
forma objetiva e sensata.

Embora esse assunto ainda seja pouco comentado, os preconceitos podem ser
divididos em dois segmentos: um segmento é maléfico à sociedade e o outro
benéfico. O segmento maléfico é constituído de preconceitos que resultam em
injustiças, e que são baseados unicamente nas aparências e na empatia. Já o
segmento benéfico é constituído de preconceitos que estabelecem a prudência e
são baseados em estatísticas reais, nos ensinamentos de Deus ou no instinto
humano de autoproteção. Em geral, os preconceitos benéficos são contra doenças
contagiosas, imoralidades, comportamentos degradantes, pessoas violentas,
drogados, bêbados, más companhias, etc. Na verdade, é muito difícil definir o
limite correto entre preconceito maléfico e preconceito benéfico. Por isso, a
liberdade de interpretação pessoal deveria ser sempre respeitada.

É importante entendermos, também, que cultivar o amor ao próximo não significa
exterminar preconceitos. Tentar destruir preconceitos à força é cultivar o
paganismo e deixar entrar todo tipo de sujeira comportamental na nossa
sociedade. No paganismo, (atualmente disfarçado sob o título de “pluralismo” e
“laicismo”) tudo é permitido e nada é considerado errado.

Na década de 90, supostos defensores de direitos humanos (agindo como
defensores de “anomalias humanas”) deformaram a palavra preconceito, a palavra
amor, a palavra cultura e várias outras. Parece que a intenção era confundir o
significado destas palavras e abrir caminho para oficializar práticas pagãs na
sociedade brasileira. De fato, nos anos seguintes constatamos o aumento do
homossexualismo, do feminismo, da infidelidade conjugal, dos rituais satânicos em
diversas regiões, da prostituição em diversos níveis e de outros comportamentos
degradantes e imorais “justificados” como festivos e culturais.



                                                                              44
Infelizmente, uma parte da mídia vem usando uma máscara de amor ao próximo
para   condenar as discriminações de         caráter preventivo    e   apregoar a
indiscriminação total e generalizada. Essas pessoas, de ideais utópicos e
estranhos, têm atribuído conotações exclusivamente pejorativas, à palavra
preconceito, para desmoralizá-la e destruir seu efeito preventivo (o lado benéfico).
No fundo, querem semear “ervas daninhas” em nosso meio e contaminar a nação
com hábitos idólatras e pagãos.

Ao contrário do que tais pessoas têm apregoado, tudo o que não devemos fazer,
nesta área, é praticar a discriminação injusta e precipitada, contra o nosso
próximo, seja ele quem for ou quem quer que aparente ser. No entanto, fazer uso
de conceitos concebidos de maneira prévia, porém comprovados estatisticamente
ou orientados por Deus (através da Bíblia), é um direito legítimo porque faz parte
do nosso sistema de defesa; todo cidadão deve ter a liberdade e o direito de fazê-
lo sempre que achar necessário.

A estrutura biológica humana também faz uso de preconceitos (de anticorpos)
para se defender de vírus e bactérias caracterizados como nocivos. Em geral, os
anticorpos repudiam tais invasores antes que se multipliquem e contaminem todo
o corpo (um efeito preventivo de origem natural). A medicina avançada também
produz vacinas artificiais para desenvolver preconceitos biológicos (do sarampo,
da poliomielite, do tétano e de várias outras doenças consideradas infecto-
contagiosas). O objetivo é deixar o sistema imunológico preparado para quando o
vírus nocivo chegar, o corpo, já vacinado (previamente avisado), esteja prevenido
e se defenda antes que o vírus se multiplique e cause maiores problemas.
Portanto, o preconceito por si só não é sinônimo de subdesenvolvimento. Na
verdade, quando bem usado é sinônimo de prevenção e de prudência. A maioria
dos povos civilizados e prósperos desenvolveu-se fazendo separação entre o
certo e o errado e o bem e o mal. E, o preconceito, quando fundamentado em
experiências reais ou nos ensinamentos de Deus, é um método preventivo que se
antecipa ao erro e ao mal evitando a disseminação de maus hábitos e a
conseqüente destruição da sociedade.


                                                                                 45
Se desejamos combater o preconceito injusto e a discriminação indevida, a
solução não é impor igualdade mascarada e fictícia por intermédio de leis. A
solução é admitir e esclarecer as diferenças, as aparências e as realidades para
que o sistema de defesa humano as compreenda e não rejeite o que for normal e
saudável. Tentar impor qualquer tipo de igualdade, por força de lei, é semear a
falsidade, a hipocrisia, o desrespeito e, por conseqüência, a violência. Amar, não é
simplesmente compreender, tolerar e querer bem ao próximo. Amar o próximo é
também ter a coragem de repreendê-lo para que se torne bem-sucedido como ser
humano e cidadão.

Já é hora de o brasileiro compreender que a liberdade pacífica, de praticar o justo
e fundamentado preconceito (o benéfico), é mais útil a uma nação do que a
proibição de usar a intuição humana e o prévio conceito como medida preventiva.
Só as pessoas inconseqüentes, ou muito inocentes, é que entendem que
devemos considerar todo mundo em igualdade absoluta e irrestrita (sejam sadios,
doentes, crianças, homens, mulheres, gays, lésbicas, estupradores, prostitutas,
gente de bem, ladrões, aidéticos, etc.). No entanto, as pessoas sensatas e
equilibradas, que se preocupam com o futuro da humanidade e que sabem dosar
o amor com a disciplina, enxergam a necessidade da moderação nestas questões.
Na verdade, precisamos respeitar o comportamento de cada pessoa segundo seu
merecimento individual. Temos que levar em conta o risco de boa ou de má
influência que cada pessoa ofereça.




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Drogas


                                    Conceitos

Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no
organismo modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de
determinadas plantas,de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafeína (do
café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC
tetrahidrocanabiol (da maconha). As drogas sintéticas são fabricadas em
laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. O termo droga, presta-se a
várias interpretações, mas comumente suscita a idéia de uma substância proibida,
de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o
humor e o comportamento. As drogas estão classificadas em três categorias: as
estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais. O termo
droga envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e
barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis. As psicotrópicas, são as
drogas que tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as
atividades psíquicas e o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de
várias formas: por injeção, por inalação, via oral, injeção intravenosa ou aplicadas
via retal (supositório).

Intoxicação Aguda

É uma condição transitória seguindo-se a administração de álcool ou outra
substância psicoativa, resultando em perturbações no nível de consciência,
cognição, percepção, afeto ou comportamento, ou outras funções ou respostas
psicofisiológicas.




Uso Nocivo



                                                                                 47
É um padrão de uso de substância psicoativa que está causando dano à saúde. O
dano pode ser físico (como no caso de hepatite decorrente da administração de
drogas injetáveis) ou mental (ex. episódio depressivo secundário a um grande
consumo de álcool).

Toxicomania

A toxicomania é um estado de intoxicação periódica ou crônica, nociva ao
indivíduo e à sociedade, determinada pelo consumo repetido de uma droga,
(natural ou sintética). Suas características são:
1 - irresistível desejo causado pela falta que obriga a continuar a usar droga.
2 - tendência a aumentar a dose.
3 - dependência de ordem psíquica (psicológica), às vezes física acerca dos
efeitos das drogas.




Síndrome de Dependência

É um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos, no qual o
uso de uma substância ou uma classe de substâncias alcança uma prioridade
muito maior para um determinado indivíduo, do que outros comportamentos que
antes tinham mais valor.
Uma característica central da síndrome da dependência é o desejo
(frequentemente forte e algumas vezes irresistível) de consumir drogas psicoativas
as quais podem ou não terem sido prescritas por médicos.

Codependência

Codependência é uma doença emocional que foi "diagnosticada" nos Estados
Unidos por volta das décadas de 70 e 80, em uma clínica para dependentes
químicos, através do atendimento a seus familiares. Porém, com os avanços dos
estudos das causas e dos sintomas, que são vários, chegou-se à conclusão de
que esta doença atinge não apenas os familiares dos dependentes químicos, mas

                                                                                  48
um grande número de pessoas, cujos comportamentos e reações perante a vida
são um meio de sobrevivência.
Os codependentes são aqueles que vivem em função do(s) outro(os), fazendo
destes a razão de sua felicidade e bem estar. São pessoas que têm baixa auto-
estima e intenso sentimento de culpa. Vivem tentando "ajudar" outras pessoas,
esquecendo, na maior parte do tempo, de viver a própria vida, entre outras
atitudes de auto-anulação. O que vai caracterizar o doente é o grau de
negligenciamento de sua própria vida em função do outro e de comportamentos
insanos.
A codependência também pode ser fatal, causando morte por depressão, suicídio,
assassinato, câncer e outros. Embora não haja nas certidões de óbito o termo
codependência, muitas vezes ela é o agente desencadeante de doenças muito
sérias. Mas pode-se reverter este quadro, adotando-se comportamentos mais
saudáveis. Os profissionais apontam que o primeiro passo em direção à mudança
é tomar consciência e aceitar o problema.

Como as Drogas Circulam no Corpo



                                   As drogas circulam de maneira previsível pelo
                                   corpo e ganham maior velocidade e alcance a
                                   partir do momento em que entram na corrente
                                   sanguínea.
                                   O sangue circula dos tecidos para o coração
                                   através das veias. Do coração, ele parte para
                                   os pulmões para adquirir oxigênio e liberar o
                                   dióxido de carbono. O sangue volta, então,
                                   para     o   coração   através   das      artérias,
                                   carregando consigo a droga.

As drogas podem der administradas oralmente, aspiradas pelo nariz ou inaladas
até os pulmões. Podem também ser injetadas através da pele, de uma camada de
gordura, músculo ou dentro de uma veia (via intravenosa). A injeção intravenosa é


                                                                                   49
a via que produz os efeitos mais rápidos.




Tipos de Drogas




      Drogas estimulantes
      As drogas estimulantes mais conhecidas são as anfetaminas, a cocaína e
seus derivados. As anfetaminas podem ser ingeridas, injetadas ou inaladas. Sua
ação dura cerca de quatro horas e os principais efeitos são a sensação de grande
força e iniciativa, excitação, euforia e insônia. Em pouco tempo, o organismo
passa a ser tolerante à substância, exigindo doses cada vez maiores. A médio
prazo, a droga pode produzir tremores, inquietude, desidratação da mucosa (boca
e nariz principalmente), taquicardia, efeitos psicóticos e dependência psicológica.




      A cocaína também pode ser inalada, ingerida ou injetada. A duração dos
efeitos varia, as a chamada euforia breve persiste por 15 a 30 minutos, em média.


                                                                                  50
Nos primeiros minutos, o usuário tem alucinações agradáveis, euforia, sensação
de força muscular e mental. Os batimentos cardíacos ficam acelerados, a
respiração torna-se irregular e surge um quadro de grande excitação. Depois, ele
pode ser náuseas e insônia. Segundo os especialistas, em pessoas que têm
problemas psiquiátricos, o uso de cocaína pode desencadear surtos paranóides,
crises psicóticas e condutas perigosas a ele próprio ou a terceiros. Fisicamente, a
inalação deixa lesões graves no nariz e a injeção deixa marcas de picada e o risco
de contaminação por outras doenças (DST/aids). Em todas as suas formas, causa
séria dependência, sendo o crack o principal vilão.




Drogas depressoras
       No conjunto das drogas depressoras, as mais conhecidas são o álcool, os
soníferos, a heroína, a morfina, a cola de sapateiro, os remédios ansiolíticos e
antidepressivos (barbitúricos) e seus derivados. Seu principal efeito é retardar o
funcionamento do organismo, tornando todas as funções metabólicas mais lentas.




       A heroína é uma substância inalável. Excepcionalmente, pode ser injetada,
o que leva a um quadro de euforia. Quando inalada, porém, resulta em forte
sonolência, náuseas, retenção urinária e prisão de ventre – efeitos que duram
cerca de quatro horas. A médio prazo, leva à perda do apetite e do desejo sexual
e torna a respiração e os batimentos cardíacos mais lentos. Instalada a
dependência, o organismo apresenta forte tolerância, obrigando o usuário a
aumentar as doses. A superdosagem pode resultar em coma e morte por
insuficiência respiratória.




       Os derivados da morfina apresentam efeitos muito parecidos com os da
heroína, porém, com características euforizantes menores. Seu efeito depressor é



                                                                                51
explorado pela Medicina há várias décadas, principalmente no alívio da dor de
pacientes com câncer em estado terminal.




      Outra preocupação constante dos médicos é o uso abusivo dos
antidepressivos, soníferos e ansiolíticos (barbitúricos). Para pessoas que têm
doenças psiquiátricas, como as depressões e os distúrbios de ansiedade, estas
drogas são extremamente importantes, pois o tratamento adequado atenua o mal-
estar e permite que o indivíduo leve uma vida normal. No entanto, só um médico
é capaz de identificar quem deve usar e em que dosagem. Como o próprio nome
indica, os antidepressivos aliviam a ansiedade e a tensão mental, mas causam
danos à memória, diminuição dos reflexos e da função cardiorrespiratória,
sonolência e alterações na capacidade de juízo e raciocínio. A conduta do usuário
é muito parecida com a do dependente alcoólico. Em pouco tempo, estas drogas
causam dependência, confusão, irritabilidade e sérias perturbações mentais.




Alucinógenos
      As drogas alucinógenas mais comuns são a maconha, o haxixe, o LSD, os
cogumelos e o ecstasy.




      A maconha e o haxixe são usadas em forma de cigarro (também pode ser
cheirada ou ingerida). Seu efeito dura entre uma e seis horas. Inicialmente, o
usuário tem a sensação de maior consciência e desinibição. Ele começa a falar
demais, rir sem motivo e ter acessos de euforia. Porém, ele pode perder a noção
de espaço (os ambientes parecem maiores ou menores) e a memória recente,
além de apresentar um aumento considerável do apetite (“larica”). A maconha
costuma afetar consideravelmente os olhos, que ficam vermelhos e injetados.
Com o tempo, pode causar conjuntivite, bronquite e dependência. Em excesso,



                                                                              52
pode produzir efeitos paranóicos e pode ativar episódios esquizofrênicos em
pacientes psicóticos.




       O LSD é encontrado em tabletes, cápsulas ou líquido e é ingerido. Sua
ação dura entre 10 e 12 horas. Inicialmente, a droga intensifica as percepções
sensoriais, principalmente a visão, e produz alucinações. Com o tempo, pode
causar danos cromossômicos sérios, além de intensificar as tendências psicótica,
à ansiedade, ao pânico e ao suicídio, pois gera um medo enlouquecedor. O
usuário costuma dizer que ouve, toca ou enxerga cores e sons estranhos; fala
coisas desconexas e tem um considerável aumento da pupila.




       Já o cogumelo, geralmente, é ingerido em forma de chá. Seu efeito dura
cerca de seis a oito horas, propiciando relaxamento muscular, náuseas e dores de
cabeça, seguidos de alucinações visuais e auditivas. A médio prazo, não se
conhecem seus efeitos sobre o organismo. Seus sintomas são muito parecidos
com os do LSD.




       Mais recentemente, surgiu no mercado das drogas o Ecstasy, um
comprimido que vem sendo comercializado cada vez mais em todo o mundo. Seus
efeitos também são alucinógenos, como no caso do LSD e a dependência é
inevitável.




              Benefícios da atividade física na saúde



                                                                              53
Atividade física regular pode melhorar sua saúde e reduzir os risco de morte
prematura das seguintes formas:

   •   Reduz o risco de desenvolver doença cardíaca coronária e as chances
       de morrer disso
   •   Reduz o risco de infarto.
   •   Reduz o risco de ter um segundo ataque cardíaco em pessoas que já
       tiveram um ataque.
   •   Diminui tanto o colesterol total quanto os triglicerídeos, e eleva o bom
       colesterol HDL.
   •   Diminui o risco de desenvolver pressão alta.
   •   Ajuda a reduzir a pressão arterial em pessoas que já têm hipertensão.
   •   Diminui o risco de desenvolver diabetes tipo 2 (não dependente de
       insulina).
   •   Reduz o risco de câncer de cólon.
   •   Ajudas as pessoas a conseguirem e manter um peso ideal.
   •   Reduz os sentimentos de depressão e ansiedade.
   •   Promove o bem-estar psicológico e reduz sentimentos de estresse.
   •   Ajuda a construir e manter articulações, músculos e ossos saudáveis.
   •   Ajuda pessoas mais velhas a ficarem mais fortes e serem mais capazes
       de moverem-se sem cair o ficar excessivamente

A falta de atividade física pode prejudicar sua saúde? Evidências mostram que
pessoas que não praticam atividades físicas definitivamente não estão
ajudando sua saúde e provavelmente a estão prejudicando. Quanto mais
examinamos os riscos para a saúde associados à falta de atividade física, mais
convencidos ficamos que pessoas que não praticam atividade física devem
começar a se exercitar.




                          Lendas brasileiras


                                                                               54
Caipora

É um Mito do Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento.
Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas.

É um anão de Cabelos Vermelhos com Pelo e Dentes verdes. Como protetor das
Árvores e dos Animais, costuma punir o os agressores da Natureza e o caçador
que mate por prazer. É muito poderoso e forte.

Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os
sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde totalmente o rumo, e não sabe
mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas,
ele, às vezes chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também
chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis
ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato.

Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "Aqui há certos demônios, a
que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes
açoites e ferindo-os bastante". Os índios, para lhe agradar, deixavam nas
clareiras, penas, esteiras e cobertores.

De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de
Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele.



Nomes comuns: Caipora, Curupira, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora,
Anhanga, etc.


Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros relatos são da
Região Sudeste, datando da época do descobrimento, depois tornou-se comum
em todo País, sendo junto com o Saci, os campeões de popularidade. Entre o
Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um
ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Existem entidades



                                                                              55
semelhantes entre quase todos os indígenas das américas Latina e Central. Em El
Salvador, El Cipitío, é um espiríto tanto da floresta quanto urbano, que também
tem as mesmos atibutos do Caipora. Ou seja pés invertidos, capacidade de
desorientar as pessoas, etc. Mas, este El Cipitío, gosta mesmo é de seduzir as
mulheres.

Conforme a região, ele pode ser uma mulher de uma perna só que anda pulando,
ou uma criança de um pé só, redondo, ou um homem gigante montado num porco
do mato, e seguido por um cachorro chamado Papa-mel.


Também, dizem que ele tem o poder de ressuscitar animais mortos e que ele é o
pai do moleque Saci Pererê.
Há uma versão que diz que o Caipora, como castigo, transforma os filhos e mulher
do caçador mau, em caça, para que este os mate sem saber.




Boi Tatá

É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo.
Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de
um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá
ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.

Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes,
assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua
cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho
cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil
é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa
de Fogo, e mora no fundo dos rios.




                                                                                  56
Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde
passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas
contra incêndios.

A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases
inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais
mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento.



Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão
e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata.


Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a
presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração.
Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as
águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá.


É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas
regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as
queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do
dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul.


Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão
da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura
restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume
dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes.



Mula sem cabeça

Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja,
em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se
alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que


                                                                                   57
é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de
quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta.

Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar
alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça,
na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro,
forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro.

Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às
vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de
bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado.

Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será
desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que
a castiga, para sempre

Nomes comuns: Burrinha do Padre, Burrinha, Mula Preta, Cavalo-sem-cabeça,
Padre-sem-cabeça, Malora (México),


Origem Provável: É um mito que já existia no Brasil colônia. Apesar de ser comum
em todo Brasil, variando um pouco entre as regiões, é um mito muito forte entre
Goiás e Mato Grosso. Mesmo assim não é exclusivo do Brasil, existindo versões
muito semelhantes em alguns países Hispânicos.


Conforme a região, a forma de quebrar o encanto da Mula, pode variar. Há casos
onde para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomungá-la
antes de celebrar a missa. Também, basta um leve ferimento feito com alfinete ou
outro objeto, o importante é que saia sangue, para que o encanto se quebre.
Assim, a Mula se transforma outra vez em mulher e aparece completamente nua.
Em Santa Catarina, para saber se uma mulher é amante do Padre, lança-se ao
fogo um ovo enrolado em fita com o nome dela, e se o ovo cozer e a fita não
queimar, ela é.



                                                                                  58
É importante notar que também, algumas vezes, o próprio Padre é que é
amaldiçoado. Nesse caso ele vira um Padre-sem-Cabeça, e sai assustando as
pessoas, ora a pé, ora montado em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda
Norte americana, O Cavaleiro sem Cabeça, que lembra muito esta variação.


Algumas vezes a Mula, pode ser um animal negro com a marca de uma cruz
branca gravada no pelo. Pode ou não ter cabeça, mas o que se sabe de concreto
é que a Mula, é mesmo uma amante de Padre.




A Iara

Os cronistas dos séculos XVI e XVII registraram essa história. No princípio, o
personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem peixe que devorava
pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a
sedutora sereia Uiara ou Iara. Todo pescador brasileiro, de água doce ou salgada,
conta histórias de moços que cederam aos encantos da bela Uiara e terminaram
afogados de paixão. Ela deixa sua casa no fundo das águas no fim da tarde.
Surge magnífica à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos
enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em
busca de vítimas.

Quando a Mãe das águas canta, hipnotiza os pescadores. Um deles foi o índio
Tapuia. Certa vez, pescando, Ele viu a deusa, linda, surgir das águas. Resistiu.
Não saiu da canoa, remou rápido até a margem e foi se esconder na aldeia. Mas
enfeitiçado pelos olhos e ouvidos não conseguia esquecer a voz de Uiara. Numa
tarde, quase morto de saudade, fugiu da aldeia e remou na sua canoa rio abaixo.

Uiara já o esperava cantando a música das núpcias. Tapuia se jogou no rio e
sumiu num mergulho, carregado pelas mãos da noiva. Uns dizem que naquela
noite houve festa no chão das águas e que foram felizes para sempre. Outros


                                                                                   59
dizem que na semana seguinte a insaciável Uiara voltou para levar outra vítima.


Origem: Européia com versões dos Indígenas, da Amazônia.




Cobra grande

É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico. Conta a lenda que em
numa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande,
Sucuri), deu à luz a duas crianças gêmeas que na verdade eram Cobras. Um
menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de
Maria. Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou as duas crianças no rio. Lá no rio
eles, como Cobras, se criaram. Honorato era Bom, mas sua irmã era muito
perversa. Prejudicava os outros animais e também às pessoas.

Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la
para pôr fim às suas perversidades. Honorato, em algumas noites de luar, perdia o
seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo rapaz,
deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse
muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra, e fazer um ferimento
na cabeça até sair sangue. Ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme
monstro.
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar
Honorato da maldição. Ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra com sua
família.


Origem: Mito da região Norte do Brasil, Pará e Amazonas.




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Vitória Régia

Os pajés tupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua
se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas
virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a
transformava em estrela do Céu. Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou
impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua
andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e
perseguia a Lua na esperança que esta a visse.

E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la
e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas
águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua
havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais
foi vista.

A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em
uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa
"Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas
flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas.


Origem: Indígena. Para eles assim nasceu a vitória-régia.




Saci Pererê

A Lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-
secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das
travessuras dele. Seu nome no Brasil é origem Tupi Guarani. Em muitas regiões
do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares
ele é visto como um ser maligno.

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É uma criança, um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na
cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de
desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é
pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele
também se transforma numa ave chamada Matiaperê cujo assobio melancólico
dificilmente se sabe de onde vem.

Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais
dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc.
Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele
não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele, deve jogar
cordas com nós em sem caminho que ele vai parar para desatar os nós, deixando
que a pessoa fuja.

Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento
ou uma peneira, pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será
recompensado com a realização de um desejo.
Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Matimpererê, Matintaperera,
etc.


Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século
XIX, em Minas e São Paulo , mas em Portugal há relatos de uma entidade
semelhante. Este mito não existia no Brasil Colonial.


Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a
se chamar Saci-pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de
uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas.


Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações:
Por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior
diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros




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dizem que ele faz isso com uma moeda.
Há uma versão que diz que o Caipora, é seu Pai.

Dizem também que ele, na verdade eles, um bando de Sacis, costumam se reunir
à noite para planejarem as travessuras que vão fazer.


Ele tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece
acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave.




O negrinho do pastoreio

O Negrinho do Pastoreio É uma lenda meio africana meio cristã. Muito contada no
final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É
muito popular no sul do Brasil.

Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões.
Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino
negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros recém-comprados. No
final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo
baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou
sangrando. ‘‘Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece’’, disse o
malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele
pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.

Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou,
nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua
vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem
nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais
adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo
perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou
no baio e partiu conduzindo a tropilha.



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Origem: Fim do Século XIX, Rio Grande do Sul.




Papa figo

O Papa Figo, ao contrário dos outros mitos, não tem aparência extraordinária.
Parece mais com uma pessoa comum. Outras vezes, pode parecer como um
velho esquisito que carrega um grande saco às costas.
Na verdade, ele mesmo pouco aparece. Prefere mandar seus ajudantes em busca
de suas vítimas. Os ajudantes por sua vez, usam de todos os artifícios para atrair
as vítimas, todas crianças claro, tais como; distribuir presentes, doces, dinheiro,
brinquedos ou comida. Eles agem em qualquer lugar público ou em portas de
escolas, parques, ou mesmo locais desertos.


Depois de atrair as vítimas, estas são levadas para o verdadeiro Papa-Figo, um
sujeito estranho, que sofre de uma doença rara e sem cura. Um sintoma dessa
doença seria o crescimento anormal de suas orelhas.


Diz a lenda, que para aliviar os sintomas dessa terrível doença ou maldição, o
Papa-Figo, precisa se alimentar do Fígado de uma criança. Feito a extração do
fígado, eles costumam deixar junto com a vítima, uma grande quantia em dinheiro,
que é para o enterro e também para compensar a família.


Origem: Mito muito comum em todo meio rural. Acredita-se que a intenção do
conto era para alertar as crianças para o contato com estranhos, como no conto
de Chapeuzinho Vermelho.




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Esteróides Anabolizantes


Esteróides anabolizantes androgênicos são uma classe de hormônios
esteróides naturais e sintéticos que promovem o crescimento e divisão celular,
resultando em crescimento de diversos tipos de tecido, especialmente
músculos   e   ossos.   Diferentes   esteróides   anabolizantes   tem   variadas
combinações de propriedades androgênicas e anabólicas. Anabolismo é o
processo que constrói moléculas maiores a partir de menores.

Os esteróides anabolizantes foram descobertos no começo da década de 1930
e têm sido, desde então, usados para vários propósitos médicos, como
estimulação do crescimento ósseo, músculos, apetite e puberdade. O uso mais
disseminado dos esteróides anabolizantes é para condições crônicas como
câncer e AIDS. Esteróides anabolizantes podem ocasionar vários efeitos
fisiológicos como elevação da síntese de proteínas, massa muscular, força,
apetite e crescimento ósseo. Os esteróides anabolizantes também estão
associados a vários efeitos colaterais como elevação do colesterol, acne,
aumento da pressão arterial, hepatotoxicidade (intoxicação que afeta o
funcionamento do fígado) e alterações na morfologia do ventrículo (uma
câmara inferior do coração) esquerdo.

Efeitos anabolizantes e virilizantes

Esteróides anabolizantes produzem efeitos anabólicos e virilização, também
conhecida como efeito androgênico. A maioria dos esteróides anabolizantes
funciona primeiro ligando o receptor andrógeno e elevando a síntese de
proteínas. Depois, eles reduzem o tempo de recuperação ao bloquear os
efeitos do cortisol no tecido muscular. Como resultado, catabolismo na massa
muscular é fortemente reduzido.


Exemplos de efeitos anabólicos:



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* Elevação da síntese de proteínas a partir de aminoácidos.
  * Aumento da massa muscular e força.
  * Estimulação do apetite.
  * Elevação da remodelação e crescimento ósseo.
  * Estimulação da medula óssea aumentando a produção de células sanguíneas
  vermelhas.

Exemplos de efeitos virilizantes:
* Aumento da clitóris em mulheres e pênis em crianças do sexo masculino. O
pênis de adulto não cresce indefinidamente mesmo com altas doses de
androgênico.
* Aumento de pelos com crescimento sensível a andrógenos (barba, pelos no
peito e braços).
* Engrossamento da voz.
* Aumento do libido.
* Supressão dos hormônios sexuais endógenos.
* Produção de espermatozóides prejudicada.



  Riscos e possíveis efeitos colaterais dos esteróides anabolizantes


  * Aumento da pressão arterial.
  * Piora dos níveis de colesterol, elevando o nível de LDL (colesterol ruim) e
  diminuindo o de HDL (colesterol bom). Isso pode ocasionar elevação do risco
  de doenças cardiovasculares e coronárias.
  * Acne.
  * Calvície prematura.
  * Câncer de próstata.
  * Alteração na morfologia do ventrículo esquerdo.
  * Hepatotoxicidade.
  * Supercrescimento gengival.




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Efeitos específicos na mulher:
  * Aumento de pelos corporais.
  * Engrossamento da voz.
  * Aumento da clitóris.
  * Diminuição temporária dos ciclos menstruais.


  Efeitos específicos no homem:
  * Ginecomastia (desenvolvimento excessivo das mamas no homem).
  * Redução da função sexual e infertilidade temporária.
  * Atrofia testicular.


  Efeitos específicos no adolescentes:
  * Parada no crescimento.
  * Aceleração da maturação óssea.
  * Crescimento de barba rala.




           Hormônios Esteróides Anabolizantes? Qual é o Melhor?

Qual é o melhor Hormônio Esteróide Anabolizante? Existe algum esteróide
anabolizante natural? Quais são os efeitos dos anabolizantes? O que são ciclos
dos anabolizantes?

Estas, são as principais dúvidas que um professor de academia escuta do aluno
que começa a treinar musculação, e quer resultados "milagrosos" num curto
espaço de tempo. Mas saiba, desde já que os "resultados" alcançados, são mais
prejudiciais do que benéficos e vou explicar o por quê. Já escrevi sobre o assunto
no post "Como ganhar massa muscular? Dicas Infalíveis!"

Vamos as principais dúvidas:

Antes de responder as dúvidas, uma curiosidade. A foto acima é da atleta sueca
de fisiculturismo Irene Andersen. Quase foi banida pela IFBB (International
Federation of BodyBuilders) ou Federação Internacional de Fisiculturismo, por
compra e revenda indevida de hormônios anabolizantes esteróides. Mas, foi
inocentada pelo advogado pois ele ela alegou que os hormônios eram para
consumo próprio e não para revenda. A polícia confiscou suplementos como


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efedrina e clenbuterol, mas foram devolvidos. Somente um frasco de Winstrol
(estanozolol), um anabolizante popular entre os usuários, foi confiscado.

1- De onde surgiu o uso dos esteróides anabolizantes no esporte?

No ano de 1935, a testosterona foi sintetizada, pela primeira vez, em 1939 por
dois cientistas Ruzica e Weltstein e sugeriram que os hormônios sexuais poderiam
aumentar o desempenho atlético.

O registro histórico do uso de hormônios sexuais, no aumento do desempenho em
campeonatos mundiais é datado de 1954, quando foram utilizados por atletas
russos durante campeonato mundial de levantamento de peso, em Viena, na
Áustria.

2- O que são os hormônios esteróides anabolizantes?

Os hormônios esteróides anabolizantes androgênicos (EAA) compreendem a
testosterona e seus derivados. São produzidos pelos testículos e no córtex
adrenal, e promovem características sexuais secundárias associadas a
masculinidade.

3- Para que servem os hormônios esteróides?

Na medicina é utilizada para tratamentos de sarcopenias (do grego "perda de
carne") que é perda degenerativa de massa muscular pelo envelhecimento (cerca
de 1% ao ano, após os 65 anos de idade), também no hipogonadismo (defeito no
sistema reprodutor), câncer de mama e osteoporose.

Nos esportes, são utilizados para aumento da força física e massa muscular,
entretanto, os efeitos sobre o desempenho atlético permanecem, ainda,
controversos.


4- Quais são os efeitos androgênicos e anabólicos da testosterona?

Efeitos androgênicos:

   • crescimento do pênis
   • espessamento das cordas vocais
   • aumento da libido
   • aumento da secreção das glândulas sebáceas
   • aumento dos cabelos do corpo e da face
   • padrão masculino dos pêlos pubianos
Efeitos anabólicos:
   • aumento da massa muscular esquelética
   • aumento da concentração de hemoglobina


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• aumento do hematócrito
   • aumento da retenção do nitrogênio
   • redução dos estoques de gordura corporal
   • aumento da deposição de cálcio nos ossos
5- Quais são os efeitos colaterais do uso dos hormônios esteróides anabolizantes?

Efeitos colaterais, como o próprio nome diz são efeitos indesejáveis e muitas
vezes prejudiciais à saúde. São relatados psicopatologias, câncer de próstata,
doença coronariana, e esterelidade são alguns dos efeitos comprovados.

Síndrome compartamental de risco em adolescentes, atos agressivos (brigas,
agressões) e crimes, também irritabilidade, raiva e hostilidade são relatados em
diversos estudos científicos.

Suicídios, alterações psiquiátricas como esquizofrenia aguda estão relacionadas
ao uso de metandienona. Hipomania, mania e confusão mental, além de paranóia
e depressão estão relacionadas ao uso de oxandrolona e oximetolona.

Atletas competitivos e recreacionais relatam síndrome de abstinência ligadas a
síndromes comportamentais, por causa da mudança da função hormonal.

Nas mulheres, os efeitos masculinizantes como, voz mais grossa, aparecimento
de acne, pele oleosa, crescimento de pêlos na face, calvície além de hipertrofia do
clitóris são algumas modificações que muitas vezes são irreversíveis.

Em adolescentes, pode acarretar um déficit de crescimento em consequência do
amadurecimento precoce.

Sobrecarga do fígado, hemorragia intra abdominal, icterícia e adenocarcinoma do
fígado, também infarto agudo do miocárdio e morte súbita são efeitos relatados.
6- Existe algum esteróide anabolizante natural?
A pergunta, já foi respondida na segunda pergunta, pois estes hormônios são
naturalmente produzidos no nosso organismo.
7- Quais são os hormônios esteróides mais utilizados?
Segundo o National Intitute on Drug Abuse os hormônios mais utilizados são:
Esteróides Injetáveis:
    • Deca-Durabolin (decanoato de nandrolona)
    • Durabolin (fenilpropionato de nandrolona)
    • Depo-testosterone (cipionato de testosterona)
    • Equipoise (undecilenato de boldenona)
Esteróides orais:
    • Anadrol (oximetolona)
    • Oxandrin (oxandrolona)
    • Dianabol (metandrostenolona)
    • Winstrol (estanozolol)
8- O que são ciclos dos anabolizantes?


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Basicamente, os Hormônios Esteróides Anabolizantes Androgênicos são utilizados
     por três métodos:
        1. Ciclo: refere-se a qualquer período de utilização de tempos em tempos,
           que varia de quatro a dezoito semanas.
        2. Pirâmide: o atleta começa com pequenas doses, aumentando
           progressivamente até o ápice e, após atingir esta dosagem máxima, existe
           um redução regressiva até o final do período.
        3. Stacking: Uso alternado entre os hormônios esteróides de acordo com a
           toxicidade. Refere-se a utilização de vários esteróides ao mesmo tempo.
     Existem ainda, os "atletas" que fazem o uso dos três métodos descritos acima,
     fazendo uso por semanas e até meses.


                                Hormônio do crescimento

     O que é o Hormônio do Crescimento (HGH) ?
     O hGH (iniciais de Human Growth Hormone) é a versão sintética do hormônio do
     crescimento humano, o GH, produzido naturalmente por uma glândula localizada
     na parte inferior do cérebro, a hipófise . A produção natural atinge o pico entre 13
     e 18 anos; é por isso que o adolescente “estica” nessa época, ganhando massa
     muscular e tamanho. Começa a cair entre 25 e 30 anos, podendo zerar a partir
     dos 60.

     Como funciona o GH ?
     Injetado na coxa, abdômen e na região da virilha, o hGH cai na corrente
     sanguínea e vai para o fígado, onde estimula a produção de uma substância
     conhecida como somatomedina C, que provoca o desenvolvimento das cartilagens
     . Também enrijece a musculatura e reduz a gordura corporal
     Quais são os efeitos esperados com administração do GH ?
     No nanismo: desenvolve a cartilagem de crescimento
     Desprezando os riscos à saúde, usuários apostam no hormônio de crescimento
     para ganhar músculos, aumentar a disposição física e adiar o envelhecimento
     Na velhice: pode combater a hipotrofia muscular e osteoporose, além de diminuir a
     gordura e dar sensação de bem-estar (apesar de haver controvérsias sobre os
     resultados)
     Em adultos com deficiência: recupera a densidade óssea, aumenta a massa
     muscular e dá sensação de bem-estar
     Quais são os efeitos colaterais ?

•            Crescimento das extremidades ósseas, como dedos, mãos , pés e queixo
    (acromegalia)
•            Dores nas articulações ;
•            Inflamação e dores crônicas em mãos e dedos, provocadas pela síndrome
    do
    túnel do carpo (osso entre o antebraço e a mão);


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•            Alargamento dos tendões ( Frouxidão ligamentar );
•            Hipertensão arterial ;
•            Resistência à insulina, piorando o diabete;
•            Risco de câncer em pessoas com histórico da doença na família;
•            Crista orbital(embaixo das sobrancelhas) ressaltada;
•            Inchaços provocados por retenção de líquidos.




    Efeitos Colaterais dos Esteróides Anabolizantes




    A ocorrência de efeitos colaterais relacionados a utilização deliberada de esteróides anabolizantes em
    praticantes de atividades físicas, como forma de maximizar a performance esportiva, tem sido pesquisado e
    documentado através de métodos e procedimentos aceitos internacionalmente pela comunidade científica.


    Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva (1989), os esteróides têm inúmeros efeitos adversos
    que se manifestam em praticamente todos os sistemas do organismo, principalmente no aparelho reprodutor
    e nas características sexuais secundárias, que são denominados de efeitos androgênicos, sendo
    extremamente danosos à saúde.


    Santarém (1995) relata que, a presença dos efeitos colaterais dos esteróides dependem diretamente da
    predisposição genética do indivíduo, desta forma, não podem ser previstos. Sendo assim, apenas a
    ocorrência dos efeitos deletérios definirá a existência de uma predisposição genética.


    Alén e Raakila (1988) realizaram uma pesquisa referente aos efeitos anabólicos e suas influências sobre o
    metabolismo lipídico e o sistema endócrino, e constataram que a magnitude dos efeitos colaterais dependem
    da especificação das drogas utilizadas, de suas associações, do tempo de uso, freqüência de utilização e vias
    de administração.



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Yesalis (1993) relata que, a utilização de doses elevadas de esteróides são capazes de elevar a testosterona
plasmática além do limite superior da sua normalidade, reduzindo os níveis dos hormônios fólico estimulantes
(FSH) e lutenizantes (LH), diminuindo também suas respostas ao estímulo pelo hormônio hipotalâmico
liberador de gonadotrofinas (Gn-RH). Tendo como conseqüência uma atrofia dos testículos, da ordem de 20
por cento, e da espermatogênese, de cerca de 90 porcento. Não havendo modificações do volume ejaculado,
sendo este dependente da ação androgênica sobre vesículas seminais.




                                            Comparação testicular entre um não usuário (à esquerda) e um
usuário (à direita), com evidente atrofia ocasionada pela utilização deliberada de esteréroides anabolizantes


Encontramos na literatura científica, fortes relatos associando os esteróides a fortes alterações psicológicas
durante períodos de uso da droga. Este fato também foi evidenciado no meio cinematográfico, através de um
filme de Jaclyn Smith, baseado em fatos reais, que tem como título "Vítimas de uma fúria", que retrata em seu
roteiro questões referentes à utilização de esteróides, relacionando seu uso e efeitos adversos, destacando
alterações nos níveis de agressividade. Desta forma, tornando o usuário violento, agressivo e capaz de
cometer crimes.


"Nos períodos de uso de esteróides ocorreram aumentos significativos de alterações do humor, quer
"positivas" (euforia, excitação sexual), quer negativas (irritabilidade, flutuação do humor, sentimentos violentos
e hostilidade). Sendo também observado nessas ocasiões (falta de concentrações, diminuição de memória e
confusão"
(BRITO, 1996).


Contudo, fica evidente a sintomatologia no tocante a associação de esteróides, em ocorrências de
modificações psicológicas conhecidas como ''Steroid Rage" (raiva esteróide), levando pessoas de boa índole
a cometer crimes, atos psicóticos, até mesmo suicídios como relata Brower (1991).Segundo estudos
realizados por Friedl e Yesalis (1989), foi constatado o aparecimento de efeitos de feminização,
caracterizados por dor, inchaço no tecido mamário, com aparecimento de nódulos que precisaram de
remoção cirúrgica, esta patologia é denominada de Ginecomastia, podendo ocorrer em uma ou mais mamas.
De forma empírica, culturistas se automedicam, utilizando drogas como Tamoxifem (estrogênio) e
Mesterolona (anabólico que não aromatiza), com o objetivo de reduzir a ginecomastia.




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Ginecomastia bilateral, ocasionada pela utilização de esteróides anabólicos. Processo cirúrgico para retirada
                                                 dos nódulos.




Yesalis (1993) relata em seus estudos, efeitos adversos androgênicos relacionados ao sistema
cardiovascular, constatando uma diferença significativa referente à massa ventricular esquerda e espessura
do septo intraventricular em usuários.


Mochizuke e Richter (1998) em seus estudos, documentaram casos referentes à utilização de esteróides por
um período prolongado e a possível ocorrência de A.V.C. e cardiopatia.
Conforme Yesalis (1993); Santos (2003) , a pele do usuário de esteróides anabolizantes também sofre suas
adversidades marcadas pela maior ocorrência de acne, oleosidade aumentada, cistos sebáceos, alopécia
androgênica, dermatites, calvície, seborréia e estrias atróficas. Podendo ocorrer raramente quelóides lineares.




   Hipertrofia ventricular ocasionada em decorrência da utilização deliberada de esteróides anabolizantes




Evans et al. (1998); David et al. (1994), afirmaram que uma grave complicação no sistema locomotor
decorrentes do uso de esteróides, que é a ruptura de tendões e ligamentos, decorrentes da ação inibitória da
droga sobre o colágeno, possibilitando o aumento de lesões.




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Alterações dermatológicas com acne severa e calvície em usuários de esteróides anabólicos




Há evidências de que os esteróides promovem aumento da agregação plaquetária e induzem a geração de
fatores da coagulação, especialmente trobina e plasmina com aumento do risco de trombose (YESALIS,
1993).




 Alterações no sistema locomotor como, ruptura de tendões e ligamentos do bíceps e tríceps em usuários de
                                         esteróides anabolizantes.




Segundo Fox e Fos (1989), estudos realizados através de relatos onde levantadores de pesos, que usam uma
grande variedade de esteróides anabolizantes, apresentavam um padrão constante de níveis sangüíneos
baixos a muito baixos de HDL colesterol (lipoproteínas de alta densidade). Sendo os níveis de HDL-colesterol
abaixo de aproximadamente 38mg/100ml de sangue estão associados com um alto risco de coronariopatia
prematura.




                                                                                                          74
Alterações da parede arterial com lesão, ilustrando ruptura do endotélio e as
modificações subseqüentes que levam à arterosclerose ocasionadas pela utilização deliberada de esteróides
anabólicos.


A utilização de anabólicos-androgênicos orais por um período de tempo prolongado, ocasionou distúrbios
hepáticos em algumas pessoas. Sendo alguns desses distúrbios, aparentemente reversíveis com o término
do uso das referidas drogas, porém, outros não são.
Yesalis (1993); Wilmore; Costill (2001) relatam que, a utilização de esteróides por via oral exercem efeitos
adversos quando da sua passagem pelo fígado, ocasionando aumentos da bilirrubina conjugada e da
fosfatase alcalina e lesões hepáticas decorrentes de um tipo de hepatite química, podendo evoluir para
tumores e cistos hepáticos hemorrágicos.




Alterações hepáticas decorrentes da utilização de esteróides anabolizantes: Adenoma Hepatocelular, Malígno
                                  Carcinoma Hepatocelular e Piliose hepática




COE (1988), enumera uma lista de efeitos colaterais ocasionados por esteróides anabolizantes, sendo em
mulheres enumerados os seguintes efeitos: acne, rouquidão, engrossamento de voz, crescimento excessivo
de pêlos, ciclo menstrual irregular (se as doses são suficientes para suprimir a gonadotrofina), câncer
mamário, calvície, musculatura proeminente e hipertrofia clitoriana. Em crianças, foram relatados a possível
ocorrência de parada do crescimento até 03 meses após a interrupção da droga.




                                                                                                               75
Crescimento excessivo de pêlos (padrão masculino), hipertrofia clitoriana e musculatura proeminente em
                                 mulheres usuárias de esteróides anabólicos.




Melchert, Herron e Welder (1992) demonstraram em seus estudos referentes à aplicação de esteróides
anabolizantes, apresentando ocorrências de prejuízos de membrana sarcolema, retenção de líquidos com
danos a integridade dos lisosssomos, além da depressão da atividade da mitocôndria das células
miocardíacas, levando a degradação da habilidade deste de formar substrato de alta energia para
manutenção osmótica e integridade celular (danificando a produção de energia nas células).
Conforme relata Yesalis (1993), a dependência física também referida como dependência farmacológica ou
fisiológica é caracterizada pelos sintomas físicos ou psicológicos como angústia, aflição, depressão e outros,
quando o usuário interrompe o uso da droga.


Segundo Brito (1996), temos que considerar também a questão da partilha de agulhas e seringas, como a
possibilidade de infecção pelo HIV. Newshan; Leon (2001) relatam um caso de AIDS em um culturista usuário
de esteróides, onde o mesmo admitiu o uso de esteróides e cocaína, partilhando agulhas e seringas com
companheiros de academia.




Fotos publicadas na internet, orientando a auto aplicação, potencializando o risco para lesões como abscesso
(acúmulo de pus em cavidade formada por processo inflamatório).




                                                                                                            76
Tendo em vista os aspectos supracitados, torna-se evidente a necessidade de realizar
estudos no tocante a produção de conhecimentos, a respeito dos efeitos colaterais
decorrentes da utilização deliberada de esteróides anabolizantes, procurando alertar os
atletas e a população em geral sobre os riscos causados pelo consumo da referida droga.




Efeito colateral do uso de anabolizantes e óleos injetáveis
 “Cresce o número de pessoas que adere ao uso de esteróides anabolizantes para moldar o corpo e ganhar
força, resistência e velocidade. Sem qualquer controle, o medicamento, apesar de ser proibido, é oferecido
principalmente em academias de ginástica. Os danos causados por seu uso, entretanto, podem ser
irreversíveis. O problema já está sendo visto como um caso de saúde pública”.

Introdução

A busca de corpos esculpidos à base de remédio está levando jovens de aparência saudável a um vício
muitas vezes sem volta. O motivo é o uso dos chamados esteróides anabolizantes. Apesar de não haver
estatísticas, sabe-se que vem crescendo o número de consumidores da droga. E não são apenas os atletas
em busca de mais força, velocidade, e resistência dos músculos os únicos a usá-lo. Homens, jovens e
mulheres que querem apenas ganhar massa corporal em pouco tempo também se deixam seduzir pelos
efeitos da droga. O abuso desse medicamento não é novidade. O maior problema, atualmente, segundo
especialistas, é a adesão às drogas nas academias convencionais.

“Muitas vezes, é o próprio instrutor quem chega para o aluno e diz que seu desenvolvimento chegou ao limite.
Aí vem a sedução pelos anabolizantes”, explica Fernando Vítor Lima, professor da Universidade Federal de
Minas Gerais e mestre em Treinamento Esportivo. Nas lojas de suplementos nutricionais, a situação não é
diferente: “O charlatanismo é muito grande nesse meio. As pessoas receitam o produto como se soubessem
tudo sobre ele. Quem compra, na verdade está pagando pelo sonho de um corpo perfeito, na verdade, de
uma ilusão, porque os problemas ocasionados são muitos”, orienta.

Nos Estados Unidos, os anabolizantes já são considerados uma droga proibida, que só pode ser vendida com
receita médica. Na Suécia, existem serviços que encaminham os usuários para tratamento, como se ele fosse
um viciado em droga. No Brasil, segundo o professor, apesar da proibição de venda, a Vigilância Sanitária é
falha e os esteróides continuam sendo consumidos em larga escala.

O uso indiscriminado desses esteróides teve início em 1930, com alguns fisiculturistas e atletas que
buscavam desenvolvimento muscular rápido e melhora de performance. Com o passar dos anos, o uso se
estendeu para esportistas amadores, frequentadores de academias e adolescentes.

O que são Esteróides Anabolizantes

Os anabolizantes são substâncias sintéticas similares aos hormônios sexuais masculinos e promovem,
portanto, um aumento da massa muscular (efeito anabolizante) e o desenvolvimento de caracteres
masculinizantes. A massa corporal aumenta porque eles aumentam a capacidade do corpo de absorver
proteína, além de reter líquido provocando o inchaço dos músculos.

Geralmente, os anabolizantes, ou “bombas”, como também são chamados, são tomados oralmente em
cápsulas/tabletes, ou injetados no músculo. Muitas vezes, as drogas são usadas em associação de até três
tipos diferentes e em doses 100 vezes maiores que as preconizadas por tratamento médico. Anadrol, Oxadrin
e Durabolin são alguns exemplos de esteróides.

Embora muita gente não saiba, o anabolizante tem uso na medicina, para casos de osteoporose, deficiência
de crescimento, problemas hormonais masculinos, como o hipogonadismo. Entretanto, só é ministrado em




                                                                                                         77
doses terapêuticas e necessitam sempre de prescrição médica para serem adquiridos. “Os médicos receitam
doses de, no máximo, 15 mg enquanto que os fisiculturistas chegam a tomar até 300 mg”, diz Fernando.

Consequências do uso de Anabolizantes

O efeito de um corpo saudável com os anabolizantes é apenas aparente. Está provado que seu uso só gera
danos à saúde. Os efeitos colaterais das superdosagens são muitos. A pessoa pode desenvolver problemas
no fígado, inclusive câncer, redução da função sexual, derrame cerebral, alterações de comportamento com
aumento da agressividade e nervosismo, aparecimento de acne. Ao todo, 69 efeitos colaterais já foram
documentados.

Em garotos e homens existe a diminuição da produção de esperma, retração dos testículos, impotência
sexual, dificuldade ou dor ao urinar, calvície, desenvolvimento irreversível de mamas.

Em adolescentes de ambos os sexos, também pode ocorrer parada prematura do crescimento, tornado-os
mais        baixos           que        outros,       não         usuários        de          anabolizantes.
A parada brusca do uso de anabolizantes também pode produzir sintomas como depressão, fadiga, insônia,
diminuição da libido, dores de cabeça, dores musculares e desejo de tomar mais anabolizantes.

O uso compartilhado de esteróides por seringas e agulhas não esterilizadas é comum e pode expor o
indivíduo a doenças como Aids, hepatites B e C e endocardite bacteriana.

Caminho sem Volta

Segundo o professor Fernando, não se sabe até que ponto os problemas ocasionados pelo uso das “bombas”
são reversíveis. “Os casos têm que ser analisados de forma isolada porque cada organismo reage de um jeito
ao uso do esteróide. Em muitos casos, o nível de comprometimento das funções é tão grande que não há
opção de cura. Várias pessoas já morreram por causa do uso indiscriminado dos anabolizantes”, adverte.

Por tantos riscos e inconvenientes, o uso indiscriminado de anabolizantes deve ser desencorajado, banido do
meio esportivo. Para Fernando, a grande arma capaz de resolver esse problema são as campanhas
educativas. ” O uso de esteróides já se tornou um caso de saúde pública. O governo tem que tomar
providências”, completa.

Separamos algumas imagens de pessoas que sofreram sérias consequências devido ao uso dos
anabolizantes, por isso, por mais que o caminho em busca de um corpo sarado seja díficil o que vale
realmente a pena nessa luta é malhar com saúde.

O RISCO AINDA MAIOR QUE O USO DOS ANABOLIZANTES: INJEÇÃO DE ÓLEOS

Parece irreal acreditar que algumas pessoas em busca da perfeição corporal sejam capazes de injetar
determinados tipos de óleos, isso mesmo, eles utilizam uma substância na forma química de óleo via
endovenosa,os riscos dessa prática são devastadores.

Um dos óleos mais utilizados por jovens que desejam um músculo mais avantajado é o ADE, um conjunto de
substâncias utilizado para bois, cavalos, carneiros, porcos, que servem para suprir a deficiência de vitaminas
no corpo do animal. Como um combustível, os jovens fazem um coquetel de substâncias e injetam nos
músculos para um rápido crescimento, sem se preocuparem com os riscos que essa injeção pode trazer.
(Tribuna do Norte)

O ADE, também usado pelos jovens, é um complexo vitamínico que pode causar necrose do músculo se mal
aplicado. Pagnani contabilizou pelo menos 30 casos recentes de graves seqüelas decorrentes da má
aplicação do ADE. Desde 1998, há pelo menos quatro mortes documentadas no país relacionadas aos
anabolizantes. A associação prepara uma campanha contra o uso dessas substâncias. (Folha de S. Paulo)




                                                                                                           78
Sem efeito anabolizante, o ADE provoca uma inflamação quando injetado no músculo. A substância fica
“encapsulada” e infla o local, o que pode ser confundido com hipertrofia muscular. Pode causar necrose dos
tecidos, amputação e até morte. (Folha Cotidiano)

Como funcionam

O que estas substâncias poderiam fazer pelo desenvolvimento muscular? A resposta é clara: nada. Nenhum
desses compostos tem a capacidade de promover o anabolismo, muito pelo contrário o efeito mais claro de
seu uso é a morte dos tecidos adjacentes.

Quando se aplica uma dessas drogas, apenas uma pequena parte é absorvida de imediato, o restante
permanece estagnado no local. A grande quantidade de óleo é reconhecida pelo organismo como um corpo
estranho dentro do músculo e, como meio de proteção, uma camada de tecido conectivo é formada em volta
do óleo para evitar que ele se espalhe e cause mais danos. Ou seja, ao aplicar um desses óleos, não se está
aumentando a massa muscular e sim criando uma espécie de tumor.

A inflamação aliada à presença dos óleos, leva ao aumento do volume no local, que permanece por alguns
anos, até que o corpo consiga removê-lo totalmente ou, pior, até que ele destrua os tecidos e tenha que ser
removido cirurgicamente.

Efeitos colaterais

O organismo pode não ser capaz de controlar adequadamente os processos lesivos decorrentes da presença
do óleo, gerando uma progressiva destruição tecidual que leva ao comprometimento de toda a região, que
culmina com a remoção cirúrgica dos tecidos mortos e, em casos extremos, leva a amputações. Apesar de
parecer distante para muitos usuários, nos Estados Unidos, onde esta moda se espalhou e ganhou
proporções absurdas, as amputações já ocorrem, e há quem diga que são relativamente comuns.

Outro problema grave é o próprio ato de injetar os óleos, o que normalmente é feito pelo próprio usuário ou
por outra pessoa despreparada, sem nenhum conhecimento de anatomia. Normalmente os locais onde se
aplicam as drogas são altamente vascularizados, como bíceps e panturrilha, o que aumenta
exponencialmente o risco de se atingir ramos do sistema circulatório durante a aplicação. Caso esta
substância caia na circulação o risco de morte é real e iminente, podendo causar embolias, ataques
cardíacos, infartos, derrames cerebrais ou outros problemas graves (um renomado fisiculturista profissional
atingiu uma veia enquanto aplicava um desses produtos e quase foi a óbito por complicações
cardiocirculatórias). Também são relativamente comuns os casos onde se atingem nervos, levando a
paralisias irreversíveis. (para quem acha que isto é um alarde irreal, recomendo que veja uma foto onde se
mostra a quantidade de nervos, veias e artérias dos locais onde se aplica o óleo).

Considerações finais

Por ser uma prática leiga, obscura e sem nenhum controle, será muito difícil obter dados oficiais dos
problemas advindos do uso de óleos para crescimento localizado, mas já se ouve muitos relatos de efeitos
colaterais sérios, como morte, embolia, infartos, amputações, paralisias e necroses.

Além dos males diretos, a facilidade em obter um aumento do volume de determinado músculo através de
injeções localizadas está criando verdadeiras aberrações. O uso desses óleos está fazendo com que se perca
o bom-senso, sendo comum vermos braços desproporcionais ao tórax, com uma aparência e consistência
que denuncia claramente que aquilo não é músculo.

SEPARAMOS ALGUMAS FOTOS DE EFEITOS GERADOS PELO USO DE ANABOLIZANTES E PELA
INJEÇÃO INDISCRIMINADA DE ÓLEO COM FINALIDADE PARA USO ANIMAL, PARA QUE VOCÊS
POSSAM VISUALIZAR OS REAIS DANOS CAUSADOS POR ESSAS PRÁTICAS




                                                                                                           79
80
81
O treino correto e a alimentação disciplinada são meios valiosos não só de se obter benefícios estéticos, mas
 principalmente para se alcançar melhoras que atingem a saúde e outros aspectos qualitativos da vida. No
entanto, as práticas saudáveis estão sendo substituídas por frascos de óleos. Usar artifícios que não trazem
ganhos reais e, ainda prejudicam seriamente seu organismo é ignorância e não tem nada a ver com esporte,
                               saúde ou com uma atitude racional e coerente




                                                                                                          82
Suplementos Alimentares

       Os suplementos alimentares são preparações destinadas a complementar
a dieta e fornecer nutrientes, como vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos ou
aminoácidos, que podem estar faltando ou não podem ser consumida em
quantidade suficiente na dieta de uma pessoa.

       Os suplementos alimentares para fisiculturismo são usados por
praticantes de atividade física, mais comum em praticantes de musculação,
proporciona nutrientes essenciais como proteínas, carboidratos, aminoácidos,
vitaminas e etc.

      A grande vantagem dos suplementos para fisiculturismo é a pouca
quantidade de gordura presente neles.

Alguns suplementos protéicos

   •   Albumina,
   •   Whey Protein,
   •   Caseína,
   •   Proteína de soja,
   •   Levedura de cerveja,
   •   Creatina
   •   PowerMax

Carboidratos

   •   MaltoDextrina,
   •   Dextrose,
   •   Hipercalóricos em geral.

Suplementação Desportiva

      O uso de suplementos cresce no mercado e milhares de pessoas buscam
esse tipo de produto na esperança de mais saúde, beleza e rendimento. As
promessas de resultados feitas pelos fabricantes geralmente não possuem
qualquer respaldo científico ou são embasadas em pesquisas encomendadas.

      O uso de substâncias que melhorem o rendimento é uma prática antiga no
meio esportivo, mas o que é um suplemento?

       Burke & Read classificam os suplementos em duas grandes categorias: os
suplementos dietéticos e os auxiliadores ergogênicos. Os suplementos dietéticos
são similares aos alimentos em relação aos nutrientes fornecidos, são produtos
práticos para ingestão durante atividade, podem servir como auxiliares no



                                                                              83
aumento do consumo energético ou do aporte vitamínico-mineral. Entre eles
estão: as bebidas esportivas (com CHO e eletrólitos), os suplementos com alto
teor de CHO (como os geis de CHO), os multivitamínicos, vitamínicos,
suplementos minerais, refeições líquidas e os suplementos à base de cálcio. Por
eliminação, o restante das sustâncias ingeridas de forma suplementar a
alimentação seria considerado auxiliador ergogênico. Os suplementos dietéticos
não promovem aumento de desempenho. O resultado melhor na performance
seria uma consequência da capacidade em atender uma demanda nutricional. Ou
seja, o atleta não ficaria mais forte ou mais rápido devido ao suplemento, mas
conseguiria manter-se em atividade mais tempo, por exemplo. Já o auxiliador
ergogênico teria a capacidade de aumentar a performance, fornecendo
substâncias que fisiologicamente não fariam parte da demanda nutricional. Outras
classificações surgiram e alguns autores classificam todos os suplementos como
sendo ergogênicos porque de uma forma ou de outra eles auxiliam na
performance. Na verdade a grande diferenciação que se deve fazer é: existem
substâncias que podem agir alterando processos metabólicos e genéticos
diferentemente dos alimentos e existem produtos que simplesmente fornecem os
nutrientes que normalmente viriam da alimentação de outra forma. É a linha que
divide o que seria considerado suplementação nutricional do que se aproxima do
doping. Dessa forma, quem consome suplementos e participa de eventos
esportivos, deve estar atento para o conteúdo REAL do suplemento para não
ingerir substâncias proibidas, fato que já ocorreu com atletas importantes, que
foram condenados por doping e que depois provou-se que a substância provinha
de produtos comercializados como “suplementos alimentares”.

Utilidades para cada tipo de atividade

      A ausência de recomendações nutricionais para atletas dos mais diversos
esportes facilita a difusão de conceitos infundados em relação à necessidade da
suplementação. Normalmente o consumo de suplementos é fomentado pela ideia
de que é necessário compensar uma dieta inadequada, para atender um suposto
aumento nas necessidades diárias imposto pelo treinamento ou pela vontade de
ter um efeito sobre a performance.

        Mas na verdade as carências nutricionais precisam de testes para ser
identificadas. O aumento do consumo energético normalmente pode ser feito pela
dieta e muitas vezes os conteúdos dos suplementos, como a proteína, já são
abundantes na alimentação normal. E a noção de melhorar a performance a custa
do suplemento quase sempre carece de evidência científica. Como alguns
costumam dizer: existem dois tipos de suplementos para aumentar a performance,
os que não funcionam e os que são proibidos.

Os suplementos podem e devem ser utilizados em treinos ou competições
quando:

   1. há uma dificuldade em ingerir as calorias suficientes para repor o que o
      atleta gasta durante o treino ou competição;


                                                                             84
2. deseja-se diminuir o bolo fecal para evitar evacuação durante a competição;
   3. pretende-se fazer uma supercompensação com CHO e não existe
      abundância de alimentos ricos em CHO ou as condições de higiene e
      preparo não são favoráveis;
   4. existe a necessidade de recuperação pós-esforço combinada com
      situações de falta de apetite;
   5. o indivíduo passa por uma situação temporária de restrição alimentar;
   6. competições e treinos longos que necessitam do consumo de CHO para
      serem mantidos em níveis de volume e intensidade aceitáveis.

Suplementos e Exercícios de Força

       Sem dúvida o grande vilão do mercado de suplementos está em cima dos
produtos para ganho de massa muscular, principalmente aqueles à base de
proteína concentrada.

       Contrariando a crença popular, durante o exercício de endurance o corpo
usa mais proteína do que durante o exercício de força com sobrecarga. Mas quem
faz uso do suplemento alega que a proteína é importante durante a recuperação, o
que é verdade, mas também é verdade que a proteína da dieta normal quase
sempre é suficiente ou excessiva.

       Uma das alegadas vantagens dos suplementos protéicos como o Whey
Protein e PowerMax, seria a sua rapidez de absorção. Realmente os hidrolisados
de proteína são mais rapidamente digeridos, mas dois aspectos chamam a
atenção: 1. Existe evidência de que as proteínas de rápida absorção como o whey
protein ficam menos tempo circulantes e 2. Normalmente os fisiculturistas e as
pessoas que buscam hipertrofia muscular fazem refeições a cada 2-3 horas. Com
esse regime de horários não é possível existir queda nos níveis de aminoácidos,
portanto, a velocidade de absorção é indiferente.

       Uma refeição que contenha caseína mantém os níveis de aminoácidos
aumentados por 7 horas, questionando também a necessidade em se fazer
refeições tão próximas.

       Não se nega o fato da maior necessidade protéica em atletas de exercícios
de força, a questão é que na maioria dos casos o consumo de proteína já é várias
vezes acima do necessário.

A suplementação com proteína pode ser indicada nos casos em que:

   1. existe uma necessidade real em se aumentar o aporte protéico e isso deve
      ser feito sem incrementar o conteúdo de gordura da dieta;
   2. a dieta deve ser complementada porque o indivíduo não tem condições no
      dia-dia de consumir proteína (mora sozinho, sem tempo de cozinhar, etc.);
   3. indivíduos que precisam passar por restrição calórica e não desejam perder
      massa magra.

                                                                              85
Para quem visa aumento de massa muscular e vai consumir algum
suplemento, o melhor horário é assim que encerre os exercícios. Testes feitos
com bebidas contendo CHO e proteína ingeridas logo após o treino indicam que a
síntese protéica foi aumentada nessa situação.

    Algumas pesquisas estão sendo feitas com a estratégia de ciclos de proteína.
Alternando dias de baixo consumo com períodos de alto consumo supostamente a
absorção das proteínas seria melhorada, mas os resultados ainda são muito
imprecisos e duvidosos.

Suplementos e Exercícios de Endurance

      Nos esportes de longa duração e nas provas de vários dias, só é possível
para o atleta equilibrar o gasto energético com o consumo, se utilizar alimentos ou
suplementos durante a atividade.

       Deve-se levar em conta que os depósitos de glicogênio podem não ser
restaurados de um dia para o outro. Treinos em dias consecutivos podem levar a
uma depleção tamanha que precise de repouso para recuperação total. Manter
uma dieta rica em CHO e usá-los durante o treino é a maneira mais eficiente de
evitar este problema. Um ciclista em provas longas como o Tour de France, por
exemplo, necessita de até 9 mil calorias por dia, o que é um fator limitante nestes
esportes. Muitos atletas não conseguem suportar a competição por não
conseguirem absorver a energia necessária. A suplementação costuma ser usada
nessas situações. Atualmente existem repositores que conseguem em uma
pequena garrafa entregar 1000 calorias ao atleta em forma de líquido. O atleta que
não repõe o que gasta perde peso e desempenho

       Como em exercício de endurance as gorduras são queimadas em
abundância, faria sentido usar suplementos lipídicos nessas situações. Entre estes
suplementos estariam os triglicerídeos de cadeia média (TCM), que aumentam a
oferta de ácidos graxos no plasma. Uma alternativa seria aumentar o consumo de
gordura, como proposto pela dieta 40/30/30.

       O uso dos TCM surgiu como uma alternativa, mas existe uma baixa
tolerância gastrintestinal aos TCM e nas quantidades aceitáveis não houve
economia de glicogênio. As dosagens que resultaram em economia de CHO são
muito altas e geralmente causam efeitos colaterais que comprometem o
desempenho.

      Ao iniciar uma dieta hiperlipídica o organismo passa por várias adaptações
enzimáticas no sentido de usar melhor os AGL, mas outro efeito resultante do
maior consumo de gordura é que com esse aumento ocorre uma diminuição no
consumo de CHO, diminuindo os depósitos de glicogênio muscular.

      O aumento da concentração de AGL no sangue com a finalidade de
diminuir o gasto de CHO em exercício foi testado de várias formas, inclusive com

                                                                                86
injeções de produtos que aceleram a captação de AGL e outros métodos
invasivos. Todos seriam considerados doping.

      Dessa forma, atualmente a suplementação com lipídios e as dietas ricas em
gordura parecem não trazer nenhuma vantagem para o atleta de endurance.

Segurança

       A abundância de produtos disponíveis e a falta de controle fazem com que
seja difícil estudar a eficácia e até mesmo a segurança dos suplementos. Muito do
que é divulgado não passa de propaganda. Existe uma indústria milionária
apoiando a venda dos produtos enquanto que a verba investida em pesquisa séria
sobre os produtos é irrisória.

Suplementos mais conhecidos

   •   Cafeína: como a cafeína tem ação lipolítica, supôs-se que a suplementação
       auxiliaria na lipólise e pouparia glicogênio muscular. Mas os resultados
       foram contraditórios e apesar de ser também um forte estimulante, a
       cafeína é um diurético, aumentando a perda líquida em atividade, um fator
       indesejável. A quantidade de cafeína para ter um efeito significativo como
       estimulante é muito grande e seria considerada doping. Além disso, o
       consumo cotidiano de cafeína interfere na sua sensibilidade – pessoas que
       nunca consomem café são mais sensíveis aos seus efeitos. Essa variação
       pessoal seria mais um complicador caso se faça uma prescrição individual
       de uso.
   •   Carnitina: atua como transportadora de lipídios intracelulares e pensou-se
       que o uso poderia facilitar a utilização de AGL circulantes. Mas os estudos
       mostraram que esse tipo de suplementação não traz melhorias ao
       rendimento e que na verdade o que pode acelerar o processo é uma
       aceleração do funcionamento enzimático intracelular, o que só ocorre com
       o treinamento. Mesmo assim, a carnitina é vendida mundialmente sob o
       pretexto de ser um “queimador de gordura”.
   •   Aminoácidos isolados: o consumo de aminoácidos isolados como
       suplemento iniciou com a suplementação de pessoas doentes e os
       defensores desta prática para atletas alegam que poderiam estimular a
       secreção de hormônio do crescimento (GH), mas isso não foi provado.
       Existem indicações de que estes aminoácidos poderiam influenciar a
       absorção de outros aminoácidos, causar falha renal e lesões teciduais. A
       suplementação por longos períodos com aminoácidos não tem qualquer
       benefício comprovado sobre o rendimento, podendo ainda induzir um
       quadro de resistência periférica à insulina. Não há, portanto evidências
       apontando o uso de aminoácidos como sendo benéfico para o atleta ou
       para o seu rendimento.
   •   BCAA (Branched-chain amino acids): aminoácidos de cadeia ramificada,
       valina, leucina e isoleucina. A maior quantidade de estudos com BCAA
       deve-se ao quadro da fadiga central. As estratégias para utilização do


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BCAA em relação à fadiga central procuram estabelecer que sua
    suplementação realmente atrase o início da fadiga.
    Atualmente existem três manobras nutricionais para evitar a fadiga central:
    a) suplementação de CHO durante o exercício, o que diminuiria o uso de
    BCAA, e consequentemente sua queda no sangue;
    b) suplementação com BCAA para manter seus níveis no sangue;
    c) uma mistura de BCAA e CHO durante o exercício.

    O poder anabólico e anticatabólico dos BCAA também vêm sendo
    estudado. O consumo de BCAA estimularia a liberação de hormônios
    anabólicos como o GH, insulina e testosterona.

    Vários estudos já mostraram que altas doses de BCAA podem afetar
    negativamente o rendimento, reduzindo a absorção de água, causando
    distúrbios gastrintestinais e aumentando a produção de amônia.
•   Beta-hidroxi metil butirato: quando associado ao treino de força parece
    induzir aumentos na massa magra e na força, no entanto a quantidade dos
    estudos e as populações estudadas não permitem fazer qualquer tipo de
    prescrição confiável.
•   Glutamina: é o aminoácido mais comum em nosso plasma e é muito
    queimado em exercício. Este aminoácido é fonte energética para as células
    do sistema imunológico e as quedas da glutamina baixam a resistência
    contra infecções oportunistas, um dos motivos para gripes e resfriados
    próximos à competições ou treinos fortes. A glutamina não pode ser
    suplementada eficientemente porque as células intestinais são altas
    consumidoras de glutamina e não permitem que ela passe para o sangue.

    Além do efeito sobre o sistema imunológico, a glutamina poderia ter um
    efeito anabolizante e de estimular a síntese de glicogênio. Formas
    associadas do aminoácido e outras alternativas estão sendo estudadas e
    existe alguma indicação de que mesmo com a questão da absorção
    abdominal prejudicada, o fato de suplementar poderia poupar glutamina
    endógena.
•   Creatina: a capacidade máxima do sistema anaeróbico em produzir
    energia é regulada pela degradação do fosfato de creatina e dura em média
    10 segundos. A concentração de fosfato de creatina intramuscular é
    importante para a realização de exercício anaeróbico, intermitente ou de
    apenas um esforço único que dure no máximo 30 segundos.

    A creatina que usamos pode ser fornecida diretamente pela alimentação
    (carnes) ou ser produzida de forma endógena pelo fígado, rins e pâncreas a
    partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina.

    Os efeitos da creatina suplementada são mais bem percebidos em:
    - testes de sprint na natação
    - produção de força máxima em cicloergômetro;
    - tiros de até 700 metros em corrida;


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- velocidade final em tiros de 60 m em corrida;
- tempo até a exaustão em testes de alta intensidade em bicicleta;
- capacidade de força e na composição corporal de levantadores de peso;
- performance em saltos.

O uso da creatina deve obedecer a uma estratégia porque ela é
transportada para o interior celular por proteínas que, quando expostas por
longos períodos a grandes doses de creatina, perdem sua sensibilidade.
Portanto, o consumo regular de creatina não surte qualquer efeito. O
período em que a creatina intramuscular fica elevado é de 4-6 semanas.

A creatina é mais bem absorvida quando ingerida junto com CHO em
líquidos mornos. Até o momento não se conhece nenhum prejuízo à saúde
devido à suplementação com creatina como na estratégia proposta. O uso
crônico não foi avaliado.

Atletas de atividades mais longas do que 5 minutos parecem não ter
qualquer benefício com a creatina, podendo apresentar ligeiro ganho de
peso, o que normalmente é indesejável em várias modalidades




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DST (doenças sexualmente transmissíveis)


Doenças sexualmente transmitidas ou DSTs, são doenças infecciosas que podem
ser disseminadas através do contato sexual. Algumas podem também ser
transmitidas por vias não sexuais, porém formas não-sexuais de transmissão são
menos frequentes. Estima-se que de 10 a 15 milhões de americanos tenham
doenças sexualmente transmitidas, muitos dos casos são epidêmicos, incluindo
gonorréia, inflexão da uretra não causada pela gonorréia, herpes genital,
candiloma, scabics (mites) e infecções na uretra e na vagina causadas pela
bactéria Chlamydia trachomatis, pelo protozoário Trichomas e pelo fungo monilia.
Vários estudos mostram que as doenças sexualmente transmitidas afetam
pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de todos os níveis sociais nos
Estados Unidos.

Um grande número de infecções são transmitidas predominantemente ou
exclusivamente por contato sexual. Além das doenças epidêmicas que foram
citadas acima, podemos incluir a sífilis, o chato (pediculosis pubis), infecção
vaginal causada pela bactéria Hemophilus e muitas outras. DSTs podem ser
causadas por uma grande variedade de organismos, tais como o protozoário
Trichomonas, a levedura causadora de moniliasis, bactérias causadoras da
gonorréia e da sífilis e o vírus que causa a herpes genital.


Transmissão

A transmissão de todas estas doenças só ocorre através do contato íntimo com a
pessoa infectada, porque todos os organismos causadores morrem rapidamente
se forem removidos do corpo humano. Apesar da área de contato ser
normalmente as genitais, a prática de sexo anal e oral pode também causar
infecções. Gonorréia, sífilis e infecção clamidial podem ser transmitidas de um
portadora grávida ao filho que está sendo gerado, tanto através do útero como
através do parto.



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Apesar das doenças venéreas se manifestarem na genitália externa, elas podem
atingir a próstata, o útero, os testículos e outros órgãos internos. Algumas dessas
infecções causam apenas uma irritação local, coceira e uma leve dor, porém a
gonorréia e clamídia podem causar infertilidade em mulheres.



Controle

A natureza epidêmica das doenças sexualmente transmitidas as torna de difícil
controle. Algumas autoridades em saúde pública atribuem o aumento no número
de casos destas doenças ao aumento de atividade sexual. Outro fator que
também contribui significativamente é a substituição do uso de camisinha
(condom) - que oferece alguma proteção - por pílulas e diafragmas com métodos
anticonceptivos. Os padrões das doenças sexualmente transmitidas são bastante
variáveis. Enquanto a sífilis e a gonorréia eram ambas epidêmicas, o uso intensivo
de penicilina fez com que a freqüência da sífilis caísse para um nível
razoavelmente controlado; a atenção voltou-se então ao controle da gonorréia, foi
quando a freqüência da sífilis aumentou novamente. Os casos de herpes genital e
clamídia também aumentaram durante a década de 70 e durante o início da
década de 80.

O tratamento de doenças sexualmente transmissíveis é feito basicamente com
antibióticos. A penicilina tem sido uma droga eficiente contra a sífilis e a gonorréia,
porém muitos dos organismos causadores da gonorréia são hoje resistentes à
penicilina; usa-se nestes casos o ceftriaxone ou a spectinomicine. A tetraciclina é
usada para tratar o linfogranuloma venéreo, o granuloma inguinale e a uterite
clamidial.    Existem     tratamentos     específicos     para    a    maioria     das
doenças sexualmente transmitidas, com exceção do molluscum contagiosum. A
droga antivirus aciclovir tem se mostrado útil no tratamento da herpes.

A única forma de se prevenir a dispersão das doenças sexualmente transmitidas é
através da localização dos indivíduos que tiveram contato sexual com pessoas
infectadas e determinar se estes também necessitam tratamento. Localizar a


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todos, entretanto, é bastante difícil, especialmente porque nem todos os casos são
reportados.

AIDS (SIDA) e a hepatite B são transmitidas através do contato sexual, porém
estas doenças podem também ser transmitidas de outras formas.



Condiloma
(HPV)



Condiloma é a designação genérica do Papilomavírus Humano. Outros
denominações como condilomatose, condiloma acuminado e crista de galo
também podem ser usadas. A exemplo do herpes, o condiloma tem períodos de
latência (remissão) variáveis de um indivíduo para o outro. Causam lesões
verrugosas, a princípio microscópicas e de difícil visualização a olho desarmado,
que vão lentamente crescendo como lesões sobrepostas umas às outras,
formando a designação popular de crista de galo. Podem chegar, em indivíduos
com higiene precária, a lesões coalescentes e grandes como a palma da mão de
um adulto. Seu contágio é quase que exclusivamente sexual (gênito-genital, oro-
genital ou gênito-anal) e sua manifestação depende da imunidade do contaminado

O diagnóstico faz-se por penoscopia direta (coloração especial que tinge as lesões
condilomatosas quando presentes) e sempre que possível, biópsia para confirmar-
se a suspeita clínica. Uma vez diagnosticado o condiloma, o tratamento é quase
sempre é cirúrgico por uma destas modalidades: eletrocauterização ou
eletrofulguração, que consiste em queimar as lesões ou a exerése das lesões que
serão mandadas para exame anatomopatológico, fazendo-se assim a biópsia e o
tratamento ao mesmo tempo. Muitas vezes os dois métodos são utilizados em
conjunto, nas lesões extensas. A cauterização química com ácidos orgânicos que
também queimam as lesões, têm uma série de contra-indicações e complicações
que me levaram a quase descartá-lo para uso rotineiro.




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O cliente com condilomatose deve ser alertado para a possibilidade de recidivas
após os tratamentos, como se lesões latentes esperassem a hora certa para
aparecer. Não raro estes clientes terão repetidas sessões de terapia. Também é
importante salientar que no homem o condiloma é apenas uma lesão
esteticamente feia, mas na mulher é precursor do câncer de colo do útero, uma
doença grave. Portanto, tratar o homem é prevenir uma complicação séria para a
mulher. Nestes casos, frequentemente recebemos o homem para penoscopia por
solicitação do ginecologista da esposa, que diagnosticou displasia do colo de útero
e suspeita de condiloma como agente causador.




Herpes
Os vírus herpes simples (VHS) tipo 1 e tipo 2 são ambos da família herpesvirus
humanos, a qual ainda inclui o citomegalovírus, o Epstein-Barr vírus, varicela
zoster vírus e herpesvirus humanos específicos (Kaposi). A principal característica
dos herpesvírus é a de produzir infecções latentes, potencialmente recorrentes. A
latência se desenvolve a partir da sobrevivência do material genético do vírus
dentro de células hospedeiras, sem produção de partículas infectantes

A infecção genital pelo VHS é adquirida a partir do contato de superfícies cutâneas
(pele) ou mucosas genitais com os vírus infectantes. Sendo um parasita celular
obrigatório (é desativado pela perda de umidade à temperatura ambiente), é
pouco provável que se transmita por aerossol (gotas microscópicas) ou fômites
(peças de vestuário íntimo, assento do vaso sanitário, papel higiênico, etc.), sendo
o contato sexual, orogenital ou genito-anal e gênito-genital, o modo habitual de
transmissão.

Acredita-se, a exemplo de outras infecções genitais, que o VHS penetre no corpo
humano por pequenas escoriações (raspados) ou fissuras na pele ou mucosas,
resultante do ato sexual. Após sua infecção, o VHS é transportado através dos


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neurônios (nervos), com isto podendo variar seus locais de recidiva. Na infecção
inicial a gravidade das lesões será diretamente proporcional à imunidade da
pessoa, disto também dependerá a freqüência e gravidade das recidivas. A
pessoa que teve infecção anterior pelo VHS oral poderá ter uma infecção pelo
VHS genital atenuada (menos grave) pela presença de anticorpos cruzados.

Não existe até o presente momento, cura para qualquer tipo de herpes. Todo o
tratamento proposto visa aumentar os períodos de latência em meses e até anos.
A partir de diagnóstico clínico e laboratorial, medidas higiênicas devem ser
tomadas para o indivíduo e sua/seus parceiros sexuais. Em mulheres grávidas,
maiores cuidados em relação ao feto devem ser adotados, mesmo que o
diagnóstico não tenha sido na gestante e sim no seu parceiro sexual. Este,
infectado, deve evitar o coito durante a gravidez ou fazê-lo de modo seguro.

Como adquiri isto ? Pergunta freqüente de consultório, sempre implicando
em "infidelidade". Esta pode estar presente, sem dúvida, mas grande parte dos
infectados é assintomático até sua primeira crise herpética, num intervalo que
pode ser de muito tempo e depois de vários relacionamentos amorosos.

Lembro aqui que o perigo maior de contágio está nas lesões por recorrência
quando então o indivíduo deve se proteger para não transmitir durante a atividade
sexual.

Fatores que baixam a imunidade, como gripes ou resfriados e o stress podem
contribuir para tornar as recidivas mais freqüentes. Por isto pacientes aidéticos
podem ser cronicamente molestados por esta doença. Não há evidências médicas
de relação do herpes com qualquer tipo de câncer humano.




Uretrites



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É a designação genérica para processos inflamatórios ou infecciosos da uretra
(canal que conduz a urina da bexiga para o meio externo, ao urinarmos) masculina
e feminina. Os sintomas da uretrite compreendem: a descarga uretral (secreção)
que varia de acordo com o agente etiológico, desconforto urinário sob forma de
ardência e/ou dor para urinar e às vezes sensação de "coceira" na parte terminal
da uretra (perto do meato urinário na glande peniana). Estes três principais
sintomas podem variar de intensidade de acordo com a doença.

As uretrites inflamatórias (sem a participação de germes), em grande parte, são
originadas pelo trauma externo, como por exemplo o hábito de ordenhar a a uretra
após urinar, ou hábito masturbatório, lembrando aqui que a uretra é uma estrutura
bastante superficial e sensível. O trauma interno, como aquele que ocorre após
manipulação com instrumentos ou sondas, também pode originar uma uretrite
inflamatória, que deverá receber tratamento sintomático adequado.

As uretrites infecciosas são doenças sexualmente transmissíveis (DST), que é o
nome atualmente aceito para as antigas doenças venéreas, termo este
empregado no passado, quando blenorragia (gonorréia) e sífilis dominavam o
cenário das DST. Ainda deste conceito temos a classificação das uretrites
infecciosas, como uretrite gonocócica e não-gonocócica. A gonocócica, como diz o
termo, é a causada pelo gonococo (N. gonorrhoeae) e as não-gonocócicas são
mais comumente causadas por um dos germes a seguir: clamidia, micoplasma e
ureaplasma. A uretrite gonocócica produz extremo desconforto uretral, com dor,
ardor, urgência urinária e secreção abundante, esverdeada, que suja a roupa
íntima do(a) portador(a). Já as demais uretrites, podem ter sintomatologia
escassa, com pouca ou nenhuma secreção no início da doença. Um dos sintomas
mais comuns, é o misto de ardência para urinar com coceira após urinar. Na
suspeita deste tipo de uretrite, devem ser realizados exames laboratoriais para se
tentar descobrir o germe responsável. Uma história detalhada e um exame físico
minucioso devem ser realizados.




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Muitas uretrites inadequadamente tratadas podem evoluir para complicações mais
sérias, como uma cervicite e doença inflamatória pélvica na mulher ou orquite,
epididimite ou prostatite no homem. Na maior parte das vezes o urologista vai
preferir tratar o casal, mesmo que o(a) parceiro(a) não apresente sintomas
importantes. Como sequelas das complicações das uretrites mal conduzidas,
podemos citar infertilidade e as estenoses de uretra.




Candidíase
É a infecção causada pela Cândida albicans, e não é obrigatoriamente uma DST.
No homem, balanopostite ou postite por cândida e na mulher, vaginite ou cervicite
por cândida. É um fungo que habita normalmente nosso organismo, tendo a
função de saprófita (alimenta-se de restos celulares) no aparelho genital. Como
qualquer outra micose, gosta de ambientes quentes e úmidos, como a vagina e o
prepúcio. No homem, o microtraumatismo peniano que resulta de uma relação
sexual pode ser o suficiente para desencadear o processo de instalação de uma
balanopostite por cândida, que com certeza vai incomodar seu portador. Surge já
nas primeira horas uma ardência ao contato com secreção vaginal ou à própria
urina, bem como a pele torna-se avermelhada, brilhante e friável (descama com
facilidade ao toque) com um prurido (coceira) intensa. Na mulher, o sintoma mais
importante é o prurido vaginal ou dos lábios da vulva, seguido ou não por
secreção vaginal (corrimento) branco. No período menstrual, como há intensa
descamação do endométrio e perda de sangue (células mortas), há um aumento
da população da cândida ( e outros saprófitas), pois há uma quantidade maior de
restos celulares a serem removidos do organismo. Também, o uso prolongado de
antibióticos, que não agem sobre os fungos, pode fazer uma seleção destes,
aumentando sua população no organismo (por exemplo, sapinho). O contato
sexual nestes dias pode resultar em candidíase em ambos os sexos. A excessiva
população de cândida acidifica ainda mais o ph vaginal, que é o que causa a dor e
a ardência genital em ambos os sexos.




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A queixa pode surgir de qualquer dos sexos e como dito acima, é a cândida uma
habitante normal de nosso organismo, desde que não nos agrida. Portanto, não há
a menor possibilidade de erradicá-la definitivamente, uma vez que a adquiriremos
novamente horas após, pela dieta, pelo ambiente, convívio social, sexual, etc. O
tratamento visa principalmente alívio para os sintomas e diminuir a população do
fungo a uma quantidade que não agrida nosso organismo. O tratamento do casal
é imperativo e medidas higiênicas adequadas devem ser adotadas para seu
controle efetivo.

Em alguns homens portadores de diabetes, pode ser necessária a remoção
cirúrgica do prepúcio (circuncisão), como uma medida profilática à balanopostite
por cândida. Ainda, o uso inadequado de absorventes ou duchas vaginais
possuem papel importante na recidiva da candidíase da mulher.




Cancro

Também conhecido por cancróide, é uma DST aguda e contagiosa, que se
caracteriza por lesões genitais ulceradas e dolorosas que evoluem com a
supuração (saída de pus) dos linfonodos (gânglios) inguinais.

É causada pelo Hemophilus ducreyi e o período de incubação é de 3 a 7 dias após
o contato sexual suspeito. Pequenas lesões avermelhadas e elevadas (pápulas)
se rompem e tornam-se úlceras rasas, com as bordas macias e com anel
avermelhado ao redor. Tais úlceras variam de tamanho e podem se agrupar
(coalescentes), formando uma lesão maior, intensamente dolorosa.

Os linfonodos inguinais se tornam dolorosos, aumentados de tamanho e
agrupados (bubão), sendo facilmente palpáveis. Forma-se aí o abscesso que pode
drenar através da pele da virilha.



SIfilis

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Doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum e normalmente
transmitida através do contato sexual ou pelo beijo. A infecção através de objetos
contaminados é bastante rara, pois a bactéria morre em contato com o ar. Um feto
carregado por uma portadora de sífilis pode contrair a doença, condição
denominada de sífilis congênita.

Histórico
Acredita-se que a sífilis foi introduzida na Europa em 1493 por um grupo de
marinheiros retornando da primeira expedição de Cristovão Colombo à America.
Já no século XVI, a sífilis tornou-se a maior epidemia pública. O aspirilo,
responsável pela doença, foi descoberto somente em 1905, pelo zoologista
alemão Fritz Schaudinn. Em 1906 o bacteriologista alemão August vom
Wassermann desenvolveu o primeiro exame de sangue para diagnosticar a
doença. Em 1909 outro bacteriologista alemão, Paul Ehrlich, desenvolveu o
primeiro tratamento efetivo. Em 1943 a penicilina mostrou-se bastante efetiva no
combate à sífilis e até hoje continua sendo o medicamento preferido para o
tratamento dessa doença.

Intensos programas de saúde pública reduziram o número de casos reportados
nos Estados Unidos de 160.000 (1947) para 25.000 (1975), porém o número
cresceu para mais de 39.000 em 1988. Durante a década de 70, a maioria dos
casos de sífilis em homens ocorreu em homossexuais, entretanto o aumento no
número de casos durante a década de 80 aparenta ser em indivíduos
heterossexuais. Este fato aumenta a incidência da sífilis congênita, que causa um
grande índice de mortalidade infantil. Pessoas portadoras de AIDS (SIDA) têm
maiores chances de desenvolver sérias formas de sífilis e a sofrerem recaídas
após tratamentos que normalmente curam a doença.

Estágios e Sintomas
O primeiro estágio da sífilis é caracterizado por uma pequena lesão, que aparece
na região de contágio, de três a seis semanas após a contração. Os fluidos


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oriundos dessa lesão são extremamente infecciosos. Em um segundo estágio, que
manifesta-se cerca de seis semanas mais tarde, ocorre um repentino
aparecimento de lesões. Úlceras doloridas desenvolvem-se na boca, assim como
em várias regiões do corpo; lesões em forma de pequenas protuberâncias,
também altamente infecciosas, podem aparecer na região genital; dores de
cabeça, febre e inchamento das glândulas linfáticas são, algumas vezes,
observados. Estes sintomas normalmente desaparecem de 3 a 12 semanas. A
doença entra então em um estágio latente não apresentando sintomas externos,
porém as inflamações podem instalar-se em órgãos internos. Este estágio latente
pode durar de 20 à 30 dias. Em 75% dos casos não ocorrem outros sintomas além
dos já mencionados; entretanto, quando o estágio final ocorre (sífilis terceira),
nódulos enrijecidos podem se desenvolver em tecidos sob a pele, nos tecidos
mucosos e nos órgãos internos. Os ossos são freqüentemente afetados, assim
como o fígado, os rins e outros órgãos viscerais. Infecção do coração e dos
principais vasos sanguíneos ocorrem em casos terminais. Em aproximadamente
15% dos casos de sífilis terceira ocorre o que é chamado neurosífilis,
representado pela perda do controle urinário, degeneração dos reflexos e perda
da coordenação muscular, que pode levar à paralisia. Durante este estágio,
infecções no trato urinário podem, em uma gravidez, levar ao aborto ou ao
nascimento de uma criança portadora de sífilis congênita. Crianças afetadas
normalmente apresentam sinais típicos como: testa grande, nariz seliforme e
dentes mal formados. Perto da segunda década da vida, tais crianças podem
apresentar deterioração no sistema nervoso central.



A sífilis é detectada através dos sintomas de um dos vários testes de sangue ou
de fluido da coluna espinhal. A droga mais usada no tratamento é a penicilina
benzatina que é ministrada em duas injeções separadas por uma semana de
intervalo. Quando se trata de neurosífilis, o antibiótico é ministrado três vezes por
semana.
O controle da sífilis inclui localizar as pessoas que tiveram contato sexual com



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portadores e tratar aquelas cujo contato se deu durante o período de
contaminação. O uso da camisinha oferece alguma proteção contra a sífilis.




Aids (sida)



Síndrome da deficiência imunológica adquirida é uma condição que resulta na
supressão do sistema imune relacionada à infecção pelo vírus HIV (Human
Immunodeficiency Virus). Uma pessoa infectada com o vírus HIV perde
gradativamente a função imune de algumas células imunológicas denominadas
CD4 linfócitos-T ou CD4 células-T, tornando a pessoa infectada vulnerável à
pneumonia, infecções fúngicas e outras enfermidades comuns. Com a perda da
função imune, uma síndrome clínica (um grupo de várias enfermidades que, em
conjunto, caracterizam a doença) se desenvolve com o passar do tempo e
eventualmente pode causar a morte devido a uma infecção oportunista (infecções
por organismos que normalmente não causam mal algum, exceto em pessoas que
estão com o sistema imunológico bastante enfraquecido) ou um câncer.

Histórico
Durante o início dos anos 80 se observou um grande número de mortes causadas
por infecções oportunistas em homens homossexuais que, apesar de tal infecção,
eram pessoas saudáveis. Até então estas infecções oportunistas causavam morte
normalmente em pacientes que receberam órgãos transplantados e estavam
recebendo medicamento para suprimir a resposta imune.

Em 1983, Luc Montaigner, um francês especialista em câncer, juntamente com
outros cientistas do Instituto Pasteur em Paris, isolaram o que parecia ser um novo
retrovírus humano (um tipo especial de vírus que se reproduz de maneira
diferente) de uma glândula (nódulo) linfática de um homem sob risco de AIDS.
Simultaneamente cientistas norte americanos liderados por Robert Gallo,
trabalhando no Instituto Nacional do Câncer em Bethesda (Maryland) e o grupo


                                                                               100
liderado pelo virologista norte americano Jay Levy de San Francisco isolaram o
retrovírus de pessoas com AIDS e também daquelas que tinham contato com
portadores da doença. Os três grupos de cientistas isolaram o que hoje se
conhece como vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus que causa a AIDS.
A infecção por este vírus não significa necessariamente que a pessoa tenha AIDS,
porém erroneamente costuma-se dizer que a pessoa HIV-positiva tem AIDS. De
fato, um indivíduo HIV-positivo pode permanecer por mais de 10 anos sem
desenvolver nenhum dos sintomas clínicos que diagnosticam a doença.

Em 1996 estimou-se que 22,6 milhões de pessoas no mundo estavam vivendo
com o HIV ou com a AIDS, dos quais 21,8 milhões eram adultos e 380.000
crianças. A Organização Mundial da Saúde estimou que no período entre 1981,
quando o primeiro caso de AIDS foi diagnosticado, e em 1996 mais de 8,4 milhões
de adultos e crianças desenvolveram a doença. Estimou-se também que no
mesmo período 6,4 milhões de mortes foram causadas pelo vírus HIV.




                                                                            101
Métodos anticoncepcionais


Qualquer outra definição para explicar o que são métodos anticoncepcionais não
abrangeria sua verdadeira utilidade: eles servem para evitar uma gravidez.

Não há como classificar o melhor método, pois o melhor é aquele que a mulher e
seu parceiro confiam e também que não exista contra-indicações ao seu uso.

Por isso é sempre bom saber quais são os métodos existentes e procurar se
adequar a algum deles - sempre acompanhado de uma orientação médica.

Existe cinco métodos:

Comportamentais ou de abstinência periódica:
      são aqueles que identificam o período fértil, para se ter relações nesse
      período.

            •   Tabelinha
            •   Método de Billings ou da ovulação

Barreira:
      são aqueles que não deixam os espermatozóides subirem através do colo
      do útero.

            •

                Camisinha
            •   Diafragma
            •   Espermicidas

Hormonais:
      são aqueles que possuem substâncias que produzem algumas alterações
      no aparelho genital da mulher. Sua atuação é principalmente a nível de
      ovário, trompas, endométrio e muco.


                                                                             102
•    Pílulas
         •    Injetáveis

Intra-uterinos:
      colocação de um aparelho que fica dentro do útero.

         •    DIU

Cirúrgicos:
      operações que são feitas tanto no homem quanto na mulher para
      interromper definitivamente a capacidade reprodutiva.

         •    Vasectomia
         •    Ligadura de Trompas




                                                                103
Jogos Panamericanos

Os Jogos Pan-americanos, são um evento multidesportivo, que tem como base
os Jogos Olímpicos e organizados pela ODEPA. Funcionam como uma versão
das Olimpíadas modernas onde participam os países do continente americano.
Nos Jogos, são disputados esportes incluídos no Programa Olímpico e outros não
disputados em Olimpíadas. Acontecem a cada quatro anos e tradicionalmente
seguem um rodízio entre as três regiões do continente: América do Sul, Central e
do Norte. A primeira edição foi realizada em Buenos Aires, capital da Argentina,
em 1951.

História Jogos Pan-Americanos

Representantes de diversos países da America Latina após as Olimpíadas de
1932 propuseram uma espécie de "Competição Regional" só para as Américas.
Nessa época já existiam os Jogos Abertos da América Central e seus dois últimos
eventos tinham sido no México em 1926 e em 1930 na Cuba socialista. A história
segue até 1938 quando a região do Caribe começa a participar da competição.
Após essa inclusão (e também dos Estados Unidos no ano de 1944), todos os
outros países da América quiseram competir. Foi então que o ex-presidente
argentino Roberto Marcelino Ortiz, fundou o Congresso Panamericano de
Esportes (Pan American Sports Congress) em Buenos Aires, Argentina, em
Agosto de 1940. Ficou convencionado que Buenos Aires seria onde realizariam o
primeiro Jogos Pan-americanos em 1942. Isso acabou não acontecendo em
decorrência da Segunda Guerra Mundial que durou de 1939 até 1946. Com o
término da segunda grande guerra, e a volta ao período de paz, alinha-se com
isso, um amplo crescimento econômico (em vários países da América) em razão
das exportações crescentes para a Europa destrída pela guerra. Em virtude de
tudo isso que durante o período compreendido entre 8 e 15 de Agosto de 1948,
em Londres, Inglaterra, aconteceu o Segundo Congresso Pan-americanos (II Pan
American Congress). O Congresso delibera novamente sobre a Ata inicial dos




                                                                            104
jogos e decidem que em 25 de Fevereiro de 1951 a cidade de Buenos Aires iria
sediar o primeiro Jogos Pan-americanos.

Modalidades

  •   Atletismo             •   Ginástica Artística      •   Squash
  •   Badminton             •   Ginástica Ritmica        •   Natação
  •   Basebol               •   Trampolim                •   Nado sincronizado
  •   Basquetebol               Acrobático               •   Tênis de mesa
  •   Boliche               •   Hóquei em Campo          •   Taekwondo
  •   Boxe                  •   Handebol                 •   Tênis
  •   Canoagem              •   Judô                     •   Triatlo
  •   Ciclismo              •   Karatê                   •   Vôlei
  •   Salto ornamental      •   Pentatlo moderno         •   Vôlei de Praia
  •   Hipismo               •   Patinação        sobre   •   Pólo aquático
  •   Esgrima                   rodas                    •   Levantamento        de
  •   Futebol               •   Remo                         peso
                            •   Vela                     •   Luta greco-romana
  •   Futsal
                            •   Tiro esportivo           •   Luta Livre
                            •   Tiro com Arco            •   Esqui aquático

                            •   Softbol                  •   Maratonas
                                                             Aquáticas




-Número total de medalhas dos países



Contagem de medalhas dos Jogos Pan-Americanos de todos os
tempos


Pos      País                                                                 Total


                                                                                105
1           Estados Unidos                 1651       1207       821   3679


2           Cuba                           722        496        440   1658


3           Canadá                         309        503        627   1439


4           Argentina                      247        263        330   840


5           Brasil                         187        243        336   766


6           México                         139        193        378   710


7           Venezuela                      61         133        189   383


8           Colômbia                       43         89         149   281


9           Chile                          31         65         99    195


10          Porto Rico                     18         66         101   185


11          Jamaica                        18         28         58    104




-Sedes Anteriores


1951 - Buenos Aires (Argentina) - 25 de fevereiro a 9 de março
2.513 atletas, 21 países, 18 esportes



                                                                        106
1955 - Cidade do México (México) - 12 a 26 de março
2.583 atletas, 22 países, 17 esportes


1959 - Chicago (Estados Unidos) - 27 de agosto a 7 de setembro
2.263 atletas, 25 países, 18 esportes


1963 - São Paulo (Brasil) - 20 de abril a 5 de maio
1.665 atletas, 22 países, 19 esportes


1967 - Winnipeg (Canadá) - 24 de julho a 6 de agosto
2.361 atletas, 29 países, 18 esportes


1971 - Cáli (Colômbia) - 25 de julho a 8 de agosto
2.935 atletas, 32 países, 18 esportes


1975 - Cidade do México (México) - 12 a 25 de outubro
3.146 atletas, 33 países, 18 esportes


1979 - San Juan (Porto Rico) - 1º a 15 de julho
3.700 atletas, 34 países, 22 esportes


1983 - Caracas (Venezuela) - 14 a 29 de agosto
3.426 atletas, 36 países, 23 esportes


1987 - Indianápolis (Estados Unidos) - 7 a 23 de agosto
4.453 atletas, 38 países, 27 esportes


1991 - Havana (Cuba) - 8 a 18 de agosto
4.519 atletas, 39 países, 26 esportes




                                                                 107
1995 - Mar del Plata (Argentina) - 11 a 26 de março
5.144 atletas, 42 países, 34 esportes


1999 - Winnipeg (Canadá) - 23 de julho a 8 de agosto
5.000 atletas, 42 países, 34 esportes


2003 - Santo Domingo (República Dominicana) - 1 a 17 de agosto
5.500 atletas, 42 países, 35 esportes


2007 - RIO DE JANEIRO (BRASIL)
13 a 29 de julho
5.662 atletas*, 42 países, 37 esportes

2011 - Guadalajara (México) - 1 a 17 de agosto
6003 atletas, 42 países, 40 esportes


2015 - Santo Domingo (República Dominicana) - 1 a 17 de agosto
5.500 atletas, 42 países, 35 esportes


Jogos Panamericanos-Rio-2007
       Os Jogos Pan-Americanos de 2007, oficialmente denominados XV Jogos Pan-
Americanos, foram um evento multiesportivo realizado em julho na cidade do Rio de
Janeiro, no Brasil. Durante os dezessete dias de competição, 5633 atletas de 42 países
competiram em 332 eventos de 47 modalidades.




                                                                                         108
Os Jogos Pan-Americanos de 2007, oficialmente denominados XV Jogos Pan-
Americanos, foram um evento multiesportivo realizado em julho na cidade do Rio
de Janeiro, no Brasil. Durante os dezessete dias de competição, 5633 atletas de
42 países competiram em 332 eventos de 47 modalidades. [1]

O Rio de Janeiro foi eleito sede dos Jogos em 2002, vencendo a cidade de San
Antonio, nos Estados Unidos. Nos cinco anos de preparação, diversos locais de
competição foram construídos ou reformados e mais de vinte mil voluntários foram
convocados para trabalhar no evento principal e em eventos preparatórios. Ações
como a escolha do nome da mascote e o revezamento da Tocha Pan-Americana
foram feitas para envolver todo o país na realização do Pan. [2]

Os Jogos do Rio de Janeiro criaram uma nova perspectiva e definiram novos
marcos para os Jogos Pan-Americanos. Considerada uma competição olímpica de
nível organizado, esta edição foi a mais cara na história do evento, com um
orçamento de 2 bilhões de dólares. Os meios de comunicação relataram um
interesse do público sem precedentes nos Jogos, com o maior de atendimento ao
público e maior audiência de televisão na história do Pan-Americano. Os jogos
foram transmitidos em alta definição e todas as instalações esportivas estavam
localizadas dentro dos limites da cidade de acolhimento.

Esta edição do Pan foi marcada por atrasos nas obras, como também por
polêmicas envolvendo a postura dos torcedores, que vaiaram o presidente Lula na
cerimônia de abertura e atletas estrangeiros durante todo o evento, e pela
deserção de quatro membros da delegação de Cuba. Durante o período do Pan
também ocorreu o acidente com o Voo TAM 3054 em São Paulo, tendo sido
decretado luto oficial pelo governo federal e pela ODEPA.




                                                                             109
Dentro dos locais de competição, o Rio de Janeiro viu as conquistas da primeira
medalha de Granada e do primeiro ouro de Antígua e Barbuda e El Salvador, os
feitos de Thiago Pereira, o maior medalhista em uma única edição do Pan, e a
vitória do Brasil no futebol feminino em um



Baseada nos movimentos do esporte aliados ao arrojo do vôo, a logomarca traz
um pássaro como ponto de partida para retratar os recortes da paisagem da
cidade, em especial o Pão de Açúcar. A repetição deste elemento, com cores,
tamanhos e posições diferentes, representa a reunião das várias culturas das
Américas, irmanadas e integradas. Já a tipologia do nome “RIO 2007” tem a
modernidade da linguagem digital dos cronômetros e placares.




CAUÊ - O Rio de Janeiro é famoso internacionalmente pela beleza de suas praias,
freqüentada por banhistas em busca de sol. Nada mais adequado do que escolher
o astro-rei como símbolo dos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007, o que faz do
evento o primeiro a não ter um animal como mascote. Amante da natureza, o
solzinho Cauê lança seus raios sobre todos os participantes da competição,
passando uma mensagem de paz, respeito ao meio ambiente, amizade e
confraternização, valores intrínsecos ao movimento olímpico.


A palavra “Cauê” – escolhida para batizar a mascote em uma votação popular –
vem da língua indígena tupi e é um nome próprio. Possivelmente, foi derivado de
“auê”, uma saudação tupi que significa “salve!”. Em dicionários de nome próprios,
significa “homem bondoso que age com inteligência”. Alguns escritores afirmam
ainda que cauê é uma bebida tupi (kawi), que teria o poder de conferir poderes de
bondade e sabedoria a quem a ingerisse, segundo a crença indígena




                                                                               110
Eleição do Rio de Janeiro para os Jogos Pan-Americanos 2007

A escolha da cidade do Rio de Janeiro para a realização dos Jogos Pan-
Americanos 2007 aconteceu no dia 24 de agosto de 2002 na Cidade do
México. A adversária do Rio de Janeiro foi San Antonio, cidade americana do
estado do Texas, a qual ofereceu uma forte estrutura para receber os Jogos
Pan-Americanos. A edição dos Jogos Pan-Americanos na cidade do Rio de
Janeiro acontecerá de 13 a 29 de Julho.




Legado
Receber uma edição dos Jogos Pan-americanos é muito mais do que realizar uma
megacompetição esportiva. Para a cidade, o estado e o país que a organizam, e
mesmo para o continente americano, é realizar um evento que promove
mudanças sócio-econômicas profundas que ficarão para sempre. Os Jogos
mudam definitivamente a sua sede. Basta ver o que aconteceu com a capital sul-
coreana Seul e a cidade espanhola de Barcelona, revitalizadas em diversos
aspectos após os Jogos Olímpicos de 1988 e 1992. Com o RIO 2007, é possível
ver mudanças no cenário mesmo antes do início das competições.


A vitória do Rio na disputa pela sede dos Jogos Pan-Americanos representou uma
elevação do grau de credibilidade internacional de uma cidade brasileira sobre sua
capacidade de promover grandes eventos internacionais. Tanto que, após a
confirmação da realização dos Jogos, o Rio conquistou o direito de
receber Campeonatos Mundiais. Ainda na área esportiva, houve a construção do
Estádio Olímpico João Havelange, do Complexo Esportivo de Deodoro e do
Complexo Cidade dos Esportes, no Autódromo, e a reforma do Complexo
Esportivo do Maracanã e do Estádio de Remo da Lagoa. Além disso, foram


                                                                              111
importados equipamentos esportivos para 29 modalidades. São benefícios que
ficarão à disposição dos atletas e dos fãs do esporte mesmo depois dos Jogos.


Do ponto de vista da economia e da infra-estrutura, houve aumento na geração de
empregos na construção civil e no setor de turismo; obras de ampliação e
reformas de ruas, de estações de trem e do aeroporto Santos Dumont; instalação
de câmeras de monitoramento para controle de tráfego; e a remodelação dos
quiosques da orla de Copacabana. Com isso, novos eventos são programados
para a cidade, o comércio se expande e mais investimentos acontecem. O turismo
ganha força com a construção de hotéis e melhora da infra-estrutura da cidade,
ajudando na consolidação do Rio como líder desse setor na América Latina.
Juntos, o programa de voluntários para o RIO 2007 e a criação desses empregos
levam à capacitação de uma mão-de-obra qualificada em diferentes áreas,
especialmente no atendimento ao visitante estrangeiro


No setor de segurança pública, foi consolidada a atuação da Força Nacional de
Segurança e promovida a integração de ações pelas forças de segurança,
conforme estabelecido no Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Houve
ainda o investimento de R$ 562 milhões, aplicados na capacitação de agentes e
cães farejadores e na compra de equipamentos como viaturas, aeronaves, rádios
digitais e armamentos letais e não letais, que continuarão sendo utilizados depois
dos Jogos. Além disso, foram criados projetos para integração social, tal como o
treinamento de moradores de comunidades carentes para atuarem como
brigadistas socorristas, operando em conjunto com órgãos de segurança pública
no RIO 2007 e adquirindo o currículo mínimo para o curso de formação de
bombeiro civil, ou como guias cívicos, fazendo parte da organização dos Jogos e
se habilitando para trabalhar futuramente na área de turismo.


Ao longo do período de preparação e durante sua disputa, os Jogos irão estreitar
os laços do Rio de Janeiro e do Brasil com os países da América, além de dar
experiência à cidade na condução de acontecimentos desse porte. O Rio será



                                                                                 112
exibido mundialmente como uma cidade com capacidade de organização e dona
de uma riqueza esportiva, artística, cultural e natural.


Enfim, obras, reformas e desenvolvimento de políticas ficam como um importante
patrimônio para a cidade, para o estado e para o país, servindo ao
desenvolvimento do esporte, à descoberta de novos talentos e à formação de um
corpo técnico e de centros de excelência. Tudo isso causa uma modificação na
infra-estrutura urbana, já que as adjacências das instalações dos Jogos também
receberam melhorias. Uma importante evolução será sentida ainda em setores
como tecnologia, telecomunicações e medicina especializada em esporte.


E, acima de tudo, ficará a memória de um momento especial, quando foram
reunidos atletas de todas as Américas para uma confraternização histórica em
torno dos valores do esporte.



Alegria em Participar
O slogan dos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007 é "Viva Essa Energia!",
inspirado no primeiro dos quatro valores olímpicos: "Alegria em Participar",
"Esperança", "Sonhos e Inspiração" e "Amizade e Fair Play". Assim, o RIO 2007
tem como conceito fundamental a integração da comunidade em torno dos Jogos.
Todo o país está se envolvendo com o evento, seja esgotando os ingressos
postos à venda, decorando ruas, fazendo trabalho voluntário para a organização
ou comprando produtos oficiais. Cauê, mascote dos Jogos, já pode ser visto em
todos os cantos, em camisas, vitrines e, agora, também em seu computador.




Resumo do Pan do Rio de Janeiro




                                                                               113
RIO DE JANEIRO, 30 de junho - Encerrados os XV Jogos Pan-americanos Rio
2007, uma análise dos resultados revela a evolução esportiva de vários países.
Um dos exemplos de ascensão é o Brasil. Os anfitriões subiram ao pódio 161
vezes, sendo 54 no degrau mais alto. Nunca os brasileiros tinham conseguido
tantos ouros em um Pan-americano. O Brasil foi o segundo colocado em números
de medalhas, atrás apenas dos americanos, que conquistaram 237 (97 de ouro,
88 de prata e 52 de bronze). Mas a segunda posição no quadro geral ficou com
Cuba, que levou cinco ouros a mais do que o país-sede. Em São Paulo 1963, o
Brasil conseguiu a segunda posição geral nos Jogos, mas naquela edição, os
brasileiros ganharam 14 de ouro, 20 de prata e 18 de bronze.

Com o bom desempenho no RIO 2007, o Brasil subiu para o quarto lugar na
classificação geral dos Jogos, superando a Argentina. De uma desvantagem de 30
medalhas de ouros em relação à nação vizinha antes da competição, o país-sede
dos Jogos passa a ter 13 medalhas douradas a mais e um total de 901, contra 899
dos argentinos.

O nadador brasileiro Thiago Pereira foi o maior vencedor dos Jogos, com oito
medalhas (seis de ouro, uma da prata e outra de bronze). Com o ótimo
desempenho no Parque Aquático Maria Lenk, Thiago se tornou o recordista
brasileiro de vitórias em uma edição dos Jogos, superando o também nadador
Fernando Scherer (quatro em Winnipeg 99).
Outro país que deu um importante salto no quadro de medalhas foi o Chile. Se em
2003 os chilenos conquistaram apenas duas medalhas de ouro e terminaram o
Pan-americano em décimo terceiro lugar, no RIO 2007 os atletas do Chile
venceram seis competições e fecharam os Jogos na décima posição.

A Colômbia também subiu na classificação final. Oitavos colocados em Santo
Domingo, com 11 medalhas de ouro, oito de prata e 24 de bronze, os colombianos
ultrapassaram argentinos e venezuelanos e terminaram em sexto lugar no Rio de
Janeiro, com 14 de ouro, 21 de prata e 13 de bronze. Foi o melhor desempenho
da Colômbia nos Jogos.

Também celebram as suas melhores participações em pan-americanos El
Salvador, Granada e Antígua e Barbuda. Os salvadorenhos fizeram bonito. Na
marcha atlética 20km, Cristina Lopez ganhou o primeiro ouro do país em uma
edição dos Jogos. O país conquistou ainda três medalhas de prata e seis de
bronze. Até o RIO 2007, El Salvador tinha obtido nove medalhas nos Jogos, sendo
três de prata e seis de bronze.

Antígua e Barbuda foi outro país a comemorar seu primeiro ouro pan-americano.
Brendan Christian venceu os 200 metros rasos e levou a medalha. O país, que
conseguira apenas um bronze nos Jogos, em Mar del Plata 1995, ainda fez festa
para outras duas medalhas: os bronzes de James Grayman no salto em altura e
do já herói Brendan Christian nos 100 metros rasos.



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Já Granada festejou a terceira colocação de Sherry Fletcher nos 200 metros rasos
feminino. Foi a primeira medalha do país na história dos Jogos.

Outro número que chama a atenção é o de medalhas de ouro conquistadas pela
delegação dos Estados Unidos. Apesar da folgada vitória, com 97 ouros e 237
medalhas, pela primeira vez, desde os Jogos da Cidade do México 1955, os
americanos não conseguiram atingir a marca de 100 medalhas de ouro em uma
edição de Pan-americano. Naquela ocasião, a delegação dos Estados Unidos
subiu 81 vezes ao lugar mais alto do pódio.

Outro país que leva do RIO 2007 menos ouros do que o costume é Cuba. A
delegação cubana conseguiu 59 ouros, 13 a menos do que em Santo Domingo
2003 e 11 a menos do que em Winnipeg 1999. Nos últimos 25 anos, somente em
1975, quando a Cidade do México recebeu os Jogos Pan-americanos pela
segunda vez, a ilha caribenha conseguiu um número menor de triunfos (56).

Anfitriões dos próximos Jogos (Guadalajara 2011), os mexicanos tiveram, no RIO
2007, um desempenho semelhante ao obtido em Santo Domingo 2003. Há quatro
anos, os mexicanos terminaram em quinto lugar no quadro geral de medalhas,
com 20 de ouro, 27 de prata e 32 de bronze, num total de 79. No Rio de Janeiro, a
colocação final foi a mesma, mas, desta vez, o México conseguiu 18 de ouro, 24
de prata e 31 de bronze, num total de 73 medalhas.

Embora com um número menor de medalhas, a República Dominicana, país-sede
dos XIV Jogos, manteve a colocação de 2003: nono lugar. Quando receberam os
Jogos, os dominicanos conquistaram 41 medalhas, sendo dez de ouro. Em 2007,
o país somou 29 medalhas, sendo seis de ouro. Antes de receber os Jogos em
2003, os dominicanos registravam apenas três ouros pan-americanos em sua
história.

Dez países saíram do RIO 2007 sem medalha: Aruba, Belize, Bermudas, Bolívia,
Costa Rica, Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas, São Vicente & Granadinas,
Suriname e São Cristóvão & Neves.



Brasil comemora recorde de medalhas nos Jogos

RIO DE JANEIRO, 29 de julho - O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) comemorou o
desempenho da delegação do país-sede nos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007,
que superou as objetivos traçados pela entidade. Em entrevista coletiva aos
jornalistas, neste domingo, dia 29, o comitê fez um balanço do desempenho do
país, que conseguiu este ano a sua melhor participação na história da competição,
com 54 medalhas de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. A equipe ficou em terceiro


                                                                               115
lugar no quadro de medalhas, ganhando uma posição em relação de Santo
Domingo 2003. A delegação conseguiu um total de 161 medalhas, atrás apenas
do Estados Unidos (237).


No número de medalhas de ouro, o Brasil conseguiu um aumento de 116% em
relação aos Jogos Pan-americanos de Winnipeg 1999 e de 86% aos de Santo
Domingo 2003. Dos 660 atletas que representaram o país, 315 (48%)
conseguiram medalhas no RIO 2007. O aproveitamento nas modalidades foi
maior. Nas 47 disputadas nos Jogos, o Brasil obteve medalhas em 41 (88%).


“Este resultado pode ter sido surpresa para muitas pessoas, porém para nós, do
Comitê Olímpico Brasileiro, e para as Confederações, a participação do Brasil no
RIO 2007 reflete o planejamento e a execução proporcionada pelo primeiro ciclo
pan-americano completo com os recursos da Lei Agnelo Piva”, avaliou o
presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
O Chefe da Missão Brasileira, Marcus Vinicius Freire, também destacou o
planejamento executado pelo COB e Confederações esportivas e a importância
dos recursos obtidos com a Lei Agnelo Piva.


“Foram contratados 21 técnicos estrangeiros, que agregaram novas metodologias,
em vista da evolução das modalidades. Além disso, com os recursos da Lei
Agnelo Piva, foram organizados intercâmbios internacionais e competições
esportivas no Brasil”, disse Freire.


Além de medalhas, no RIO 2007 o Brasil também conseguiu classificar dez
modalidades e 96 atletas para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008.


A maior delegação brasileira da história foi composta por 999 pessoas, sendo 660
atletas, 212 técnicos e auxiliares, 51 chefes de equipe, 60 profissionais médicos e
16 profissionais administrativos.




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Jogos Olímpicos
Introdução
A cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para
disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica
representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis
entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade
e o bom relacionamento entre os povos são os princípios dos jogos olímpicos.



Origem dos Jogos Olímpicos
Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC, os
gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das
cidades-estados gregas se reunião na cidade de Olímpia para disputarem
diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e
pentatlo ( luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os
vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma
coroa de louros.
Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e
a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Mostra
também a importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de
um corpo saudável.
No ano de 392 AC, os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas
do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após
converter-se para o cristianismo.

Jogos Olímpicos da Era Moderna
No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do
francês Pierre de Fredy , conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira
Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando
provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo,
natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de
ouro e um ramo de oliveira.


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Jogos Olímpicos e Política
As Olimpíadas, em função de sua visibilidade na mídia, serviram de palco de
manifestações políticas, desvirtuando seu principal objetivo de promover a paz
e a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim (1936), o chanceler
alemão Adolf Hitler, movido pela idéia de superioridade da raça ariana, não
ficou para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens, que
ganhou quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas da Alemanha em Munique
(1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro, matou 11
atletas da delegação de Israel. A partir deste fato, todos os Jogos Olímpicos
ganharam uma preocupação com a segurança dos atletas e dos envolvidos nos
jogos.

Em plena Guerra Fria, os EUA boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou
(1980) em protesto contra a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas. Em
1994 é a vez da URSS não participarem das Olimpíadas de Los Angeles,
alegando falta de segurança para a delegação de atletas soviéticos.



Modalidades Olímpicas

Existem centenas de esportes, e nem todos podem ser considerados como
modalidades olímpicas, pelo que se encontrou um termo que pemite selecionar os
que terão lugar nos Jogos Olímpicos. Atualmente, para um esporte ser
considerado Olímpico tem que ser praticado por homens em pelo menos 75
países e em quatro continentes, e por mulheres em pelo menos 40 países e em
três continentes.

Nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 são consideradas 29 modalidades
olímpicas: Andebol ou handebol, Atletismo, Badminton, Basebol, Basquetebol,
Boxe, Canoagem, Ciclismo, Equitação, Esgrima, Futebol, Ginástica, Halterofilismo,
Hóquei em campo, Judo, Natação, Pentatlo Moderno, Pólo aquático, Remo,
Softbol, Tiro, Tiro com Arco, Taekwondo, Ténis, Ténis de Mesa, Triatlo, Vela,
Voleibol e Wrestling ou Luta greco romana e Livre.Por sua vez, muitos dos


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esportes olímpicos subdividem-se em duas ou mais disciplinas, existindo ainda
competicões separadas para homens e mulheres.

Lista das Cidades que receberam os Jogos Olímpicos

1896 - I Olimpíada - Atenas, Grécia

1900 - II Olimpíada - Paris, França

1904 - III Olimpíada - Saint Louis Estados Unidos da América

1906 - Edição comemorativa - Atenas - Grécia

1908 - IV Olimpíada - Londres, Reino Unido

1912 - V Olimpíada - Estocolmo, Suécia

1916 - VI Olimpíada - Interrupção devido à I Guerra Mundial

1920 - VII Olimpíada - Antuérpia, Bélgica

1924 - VIII Olimpíada - Paris, França

1928 - IX Olimpíada - Amsterdão, Países Baixos

1932 - X Olimpíada - Los Angeles, Estados Unidos da América

1936 - XI Olimpíada - Berlim, Alemanha

1940 - XII Olimpíada - Interrupção devido à II Guerra Mundial

1944 - XIII Olimpíada - Interrupção devido à II Guerra Mundial

1948 - XIV Olimpíada - Londres, Reino Unido

1952 - XV Olimpíada - Helsínquia, Finlândia




                                                                          119
1956 - XVI Olimpíada Melbourne, Austrália

1960 - XVII Olimpíada - Roma, Itália

1964 - XVIII Olimpíada - Tóquio, Japão

1968 - XIX Olimpíada - Cidade do México, México

1972 - XX Olimpíada - Munique, República Federal da Alemanha

1976 - XXI Olimpíada - Montreal, Canadá

1980 - XXII Olimpíada - Moscovo União Soviética

1984 - XXIII Olimpíada - Los Angeles, Estados Unidos da América

1988 - XXIV Olimpíada - Seul, Coreia do Sul

1992 - XXV Olimpíada - Barcelona, Espanha

1996 - XXVI Olimpíada - Atlanta, Estados Unidos da América

2000 - XXVII Olimpíada - Sydney, Austrália

2004 - XXVIII Olimpíada - Atenas, Grécia

2008 - XXIX Olimpíada - Pequim, China

2012 - XXX Olimpíada - Londres, Inglaterra

2016 - XXXI Olimpíada – Rio de Janeiro, Brasil




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Jogos Olimpicos 2016-Rio de Janeiro-Brasil

Jogos Olímpicos de 2016 oficialmente Jogos da XXXI Olimpíada, mais comumente Rio
2016, serão um evento multiesportivo realizado no segundo semestre de 2016, no Rio de
Janeiro, Brasil. A escolha foi feita durante a 121ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional,
que aconteceu em Copenhague, Dinamarca, em 2 de outubro de 2009. Os Jogos
Paralímpicos de Verão de 2016 serão sediados na mesma cidade e organizados pelo mesmo
comitê. Será a primeira vez que os Jogos Olímpicos serão sediados na América do Sul.

O evento ocorrerá entre os dias 5 e 21 de agosto de 2016, e as Paralimpíadas serão entre 7 e
18 de setembro do mesmo ano. O local de abertura e encerramento será o Estádio do
Maracanã. Serão disputadas 28 modalidades, duas a mais em relação aos Jogos Olímpicos
de Verão de 2012. O Comitê Executivo do COI sugeriu as inclusões do rugby sevens e do
golfe, e foram aprovados durante a 121ª Sessão. O programa dos Jogos ainda poderá ser
expandido, após o sucesso de novas modalidades incluídas nos primeiros Jogos Olímpicos
da Juventude realizados em Singapura em 2010.

Processo de candidatura
O processo de eleição da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 ocorreu entre
2007 e 2009 e contou com a participação de sete cidades de três continentes. Outras ainda
planejaram participar do processo, mas não se inscreveram.

Em 13 de setembro de 2007 encerrou-se o prazo de inscrições. Duas cidades da América
(Chicago e Rio de Janeiro), duas da Ásia (Doha e Tóquio) e três da Europa (Baku, Madri e
Praga) oficializaram a postulação. Em 4 de Junho de 2008 o Comitê Olímpico Internacional
(COI) revelou o resultado das avaliações preliminares das sete cidades postulantes,
eliminando Baku, Praga, Doha e tornando as quatro restantes em cidades candidatas: Rio de
Janeiro, Madrid, Tóquio e Chicago.

A segunda fase começou com o Programa de Observação dos Jogos Olímpicos de Verão de
2008, em Pequim. Depois de elaborar o seu livro de candidatura e receber a visita da
Comissão Avaliadora do Comitê Olímpico Internacional, as cidades agora candidatas
participaram, em junho, de um encontro, promovido pela primeira vez na história, com os
membros do COI, que elegeriam a cidade-sede dos Jogos de 2016.

Em setembro de 2009, a Comissão Avaliadora divulgou o relatório com suas impressões
sobre os projetos finalistas. Tóquio, a cidade que teve a nota preliminar mais alta, perdeu o
favoritismo, principalmente devido aos baixos níveis de apoio popular que a candidatura
recebia. Chicago sofreu com protestos internos e com problemas com as leis americanas. A
candidatura de Madrid teve o projeto mais criticado, principalmente por causa da falta de
clareza das leis antidoping da Espanha e da estrutura organizacional do comitê local. As
críticas fizeram os representantes da candidatura fazerem mudanças drásticas em
pouquíssimo tempo, e, mesmo com o prefeito Alberto Ruiz-Gallardón já admitindo a
derrota, o Parlamento Espanhol aprovou a alteração nas leis antidoping do país poucos dias


                                                                                         121
antes da votação. O Rio de Janeiro, apesar de ter tido boas notas, teve problemas com a
acomodação e os transportes. As avaliações foram consideradas equilibradas, não sendo
possível até então apontar alguma cidade como favorita, nem pelo presidente do COI,
Jacques Roggenem pelos membros da entidade, que tinham o direito de escolher a
vencedora, assim como por órgãos de imprensa e sites especializados.

A cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão de 2016 foi escolhida em 2 de
outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, em votação durante a 121.ª Sessão do
Comitê Olímpico Internacional. Após as eliminações de Chicago e Tóquio, Madri e Rio de
Janeiro chegaram à final,sendo que a vencedora foi eleita por maioria dos votos.[11]

                                       121ª Sessão
                              Comitê Olímpico Internacional
                  2 de outubro de 2009, no Bella Center, Copenhagen, Dinamarca.
             Cidade              Nação       1ª Rodada 2ª Rodada 3ª Rodada
          Rio de Janeiro      Brasil             26        46        66
          Madri               Espanha            28        29        32
          Tóquio              Japão              22        20        —
          Chicago             Estados Unidos     18        —         —




Preparação
Na Assembleia Geral do COB do dia 22 de dezembro de 2009 foi criado o Comitê
Organizador dos Jogos Olimpicos e Paralímpicos Rio 2016, cujo presidente é Carlos Arthur
Nuzman. No momento, o Comitê Rio 2016 está em fase de aprovação pelo COI.

Locais de competição
A lista a seguir apresenta os locais de competição que estão confirmados nos Jogos
Olímpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro. Os eventos serão distribuídos em quatro
regiões espalhadas pelo Rio. Os únicos eventos realizados fora da cidade serão as
preliminares do futebol que ocorrerão em quatro cidades brasileiras. A maioria dos eventos
será realizada na zona oeste da cidade, na região da Barra da Tijuca. Os locais marcados
com PO estão na área do Parque Olímpico do Rio, uma ampliação do Complexo Esportivo
Cidade dos Esportes.[18] O boliche é o único desporto que ainda não teve local confirmado.

       Construção                      Desportos                         Bairro     Zona
   Centro Olímpico de          Basquetebol, Handebol, Judô,
  Treinamento do Rio PO            Lutas e Taekwondo
Centro Olímpico de Hóquei
            PO                              Hóquei                    Jacarepaguá   Barra
Centro Olímpico de Tênis PO               Tênis
  Velódromo da Barra PO         Ciclismo de pista, Hocket e


                                                                                          122
Patinação
 Parque Aquático Maria          Polo aquático e Saltos
        Lenk PO                      ornamentais
  Estádio Olímpico de
                             Nado sincronizado e Natação
 Desportos Aquáticos PO
                           Ginástica Artística, Rítmica e de
    HSBC Arena PO
                                     Trampolim
                           Badminton, Boxe, Halterofilismo
       Riocentro
                                   e Tênis de mesa
                           Área não-esportiva para lazer dos
     Praia Olímpica
                                 atletas estrangeiros
                               Área não-esportiva para
  Vila Olímpica do Rio                                           Camorim
                               hospedagem dos atletas
      Vila da Mídia              Área não-esportiva
       Rua Carioca               Área não-esportiva
 International Broadcast
                                  Área não-esportiva
      Center (IBC)
Condomínio Reserva Uno                  Golfe                  Barra da Tijuca
  Sociedade Hípica de
                                       Hipismo
        Deodoro
 Centro Nacional de Tiro            Tiro esportivo
   Parque do Pentatlo
                                  Pentatlo moderno                Deodoro        Deodoro
        Moderno
     Arena Deodoro                   Esgrima
                            BMX, Ciclismo Montanhoso e
     Parque Radical
                                Canoagem Slalom
                                                                Engenho de
      Stadium Rio                 Atletismo e Rugby
                                                                  Dentro
Sambódromo da Marquês      Tiro com Arco e chegada da
       de Sapucaí                   Maratona               Cidade Nova
                                                                       Maracanã
Pavilhão Cidade Olímpica        Área não-esportiva
                             Cerimônias de Abertura e
  Estádio do Maracanã:
                         Encerramento, e finais do Futebol Maracanã
Ginásio do Maracanãzinho             Voleibol
                          Ciclismo de estrada, Maratona e
   Parque do Flamengo                                       Flamengo
                                  Marcha atlética
                           Maratona aquática, Triatlo e
  Praia de Copacabana                                      Copacabana Copacabana
                                 Voleibol de praia
Lagoa Rodrigo de Freitas        Canoagem e Remo               Lagoa
    Marina da Glória                   vela                   Glória




                                                                                      123
Fora do Rio de Janeiro


Quatro cidades, que também serão subsedes da Copa do Mundo FIFA de 2014, receberão
as partidas preliminares do futebol:

   •   Arena Fonte Nova (Salvador)
   •   Estádio Nacional de Brasília (Brasília)
   •   Estádio Mineirão (Belo Horizonte)
   •   Estádio do Morumbi (São Paulo)

Logo

O processo de escolha da logomarca dos Jogos Olímpicos de 2016 reuniu 138 agências
brasileiras. Na reta final, apenas oito continuaram no páreo. Após passar pelo crivo de uma
comissão julgadora de 12 membros, o desenho criado pela agência carioca Tátil foi o
vencedor.

O lançamento da logomarca ocorreu no dia 31 de dezembro de 2010 na festa de reveillon,
em Copacabana.. Às 22 horas, a cantora Daniela Mercury chamou ao palco da festa a
campeã olímpica Maurren Maggi e outros atletas para juntos revelarem a logomarca.
Estiveram presentes na festa, assistindo de camarote o presidente do COI (Comitê Olímpico
Internacioanal), Jacques Rogge, o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos
Artur Nuzman, o governador de Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o prefeito da
cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o ex-ministro dos esportes, Orlando Silva e a
coordenadora da comissão do COI, Nawal El Moutawakel.

A logomarca é representada pela união de três figuras humanas unidas pelas mãos e pés nas
cores verde, amarelo e azul.[20] O símbolo, que pela primeira vez na história é
tridimensional, representa o abraço que só o brasileiro e o carioca, com sua cultura
acolhedora e receptiva, pode dar, o morro do Pão de Açúcar, cartão postal mais famoso do
Brasil e do Rio de Janeiro, e entre outras interpretações os números que formam 2016 e a
palavra "Rio".

A logomarca tem provocado alguma controvérsia com a mídia brasileira que aponta
semelhanças entre ela e o logotipo utilizado pela Fundação Telluride no Colorado e com a
pintura de Henri Matisse, La Danse. Os projetistas afirmaram que as semelhanças entre os
três são mera coincidência.

   Programa esportivo



                                                                                       124
O programa esportivo dos Jogos Olímpicos de 2016 terá 28 esportes, totalizando 38
modalidades. Ao contrário das edições anteriores, duas vagas estavam abertas para novos
esportes, já que o beisebol e o softbol tinham sido eliminados do programa para os Jogos
Olímpicos de Verão de 2012, em Londres. O Comitê Executivo, após resultado de uma
consultoria, anunciou os sete finalistas para estas duas vagas. Quatro deles já estiveram em
edições anteriores de Jogos Olímpicos: beisebol e softbol (excluídos do programa em
2005), golfe (presente nos Jogos de 1900 e de 1904) e rugby sevens, uma variação do rugby
presente nas edições de 1900, 1908, 1920 e 1924. Completaram a lista de esportes-
candidatos a patinação sobre rodas, o caratê e o squash. As respectivas federações fizeram
suas apresentações para os mesmbros do COI em junho de 2009.

Em agosto, o conselho executivo inicialmente aprovou a inclusão do rugby sevens, por
maioria de votos, eliminando assim, patinação e squash da disputa. Entre os três restantes
(golfe, caratê e softbol) o conselho escolheu o golfe. A decisão sobre os dois esportes
restantes foi feita em 9 de outubro de 2009, no último dia da 121ª Sessão do COI em que a
cidade do Rio de Janeiro foi eleita como sede. Para serem aprovados os dois esportes
precisavam de maioria simples de votos.

Os membros do COI votaram para inclusão do rúgbi (63 votos a favor, 27 contra e duas
abstenções) e do golfe (81 votos a favor, oito contra e uma abstenção) no programa dos
Jogos a partir da edição do Rio de Janeiro. Os outros 26 esportes também foram ratificados
pela maioria absoluta.

   •       Atletismo       •       Ginástica      •      Nado           •      Tênis
   •       Badminton            (artística,           sincronizado      •      Tênis de
                               rítmica e          •      Natação            mesa
   •       Basquetebol
                               trampolim)
   •       Boxe                                   •      Pentatlo       •      Tiro
                           •       Golfe              moderno
   •       Canoagem                                                     •      Tiro com
                           •       Halterofilis   •      Pólo               arco
        (slalom e
                               mo                     aquático
       velocidade)                                                      •      Triatlo
                           •       Handebol       •      Remo
   •       Ciclismo                                                     •      Vela
        (estrada, pista,   •       Hipismo        •      Rugby          •      Voleibol
       BMX e               •       Hóquei             sevens
       Mountain                sobre a grama      •      Saltos         •      Voleibol de
       Bike)               •       Judô               ornamentais           praia
   •       Esgrima
                           •      Lutas           •     Taekwondo
   •      Futebol




Críticas

                                                                                        125
Para algumas regiões da cidade do Rio de Janeiro,a realização dos Jogos
Olímpicos,tem trazido certos impactos negativos.Estas denúncias foram feitas por parte da
Relatoria Especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia
Adequada. Segundo estas denúncias, nestas áreas, estão acontecendo despejos forçados em
algumas áreas da cidade, especialmente na Zona Oeste da cidade, como por exemplo nas
Vilas Recreio II Harmonia e Restinga, localizadas no Recreio dos Bandeirantes, que será o
epicentro dos Jogos Olímpicos.[27]




                                   Metabolismo



                                                                                      126
Metabolismo (do grego metabolismos, μεταβολισμός, que significa
"mudança", troca[1]) é o conjunto de transformações que as substâncias químicas
sofrem no interior dos organismos vivos. É também usado o termo "metabolismo
celular" referindo-se mais especificamente ao conjunto de todas as reacções
químicas que ocorrem nas células. Estas reações químicas são responsáveis
pelos processos de síntese e degradação dos nutrientes na célula.

      Metabolismo é o conjunto de transformações que os nutrientes e outras
substâncias químicas sofrem no interior do nosso corpo. Isso produz energia
suficiente para mantê-lo funcionando. Para que as pessoas mais leigas possam
entender esse conceito, podemos dizer numa linguagem mais clara e objetiva que
metabolismo é a taxa com que o corpo queima calorias para se manter vivo. O
metabolismo divide-se em anabolismo (conjunto de reações que produzem
compostos e substâncias a partir de componentes menores) e catabolismo
(conjunto de reações que degradam as substâncias em componentes menores).

      Do total de energia gasto por uma pessoa em um dia, entre 60% e 70% são
usados apenas nas funções vitais, como respirar, bater o coração, manter a
temperatura corporal, etc. É o chamado metabolismo basal. Cerca de 10% a 12%
do consumo de energia total são utilizados no gasto termogênico dos alimentos.
Ou seja, a cota que o corpo precisa para processar o que se come, da mastigação
até a absorção pelo organismo.

      O metabolismo é influenciado por inúmeros fatores, tais como genética,
idade, peso, altura, sexo, temperatura ambiente, dieta e prática de exercícios.
Dessa forma, existem pessoas que dependendo desses fatores, gastarão mais ou
menos energia do que outras. É por isso que existem pessoas magras, que
comem de tudo e não engordam de jeito nenhum, enquanto outros lutam para
perder alguns quilos a mais.

Fatores que afetam o metabolismo



                                                                           127
Cerca de 80% da taxa metabólica é determinada geneticamente, enquanto
os outros 20% dependem de outros fatores que listamos a seguir. Você não pode
mudar a genética, mas pode acelerar o seu metabolismo, observando esses
fatores:

1º) Tecido muscular - Quanto mais músculos você tem, maior e mais veloz é o
gasto calórico, independente do seu nível de atividade, da sua idade, etc. Os
músculos são tecido vivo e estão lá para trabalhar para você, queimando calorias
24hs                                    por                                       dia.
2º) Alimentação - O excesso de açúcar, especialmente após a refeição, deve ser
evitado, uma vez que a digestão de proteínas e gorduras fica prejudicada. O
açúcar é digerido mais rapidamente, retardando a digestão de outros alimentos e
enganando o cérebro, que sinaliza com mais fome em pouco tempo. Isso também
vale para as farinhas de trigo brancas (refinadas) utilizadas no preparo de pães,
bolos e massas. Os alimentos gordurosos também devem ser controlados, mas é
importante não reduzi-los em demasia, uma vez que a deficiência desse nutriente
diminui a produção de certos hormônios, levando à diminuição do metabolismo.
Utilize em suas refeições gorduras que fazem bem para a saúde provenientes de
nozes,          castanhas        e         azeite        de         oliva.
3º) Freqüência das refeições - O tempo entre uma refeição e outra é muito
importante. Quanto maior o tempo, mais lento é o seu metabolismo, pois ele
diminui para poupar energia. Quando pulamos refeições, ficando muito tempo sem
comer, o corpo procura obter a energia que precisa consumindo o seu próprio
tecido                          muscular                            (catabolismo).
4º) Atividade física - Praticar atividade física, combinando exercício aeróbico e
ginástica localizada ou musculação acelera o metabolismo. Além disso, o
exercício regular ajuda a transformar glicose e gordura em energia, sem a
necessidade de produzir o hormônio insulina, que ajuda a engordar. É importante
que a atividade física seja regular, para que haja uma ação metabólica contínua, e
que        a    alimentação     seja    adequada       ao      gasto         calórico.
5º) Água -A maioria das funções do corpo acontecem na presença de água. O
líquido é fundamental para transportar hormônios, vitaminas e minerais, além de


                                                                                  128
facilitar o trânsito intestinal e a eliminação de toxinas. A falta de água desacelera o
metabolismo.     Por    isso,   beba    pelo    menos     8-10    copos     por    dia.
6º) Sexo - O metabolismo masculino é mais acelerado do que o feminino, pois os
homens apresentam proporção maior de massa muscular e menor de gordura do
que as mulheres. Por isso é importante que as mulheres não deixem de praticar
uma atividade física, que ajude no desenvolvimento de massa muscular.
7º) Idade - A partir dos 30 anos o metabolismo começa a ficar mais lento, contudo
pesquisas indicam que isso ocorre pelo fato das pessoas tornarem-se mais
sedentárias, o que acarreta uma perda gradual de massa muscular. Por isso, é
importante que haja um controle alimentar e prática regular de atividade física.
8º) Temperatura ambiente - Em dias mais frios, o corpo consome mais energia
para se manter aquecido.




Acelere o seu metabolismo

      Para acelerar o metabolismo é importante fracionar as refeições 5-6 vezes
ao dia (o organismo terá de trabalhar mais vezes para processar um maior número
de refeições), comer devagar, mastigando bem os alimentos e reduzir o consumo
de alimentos gordurosos e ricos em açúcar e farinhas refinadas. Alimentos ricos
em fibras (grãos integrais, legumes, frutas e verduras) levam mais tempo para
serem digeridos e por isso aceleram o metabolismo. A prática de exercícios
físicos, principalmente os aeróbicos (caminhada, natação, ciclismo, esteira,
bicicleta, ajuda muito. A taxa metabólica aumenta 25% durante 12 a 15 horas após
os exercícios aeróbicos intensos


     Não pular refeições e evitar dietas rígidas também ajuda a acelerar o
metabolismo. Quando se faz uma dieta para emagrecer, o metabolismo basal fica
com um gasto calórico menor como uma forma de defesa (reserva), e quanto
menor a ingestão calórica diária, menor será o metabolismo, pois o organismo vai
interpretar essa situação como uma ameaça. A depressão do metabolismo basal



                                                                                   129
com dietas sem orientação e/ou acompanhadas com inibidores de apetite leva o
organismo a reagir com mecanismos de preservação de calorias e a conseqüência
é a dificuldade de se perder gordura corporal, além do risco de desenvolvimento
de cálculos na vesícula. Por isso, a dieta deve ser equilibrada do ponto de vista
nutricional e as calorias oferecidas devem ser compatíveis com a necessidade
individual de cada pessoa, caso contrário o programa de emagrecimento será um
verdadeiro fracasso. O ideal é fazer de cinco a seis pequenas refeições diárias e
reduzir a ingestão calórica, calculando uma perda de peso de até 500g por
semana, de forma segura e com bons resultados a longo prazo.




                               Copa do Mundo




                                                                                    130
A Copa do Mundo, ou Campeonato Mundial de Futebol, é um torneio de futebol
masculino realizado a cada quatro anos pela FIFA. Começou em 1930, com a
vitória da seleção do Uruguai. No primeiro mundial, não havia torneio eliminatório,
e os países foram convidados para o torneio. Nos anos de 1942 e 1946, a Copa
não ocorreu devido à Segunda Guerra Mundial. O Brasil possui a seleção com
mais títulos mundiais, o único país pentacampeão e o único a ter vencido o torneio
fora do seu continente. É também o único país a ter participado de todas os
Campeonatos. Segue-se a seleção tetracampeã da Itália, a tricampeã Alemanha,
as bicampeãs Argentina e Uruguai e, por fim, as seleções da Inglaterra e da
França, com um único título.

A Copa do Mundo é o segundo maior evento desportivo do mundo, ficando atrás
apenas dos Jogos Olímpicos de Verão. É realizada a cada quatro anos, tendo sido
sediada pela última vez em 2006 na Alemanha, com a Itália como campeã, ficando
a França em segundo lugar, o país organizador a Alemanha em terceiro e Portugal
em quarto. Os próximos, em 2010, serão na África do Sul e em sua próxima
edição (em 2014), será selecionado algum país da América do Sul (provavelmente
o Brasil) capaz de abrigar um evento desse porte. Caso nenhum país da América
do Sul tenha capacidade para aportar a Copa do Mundo, Canadá e EUA são
concorrentes absolutos.

As últimas três Copas do Mundo tiveram 32 participantes, o que provavelmente
será mantido para as próximas Copas.

História

As primeiras competições internacionais

O primeiro amistoso internacional de futebol foi jogado em 1872, entre a Inglaterra
e Escócia, num momento em que o esporte era raramente praticado fora da Grã-
Bretanha. No final do século XIX o futebol começou a ganhar mais adeptos, e por
isso se tornou um esporte de demonstração (sem disputa de medalhas) nos Jogos
Olímpicos de Verão de 1900, 1904 e 1906, até se tornar uma competição oficial


                                                                               131
nos Jogos Olímpicos de Verão de 1908. Organizada pela Football Association, era
um evento para jogadores amadores, e na época não foi considerado uma real
competição, mas sim um mero espetáculo. A seleção amadora da Inglaterra foi a
campeã nas duas edições, 1908 e 1912.

Em 1914 a FIFA reconheceu o torneio olímpico como uma "competição global de
futebol amador"[1], tomando para si a responsabilidade em organizá-lo. Com isso
na edição de 1924 houve a primeira disputa de futebol intercontinental. O Uruguai
foi a campeã nas duas edições, 1924[2] e 1928. Em 28 de Maio de 1928 a FIFA
tomou a decisão de fazer a competição em separado, não sendo mais um esporte
dos Jogos Olímpicos de Verão. Para celebrar o centenário da independência do
Uruguai em 1930 foi-se decidido que a sede da competição seria no país sul-
americano, no mesmo ano




A primeira Copa do Mundo oficial

Só treze seleções participaram da primeira Copa, sete da América Latina
(Uruguai, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Peru), quatro da Europa
(Bélgica, França, Jugoslávia e Romênia) e duas da América do Norte (México e
EUA). Muitas seleções européias desistiram da competição devido à longa e
cansativa viagem pelo Oceano Atlântico.

As duas primeiras partidas da Copa ocorreram simultaneamente, sendo vencidas
pela França e EUA, que venceram a México por 4 a 1 e a Bélgica por 3 a 0,
respectivamente. O primeiro gol em Copas do Mundo foi marcado pelo jogador
francês Lucien Laurent. A final foi entre o Uruguai e a Argentina, tendo os
uruguaios vencido o jogo por 4 a 2, no Estádio Centenário, em Montevidéu, com
um público estimado de 93 mil espectadores.[3]

O artilheiro deste torneio foi o argentino Guillermo Stábile




                                                                             132
Crescimento

Os problemas que atrapalhavam as primeiras edições do torneio eram as
dificuldades da época para uma viagem intercontinental. Nas Copas de 1934 e
1938, realizadas na Europa, houve uma pequena participação dos países sul-
americanos. Só a seleção brasileira esteve presente nessas duas edições. Já as
edições de 1942 e 1946 foram canceladas devido à Segunda Guerra Mundial.

A Copa do Mundo de 1950 foi a primeira a ter participantes britânicos. Eles tinham
se retirado da FIFA em 1920, por se recusarem a jogar com países que tinham
guerreado recentemente e por um protesto da influência estrangeira no futebol, já
que o esporte era uma "invenção" britânica e esses países consideravam que o
mesmo tinha sido deturpado pelo modo de jogar estrangeiro [4]. Contudo, eles
voltariam a ser membros da FIFA em 1946. O torneio também teve a volta da
participação do Uruguai, que tinha boicotado as duas edições anteriores.

Nas Copas de 1934 até 1978 havia 16 seleções classificadas para a fase final
(exceto nos raros casos onde houve desistência). A maioria era da América Latina
e Europa, com uma pequena minoria da África, Ásia e Oceania. Essas seleções
normalmente não passavam da primeira fase, sendo facilmente derrotadas (com
exceção da Coréia do Norte, que chegou às quartas-de-final em 1966).

A fase final foi expandida para 24 seleções em 1982, e 32 em 1998, permitindo
que mais seleções da África, Ásia e América do Norte pudessem participar. Nos
últimos anos esses novos participantes têm conseguido se destacar mais, como
Camarões chegando as quartas-de-final em 1990 e Coréia do Sul, Senegal e EUA
passando às quartas-de-final em 2002, ainda com a Coréia do Sul chegando ao
quarto lugar.




Troféu

                                                                              133
De 1930 a 1970 a Taça Jules Rimet era dada aos campeões de cada edição.
Inicialmente conhecida como Taça do Mundo ou Coupe du Monde (em francês),
foi renomeada em 1946 em homenagem ao presidente da FIFA responsável pela
primeira edição do torneio, em 1930. Em 1970, com a terceira vitória da seleção
brasileira a mesma ganhou o direito ter a posse permanente da taça. Contudo, ela
foi roubada da sede da CBF em dezembro de 1983, e nunca foi encontrada.
Acredita-se que os ladrões a tenham derretido. [5]

Depois de 1970 uma nova taça, chamada Troféu da Copa do Mundo FIFA ou
FIFA World Cup Trophy (em Ingles), foi criada. Diferentemente da Taça Jules
Rimet, ela não irá para qualquer seleção, independente do número de títulos.
Argentina, Alemanha, Brasil e Itália são os maiores ganhadores dessa nova taça,
com dois títulos cada um. Ela só será trocada quando a placa em seu pé estiver
totalmente preenchida com os nomes dos campeões de cada edição, o que só
ocorrerá em 2038.




Formato

Eliminatórias

Desde a segunda edição do torneio, em 1934, eliminatórias têm sido feitas para
diminuir o tamanho da fase final. Elas são disputadas nas seis zonas continentais
da FIFA (África, Ásia, América do Norte e América Central e Caribe, Europa,
Oceania e América do Sul) organizadas por suas respectivas confederações.
Antes de cada edição do torneio a FIFA decide quantas vagas cada zona
continental terá direito, levando em conta fatores como número de seleções e
força de cada confederação. O lobby dessas confederações por mais vagas
também costuma ser bastante comum.

As eliminatórias podem começar três anos antes da fase final, e duram um pouco
mais que dois anos. O formato de cada eliminatória difere de acordo com cada



                                                                             134
confederação. Normalmente uma ou duas vagas são reservadas para os
ganhadores dos play-offs internacionais. Por exemplo, o campeão da eliminatória
da Oceania e o quinto colocado da América do Sul disputaram um play-off para
decidir quem ficaria com a vaga da fase final Copa do Mundo de 2006.[6] Da Copa
de 1938 para cá os campeões de cada edição eram automaticamente
classificados para a próxima Copa, sem precisar passar pelas suas eliminatórias.
Contudo, a partir da edição de 2006 o campeão é obrigado a se classificar
normalmente como qualquer outra seleção. O Brasil, vencedor em 2002, foi o
primeiro campeão a ter que disputar uma eliminatória para a Copa seguinte. [7].

Fase final

A fase final do torneio tem 32 seleções competindo por um mês no país anfitrião.
A fase final é dividida em duas fases: a fase de grupos e a fase do mata-mata, ou
eliminatória.

Na primeira fase (grupos) as seleções são colocadas em oito grupos de quatro
participantes. Oito seleções são a cabeça-de-chave de cada grupo (as seleções
consideradas mais fortes) e as outras são sorteadas. Desde 1998 o sorteio é feito
com que nunca mais que duas seleções européias e mais que uma seleção da
mesma confederação fiquem no mesmo grupo. Na fase de grupos cada seleção
joga uma partida contra as seleções de seu grupo, e as duas que mais pontuarem
se classificam para a fase do mata-mata. Desde 1994 a vitória numa partida vale
três pontos, o empate um e a derrota nenhum. Antes, cada vitória valia dois
pontos.

A fase de mata-mata é uma fase de eliminação rápida. Cada seleção joga apenas
uma partida em cada estágio da fase (oitavas-de-final, quartas-de-final, semi-final
e final) e a vencedor passa para o próxima estágio. Em caso de empate no tempo
normal a partida é levada para a prorrogação e em caso de empate da mesma há
a disputa de pênaltis. As duas seleções eliminadas da semi-final fazem um jogo
antes da final para decidirem o terceiro e quarto lugar.



                                                                                  135
Escolha das sedes

Nas primeiras edições as sedes eram escolhidas em encontros nos congressos da
FIFA. As escolhas eram sempre polêmicas devido a longa viagem da América do
Sul à Europa (e vice-versa), as duas grande potências futebolísticas da época (e
ainda hoje). A decisão da primeira Copa ser no Uruguai, por exemplo, levou à
participação de apenas quatro seleções da Europa. [8] As duas Copas seguintes
foram na Europa. A decisão de sediar a Copa do Mundo de 1938 na França foi
outra grande polêmica, já que os países americanos desejavam um sistema
rotativo de sedes. Ou seja, uma edição na Europa e a seguinte na América do Sul.
Como a Copa de 1934 tinha sido na Itália, a sede da edição de 38 teria que ser
teoricamente na América do Sul, o que de fato não ocorreu. Isso fez com que
tanto o Uruguai e a Argentina boicotassem o torneio. [9]

Após a Segunda Guerra Mundial para evitar qualquer tipo de boicote ou
controvérsia a FIFA adotou o padrão de rotacionar as sedes entre a América e a
Europa, que foi usado até a Copa do Mundo de 1998. A edição de 2002, que teve
como sede tanto Japão quanto Coréia do Sul foi a primeira sediada fora desses
dois continentes. Já a edição de 2010 será a primeira na África.

Em 2003 foi decidido que a Copa do Mundo de 2014 será na América Latina. O
Brasil seria candidato único, mas no último dia de inscrições para a escolha da
sede a Colômbia também se candidatou. No entanto, na data designada para a
confirmação da candidatura, a Colômbia retirou-se do pleito, sobretudo por falta de
patrocinadores e de apoio internacional(A Confederação Sul-Americana e os
outros oito países participantes apoiam a candidatura brasileira).




                                                                               136
O sistema de escolha da sede evoluiu ao longo dos tempos, sendo hoje escolhido
pela comitê executivo da FIFA, seis anos antes da Copa.


Público das Finais

Edição Ano/Data               Estádio                       Cidade        Público Pagante
I      1930     Estádio Centenário                  Montevidéu            68.346
II     1934     Estádio Olímpico de Roma            Roma                  55.000
III    1938     Estádio Olímpico Yves-du-Manoir     Paris                 45.000
IV     1950     Estádio do Maracanã                 Rio de Janeiro        173.850
V      1954     Estádio Wankdorf                    Berna                 62.500
VI     1958     Estádio Råsunda                     Estocolmo             49.737
VII    1962     Estádio Nacional de Chile           Santiago              68.679
VIII   1966     Estádio de Wembley                  Londres               96.924
IX     1970     Estádio Azteca                      Cidade do México      107.412
X      1974     Estádio Olímpico de Munique         Munique               78.200
XI     1978     Estádio Monumental de Núñez         Buenos Aires          71.483
XII    1982     Estádio Santiago Bernabéu           Madrid                90.000
XIII   1986     Estádio Azteca                      Cidade do México      114.600
XIV    1990     Estádio Olímpico de Roma            Roma                  73.603
XV     1994     Rose Bowl Stadium                   Pasadena              94.194
XVI    1998     Stade de France                     Saint-Denis           80.000
XVII 2002       Estádio Internacional de Yokohama   Yokohama              69.029
XVIII 2006      Olympiastadion                      Berlim                69.000
XIX    2010     Soccer City                         Joanesburgo           84.490




Primeira participação

A cada Copa do Mundo pelo menos uma seleção participa da competição pela primeira vez.

        Nº      Nº de
Ano                                                 Seleções estreantes
      Equipes estreantes
                                Argentina    Bélgica   Bolívia   Brasil  Chile
1930 13        13           Estados Unidos     França Iugoslávia(1) México
                            Paraguai    Peru    Romênia     Uruguai
                                         (3)
                               Alemanha        Áustria  Egipto   Espanha  Hungria
1934 16        10
                               Itália   Países Baixos   Suécia    Suíça


                                                                                        137
Tchecoslováquia(2)
                                Cuba Índias Orientais Neerlandesas(4)             Noruega
1938 16          4
                            Polónia
1950 13          1              Inglaterra
                               Alemanha Ocidental(3)          Coreia do Sul      Escócia
1954 16          4
                            Turquia
1958 16          3              Irlanda do Norte         País de Gales     União Soviética(5)
1962 16          2             Bulgária     Colômbia
1966 16          2              Coreia do Norte        Portugal
1970 16          3              El Salvador     Israel        Marrocos
                                                     (3)
1974 16          4              Alemanha Oriental            Austrália     Haiti    Zaire(6)
1978 16          2             Irã     Tunísia
                                Argélia     Camarões          Honduras      Kuwait       Nova
1982 24          5
                            Zelândia
1986 24          3              Canadá      Dinamarca          Iraque
1990 24          3              Costa Rica     Emirados Árabes Unidos            Irlanda
1994 24          4              Arábia Saudita       Grécia        Nigéria     Rússia(5)
1998 32          4              África do Sul       Croácia        Jamaica     Japão
2002 32          4              China      Equador         Eslovénia      Senegal
                                Angola      Costa do Marfim           Gana República
2006 32          8          Tcheca(2) Sérvia e Montenegro(1)            Togo      Trinidad e
                                                 (5)
                            Tobago       Ucrânia
2010 32          2              Eslováquia(2) Sérvia(1)
2014 32

Ranking histórico de pontos

1930 até 2012:

                     País              PG J      V    E    D   GP GC SG CD
1º     Brasil                          172 97   67   15   15   210 88 122 19
2º     Alemanha(3)                     160 99   60   19   20   206 117 89 17
3º     Itália                          122 80   44   21   15   126 74 52 17
4º     Argentina                       100 70   37   13   20   123 80 43 15
5º     Espanha                         83 56    28   12   16   88 59 29 13
6º     Inglaterra                      79 59    26   19   14   78 52 26 13
7º     França                          71 54    25   11   18   96 68 28 13
8º     Países Baixos                   68 43    22   10   11   71 44 27 9
9º     Uruguai                         51 47    18   12   17   76 65 11 11
10º    Suécia                          50 46    16   13   17   74 69 5 11
11º    Sérvia(1)                       45 43    17   8    18   64 59 5 11
12º    México                          43 49    12   13   24   52 89 -37 14


                                                                                          138
País       PG J     V    E    D   GP GC SG CD
            (5)
13º   Rússia                 42 37   17   6    14   64 44 20 9
14º   Polónia                37 31   15   5    11   44 40 4 7
15º   Hungria                33 32   15   3    14   87 57 30 9
16º   Portugal               33 23   12   3    8    39 22 17 5
17º   Bélgica                32 36   10   9    17   47 63 -16 11
18º   República Tcheca(2)    30 33   12   5    16   47 49 -2 9
19º   Áustria                28 29   12   4    13   43 47 -4 7
20º   Paraguai               28 27   7    10   10   30 38 -8 8
21º   Suíça                  28 29   9    6    14   38 52 -14 9
22º   Romênia                26 21   8    5    8    30 32 -2 7
23º   Chile                  26 29   9    6    14   34 46 -12 8
24º   Dinamarca              23 16   8    2    6    27 24 3 4
25º   Estados Unidos         23 29   7    5    17   32 56 -24 9
26º   Coreia do Sul          23 28   5    8    15   28 61 -33 8
27º   Croácia                20 13   6    2    5    15 11 4 3
28º   Bulgária               17 26   3    8    15   22 53 -31 7
29º   Camarões               16 20   4    7    9    17 34 -17 6
30º   Turquia                15 10   5    1    4    20 17 3 2
31º   Japão                  15 14   4    3    7    12 16 -4 4
32º   Escócia                15 23   4    7    12   25 41 -16 8
33º   Irlanda                14 13   2    8    3    10 10 0 3
34º   Gana                   14 9    4    2    3    9 10 -1 2
35º   Nigéria                14 14   4    2    8    17 21 -4 4
36º   Irlanda do Norte       11 13   3    5    5    13 23 -10 3
37º   Peru                   11 15   4    3    8    19 31 -12 4
38º   África do Sul          10 9    2    4    3    11 16 -5 3
39º   Colômbia               10 13   3    2    8    14 23 -9 4
40º   Equador                9 7     3    0    4    7 8 -1 2
41º   Noruega                9 8     2    3    3    7 8 -1 3
42º   Marrocos               9 13    2    4    7    12 18 -6 4
43º   Austrália              9 10    2    3    5    8 17 -9 3
44º   Senegal                8 5     2    2    1    7 6 1 1
45º   Costa Rica             8 10    3    1    6    12 21 -9 3
46º   Arábia Saudita         8 13    2    2    9    9 32 -23 4
47º   Costa do Marfim        7 6     2    1    3    9 9 0 2
48º   Ucrânia(5)             7 5     2    1    2    5 7 -2 1
49°   Alemanha Oriental(3)   6 6     2    2    2    5 5 0 1
50º   Argélia                6 9     2    2    5    6 12 -6 3
51º   Tunísia                6 12    1    4    7    8 17 -9 4
52º   País de Gales          5 5     1    3    1    4 4 0 1
53º   Irã                    5 9     1    2    6    6 18 -12 3


                                                                   139
País                   PG J    V    E    D   GP GC SG CD
                  (2)
54º     Eslováquia                        4 4    1    1    2    5 7 -2 1
55º     Eslovénia                         4 6    1    1    4    5 10 -5 2
56º     Honduras                          3 6    0    3    3    2 6 -4 2
57º     Jamaica                           3 3    1    0    2    3 9 -6 1
58º     Cuba                              3 3    1    1    1    5 12 -7 1
59º     Nova Zelândia                     3 6    0    3    3    4 14 -10 2
60º     Grécia                            3 6    1    0    5    2 15 -13 2
61º     Coreia do Norte                   3 7    1    1    5    6 21 -15 2
62º     Angola                            2 3    0    2    1    1 2 -1 1
63º     Israel                            2 3    0    2    1    1 3 -2 1
64º     Egito                             2 4    0    2    2    3 6 -3 2
65º     Kuwait                            1 3    0    1    2    2 6 -4 1
66º     Trinidad e Tobago                 1 3    0    1    2    0 4 -4 1
67º     Bolívia                           1 6    0    1    5    1 20 -19 3
68º     Iraque                            0 3    0    0    3    1 4 -3 1
69º     Togo                              0 3    0    0    3    1 6 -5 1
70º     Canadá                            0 3    0    0    3    0 5 -5 1
71º    Índias Orientais Neerlandesas(4)   0 1    0    0    1    0 6 -6 1
72º     Emirados Árabes Unidos            0 3    0    0    3    2 11 -9 1
73º     China                             0 3    0    0    3    0 9 -9 1
74º    Haiti                              0 3    0    0    3    2 14 -12 1
75º    Zaire(6)                           0 3    0    0    3    0 14 -14 1
76º     El Salvador                       0 6    0    0    6    1 23 -22 2

PG-Pontos Ganhos; J-Jogos; V-Vitórias; E-Empates; D-Derrotas; GP-Gols Pró; GC-Gols
Contra; SG-Saldo de Gols; CD-Copas Disputadas.

Classificação pelo número de pontos ganhos, com vitória valendo 2 pontos até 1990 e 3
pontos a partir de 1994.

Em caso de igualdade entre dois ou mais países, os critérios de desempate estabelecidos
pela FIFA são: 1) Melhor saldo de gols ; 2) Gols pró; 3) Maior número de vitórias; 4)
Maior número de Copas disputadas.

Lista completa de participações

Abaixo, a lista completa de participações:

Nº             País                                        Participações
19    Brasil                                            1930 – 2014 (Todas)
17    Alemanha(3)                                     1934 – 1938, 1954 – 2010



                                                                                          140
17   Itália                                  1934 – 1954, 1962 – 2010
15   Argentina                        1930 – 1934, 1958 – 1966, 1974 – 2010
14   México                        1930, 1950 – 1970, 1978, 1986, 1994 – 2010
                              1930 – 1938, 1954 – 1958, 1966, 1978 – 1986, 1998 –
13   França
                                                        2010
13    Espanha                          1934, 1950, 1962 – 1966, 1978 – 2010
13    Inglaterra                      1950 – 1970, 1982 – 1990, 1998 – 2010
11    Bélgica                          1930 – 1938, 1954, 1970, 1982 – 2002
9    Iugoslávia(1)                  1930, 1950 – 1962, 1974, 1982, 1990, 1998
1    Sérvia e Montenegro(1)                             2006
1     Sérvia(1)                                         2010
                               1930, 1950 – 1954, 1962 – 1974, 1986 – 1990, 2002,
11   Uruguai
                                                        2010
                              1934 – 1950, 1958, 1970 – 1978, 1990 – 1994, 2002 –
11   Suécia
                                                        2006
9    Estados Unidos                   1930 – 1934, 1950, 1990- 1994 – 2010
9    Hungria                          1934 – 1938, 1954 – 1966, 1978 – 1986
9    Países Baixos            1934 – 1938, 1974 – 1978, 1990 – 1998, 2006 – 2010
9    Suíça                        1934 – 1954, 1962 – 1966, 1994, 2006 – 2010
8    Tchecoslováquia(2)            1934 – 1938, 1954 – 1962, 1970, 1982, 1990
1    República Tcheca(2)                                2006
1    Eslováquia(2)                                      2010
7    União Soviética(5)                      1958 – 1970, 1982 – 1990
2    Rússia(5)                                       1994, 2002
1    Ucrânia(5)                                         2006
8    Chile                      1930, 1950, 1962 – 1966, 1974, 1982, 1998, 2010
8    Paraguai                           1930, 1950, 1958, 1986, 1998 – 2010
8    Coreia do Sul                               1954, 1986 – 2010
8    Escócia                              1954 – 1958, 1974 – 1990, 1998
7    Romênia                              1930 – 1938, 1970, 1990 – 1998
7    Áustria                       1934, 1954 – 1958, 1978 – 1982, 1990, 1998
7    Polónia                              1938, 1974 – 1986, 2002 – 2006
7    Bulgária                             1962 – 1974, 1986, 1994 – 1998
6    Camarões                                 1982, 1990 – 2002, 2010
5    Portugal                                 1966, 1986, 2002 – 2010
4    Peru                                     1930, 1970, 1978 – 1982
4    Colômbia                                    1962, 1990 – 1998
4    Marrocos                                 1970, 1986, 1994 – 1998
4    Tunísia                                     1978, 1998 – 2006
4    Dinamarca                                1986, 1998 – 2002, 2010
4    Arábia Saudita                                 1994 – 2006
4    Nigéria                                     1994 – 2002, 2010


                                                                             141
4      Japão                                                        1998 – 2010
3      Bolívia                                                   1930, 1950, 1994
3      Noruega                                                  1938, 1994 – 1998
3      Irlanda do Norte                                         1958, 1982 – 1986
3      Austrália                                                1974, 2006 – 2010
3      Irã                                                       1978, 1998, 2006
3      Argélia                                                  1982 – 1986, 2010
3      Costa Rica                                               1990, 2002 – 2006
3      Irlanda                                                  1990 – 1994, 2002
3      África do Sul                                            1998 – 2002, 2010
3      Croácia                                                      1998 – 2006
2      Egito                                                         1934, 1990
2      Turquia                                                       1954, 2002
2      Coreia do Norte                                               1966, 2010
2      El Salvador                                                   1970, 1982
2      Honduras                                                      1982, 2010
2      Nova Zelândia                                                 1982, 2010
2      Grécia                                                        1994, 2010
2      Equador                                                      2002 – 2006
2      Eslovénia                                                     2002, 2010
2      Costa do Marfim                                              2006 – 2010
2      Gana                                                         2006 – 2010
1      Cuba                                                             1938
      Índias Orientais
1                                                                       1938
   Neerlandesas(4)
1      País de Gales                                                    1958
1      Israel                                                           1970
                             (3)
1      Alemanha Oriental                                                1974
1     Haiti                                                             1974
            (6)
1     Zaire                                                             1974
1      Kuwait                                                           1982
1      Canadá                                                           1986
1      Iraque                                                           1986
1      Emirados Árabes Unidos                                           1990
1      Jamaica                                                          1998
1      China                                                            2002
1      Senegal                                                          2002
1      Angola                                                           2006
1      Togo                                                             2006
1      Trinidad e Tobago                                                2006
(1):O Reino da Iugoslávia (1930) e a República Socialista Federativa da Iugoslávia (1950, 1954, 1958,
1962, 1974, 1982 e 1990) se classificaram oito vezes para a Copa do Mundo com o nome de Iugoslávia antes
da separação das repúblicas em 1992. Também obteve classificação em 1998, com um território bastante


                                                                                                        142
menor que o inicial, formado apenas por Sérvia e Montenegro, que, juntas, compunham a República Federal
da Iugoslávia. Em 2006, a República Federal da Iugoslávia já havia modificado seu nome mais uma vez e
competia, nessa ocasião, como Sérvia e Montenegro. A FIFA confere à atual Sérvia as participações da
antiga Iugoslávia e de Sérvia e Montenegro.
(2):A Tchecoslováquia foi dividida em República Tcheca e Eslováquia em 1993. A FIFA confere à República
Tcheca e à Eslováquia as participações da antiga Tchecoslováquia, porém a República Tcheca confere as
participações e pontuações da antiga Tchecoslováquia, pois caso ocorra o enfrentamento da República
Tcheca contra a Eslováquia não haja conflito de resultados na tabela do Ranking das Copas do Mundo.
Caso parecido com a União Soviética, com Rússia e Ucrânia.
(3):A Alemanha jogou em 1934 e 1938 unificada. Após a Segunda Guerra Mundial seu território foi dividido
em Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental. A Seleção Ocidental é tricampeã mundial, enquanto a
Oriental participou somente em 1974. A reunificação das duas Alemanhas se deu em 1991 e em 1994 a
Seleção Alemã voltou a disputar uma Copa do Mundo como um país só. Para a FIFA, as participações da
Seleção Ocidental são somadas às da Alemanha unificada e a Seleção Oriental tem estatísticas próprias.
(4):Índias Orientais Neerlandesas, que disputou a Copa de 1938, era o antigo nome da Indonésia.
(5):A FIFA confere à Rússia as participações da antiga União Soviética, uma vez que a Rússia é
considerada a sucessora natural da União Soviética, após a divisão deste país em diversas repúblicas, dentre
as quais estão a Rússia, onde localiza-se a capital da antiga União Soviética (Moscou).
(6):Zaire, que disputou a Copa de 1974, era o antigo nome da República Democrática do Congo




Edições

                              Final                              Semifinalistas
Ano    Sede
                 Campeão         Placar     Vice         3º lugar         Placar     4º lugar
       1930
 1    Detalhe                               4–2                           Estados      [nota 1]
                   Uruguai     Uruguai                  Argentina                                 Iugoslávia
         s                                                                Unidos
       1934
                                            2–1
 2    Detalhe       Itália                        Tchecoslováqui          3–2
                                 Itália     (pro)                Alemanha                          Áustria
         s                                              a
       1938
 3    Detalhe      França                   4–2          Hungria                       4–2
                                 Itália                                    Brasil                  Suécia
         s
       1950
                                            [nota 2]                                   [nota 2]
 4    Detalhe       Brasil     Uruguai                    Brasil          Suécia                  Espanha
         s
       1954
 5    Detalhe                 Alemanha 3 – 2                                           3–1
                    Suíça                                Hungria          Áustria                  Uruguai
         s                    Ocidental
       1958
 6    Detalhe      Suécia                   5–2                                        6–3        Alemanha
                                 Brasil                   Suécia          França
         s                                                                                        Ocidental


                                                                                                        143
1962
7   Detalhe    Chile                3 – 1 Tchecoslováqui               1–0     Iugoslávia
                          Brasil                              Chile
       s                                        a
     1966
                                  4–2                                           União
8   Detalhe Inglaterra                       Alemanha                  2–1
                       Inglaterra (pro)                     Portugal           Soviética
       s                                     Ocidental
     1970
9   Detalhe   México                4–1                     Alemanha 1 – 0
                          Brasil                Itália                          Uruguai
       s                                                    Ocidental

    1974   Alemanh
10 Detalhe     a     Alemanha 2 – 1                                    1–0
                                            Países Baixos    Polônia             Brasil
      s    Ocidental Ocidental
    1978
                               3–1
11 Detalhe Argentina                                                   2–1
                     Argentina (pro)        Países Baixos    Brasil              Itália
      s
    1982
12 Detalhe    Espanha               3–1      Alemanha                  3–2
                           Itália                            Polônia            França
      s                                      Ocidental
    1986
                                                                       4–2
13 Detalhe    México Argentina 3 – 2         Alemanha
                                                             França    (pro)    Bélgica
      s                                      Ocidental
    1990
14 Detalhe     Itália    Alemanha 1 – 0                                2–1
                                             Argentina        Itália           Inglaterra
      s                  Ocidental
                                    0–0
    1994                            (pro)
15 Detalhe    Estados                (3 –                              4–0
              Unidos      Brasil                Itália       Suécia            Bulgária
      s                               2
                                    pen)
    1998
16 Detalhe    França                3–0                      Croácia   2–1      Países
                          França               Brasil
      s                                                                         Baixos
    2002         Corei
17 Detalhe    a do Sul              2–0                                3–2     Coreia do
                          Brasil             Alemanha       Turquia
      s          Japão                                                           Sul
                                    1–1
    2006                            (pro)
18 Detalhe    Alemanh                (5 –                              3–1
                 a         Itália              França       Alemanha           Portugal
      s                               3
                                    pen)



                                                                                     144
2010
19 Detalhe Africa do         1–0                                         3–2
                     Espanha                   Holanda      Alemanha             Uruguai
      s       Sul
    2014
20 Detalhe        Brasil
      s
    2018
21 Detalhe        Rússia
      s
    2022
22 Detalhe        Qatar
      s




                           Copa do Mundo FIFA de 2014

A Copa do Mundo FIFA de 2014 será a vigésima edição do evento e terá como país-
anfitrião o Brasil. É a segunda vez que este torneio é realizado no país, depois da Copa do
Mundo FIFA de 1950. A competição será disputada entre 12 de junho e 13 de julho[2]. e
ocorrerá pela quinta vez na América do Sul, a primeira após 36 anos já que a Argentina
acolheu o evento em 1978. Foi a última sede de Copa do Mundo escolhida através da
política de rodízio de continentes implementada pela FIFA, iniciado a partir da escolha da
Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.




                                     Preparativos

Infraestrutura:

                                                                                       145
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estima que o custo de construção e
remodelação dos estádios custará mais de R$ 1,9 bilhão. Além das construções e reformas
de estádios, haverá ainda mais alguns milhões gastos em infra-estrutura básica para deixar o
país pronto para sediar o evento.

Quando informado sobre a decisão de sediar o torneio, o presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, disse: "Nós somos uma nação civilizada, uma nação que está passando por uma
fase excelente e temos tudo preparado para receber adequadamente a honra de organizar
uma excelente Copa do Mundo." Teixeira estava na sede da FIFA, em Zurique, quando fez
o anúncio.

"Nos próximos anos teremos um fluxo consistente de investimentos. A Copa de 2014
permitirá ao Brasil ter uma infra-estrutura moderna", disse Teixeira. "Em termos sociais
será muito benéfico. Nosso objetivo é tornar o Brasil mais visível nas arenas globais",
acrescentou. "A Copa do Mundo vai muito além de um mero evento esportivo. Vai ser uma
ferramenta interessante para promover uma transformação social."

Em setembro de 2008, o Ministro de Transportes do Brasil anunciou o trem de alta
velocidade no Brasil, um projeto para a Copa do Mundo que faria a ligação entre as cidades
de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. o projeto custaria R$ 11 bilhões. A tecnologia
para a construção provavelmente será feita por empresas da França, Japão, Coreia do Sul ou
Alemanha, que irão formar consórcios com empresas de engenharia brasileiras. No entanto,
em 2 de julho de 2010, foi anunciado que a linha não é esperada para ser inaugurada antes
do final de 2016.

Em 31 de agosto de 2009, a agência estadual de gestão dos aeroportos da Infraero divulgou
um plano de investimentos de R$ 5,3 bilhões [10] para atualizar os aeroportos de dez cidades
sede, aumentando a sua capacidade e o conforto para os centenas de milhares de turistas
esperados para a Copa. Uma parcela significativa (55,3%) do dinheiro será gasto
reformulando os aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro. O valor de investimento abrange
obras a serem realizadas até 2014.

O anúncio feito pela Infraero veio em resposta às críticas feitas pela Associação Brasileira
de Aviação Geral, um grupo de proprietários de aviões particulares, de que os aeroportos do
Brasil atualmente não poderiam lidar com o afluxo causado pela Copa do Mundo. O vice-
presidente da associação, Adalberto Febeliano, disse a jornalistas que mais de 500.000 fãs
de futebol eram esperados, com cada uma tendo entre seis e quatorze voos durante o torneio
para chegar aos jogos nas diversas cidades sede.

 A maioria dos aeroportos do Brasil foram construídos antes do fim da Segunda Guerra
Mundial e vários estão em ponto de saturação em termos de passageiros, de acordo com a
associação. Acrescentou que deve ser possível reformar as instalações "no prazo de três ou
quatro anos", se existir vontade política. A Infraero afirmou em um comunicado: "Na
corrida contra o tempo, a Infraero garantirá que os sessenta e sete aeroportos na sua rede
estejam em perfeitas condições para receberem com conforto e segurança os passageiros do
Brasil e do exterior". Em maio de 2010, o governo brasileiro alterou a legislação de
licitação para permitir maior flexibilidade para a Infraero.[12]


                                                                                        146
O Grupo Executivo da Copa do Mundo de 2014 (Gecopa) publicou uma nova lista
consolidada das obras e valores incluídos no documento com base em novas regras. São
101 intervenções, sendo 12 estádios, 51 projetos de mobilidade urbana, 31 ações em
aeroportos e 7 em portos. A previsão é de um investimento total de mais de R$ 26 bilhões
para a Copa de 2014.

Incentivos fiscais

O Governo Federal informou em 17 de maio de 2010, que fará uma concessão de
incentivos fiscais para a construção e remodelação de estádios para a Copa de 2014. Em
nota, o Ministério da Fazenda disse que "a concessão será de isenção fiscal para os estádios
da Copa do Mundo, que não terão de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI),
Imposto de Importação (II) ou contribuições sociais (PIS/COFINS)."

Além disso, as doze cidades que serão sede dos jogos da Copa do Mundo devem ser
capazes de conceder a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) sobre todas as operações envolvendo mercadorias e outros bens para a construção
ou remodelação dos estádios. "Condicionais sobre a concessão cumulativa dos benefícios
envolvendo Imposto de Importação, IPI e PIS/COFINS, a isenção de ICMS sobre as
importações só serão aplicáveis se a mercadoria não tiver um produto similar de produção
nacional", informou em nota, acrescentando que esta decisão deve ser viabilizada através
de uma Lei ou Medida Provisória.

Em setembro passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) abriu uma linha de crédito de R$ 4,8 bilhões para os estádios da Copa do Mundo.
Cada cidade anfitriã será capaz de financiar até R$ 400 milhões , ou 75% do projeto, com
recursos do Banco.

Estádios

Dezoito cidades candidataram-se para sediar as partidas da Copa, porém Maceió desistiu,[15]
restando dezessete cidades, todas capitais de estados. A FIFA limita o número de cidades-
sedes entre oito e dez, entretanto, dada a dimensão continental do país sede, a organização
cedeu aos pedidos da CBF e concedeu permissão para que se utilizem 12 sedes no mundial.

Após sucessivos adiamentos, finalmente no dia 31 de maio de 2009 foram anunciadas as
sedes oficiais da Copa. A lista eliminou as candidaturas de Belém, Campo Grande,
Florianópolis, Goiânia e Rio Branco.[16] Dentre as 12 cidades escolhidas, cinco delas
deverão receber também a Copa das Confederações 2013, "evento teste" para a Copa.
Umas das sedes, o Recife, organizará os jogos em outra cidade da Região Metropolitana,
São Lourenço da Mata.

Originalmente, o Estádio do Morumbi em São Paulo estava no projeto, mas por
incompatibilidade financeira do projeto, a FIFA retirou o estádio como uma das sedes. O
comitê organizador da copa em São Paulo estudava a construção de um novo estádio em
Pirituba, zona noroeste da cidade de São Paulo, mas esta opção foi descartada devido ao


                                                                                        147
tempo insuficiente, então o comitê organizador da Copa juntamente com a Prefeitura e o
               Governo de São Paulo decidiram que o estádio sede em São Paulo será o novo estádio do
               Corinthians em Itaquera.[17] Posteriormente, Salvador anunciou estar na disputa para abrigar
               o jogo de abertura do evento,[18] além de Brasília e Belo Horizonte.[19]

               Em 20 de outubro de 2011, enfim, a FIFA anunciou oficialmente que o estádio de São
               Paulo seria o palco da abertura do Mundial de 2014.[20] Também conhecido como Itaquerão,
               [21]
                    em 23 de janeiro de 2012 este estádio foi denominado pela FIFA de Arena de São Paulo.
               [22]



               O primeiro estádio a ficar pronto para a Copa do Mundo foi o Castelão, em Fortaleza,
               sendo reinaugurado em 16 de dezembro de 2012.[23] Em seguida foi entregue o Estádio
               Mineirão, em 21 de dezembro de 2012. Na cerimônia de reabertura do remodelado estádio
               estavam presentes diversas autoridades governamentais, entre elas a presidente Dilma
               Roussef.

   Belo Horizonte                Brasília                 Cuiabá                  Curitiba                Fortaleza


  Estádio Mineirão          Estádio Nacional          Arena Pantanal         Arena da Baixada          Estádio Castelão
Capacidade: 62.547[25]    Capacidade: 70.064[26]   Capacidade: 42.968[27]   Capacidade: 41.456[28]   Capacidade: 64.846[29]
                               (em reconstrução)       (em reconstrução)          (em reforma)




      Manaus                                                                                                Natal
  Arena Amazônia                                                                                      Estádio das Dunas
Capacidade: 42.374[30]                                                                               Capacidade: 42.086[31]
     (em construção)                                                                                      (em construção)




   Porto Alegre                  Recife              Rio de Janeiro              Salvador                 São Paulo
 Estádio Beira-Rio         Arena Pernambuco        Estádio do Maracanã       Arena Fonte Nova         Arena de São Paulo
Capacidade: 48.849[32]    Capacidade: 44.248[33]   Capacidade: 76.804[34]   Capacidade: 48.747[35]   Capacidade: 65.807[36]
      (em reforma)             (em construção)           (em reforma)           (em reconstrução)         (em construção)




                                                                                                         148
Marketing

O logotipo é chamado de "Inspiração" e foi criado pela agência brasileira "África". O
projeto resulta de uma fotografia icônica de três mãos vitoriosas juntas levantando o Troféu
da Copa do Mundo FIFA. Bem como para descrever a noção humanitária das mãos em
interligação, a representação das mãos também é simbólica no amarelo e verde do Brasil,
dando calorosas boas-vindas ao mundo. O logotipo foi apresentado em uma cerimônia
realizada em Joanesburgo, África do Sul, em 8 de julho de 2010.

A FIFA e o COL Brasil 2014 convidaram 25 agências brasileiras para apresentar projetos
para o emblema oficial do torneio de 2014 e a tarefa de escolher o vencedor foi delegada a
um grupo de juízes composto pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol,
Ricardo Teixeira, o secretário geral da FIFA, Jérôme Valcke, a supermodelo Gisele
Bündchen, o arquiteto Oscar Niemeyer, o escritor Paulo Coelho, a cantora Ivete Sangalo e
o designer Hans Donner.

A comunidade brasileira de designers reagiu com duras críticas à identidade visual
escolhida. Segundo Alexandre Wollner, um dos precursores do design moderno brasileiro e
um dos maiores profissionais da área no país [40], o desenho se assemelha a uma mão
cobrindo o rosto de vergonha e o processo de escolha, por um júri que excluía designers
gráficos profissionais, não foi correto

Mascote




                                                                                        149
A seleção do mascote da Copa do Mundo FIFA de 2014 ocorreu em março de 2012 com
uma decisão da própria FIFA. Na disputa para ser mascote da Copa, estavam as seguintes
opções: a Arara, o Saci Pererê, a Onça Pintada e o Tatu-bola. O tatu-bola, vencedor da
disputa, foi apresentado ao público como mascote da Copa do Mundo de 2014 em 16 de
setembro de 2012.

A ideia de candidatar o animal surgiu da ONG cearense Associação Caatinga. A campanha
ganhou repercussão nas redes sociais e, em 29 de fevereiro de 2012, um dossiê foi entregue
aos representantes do Ministério dos Esportes. O tatu-bola-da-caatinga é uma espécie
endêmica do Brasil e, de acordo com a União Internacional para a Conservação da
Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), encontra-se ameaçada de extinção, com estado
de conservação vulnerável.

A questão da preservação ambiental, simbolizada nos mascotes, começou a ser uma
preocupação das comissões organizadoras dos torneios desde a Copa do Mundo FIFA de
2010, quando um leopardo (espécie que sofre com a caça predatória na África do Sul)
batizado de Zakumi, foi o mascote da competição.

A identidade visual do mascote compõe-se do tatu-bola em amarelo, com a carapaça em
azul, trajando um calção verde e um camiseta branca na qual está grafado "Brasil 2014".
Uma votação pública foi aberta para a decisão do nome. "Amijubi" (palavra formada pela
fusão de amizade e júbilo), "Fuleco" (junção de futebol e ecologia) e "Zuzeco" (uma
mistura de azul e ecologia) são os nomes postulantes. Com 48% dos 1,7 milhão de votos
pela internet no Brasil e no mundo, "Fuleco" foi escolhido como nome oficial do mascote e
anunciado em 25 de novembro de 2012. Zuzeco obteve 31% e Amijubi 21% dos votos.




                                                                                      150
AVALIAÇÃO FÍSICA




As avaliações físicas são testes (antropométricos e ergométricos) que identificara
o estado atual de condicionamento físico tanto muscular ,como cardiorespiratorio
analisar o percentual de gordura


      Um bom teste deve começar com uma boa anmenese ,que é um
questionário para rastrear seus hábitos alimentares,doenças
hereditárias,patologias, cirurgias e atividades físicas.


    Para analisar a composição corporal,(percentual de gordura) existe os
métodos diretos ,indireto e duplamente indireto.


Método direto: Este é o mais preciso ,porém só é possível na dissecação de
cadáveres.


Método indireto: Não há manipulação dos componentes separadamente. Este
método visa a contagem de potássio radioativo (k40 e k42) diluição de oxido de
deutério, excreção de creatina urinaria,etc....pelo meio químico.

Método duplamente indireto: Este é o mais acessível para a população em geral e
é realizado através da bioimpedância e por dobras cutâneas,assim como por
pesagem hidrostática.




                                                                                 151
Bioimpedância: Este método permite uma avaliação rápida do percentual de
gordura através da passagem de corrente elétrica ,verificando o nível de água
existente no organismo e quantificando o percentual de gordura.


Dobras cutâneas: É analisado por medidas verificadas por um compasso
obtendo dados para aplicar em alguma formulas já estabelecidas ,consideradas
como padrão através vários estudos ,pelo fato de sabermos que as grandes
quantidades de gordura encontram-se em depósitos adiposos debaixo da pele.


Teste neuromuscular: Verifica a resistência de grandes grupos musculares
durante 1 min de exercícios repetidos em máxima velocidade.


Dinamometria: Permite a mensuração da força através de um equipamento.


Avaliação postural: Verifica anomalias no esqueleto, deve ser realizado por um
ortopedista.


Teste de flexibilidade: Verifica a capacidade do músculo de se estender ao
Maximo através de equipamento elaborado chamado de Banco Wells


Peso e altura: Apenas para adquirir dados para conferência.


Ergoespirometria: Este teste nos dá parâmetros para analisar o vo2
Max(capacidade máxima de absorção de oxigênio) e definir o limiar
anaeróbio( ponto onde a capacidade de remover o acido lático é menor que a
produção do mesmo e definir a predominância da utilização de gordura e
carboidratos como fonte de energia). Com estes dois dados podemos definir e
quantificar um treinamento específico para cada indivíduo.




                                                                                152
Teste de eletrocardiografia: Executado por um cardiologista, permite conhecer o
estado atual do coração e seus limites.




Índice de Massa Corporal: O índice de Massa Corporal (IMC) é uma fórmula que
indica se um adulto está acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal
considerado saudável. A fórmula para calcular o Índice de Massa Corporal é:
IMC = peso / (altura)2




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Músculos

Existem dois tipos de contrações musculares: contração isotônica e contração
isométrica.

A contração isotônica refere-se a uma contração em que um músculo encurta
enquanto exerce uma força constante que corresponde à carga que está sendo
erguida pelo músculo. Divide-se em concêntrica e excêntrica. Na concêntrica a
contração vence a resistência e há o encurtamento muscular e na excêntrica a
resistência vence a contração havendo o alongamento muscular.

Ex: A corrida é concêntrica pois o velocista vence a barreira do ar Ex: Queda de
braço é excêntrica pois a resistência está em seu oponente.

A contração isométrica refere-se a uma contração em que o comprimento externo
do músculo não se altera, pois a força gerada pelo músculo é insuficiente para
mover a carga à qual está fixado.

No corpo, a maioria das contrações é uma combinação de ambas contrações




Tipos de músculos

Todos os três tipos musculares têm as seguintes características:


                                                                            154
Podem contrair-se e encurtar, tornando-se mais tensos e duros, em resposta a um
estímulo vindo do sistema nervoso;

Podem ser distendidos, aumentando o seu comprimento;

Podem retornar à forma e ao tamanho originais.

A propriedade do tecido muscular de se contrair chama-se contratilidade e a
propriedade de poder ser distendido recebe o nome de elasticidade.

Histologicamente, podemos classificar os músculos em três categorias:




Músculo estriado esquelético

Os músculos esqueléticos possuem uma coloração mais avermelhada. São
também chamados de músculos estriados (fibrocélulas estriadas), já que
apresentam estriações em suas fibras. São os responsáveis pelos movimentos
voluntários; estes músculos se inserem sobre os ossos e sobre as cartilagens e
contribuem, com a pele e o esqueleto, para formar o invólucro exterior do corpo.

É o mais nobre de todos os músculos, se analisado histologicamente tem
característica de músculo esquelético, mas funcionalmente tem característica de
músculo liso assim como o esquelético, apresenta fibrocélulas bastante
compridas. É também chamado de miocárdio, é o que constitui a parede do
coração. Apesar de ser estriado,possui movimentos involuntários. Este músculo se
contrai e relaxa sem parar. Entretanto, elas são mononucleadas ou binucleadas,
com núcleos localizados mais para o centro da célula. Também possuem discos
intercalares, que são linhas de junção entre uma célula e outra, que aparecem
mais coradas que as estrias transversais. No tecido cardíaco, têm bastante
importância as fibras de Purkinje, células responsáveis pela distribuição do
impulso elétrico que gera a contração muscular às diversas fibrocélulas cardíacas.




                                                                               155
Músculo liso

Coloração esbranquiçada, também chamados de músculos viscerais que entram
na constituição dos órgãos profundos, ou vísceras, para assegurar-lhes
determinados movimentos (contrações). Estes músculos têm estrutura "lisa" e
funcionam independentemente da nossa vontade. A maneira com que se dispõe
de suas fibras é bem diferente da musculatura estriada. São involuntários e, em
geral são longos e lentos. Os músculos lisos não apresentam estrias. Suas células
têm o formato de fuso e constituem parede de órgãos internos, como o estômago,
o intestino, etc. Como exemplo, podemos citar os movimentos do tubo digestivo -
movimentos peristálticos - e o aumento e a diminuição da pupila. E são esse
movimentos que auxiliam na digestão, em se tratando do sistema digestivo


Problemas Musculares

O esforço excessivo ou movimentações bruscas podem provocar lesões
musculares. As mais comuns são: cãimbras, cansaço muscular, distensões e
rupturas. Em geral, tais problemas acontecem durante a prática esportiva. A
cãimbra é causada por contrações repentinas e involuntárias do músculo. Como
as outras células, as fibras musculares produzem energia por meio de reações de
combustão. Devido a intensa atividade para proporcionar movimento e calor ao
corpo, as fibras musculares precisam gerar grande quantidade de energia (glicose,
gorduras e oxigênio). Caso o oxigênio seja insufiente, o organismo produz uma
substância denominada ácido lático. Dentro das fibras musculares, o ácido lático
impede a renovação da energia necessária para a contração do músculo (cansaço
muscular). A cãimbra é uma contração brusca, espasmódica da musculatura
acompanhada de dor intensa. Importante salientar que não é apenas a contração
prolongada dos músculos que pode provocar dor. O estiramento excessivo
(distensão muscular) também é seguido de intensa dor. Contrações musculares
bruscas podem afetar os tendões, resultando, em certos casos, no rompimento da
articulação. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu uma ruptura de tendão.



                                                                             156
Contrações musculares

As Contrações musculares podem ser dividas em : Contração reflexa ( ato
involuntário de movimento muscular mas de músculos somáticos voluntários).
Contração tônica (contração esta mantida mesmo quando o músculo está
"relaxado", este tipo de contração ajuda na manutenção da postura, por exemplo,
do pescoço, no tônus dos dedos. Contração fásica isotônica dividida ainda em
contração concêntrica ( encurtamento muscular) e contração excêntrica
( alongamento (contração) do músculo oposto ao que se contrai). E, por último,
contração fásica isométrica ( não encurta nem alonga, mantem o mesmo
comprimento muscular, mas com uma tensão maior do que o tônus muscular.


A contração muscular corresponde a um encurtamento das fibras musculares
como resposta normal a um estímulo nervoso.

De acordo com o modelo de Huxley, a contração muscular é conseqüência de
uma série de eventos:

1) O impulso nervoso alcança a célula muscular por meio de uma sinapse
especial, chamada sinapse neuro-muscular ou placa motora.

Há liberação de mediadores químicos nas placas motoras que excitam as células
musculares estriadas e o mediador químico é a acetilcolina.

2) O mediador químico atinge a membrana plasmática da célula muscular, que
recebe o nome especial de sarcolema. Uma vez a célula muscular tendo sido
excitada, um potencial de ação é desencadedo na célula muscular.

3) Esse potencial de ação propaga-se por todo o sarcolema e também pelo
retículo sarcoplasmático (RS), nome que recebe o retículo endoplasmático dessas
células. Com o estímulo, as membranas do RS tornam-se permeáveis aos íons
cálcio. Anteriormente armazenados nas cisternas do RS, os íons cálcio penetram
nos sarcômeros e colocam-se em contato com as moléculas de actina e de
miosina.




                                                                           157
4) Na presença de cálcio, as moléculas de miosina adquirem atividade catalítica
(atividade ATPásica) e começam a degradar moléculas de ATP, convertendo-as
em ADP.

5) Com a energia liberada pela hidrólise do ATP, as moléculas de miosina
deslizam-se sobre as de actina, encurtando os sarcômeros. Com o encurtamento
dos sarcômeros, as miofibrilas como um todo encurtam, diminundo o comprimento
da célula inteira.

Tipos de Contração Muscular :

 Concêntrico (Impulsor ou Positivo) - permite, através de um encurtamento
muscular, mover o peso do próprio corpo ou pesos exteriores, ou superar resistências.
Está presente na maioria dos desenvolvimentos motores esportivos. FM > Resistência.


 Excêntrico (Frenador ou Negativo) - é caracterizado por um aumento longitudinal
do músculo, que produz um efeito ativo contrário. Intervém no amortecimento de
saltos e na preparação de movimentos.


 Isométrico (Estático) - é caracterizado por uma contração muscular, que exclui o
encurtamento. Serve para a fixação de posições determinadas do corpo ou das
extremidades.


 Combinado (Autotônico ou Auxotônico) - caracteriza-se por elementos do tipo
impulsor, frenador ou estático. É utilizado para desenvolver a força sem aumentar o
corte transversal.


 Isocinético (Acomodativo) - Resistência diretamente proporcional ao
desenvolvimento da força por espaço de tempo. Resistência adaptada a força muscular
utilizada.


 Pliométrico (Reativo) - Passagem do trabalho muscular excêntrico para o
concêntrico. Estimula o reflexo miotático.




                                                                                  158
Modalidades da Força :
A força nunca aparece, nos diversos esportes, sob uma forma pura, mas
constantemente como uma combinação, ou mais ou menos como uma
mistura de fatores físicos de condicionamento da “performance”
(Weineck, 1989:97).

 Força Máxima

Caracteriza-se pelo nível de força que o aluno/atleta é capaz de alcançar
em conseqüência da tensão muscular máxima.
 Dinâmica - Capacidade de desenvolver tensão máxima no
desenvolvimento de um movimento articular
 Estática - Maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por
contração voluntária.

                           FM Estática > FM
                              Dinâmica


Obs.: Uma FM só ocorre quando houver equilíbrio entre a carga e a
força de contração do músculo.
A FM depende dos seguintes fatores:
- Seção fisiológica transversal do músculo;

- Coordenação Intermuscular;

- Coordenação Intramuscular.

  Vantagens:
- Aumento da força sem aumento essencial da seção transversal e do
peso corporal.
Sistema Energético:

Os fosfatos ricos em energia (ATP-CP), desempenham um papel decisivo
no desenvolvimento da força máxima. Uma carga máxima levada ao
esgotamento, atinge uma superacidez intracelular (elevação do lactato)
e reduz a “performance” a níveis submáximos (Weineck,1989:97).

 Força de Explosão

É a capacidade que o sistema neuromuscular tem de superar
resistências com a maior velocidade de contração possível (Harre,
1976).


                                                                      159
Segundo Bühhrle-Schmidtbleicher (1981), a elevação da FE depende
dos seguintes fatores:

- Número de unidades motoras simultaneamente envolvidas no início do
movimento (coordenação intramuscular);

- A velocidade de contração das fibras musculares ativadas;

- A força de contração das fibras musculares empenhadas, ou seja, a
seção transversal do músculo

 Subdivisão:

  Força de largada - é a capacidade de empregar um número máximo
de unidades motoras no início da contração e de executar uma força
inicial elevada. (Weineck,1989:100).

 Força explosiva - ocorre um aumento da força por unidade de tempo.


Depende: velocidade de contração das unidades motoras e da força de
contração das fibras comprometidas.

 Força explosiva de resistência - movimentos repetidos com
sobrecarga que permitem manter, ao mesmo tempo, uma velocidade
alta com um número de repetições elevadas.

Obs.: Se as resistências a serem vencidas forem pequenas, é a força de
largada que predomina, se a carga aumentar ou o tempo de duração for
prolongado, é a força explosiva, se só o tempo for prolongado, força de
resistência. Para cargas muito elevadas, força máxima
(Letzelter,1978).

 Força de Resistência

É a capacidade de resistir a fadiga do organismo, em caso de
performance de força de longa duração (Harre,1976).

Depende:

- intensidade do estímulo (% da força máxima);

- volume do estímulo (número de repetições).


                                                                      160
Divisão: segundo (Frey,1977)

 Força de Resistência Geral - Capacidade de resistência à fadiga da
periferia corporal com emprego de 1/7 à 1/6 da musculatura esquelética
total.

 Força de Resistência Local - Capacidade de resistência à fadiga do
corpo com o emprego de menos de 1/7 à 1/6 do total da musculatura
esquelética

Divisão: segundo (Zaziorski, citado por Manso,1996: 250).

 Força de Resistência Global - Capacidade de resistência à fadiga da
periferia corporal com emprego de mais de 2/3 da musculatura
esquelética total.

 Força de Resistência Regional - Capacidade de resistência à fadiga
da periferia corporal com emprego entre1/3 a 2/3 da musculatura
esquelética total.

 Força de Resistência Local - Capacidade de resistência à fadiga do
corpo com o emprego de menos de 1/3 do total da musculatura
esquelética.

 Formas Particulares:

 Força Absoluta - é a força produzida independentemente do peso
corporal.

 Força Relativa - é a força produzida relacionada com o peso corporal.


 Força Limite - força voluntária máxima + a reserva de força
mobilizável pelos componentes psíquicos (ou drogas).




                                                                   161
DEFICIÊNCIA FÍSICA



1. DEFINIÇÃO


A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o
sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam
quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações
físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de
lesão ocorrida.


2. TIPOS


    •   Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias)
    •   Lesão medular (tetraplegias, paraplegias)
    •   Miopatias (distrofias musculares)
    •   Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose lateral
        amiotrófica)
    •   Lesões nervosas periféricas
    •   Amputações
    •   Seqüelas de politraumatismos
    •   Malformações congênitas
    •   Distúrbios posturais da coluna
    •   Seqüelas de patologias da coluna
    •   Distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das articulações dos membros
    •   Artropatias
    •   Reumatismos inflamatórios da coluna e das articulações




                                                                                              162
•   Lesões por esforços repetitivos (L.E.R.)
   •   Seqüelas de queimaduras


3. DADOS ESTATÍSTICOS


A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, em tempos de paz, 10% da população de
países desenvolvidos são constituídos de pessoas com algum tipo de deficiência. Para os países
em vias de desenvolvimento estima-se de 12 a 15%. Destes, 20% seriam portadores de deficiência
física. Considerando-se o total dos portadores de qualquer deficiência, apenas 2% deles recebem
atendimento especializado, público ou privado. (Ministério da Saúde - Coordenação de Atenção a
Grupos Especiais, 1995).


4. CAUSAS


   •   Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição; materna; rubéola;
       toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras.
   •   Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras.
   •   Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de
       trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos;
       processos degenerativos e outros.
   •   Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas metabólicas
       e outras.
   •   Mal formações congênitas: por exposição à radiação; uso de drogas; causas
       desconhecidas.
   •   Artropatias:   por    processos     inflamatórios;   processos   degenerativos;   alterações
       biomecânicas; hemofilia; distúrbios metabólicos e outros.


5. FATORES DE RISCO


 Violência urbana                                 Uso de drogas
 Acidentes desportivos                             Sedentarismo
 Acidentes do trabalho                            Epidemias/endemias
 Tabagismo                                        Agentes tóxicos
 Maus hábitos alimentares                         Falta de saneamento básico

6. PARA FAZER A IDENTIFICAÇÃO


   •   Observação quanto ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê (não firmar a
       cabeça, não sentar, não falar, no tempo esperado).




                                                                                               163
•    Atenção para perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da sensibilidade
          para membros superiores ou membros inferiores.
     •    Identificação de erros inatos do metabolismo.
     •    Identificação de doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas.
     •    Controle de gestação de alto-risco.
     •    A Identificação precoce pela família seguida de exame clínico especializado favorecem a
          prevenção primária e secundária e o agravamento do quadro de incapacidade.


7.         EXAMES           PARA           TER            UM         DIAGNÓSTICO       CORRETO




 Barositometria (Lesados Medulares)                   Ergoespirometria
 Avaliações        Complementares              por
                                                       Baropodometria
  Especialidades Afins
 Avaliação Isocinética                                Avaliação Clínica Fisiátrica
  Eletroneuromiografia                                 Teste de Propriocepção - Reactor
                                                       Avaliações Complementares por      Equipe
 Potencial Evocado
                                                       Multiprofissional
                                                       Laboratório de Análise Tridimensional do
 Urodinâmica
                                                       Movimento




                             DEFICIÊNCIA MENTAL



Deficiência mental Deficiência mental é o nome dado à caracterização dos
problemas que ocorrem no cérebro, e leva a um baixo rendimento cognitivo, mas
que não afetam outras regiões ou funções cerebrais.

A Deficiência mental pode ter várias etiologias, entre as principais estão os:
fatores genéticos, perinatais, (ocorridos durante a gestação e o parto) e pós
natais.

Os portadores de necessidades especiais (já denominados Excepcionais ou
(Deficientes) necessitam de atendimento multiprofissional (incluindo: médico,


                                                                                             164
fisioteraputa/ terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, pedagogo entre
outros) a fim de minimizar os problemas decorrentes da deficiência. Quanto mais
cedo houver um diagnóstico e mais precoce for a intervenção melhores serão os
resultados. As técnicas exercidas por diversos profissionais de reabilitação e
puericultura para identificar precocemente lesões e intervir são denominadas
Avaliação do Desenvolvimento e Estimulação Precoce.

A criança com deficiência mental tem as funções intelectuais situadas abaixo dos
padrões considerados normais para sua idade,e em conseqüência, pode
apresentar dificuldades no desenvolvimento e comportamento adaptativo.

A deficiência mental resulta, quase sempre, de uma alteração na estrutura
cerebral, provocada por fatores genéticos, na vida intra-uterina, ao nascimento ou
na vida pós-natal. O grande desafio para os estudiosos dessa característica
humana é que em quase metade dos casos estudos essa alteração não é
conhecida ou identificada e quando analisamos o espectro de patologias que tem
a deficiência mental como expressão de seu dano nos deparamos com um
conjunto de mais de 200 doenças

Problemas da definição de deficiência mental

As clássicas definições da deficiência mental, a exemplo da Associação
Americana Deficiência Mental têm como referência a limitação da atividade
intelectual (leia-se praticamente habilidades lógico matemáticas) e a capacidade
de adaptação (leia-se socialização) contudo ambos conceitos, aqui referidos,
podem ser ampliados em função das suas distintas aplicações.

Para Piaget a inteligência é um prolongamento da adaptação orgânica, o
progresso da razão consiste numa conscientização da atividade organizadora da
própria vida. Essa definição, uma das muitas possibilidades de definir lógica e
inteligência em seus estudos, revelam sua opção de pesquisa a partir de um
conceito básico da biologia moderna, a adaptação, sem o qual não poderíamos
compreender as relações entre forma e função e/ou a teoria da evolução.


                                                                              165
Autismo: Histórico

Foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner,
trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of
affective contact, na revista "Nervous Child", vol. 2, p. 217-250. No mesmo ano, o
também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, a
psicopatia autista da infância. Embora ambos fossem austríacos, devido à II
Guerra Mundial, não se conheciam.

A palavra "autismo" foi cunhada por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um
sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade".
Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que
observavam em seus pacientes.

O trabalho de Asperger só veio a se tornar conhecido nos anos 1970, quando a
médica inglesa Lorna Wing traduziu seu trabalho para o inglês. Foi a partir daí que
um tipo de autismo de alto desempenho passou a ser denominado síndrome de
Asperger.

Nos anos 1950 e 1960, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do
autismo seria a indiferença da mãe, que denominou de "mãe-geladeira'". Nos anos
1970 essa teoria foi posta por terra e passou-se a pesquisar as causas do
autismo. Hoje, acredita-se que o autismo esteja ligado a causas genéticas
associadas a causas ambientais. Dentre possíveis causas ambientais, a
contaminação por mercúrio tem sido apontada por militantes da causa do autismo
como forte candidata, assim como problemas na gestação.


Características do autismo

*Dificuldade na interação social:



                                                                               166
*Dificuldade acentuada no uso de comportamentos não-verbais (contato visual,
expressão facial, gestos);

*Dificuldade em fazer amigos;

*Apresenta dificuldade em compartilhar suas emoções;

*Dificuldade em demonstrar reciprocidade social ou emocional.

*Prejuízos na comunicação:

*Atraso ou falta de linguagem verbal;

*Para aqueles onde a fala é presente, verifica-se uma grande dificuldade em
iniciar ou manter uma conversa;

*Uso estereotipado e repetitivo da linguagem;

*Falta ou dificuldade em brincadeiras de "faz de conta".

Há alguns anos, as alterações de linguagem apresentadas por autistas foram
consideradas apenas uma característica do transtorno, porém, atualmente as
questões de linguagem são consideradas como um dos principais problemas do
Autismo.

*Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades:

*Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados;

*assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter "manias" ou focalizar-se em um
único assunto de interesse);

*maneirismos motores estereotipados (agitar ou torcer as mãos, por exemplo);

*preocupação insistente com partes de objetos, em vez do todo (fixação na roda
de um carrinho, por exemplo).


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Síndrome de Down ou trissomia do cromossomo 21: é um distúrbio
genético causado pela presença de um cromossomo 21 extra total ou
parcialmente. Recebe o nome em homenagem a John Langdon Down, médico
britânico que descreveu a doença em 1866. A síndrome é caracterizada por uma
combinação de diferenças maiores e menores na estrutura corporal. Geralmente a
síndrome de Down está associada a algumas dificuldades de habilidade cognitiva
e desenvolvimento físico, assim como de aparência facial. A síndrome de Down é
geralmente identificada no nascimento.

Portadores de síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da
média, geralmente variando de retardo mental leve a moderado. Um pequeno
número de afetados possui retardo mental profundo. A incidência da síndrome de
Down é estimada em 1 a cada 800 ou 1000 nascimentos.

Muitas das características comuns da síndrome de Down também estão presentes
em pessoas com um padrão cromossômico normal. Elas incluem a prega palmar
transversa (uma única prega, ao invés de duas), olhos com formas diferenciadas
devido às pregas nas pálpebras, membros pequenos, tônus muscular pobre e
língua protrusa. Os afetados pela síndrome de Down possuem maior risco de
sofrer defeitos cardíacos congênitos, doença do refluxo gastroesofágico, otites
recorrentes, apnéia de sono obstrutiva e disfunções da glândula tireóide.




Características




Indivíduos com síndrome de Down podem ter algumas ou todas as seguintes
características físicas: fissuras palpebrais oblíquas, hipotonia muscular, a flat
nasal bridge, uma prega palmar transversal única (também conhecida como prega



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simiesca), uma língua protrusa (devido à pequena cavidade oral), pescoço curto,
pontos brancos nas íris conhecidos como manchas de Brushfield,[1] flexibilidade
excessiva nas articulações, defeitos cardíacos congênitos, espaço excessivo entre
o hálux e o segundo dedo do pé. As crianças com síndrome de Down encontram-
se em desvantagem em níveis variáveis face a crianças sem a síndrome, já que a
maioria dos indivíduos com síndrome de Down possuem retardo mental de leve
(QI 50-70) a moderado (QI 35-50), [2] com os escores do QI de crianças possuindo
síndrome de Down do tipo mosaico tipicamente 10-30 pontos maiores. [3] Além
disso, indivíduos com síndrome de Down podem ter sérias anomalias afetando
qualquer sistema corporal.

Outra característica frequente é a microcefalia, um reduzido peso e tamanho do
cérebro. O progresso na aprendizagem é também tipicamente afectado por
doenças e deficiências motoras, como         doenças infecciosas recorrentes,
problemas no coração, problemas na visão (miopia, astigmatismo ou estrabismo)
e na audição




Causas e genética




A síndrome de Down poderá ter quatro origens possíveis. Das doenças congénitas
que afectam a capacidade intelectual, a síndrome de Down é a mais prevalecente
e melhor estudada. Esta síndrome engloba várias alterações genéticas das quais
a trissomia do cromossoma 21 é a mais freqüente (95% dos casos). A trissomia 21
é a presença duma terceira cópia do cromossoma 21 nas células dos indivíduos
afectados. Outras desordens desta síndrome incluem a duplicação do mesmo
conjunto de genes (p.e., translações do cromossoma 21). Dependendo da efectiva
etiologia, a dificuldade na aprendizagem pode variar de mediana para grave.




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Os efeitos da cópia extra variam muito de indivíduo para indivíduo, dependendo da
extensão da cópia extra, do background genético, de factores ambientais, e de
probabilidades. A síndrome de Down pode ocorrer em todas as populações
humanas, e efeitos análogos foram encontrados em outras espécies como
chimpanzés e ratos.

Trissomia 21

A trissomia 21 poderá ser causada por um fenómeno de não-disjunção meiótico.
Neste caso, a criança terá três cópias de todos os genes presentes no
cromossoma 21. Esta é a causa apontada em 95% dos casos observados de
síndrome de Down.

Translocação Robertsoniana

O material extra poderá ser proveniente de uma translocação Robertsoniana, isto
é, o braço longo do Cromossoma 21 liga-se topo a topo com outro cromossoma
acrocêntrico (cromossomas 13, 14, 15, 21 ou 22), podendo haver assim
variabilidade na região extra. A mutação pode ser uma mutação de novo e pode
ser herdada de um dos progenitores que não apresenta a doença pois tem uma
translação Robertsoniana equilibrada. Por disjunção normal na meiose os
gâmetas são produzidos uma cópia extra do braço longo do Cromossoma 21. Esta
é a causa de 2 - 3% das síndromes de Down observadas. É também conhecida
como "síndrome de Down familiar".

Mosaicismo

O indivíduo pode ser um mosaico de células com arranjo genético normal e
células com trissomia 21. Isto pode acontecer de duas maneiras: Uma não-
disjunção numa divisão celular durante as primeiras divisões do zigoto, ficando
assim essa célula com uma trissomia 21, dando origem a mais células iguais a si
nas divisões seguintes e as restantes células permanecendo normais; ou então
poderá acontecer o contrário, um zigoto ou embrião com síndrome de Down sofrer


                                                                             170
uma igual mutação, revertendo assim as células para um estado de euploidia, isto
é, correcto número de cromossomas, que não possuem trissomia 21. Existe,
obviamente, uma variabilidade na fracção nº de células doentes/nº de células sãs,
tanto no total como dentro de um próprio tecido. Esta é a causa apontada em 1 -
2% dos casos analisados de síndrome de Down. Note-se que é provável que
muitas pessoas tenham uma pequena fracção de células aneuplóides, isto é, com
número de cromossomas alterado.

Duplicação de uma porção do cromossomo 21

Muito raramente, uma região do cromossoma 21 poderá sofrer uma fenómeno de
duplicação. Isto levaria a uma quantidade extra de genes deste cromossoma, mas
não de todos, podendo assim haver manifestações da doença.




Incidência

Estima-se que a incidência da Síndrome de Down seja de um em cada 660
nascimentos, o que torna esta deficiência uma das mais comuns de nível genético.
A idade da mãe influencia bastante o risco de concepção de bebé com esta
síndrome: em idades compreendidas entre os 20-24 anos é de apenas 1/1490,
enquanto que aos 40 anos é de 1/106 e aos 49 de 1/11 (Fonte: Hook EB. Rates of
chromosomal abnormalities at different maternal ages.). As grávidas com risco
elevado de ter um filho afectado por esta síndrome devem ser encaminhadas para
consultas de aconselhamento genético, no âmbito das quais poderão realizar
testes genéticos (como a amniocentese).



                                                                             171
O termo foi referido pela primeira vez pelo editor do The Lancet, em 1961 [1]. Era,
até à data, denominado como mongolismo pela semelhança observada por Down
na expressão facial de alguns pacientes seus e os indivíduos oriundos da
Mongólia. Porém, a designação mongol ou mongolóide dada aos portadores da
síndrome ganhou um sentido pejorativo e até ofensivo, pelo que se tornou banida
no seio científico.




Saúde

As cardiopatias congénitas afectam 40% (30-60%) destas crianças (defeitos do
septo e tetralogia de Fallot). São as principais causas de morte das crianças com
este síndroma. No entanto, se forem corrigidas, a esperança de vida destas
crianças é bastante elevada.

A afecção do foro gastroenterológico mais frequente é a atrésia duodenal, mas
também aparecem a estenose pilórica, a doença de Hirschsprung e as fístulas
traqueo-esofágicas. A incidência total de malformações gastroenterológicas é de
12%.

3% destas crianças têm cataratas congénitas importantes que devem ser
extraídas precocemente. Também são mais frequentes os glaucomas.

A hipotonia é muito frequente no recém-nascido, o que pode interferir com a
alimentação ao peito. Normalmente a alimentação demora mais tempo e
apresenta mais problemas devidos à protrusão da língua. A obstipação é mais
frequente devido à hipotonia da musculatura intestinal.

O hipotireoidismo congénito é mais frequente nas crianças com trissomia 21.

A laxidão das articulações e a hipotonia combinadas podem aumentar a incidência
de luxação congénita da anca embora esta alteração seja rara.



                                                                               172
As convulsões são mais frequentes, com incidência de 10%.

A imunidade celular está diminuída, pelo que são mais frequentes determinadas
infecções, como as respiratórias. Habitualmente têm hipertrofia dos adenóides e
das amígdalas. Há uma maior incidência de leucémias.

São muito frequentes as alterações auditivas nestas crianças devido a otites
serosas crónicas e os defeitos da condução neurosensorial.

Há uma grande controvérsia sobre a instabilidade atlantoaxial. Radiologicamente,
15% ou mais dos casos apresentam evidência deste facto, mas há muito poucas
crianças com problemas neurológicos associados.

Há um atraso no crescimento com tendência para a obesidade.

Os dentes tendem a ser pequenos e espaçados irregularmente.


Tratamento

Vários aspectos podem contribuir para um aumento do desenvolvimento da
criança com síndrome de Down: intervenção precoce na aprendizagem,
monitorização de problemas comuns como a tiróide, tratamento medicinal sempre
que relevante, um ambiente familiar estável e condutor, práticas vocacionais, são
alguns exemplos. Por um lado, a síndrome de Down salienta as limitações
genéticas e no pouco que se pode fazer para as sobrepor; por outro, também
salienta que a educação pode produzir excelentes resultados independentemente
do início. Assim, o empenho individual dos pais, professores e terapeutas com
estas crianças pode produzir resultados positivos inesperados.

As crianças com Síndrome de Down frequentemente apresentam redução do
tônus dos órgãos fonoarticulatórios e, consequentemente, falta de controle motor
para articulação dos sons da fala, além de um atraso no desenvolvimento da
linguagem. O fonoaudiólogo será o terapeuta responsável por adequar os órgãos



                                                                             173
responsáveis pela articulação dos sons da fala além de contribuir no
desenvolvimento da linguagem.

Os cuidados com a criança com S.D. não variam muito dos que se dão às
crianças. Os pais devem estar atentos a tudo o que a criança comece a fazer
sozinha, espontaneamente e devem estimular os seus esforços. Devem ajudar a
criança a crescer, evitando que ela se torne dependente; quanto mais a criança
aprender a cuidar de si mesma, melhores condições terá para enfrentar o futuro. A
criança com S.D. precisa participar da vida da família como as outras crianças.
Deve ser tratada como as outras, com carinho, respeito e naturalidade. A pessoa
com S.D. quando adolescente e adulta tem uma vida semi-independente. Embora
possa não atingir níveis avançados de escolaridade pode trabalhar em diversas
outras funções, de acordo com seu nível intelectual. Ela pode praticar desporto,
viajar, frequentar festas, etc.


                                  Deficiencia Auditiva

Cegueira é a condição de falta de percepção visual, devido a fatores fisiológicos ou
neurológicos. Várias escalas têm sido desenvolvidas para descrever a extensão da perda de
visão e definir a cegueira. Cegueira total é a completa falta de percepção visual de forma e
luz e é clinicamente registrado como NLP, uma abreviação para "no light perception" (sem
percepção de luz). Cegueira é frequentemente usada para descrever a deficiência visual
grave, com visão residual. Aqueles descritos como tendo apenas percepção de luz têm
apenas a capacidade de diferenciar o claro do escuro e a direção de uma fonte de luz.

A fim de determinar quais as pessoas podem necessitar de assistência especial por causa de
sua deficiência visual, várias jurisdições governamentais formularam definições mais
complexas, conhecida como "cegueira legal". No Brasil, "cegueira legal" é quando uma
pessoa tem visão menor que 0,1 ou 20/200 no olho com melhor acuidade. Isto significa que
um indivíduo legalmente cego teria que ficar a 20 pés (6,1 m) de um objeto para vê-lo —
com lentes oftálmicas— com o mesmo grau de clareza de que uma pessoa com visão
normal poderia ver a 200 pés (61 m). Em muitos lugares, as pessoas com acuidade média,
que, no entanto têm um campo visual inferior a 20 graus (o normal é 180 graus) também
são classificadas como sendo legalmente cegas. Cerca de dez por cento daqueles
considerados legalmente cegos, por qualquer medida, não têm visão. O resto tem alguma
visão, e percepção de luz, uma acuidade relativamente boa. Visão subnormal é por vezes
utilizado para descrever acuidade visual de 20/70 a 20/200.




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Segundo a 10 ª Revisão da OMS de Classificação Estatística Internacional de Doenças,
Lesões e Causas de Morte, a visão subnormal é definida como acuidade visual inferior a
20/60 (6/18), mas igual ou melhor que 20/200 (6/60), ou correspondente a perda de campo
visual menor que 20 graus, no melhor olho com a melhor correção possível. A cegueira é
definida como acuidade visual menor que 20/400 (6/120), ou correspondente a perda de
campo visual menor que 10 graus, no melhor olho com a melhor correção possível.

Cegos com olhos sem danos podem ainda registrar a luz não-visual com a finalidade de
manter o ritmo circadiano durante o ciclo de 24 horas. Sinais de luz para este propósito
viajam através do trato da retina e não são afetados pela lesão do nervo óptico, onde
existem tratos.

Sinais e sintomas
A cegueira é definida pela Organização Mundial de Saúde como visão menor que 20/500
no melhor olho de um pessoa ou campo visual inferior a 10 graus.

 Esta definição foi criada em 1972 e há uma discussão em curso sobre se ela deve ser
alterada.



Deficiência visual é uma categoria que abrange pessoas cegas e com visão reduzida. Na
definição pedagógica, a pessoa é cega, mesmo possuindo visão subnormal, quando
necessita da instrução em braile; a pessoa com visão subnormal pode ler tipos impressos
ampliados ou com auxílio de potentes recursos ópticos.

A definição clínica define como cego o indivíduo que apresenta acuidade visual menor que
0,1 (com a melhor correção no melhor olho) ou campo visual abaixo de 20 graus; como
visão reduzida quem possui acuidade visual de 6/60 e 18/60 (escala métrica) e/ou um
campo visual entre 20 e 50 graus, e sua visão não pode ser corrigida por tratamento clínico
nem com óculos convencionais

Comorbidades

Cegueira pode ocorrer diante de algumas condições tais como retardo mental,
espectro autista, paralisia cerebral, surdez e epilepsia. Em um estudo com 228
crianças com deficiência visual na região metropolitana de Atlanta entre 1991 e
1993, 154 (68%) tinha uma deficiência adicional além da deficiência visual.
Cegueira em combinação com a perda auditiva é conhecida como surdocegueira

Causas

Deficiência visual grave possui uma variedade de causas:

Doenças


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De acordo com estimativas da OMS, as causas mais comuns de cegueira em todo o mundo
em 2002 foram:

   1.   cataratas (47,9%),
   2.   glaucoma (12,3%),
   3.   degeneração macular relacionada à idade (8,7%),
   4.   opacidade da córnea (5,1%),
   5.   retinopatia diabética (4,8%),
   6.   cegueira infantil (3,9%),
   7.   tracoma (3,6%),
   8.   oncocercose (0,8%).

Em termos de prevalência mundial de cegueira, a um número muito maior de pessoas e
maior probabilidade de serem afetadas em países em desenvolvimento, significa que as
causas de cegueira nessas áreas são numericamente mais importantes. A catarata é
responsável por mais de 22 milhões de casos de cegueira e glaucoma seis milhões,
enquanto que a lepra e oncocercose cegam aproximadamente um milhão de indivíduos em
todo o mundo. O número de indivíduos cegos por tracoma caiu drasticamente nos últimos
10 anos de seis para 1,3 milhões, colocando-o em sétimo lugar na lista de causas de
cegueira no mundo. É estimado que a xeroftalmia afete cinco milhões de crianças a cada
ano; 500 mil desenvolvem o envolvimento da córnea ativa, e metade destes tornam-se
cegos. Ulceração da córnea central é também uma importante causa da cegueira monocular
no mundo, o que representa uma estimativa de 850 mil casos de cegueira corneal todos os
anos apenas na Índia. Como resultado, as cicatrizes corneanas por todas as causas agora são
a quarta maior causa global da cegueira.[12]

A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença degenerativa da retina
que provoca uma perda progressiva da visão central e leva a cegueira. Atualmente é
apontada como a causa mais comum de perda de visão nas pessoas acima de 55 anos.
Segundo dados da Foundation Fighting Blindness, 10 milhões de pessoas nos EUA tem
DMRI ou possuem risco considerável de desenvolver a doença. Estima-se que no ano de
2020, até 8 milhões de pessoas com 65 anos ou mais poderão apresentar DMRI. [13] A taxa
de acometimento pela DMRI aumenta com a idade.

Pessoas nos países em desenvolvimento são significativamente mais propensas a adquirir a
deficiência visual como consequência de doenças tratáveis ou evitáveis do que suas
contrapartes em países desenvolvidos. Enquanto a deficiência visual é mais comum em
pessoas com mais de 60 anos de idade em todas as regiões, as crianças em comunidades
mais pobres são mais propensas a serem afetadas do que seus pares mais ricos.

A ligação entre pobreza e deficiência visual tratável é mais evidente quando se realizam
comparações regionais sobre a causa. A maioria dos adultos com deficiência visual na
América do Norte e na Europa Ocidental tem como causa degeneração macular relacionada
à idade e retinopatia diabética. Enquanto ambas as condições estão sujeitos a tratamento,
nenhuma delas pode ser curada.




                                                                                       176
Nos países em desenvolvimento, onde as pessoas têm menor expectativa de vida, catarata e
parasitas transmitidos pela água —ambas podem ser tratadas eficazmente— são na maioria
das vezes os culpados. Em países desenvolvidos, onde doenças parasitárias são menos
comuns e cirurgia de catarata é mais disponível, a degeneração macular relacionada à
idade, glaucoma e retinopatia diabética são geralmente as principais causas da cegueira.[14]

Cegueira infantil pode ser causada por condições relacionadas à gravidez, tais como a
síndrome da rubéola congênita e retinopatia da prematuridade.

Anormalidades e lesões

Lesões nos olhos, na maioria das vezes ocorrem em pessoas com menos de 30, são a
principal causa de cegueira monocular (perda de visão em um olho) em todo o Estados
Unidos. Lesões e cataratas afetam o olho em si, enquanto anormalidades tais como
hipoplasia do nervo óptico afetam o feixe nervoso que envia sinais do olho para trás do
cérebro, que pode levar à diminuição da acuidade visual.

Pessoas com lesões no lóbulo occipital do cérebro podem, apesar de terem os olhos e
nervos ópticos danificados, ainda serem legalmente ou totalmente cegos.

Anomalias genéticas

Pessoas com albinismo têm frequentemente perda de visão e muitos são legalmente cegos,
embora poucos deles realmente não possam ver. Neuropatia óptica hereditária de Leber
pode causar cegueira total ou perda de visão grave desde o nascimento ou na infância.

Os recentes avanços no mapeamento do genoma humano identificaram outras causas
genéticas de baixa visão ou cegueira. Um exemplo é a síndrome de Bardet-Biedl.

Intoxicação

Raramente, a cegueira é causada pela ingestão de determinados produtos químicos. Um
exemplo bem conhecido é o metanol, que é apenas levemente tóxico e minimamente
intoxicante, mas não quando o etanol compete com o metabolismo, metanol decompõe-se
em formaldeído e ácido fórmico substâncias que por sua vez pode causar cegueira, uma
série de outras complicações de saúde e até a morte. [15] O metanol é comumente encontrado
em bebidas alcoólicas, o álcool etílico desnaturado, para evitar pagar impostos sobre a
venda de etanol destinados ao consumo humano. Álcool etílico é por vezes usado por
alcoólatras como um substituto desesperado e barato para bebidas alcoólicas.

Ações intencionais

Cegueira tem sido usada como um ato de vingança e tortura em alguns casos, para privar
uma pessoa de um sentido importante pelo qual ela pode guiar-se ou interagir com o
mundo, agir com total independência e estar ciente dos acontecimentos que os rodeiam. Um
exemplo da esfera clássica é Édipo, que fura seus próprios olhos após perceber que cumpriu


                                                                                        177
a terrível profecia sobre ele. Assassino de búlgaros, o imperador bizantino Basílio II cegou
15 mil prisioneiros, antes de libertá-los.

Em 2003, um tribunal antiterrorista paquistanês condenou um homem a ser cegado depois
de ter realizado um ataque com ácido contra a sua noiva, que resultou em sua cegueira. A
mesma sentença foi dada em 2009 para o homem que cegou Ameneh Bahrami.

Recursos
Um estudo de 2008 publicado no New England Journal of Medicinetestou o efeito do uso
de terapia genética para ajudar a restaurar a visão de pacientes com uma forma rara de
cegueira hereditária, conhecida como Neuropatia óptica de Leber ou NOL. A Neuropatia
óptica de Leber danifica os receptores de luz na retina e normalmente começa a afetar a
visão na infância, com piora da visão até a cegueira completa em torno da idade de 30 anos.

O estudo utilizou um vírus comum do resfriado para levar uma versão normal do gene
chamado RPE65 diretamente nos olhos dos pacientes acometidos. Notavelmente todos os 3
pacientes com idades de 19, 22 e 25 responderam bem ao tratamento e relataram melhora
da visão após o procedimento. Devido à idade dos pacientes e a natureza degenerativa do
NOL a melhoria da visão dos pacientes em terapia genética é encorajadora para os
investigadores. Espera-se que a terapia genética possa ser ainda mais eficaz em pacientes
mais jovens que sofreram perda de visão limitada, bem como em outros indivíduos cegos
ou parcialmente cegos.

Dois tratamentos experimentais para os problemas de retina incluem um substituto
cibernética e transplante de células da retina fetal.

Mobilidade

Muitas pessoas com sérias deficiências visuais podem se locomover de forma
independente, usando uma ampla gama de ferramentas e técnicas. Especialistas em
orientação e mobilidade são os profissionais que são treinados especificamente para ensinar
as pessoas com deficiência visual como se locomover com segurança, confiança, e de
forma independente em casa e na comunidade. Estes profissionais também podem ajudar as
pessoas cegas na prática de locomoção em rotas específicas, que possam ser utilizadas,
muitas vezes, como a rota da casa para uma loja.

Ferramentas como a bengala branca com uma ponta vermelha — o símbolo internacional
da cegueira — também podem ser usadas para melhorar a mobilidade. A bengala cano-
longo é usada para aumentar o alcance da sensação de toque do usuário. Geralmente é
usada com ela para baixo em um movimento de balanço, através do caminho planejado,
para detectar obstáculos. No entanto, as técnicas para manuseio da bengala podem variar
dependendo do utilizador e/ou da situação. Algumas pessoas com deficiência visual não
possuem esses tipos de bengalas, optando pela menor e mais leve bengala de identificação
(ID). Outros ainda necessitam de uma bengala de apoio. A escolha depende da visão do
indivíduo, motivação e outros fatores.


                                                                                        178
Um pequeno número de pessoas utilizam cães-guia para ajudar em sua mobilidade. Estes
cães são treinados para desviar de vários obstáculos, e indicar quando se torna necessário
subir ou descer um degrau. No entanto, a utilidade dos cães-guia é limitado pela
incapacidade de cães de entender os complexos caminhos. A metade humana da equipe
traça o caminho, com base em habilidades adquiridas através da formação de mobilidade
anterior. Neste sentido, o manipulador pode ser comparado ao navegador de uma aeronave,
que deve saber como ir de um lugar para outro, e que o cão o piloto, que deve levá-los ao
destino com segurança.

Algumas pessoas cegas usam GPS para deficientes visuais como ajuda em sua mobilidade.
Esses softwares podem ajudar as pessoas cegas, com orientação e navegação, mas não é um
substituto para ferramentas de mobilidade tradicionais, tais como bengalas brancas e cães-
guia.

Tecnologia para permitir que pessoas cegas possam conduzir veículos motorizados
começou a ser desenvolvida em 2011, por pesquisadores do Instituto Politécnico e
Universidade Estadual da Virgínia, juntamente com a Federação Nacional dos Cegos dos
Estados Unidos.[23][24]

Ações do governo são algumas vezes tomadas para tornar lugares públicos mais acessíveis
a pessoas cegas. O transporte público está disponível gratuitamente para os cegos em
muitas cidades. Piso tátil e semáforos com autofalantes podem tornar mais fácil e mais
seguro para os pedestres com deficiência visual atravessarem as ruas. Além de fazer regras
sobre quem pode e não pode usar uma bengala, alguns governos obrigam que se de a
preferência aos usuários de bengalas brancas ou cães-guia

Educação

O tema da cegueira e da educação incluiu abordagens da evolução e percepção pública da
melhor forma de abordar as necessidades especiais de alunos cegos. A prática de
institucionalização em asilos dos cegos tem uma história que remonta mais de mil anos,
mas só no século XVIII que as autoridades criaram escolas para eles, onde as crianças
cegas, particularmente aqueles mais privilegiadas, geralmente eram educadas em tais
ambientes especializados. Essas instituições fornecem desde a formação profissional e a
simples adaptação, bem como aprofundamento em assuntos acadêmicos oferecidos através
de formatos alternativos. Literatura, por exemplo, foi sendo disponibilizada para alunos
cegos por meio de relevo nas letras romanas.

Os antigos egípcios foram a primeira civilização a mostrar interesse nas causas e curas para
a deficiência e, durante alguns períodos as pessoas cegas foram registrados como
representando uma porção substancial dos poetas e músicos na sociedade.

A primeira escola destinada a preparação de alunos com deficiência visual foi fundada por
Valentin Haüy, em 1784, na cidade de Paris, a Instituição Real para Jovens Cegos em Paris
(hoje o Instituto Nacional para Jovens Cegos, o INJA). A primeira escola para cegos no
Brasil foi o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, fundado por Dom Pedro II no Rio de


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Janeiro, hoje o Instituto Benjamin Constant. Em Portugal a primeira instituição de ensino
para cegos foi a Associação Promotora dos Ensino Cegos (APEC) que inaugurou sua
primeira escola em 1888.

Leitura e ampliação

A maioria dos deficientes visuais que não são totalmente cegos leem impressões, sejam de
um tamanho normal ou aumentado por dispositivos de ampliação. Muitos também leem
impressões ampliadas que é mais fácil para se ler sem nenhum tipo de dispositivo. Uma
variedade de lentes de aumento, algumas portáteis e outras não, podem tornar a leitura mais
fácil para eles.

Outros leem Braille (ou o raramente usado alfabeto da lua) ou contam com livros falados e
leitores ou máquinas de leitura, que convertem texto impresso em fala ou em Braille. Eles
usam computadores com hardware especiais, tais como scanners e monitores Braille, bem
como software que escrevem especificamente para os cegos, como aplicativos de
reconhecimento óptico de caracteres e leitores de tela.

Algumas pessoas acessam estes materiais através de agências para os cegos, como
Bibliotecas para Cegos.[29]

Circuitos fechados de televisão são equipamentos que aumentam e contrastam os itens
textual, são uma alternativa mais "high-tech" do que dispositivos de ampliação tradicional.




Um ecrã braille, o monitor para pessoas com deficiência visual.

Há também mais de 100 serviços de rádio para se ler em todo o mundo que proporciona às
pessoas com deficiência visual leituras periódicas através do rádio. A Associação
Internacional de Serviços de Informação de Áudio fornece links para todas essas
organizações.

Esportes

Pessoas cegas e com visão parcial praticam esportes como natação, esqui na neve, e
atletismo. Alguns esportes foram inventados ou adaptados para cegos, como golbol, futebol
de cinco, criquete, judô e golfe. A autoridade mundial em esportes para cegos é a Federação



                                                                                       180
Internacional de Desportos para Cegos (IBSA). Pessoas com deficiência visual participam
dos Jogos Paralímpicos desde o Jogos Paralímpicos de Verão de 1976 em Toronto.




             Futebol de cinco, tipo futebol adaptado para deficientes visuais.




                               Deficiência auditiva
Deficiência auditiva (também conhecida como hipoacusia ou surdez) é a perda parcial ou
total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças.

No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de
inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se
que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em
virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de
comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de
sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de
desenvolvimento de sua inteligência.

Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Fato ressaltado na
Declaração de Salamanca que culminou com uma nova tendência educacional e social.

Perda Auditiva e Hipoacusia
Os conceitos gerais sobre surdez, classificações, técnicas e métodos de avaliação da perda
auditiva, características dos diversos tipos de surdez, etc., são fundamentais para
compreender as implicações da deficiência auditiva.



                                                                                      181
O deficiente auditivo é classificado como surdo, quando sua audição não é funcional na
vida comum e hipoacústico aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou
sem prótese auditiva. A deficiência auditiva pode ser de origem congênita, causada por
viroses materna doenças tóxicas desenvolvidas durante a gravidez ou adquirida, causada
por ingestão de remédios que lesam o nervo auditivo, exposição a sons impactantes,
viroses, predisposição genética, meningite, etc.

As hipoacústicas classificam-se em função do grau da perda auditiva, sua ordem e
localização. Quando a lesão se localiza no ouvido externo ou no médio é denominada como
deficiência de transmissão ou deficiência mista dependendo da intensidade da lesão.
Quando se origina no ouvido e no nervo auditivo é dita deficiência interna ou
sensorioneural (estágio mais agudo da deficiência).

Mas o conceito de perda auditiva nem sempre é suficientemente claro para a pessoa que se
depara pela primeira vez com o problema da surdez.O grau de perda auditiva é calculado
em função da intensidade necessária para amplificar um som de modo a que seja percebido
pela pessoa surda. Esta amplificação mede-se habitualmente em decibéis, como já descrito
anteriormente.

Para o caso do ouvido humano, a intensidade padrão ou de referência correspondem à
mínima potência de som que pode ser distinguida do silêncio, sendo essa intensidade
tomada como 0 dB. Uma pessoa com audição normal pode captar como limiar inferior,
desde -10 dB até + 10 dB. Verifica-se essa progressão se dá de forma exponencial ou seja
multiplicando-a por dez. Logo, pressupõem-se que 10 dB tenha uma intensidade dez vezes
superior a 0 dB e 30 dB são de uma intensidade cem vezes superior a 10 dB.

Dessa forma entende-se melhor a grande diferença entre uma pessoa com uma perda de 60
dB, que consideramos hipoacústico, e outro com 100 dB de perda. Tendo em vista que 60
dB é mais ou menos a intensidade de um grito a 1,5 m de distância. Portanto,
compreendemos que a diferença entre uma perda de 60 dB e 100 dB.Á última sendo
considerada bem mais difícil, para o prognóstico de reabilitação.

Contudo a medida da perda auditiva não é suficiente para medir o real problema de audição
que uma pessoa apresenta. Faz-se necessário mensurar também qual o espectro de
freqüência que está afetado pela surdez. Considera-se que as perdas auditivas nas
freqüências baixas são mais prejudiciais do que as perdas nas freqüências altas. "Para
compreendermos a causa disto teremos de analisar a relação entre a freqüência de um som e
o tom com que este som se percebe". (CRYSTAL, 1983).

A freqüência de um som é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz). O ouvido humano
percebe sons nas freqüências entre 20 Hz e 20.000 Hz.

Entretanto a resposta perceptiva ao estímulo sonoro é denominada tom. Porém não há uma
relação entre a escala de tons e a escala de freqüências. Mas, podemos tomar como
parâmetros a escala de tons. Onde se compara o tom de uma nota musical a exemplo a nota
"lá" que poderá apresentar um grau de entonação inferior ou superior dentro da mesma nota
"lá".

                                                                                     182
Essa variação denomina-se uma oitava. "Ora bem, percebe-se como uma oitava superior a
um tom dado, o som, em termos físicos, dobra a freqüência do primeiro. Desta forma,
embora entre 2000 Hz e 4000 Hz haja uma distância física de freqüência menos do que
entre 100Hz e 2000Hz, porém à distância perceptiva de tons é muito maior". (FRY et. al.,
1982).

Comparando esses valores percebemos que entre 2000 Hz e 100 Hz há mais de quatro
oitavas, porque de 2000 Hz para 1000 Hz há uma oitava, ou seja, a metade da sua
freqüência. Por tanto de 2000 Hz para 1000 Hz há uma oitava, de 1000 Hz para 500 Hz
também há uma oitava, de 500 Hz a 250 Hz há outra e de 250 Hz a 125 Hz há outra.
Entendemos agora por que as perdas auditivas nas freqüências baixas são de muito pior
prognóstico do que as perdas nas altas freqüências.

Para um diagnóstico correto de uma surdez é preciso fazer uma exploração audiométrica do
grau de perda por relação com um espectro de freqüência que vá pelo menos de 125 Hz a
4000 Hz, já que são estas as freqüências mais utilizadas na fala humana.(CASANOVA,
1988).

Outro problema que deve ser levado em consideração e a relação entre o limiar auditivo e o
limiar doloroso, de forma, a saber, qual o tipo de resíduo auditivo que poderá ser
aproveitado para a reabilitação indivíduo surdo. O limiar auditivo corresponde ao nível de
intensidade necessário para que a pessoa surda perceba o som e este limiar pode ser
diferente em cada freqüência. O limiar doloroso é o ponto em que a intensidade sonora
produz dor à pessoa. A distância que vai do limiar auditivo ao limiar de dor é o que se
chama de resíduo auditivo utilizável.

O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus alunos quando
observar os seguintes sintomas: Excessiva distração; freqüentes dores de ouvido ou ouvido
purgante; dificuldade de compreensão; intensidade da voz, inadequada para a situação,
muito alta ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta.

Patologias do ouvido

A deficiência auditiva pode ser classificada como: deficiência de transmissão – quando o
problema se localiza no ouvido externo ou no ouvido médio; deficiência mista – quando o
problema se localiza no ouvido médio. E deficiência interna ou sensorioneural – quando se
origina no ouvido interno e no nervo auditivo.

As principais patologias do ouvido humano são: as ligadas à membrana timpânica, a
deficiência de transmissão sonora no sistema tímpano-ossicular, a rigidez nos ligamentos de
suporte ossicular, a timpanoesclerose, a fixação do martelo, a ausência no reflexo
estapediano, a paralisia do nervo do músculo estribo, a complacência da membrana
timpânica ou a sua rigidez, a lesão retrocloclear e a surdez psicogênica que é um dos
distúrbios psicogênicos.




                                                                                       183
A impedância acústica do ouvido médio é um tipo comum de patologia. Pode ser definida
como a resistência que a mesma oferece à energia sonora que penetra no conduto auditivo
externo. E há ainda as patologias ligadas a Trompa de Eustáquio apresentando-se ou muito
aberta ou obstruída e causando sintomas como autofonia e a percepção sonora da respiração
pelo indivíduo.

Classificações
Classificação por origem da surdez

   •   Os portadores de surdez patológica, normalmente adquirida em idade adulta;
   •   E aqueles cuja surdez é um traço fisiológico distintivo, não implicando,
       necessariamente, em deficiência neurológica ou mental; este é o caso da maioria dos
       surdos congênitos.

Classificação por forma de comunicação

   •   Surdos oralizados: aqueles que se comunicam utilizando a língua oral e/ou escrita.
   •   Surdos sinalizados: aqueles que se comunicam utilizando alguma forma de
       linguagem gestual.
   •   Surdos bilíngues: aqueles que utilizam ambas as formas de comunicação.

Etiologia da surdez
As causas da surdez podem ser dividias em: pré-natais, peri-natais e pós natais. As causas
pré-natais são:

   •   Hereditárias (A deficiência auditiva pode ser transmitida geneticamente de geração
       em geração, particularmente quando existem casos de surdez na família);
          o Doenças adquiridas pela mãe durante a gravidez, tais como:
                   Rubéola;
                   Sífilis;
                   Toxoplasmose;
                   Citomegalovirus;
                   Herpes;
                   Intoxicações intra-uterinas;
                   Agentes Físicos (como, por exemplo, os raio-X);
                   Alterações Endócrinas (Diabetes ou Tiróide);
                   Carências Alimentares.

As causas peri-natais podem ser:

   •   Traumatismos Obstétricos;
   •   Anóxia.




                                                                                      184
As causas pós-natais podem ser:

   •   Doenças infecciosas;
   •   Bacterianas (ex.: meningites, otites, inflamações agudas ou crónicas das fossas
       nasais e da naso-faringe);
   •   Virais;
   •   Intoxicações;
   •   Trauma Acústico.




                                                                                  185
CONDICIONAMENTO FISICO




O exercício é a atividade física planejada, realizada de forma repetida
para   desenvolver       ou   manter   o   condicionamento       físico.    O
condicionamento físico é a capacidade de realizar atividades físicas.
Para tornar-se e manter-se condicionado, os indivíduos devem
exercitar-se regularmente. Os exercícios fortalecem o coração,
permitindo que ele bombeie uma maior quantidade de sangue em
cada batimento.

O sangue então pode liberar mais oxigênio ao organismo, aumentando
a quantidadade máxima de oxigênio que o organismo consegue obter
e utilizar. Essa quantidade, denominada captação máxima de
oxigênio,   pode   ser    medida para se      determinar     o   nível     de
condicionamento de um indivíduo. Os exercícios beneficiam o corpo
de muitas outras maneiras. O alongamento pode aumentar a
flexibilidade. O exercício com sustentação do peso fortalece os ossos
e ajuda a prevenir a osteoporose.

Os exercícios também ajudam a evitara constipação, a prevenir e
controlar algumas formas de diabetes e do colesterol ligado à
lipoproteína de baixa densidade (LDLcolesterol). Os exercícios
beneficiam aos indivíduos de qualquer faixa etária, inclusive os idosos.
Estudos recentes demonstraram que o exercício pode fortalecer os
músculos de indíviduos idosos debilitados que vivem em asilos. Os
homens idosos que continuam a treinar e a participar de competições



                                                                           186
de corridas de longa distância conseguem manter a sua captação
máxima de oxigênio.

A inatividade, mais do o envelhecimento em si, é a principal causa do
declínio da capacidade física dos idosos. Os benefícios dos exercícios
são perdidos assim que o indivíduo deixa de praticá-los. A força do
coração e dos músculos diminui, assim como o nível do colesterol
ligado à lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) – o
denominado colesterol bom –, enquanto a pressão arterial e a gordura
corporal aumentam. Mesmo os ex-atletas que deixam de se exercitar
não conservam benefícios mensuráveis a longo prazo. Eles não
apresentam uma maior capacidade para realizar atividades físicas,
nem menores fatores de risco de infarto do miocárdio e nem uma
resposta mais rápida ao exercício do que aqueles que nunca se
exercitaram

INÍCIO DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS

O modo mais seguro para se iniciar um programa de exercício
consiste em executar o exercício ou o esporte escolhido em uma baixa
intensidade, até que membros inferiores ou superiores tornem- se
doloridos ou até eles tornarem-se “pesados”. Se os músculos ficarem
doloridos após apenas alguns minutos de prática, a primeira série
deverá durar apenas esse período. À medida que o condicionamento
aumenta, o indivíduo deve ser capaz de exercitar-se por mais tempo
sem sentir dores musculares ou desconforto.

Quando é possível exercitar-se confortavelmente durante 10 minutos
consecutivos, as séries devem ser executadas em dias alternados,


                                                                   187
avançando de modo gradual até 30 minutos de exercício contínuo. As
orientações relativas à duração e à freqüência do exercício, à sua
intensidade e como prevenir lesões são as mesmas para todos os
tipos de exercícios e esportes.

Duração e Freqüência

Para obter e manter o condicionamento físico, um indivíduo deve
exercitar-se por apenas 30 minutos, três vezes por semana. Para a
maioria dos indivíduos, não é necessária a prática de exercício por
mais de 30 minutos por vez, pois o condicionamento, mensurado pela
captação máxima de oxigênio, aumenta muito pouco com práticas com
duração superior a 30 minutos. A melhoria é decorrente da tensão
sobre os músculos e de sua subseqüente recuperação e não da
realização da mesma série todos os dias.

Embora o coração possa ser exercitado várias vezes por dia todos os
dias, os músculos esqueléticos começam a falhar quando exercitados
intensamente mais freqëntemente do que em dias alternados. No dia
subseqüente a um exercício intenso, podem ser observados
sangramento e lacerações microscópicas nas fibras musculares. É por
essa razão que os músculos ficam doloridos no dia seguinte a uma
série de exercícios adequada. Os indivíduos que se exercitam devem
repousar durante 48 horas para que os músculos se recuperem após o
exercício. Quando recuperados, os músculos tornam-se mais fortes. A
prática de exercícios duas ou três vezes por semana, com a
alternância de dias de exercício com dias de repouso, pode ajudar a
evitar lesões.



                                                                188
Intensidade

O condicionamento físico é determinado mais pela intensidade do
exercício que pela sua duração. As séries de exercícios devem ser
suficientemente intensas a ponto dos músculos tornarem- se um
pouco doloridos no dia seguinte, mas totalmente recuperados no outro
dia. Para fortalecer o coração, o exercício deve ser realizado em uma
intensidade que aumente a freqüência cardíaca (medida em
batimentos por minuto), pelo menos 20 batimentos acima da
freqüência cardíaca de repouso. Quanto mais intensamente o
exercício for realizado, mais rápido o coração baterá e mais forte
tornar-se-á o miocárdio (músculo cardíaco).

A freqüência cardíaca é determinada força de contração dos músculos
esqueléticos. Quando um indivíduo começa a exercitar-se, os
músculos esqueléticos contraem e comprimem as veias próximas,
forçando o sangue em direção ao coração. Quando os músculos
esqueléticos relaxam, essas veias enchem-se de sangue. A
alternância de contrações e relaxamentos dos músculos esqueléticos
funciona como um segundo coração, bombeando sangue extra ao
coração. O fluxo sangüíneo aumentado faz com que o coração bata
mais rapidamente e com mais força. Portanto, quanto mais intensa for
a contração dos músculos esqueléticos, mais rápidas serão as batidas
do coração.

A   freqüência   cardíaca   recomendada       (freqüência   cardíaca   de
treinamento) é igual a 60% da freqüência cardíaca máxima do
indivíduo, a qual é igual a 220 menos a idade do indivíduo. Entretanto,



                                                                       189
esse cálculo não se aplica aos indivíduos idosos que apresentam um
bom condicionamento físico. A freqüência cardíaca máxima mensura a
força dos músculos esqueléticos, não a força do coração, e, por isso,
um indivíduo idoso bem condicionado e forte apresentará uma
freqüência cardíaca máxima muito mais elevada que um indivíduo
mais jovem fraco e não condicionado.

A mensuração da freqüência cardíaca não é necessária desde que o
indivíduo comece a se exercitar lentamente e aumente a intensidade
gradualmente. A intensidade deve ser aumentada até que seja
atingida a freqüência cardíaca de treinamento: quando os ombros
elevam-se a cada respiração e a respiração é mais rápida e profunda,
indicando que o indivíduo necessita de mais oxigênio. Para tornar-se
bem condicionado, não é necessário exercitar-se mais intensamente
do que isso. Apenas os atletas que estejam treinando para competição
necessitam exercitar-se até o ponto de sentir falta de ar.

À medida que a intensidade do exercício aumenta, aumenta a
probabilidade da ocorrência de lesões de músculos esqueléticos. A
probabilidade de lesão desses músculos durante a realização de
exercícios contínuos e intensos é muito maior que durante a
realização de exercícios intermitentes. No caso de exercícios
intermitentes, o indivíduo realiza um aquecimento inicial lento e,
gradualmente, aumenta o ritmo. Quando os músculos começam a ficar
pesados, doloridos ou desconfortáveis, o indivíduo diminui o ritmo.
Quando os músculos relaxam, o ritmo é aumentado.




                                                                  190
O indivíduo alterna movimentos mais rápidos e mais lentos até o
“peso” nos músculos não mais desaparecer e, em seguida, interrompe
a sessão. A melhoria é decorrente do aumento do tempo gasto no
exercício intenso e pela diminuição concomitante do tempo gasto no
exercício mais lento. O indivíduo deve sentir-se bem após o exercício.
Caso isso não ocorra, é provávle que ele tenha se exercitado
excessivamente. O excesso de exercício faz com que as articulações,
músculos, tendões e ossos tornem-se doloridos, aumenta o risco de
lesão e torna o indivíduo irritadiço.

topo

PREVENÇÃO DAS LESÕES

Mais do que 6 em cada 10 indivíduos que iniciam um programa de
exercícios desistem nas primeiras semanas por causa de uma lesão.
As lesões podem ser evitadas se as sessões de exercícios forem
marcadas com um intervalo de 48 horas. Com esse tipo de
programação, um indivíduo pode exercitar- se em dias alternados ou,
para quem deseja exercitar-se todos os dias, podem ser trabalhados
diferentes grupos musculares em dias alternados, ou ele pode
exercitar-se intensamente um dia e menos intensamente no dia
seguinte (princípio do difícil-fácil). Repetir os mesmos exercícios todos
os dias não melhora o condicionamento físico e, na realidade,
aumenta as probabilidades de uma lesão. Além disso, o indivíduo
deve interromper o exercício caso sinta dor.

Exercícios em Dias Alternados




                                                                      191
É normal que os indivíduos acordem com os músculos rígidos e
doloridos no dia seguinte à participação de uma competição ou à
realização de exercícios vigorosos. O modo mais rápido de se
recuperar consiste no repouso, isto é, não praticar nenhum tipo de
exercício o dia inteiro. Um exercício vigoroso e prolongado pode
esgotar a maior parte das reservas de açúcar (glicogênio) dos
músculos. O glicogênio é a principal fonte de energia durante o
exercício. Se os níveis de glicogênio estiverem baixos, os músculos
tornamse pesados, fracos e cansados. O consumo de alimentos ricos
em carboidratos, como pão, massas, frutas, cereais, cereais integrais
e a maioria dos doces, repõe o glicogênio muscular. O repouso
permite que praticamente todo o glicogênio que entra nos músculos
seja armazenado e também que as fibras musculares lesadas se
curem.

Alternância de Exercícios

Diferentes exercícios solicitam diferentes grupos musculares. Por
exemplo, a corrida força principalmente os músculos dos membros
inferiores; o choque dos calcanhares contra o solo e a elevação do
corpo apoiado sobre as pontas dos dedos forçam mais os tornozelos.
O ciclismo força principalmente os músculos das coxas. Ao pedalar, o
indivíduo trabalha os joelhos e os quadris. O remo e a natação forçam
a parte superior do corpo e as costas. Um programa ideal alterna
exercícios para a parte superior do corpo realizados em um dia e
exercícios para a parte inferior realizados no dia seguinte.




                                                                  192
Para os indivíduos que se exercitam todos os dias, a alternância
permite que os músculos se recuperem, evita lesões e promove um
maior nível de condicionamento físico. A probabilidade de ocorrência
de lesões é muito menor para o indivíduo que corre 30 minutos em um
dia e pedala durante 30 minutos no dia seguinte que para aquele que
pratica as duas modalidades todos os dias, durante 15 minutos cada.
Os corredores de maratona sofrem lesões com maior freqüência que
os triatletas, os quais competem em três esportes, embora estes se
exercitem mais intensamente. Os triatletas trabalham diferentes
grupos musculares em dias sucessivos: podem correr em um dia e
nadar e praticar ciclismo no dia seguinte.

Seguir o Princípio do Difícil-Fácil

Para atingir os níveis mais elevados de condicionamento físico ou para
competir em em eventos esportivos, o indivíduo deve exercitar-se
intensamente duas ou três vezes por semana e menos intensamente
nos demais dias (o princípio do difícil-fácil). Os atletas profissionais
treinam diariamente e o treinamento é específico para o esporte – um
indivíduo não se torna um melhor corredor andando de bicicleta. Por
essa razão, para proteger- se contra lesões, os atletas planejam um
treinamento intenso em um dia e um mais leve no dia seguinte.

Dessa forma, os treinamentos intensos causam menos lesões
musculares. “Difícil” e “fácil” referem-se à intensidade, não à
quantidade. Por exemplo, em um dia fácil, um corredor de maratona
pode correr 30 quilômetros, mas em um ritmo muito mais lento que em
um dia difícil. Os levantadores de peso (halterofilistas) levantam



                                                                     193
grandes pesos apenas uma vez por semana e pesos mais leves nos
outros dias.

Os jogadores de basquetebol participam de jogos-treinos prolongados
e exaustivos em um dia e, no dia seguinte, praticam apenas jogadas e
arremessos. Para aumentar a força, a velocidade e a resistência, os
atletas exercitam-se de forma intensa ou suficientemente prolongada
em um dia até os músculos tornarem-se pesados ou até eles sentirem
a sensação de uma discreta queimação - um sinal de que eles foram
adequadamente trabalhados.

Geralmente, os músculos doem por aproximadamente 48 horas. Os
atletas exercitamse com menor intensidade nos dias seguintes, até os
músculos pararem de doer. Quando os músculos estão doloridos, a
realização de exercícios intensos causa lesões e diminui o
desempenho, enquanto que os músculos tornar-se-ão mais fortes se o
indivíduo aguardar que a dor cesse antes de retornar aos exercícios
intensos. Dois tipos de desconforto muscular podem ser sentidos após
o exercício.

O tipo desejável, a dor muscular de início retardado, manifesta-se
somente somente algumas horas após o exercício intenso, afeta
geralmente ambos os lados do corpo de modo igual, desaparece após
48 horas e faz com que o indivíduo se sinta melhor após o
aquecimento para a próxima série de exercícios. Por outro lado, a dor
devida a uma lesão normalmente é sentida logo após a sua
ocorrência, é pior em um dos lados do corpo, não desaparece após 48




                                                                  194
horas e aumenta de intensidade quando o indivíduo tenta exercitar-se
novamente.

Aquecimento

A elevação da temperatura dos músculos (aquecimento) antes do
exercício ou da participação em um esporte pode auxiliar na
prevenção de lesões. Os músculos aquecidos são mais flexíveis e
apresentam menor risco de laceração em comparação aos músculos
frios, os quais contraem lentamente. O aquecimento mais eficaz –
muito melhor que o aquecimento passivo dos músculos com água
quente ou com almofadas térmicas – consiste na realização lenta dos
próprios movimentos do exercício ou do esporte.

A repetição dos movimentos aumenta o fluxo sangüíneo para os
músculos que serão utilizados, aquecendo-os e preparando-os para os
exercícios mais vigorosos. O fluxo sangüíneo deve aumentar
substancialmente para proteger os músculos contra lesões durante o
exercício. A calistenia (série de movimentos que exercitam um grupo
muscular isolado, como as flexões) não é suficientemente específica
para aquecer os músculos para um determinado esporte.

Alongamento

O indivíduo deve realizar o alongamento apenas após ter se aquecido
ou realizado exercícios, quando os músculos estão aquecidos e
apresentam menor risco de lesão. O alongamento distende os
músculos e tendões e músculos mais longos podem produzir mais
força em torno das articulações, ajudando o indivíduo a saltar mais



                                                                 195
alto, a levantar pesos maiores, a correr mais rapidamente e a realizar
arremessos mais longos.

Entretanto, o alongamento, ao contrário do exercício contra resistência
(como no treinamento com pesos), não fortalece os músculos e é o
fortalecimento que diminui o risco de lacerações. Existem poucas
evidências de que o alongamento cause lesões ou dor muscular de
início retardado, a qual é provocada por lesões de fibras musculares.

Resfriamento

A redução gradual dos esforços (resfriamento) ao final do exercício
ajuda a evitar a tontura. Quando os músculos dos membros inferiores,
o sangue acumula-se nas veias vizinhas. Para enviar o sangue ao
coração, os músculos das pernas devem contrair. Quando o exercício
é subitamente interrompido, o sangue acumula-se nos membros
inferiores e não chega em quantidade suficiente ao cérebro, causando
tontura.

O resfriamento também ajuda a remover o ácido lático, um produto
metabólico que se acumula nos músculos após o exercício. O ácido
lático não causa dor muscular de início retardado e, portanto, o
resfriamento não impede a ocorrência desse tipo de dor.

ESCOLHA DO EXERCÍCIO CORRETO

Qualquer exercício que aumenta a circulação de sangue através do
coração melhora o condicionamento físico. Os exercícios mais seguros
são a caminhada, a natação e a pedalagem em uma bicicleta
ergométrica. Durante uma caminhada, pelo menos um dos pés sempre


                                                                    196
encontra- se em contato com o solo de modo que a força com que o
pé choca-se contra o solo nunca é maior do que o peso do indivíduo.

Durante a natação, a água sustenta o corpo e, por essa razão, os
músculos raramente são submetidos a forças capazes de causar
laceração. As bicicletas são pedaladas com um movimento circular
contínuo que não “sacode” os músculos. A caminhada lenta não torna
um indivíduo bem condicionado fisicamente. Para caminhar mais
rapidamente, o indivíduo pode realizar passos maiores além de mover
os membros inferiores mais rapidamente. Os passos podem ser
aumentados através da oscilação dos quadris de um lado para outro,
de modo que os pés avancem mais para frente.

A oscilação dos quadris tende a fazer com que os dedos apontem
para fora quando os pés tocam o solo e, por isso, o alcance dos pés
não é tão grande quanto seria se os dedos apontassem diretamente
para a frente. Portanto, a indivíduo que está andando sempre deve
tentar apontar os dedos dos pés diretamente para frente. O movimento
mais rápidos dos membros superiores ajuda os pés a também se
moverem mais rapidamente. Para movimentar os membros superiores
mais rapidamente, o indivíduo deve flexionar os cotovelos, para
encuratr o balanço e reduzir o tempo que os membros superiores
levam para balançar para trás e para frente.

A natação exercita todo o corpo – membros inferiores, membros
superiores e e costas – sem forçar as articulações e os músculos.
Freqüentemente, a natação é recomendada para os indivíduos com
problemas musculares e articulares. Os nadadores, movimentando-se



                                                                  197
em seu próprio ritmo e utilizando qualquer estilo de natação, podem
exercitar-se de forma gradual durante até 30 minutos de natação
contínua. Se a perda de peso for um dos principais objetivos do
exercício, a natação não é a melhor escolha. O exercício fora da água
é mais eficaz, pois o ar isola o corpo, aumentando a temperatura e o
metabolismo corpóreos por até 18 horas.

Esse processo queima mais calorias tanto após o exercício quanto
durante a sua realização. Por outro lado, a água conduz o calor para
fora do corpo, de modo que a temperatura corpórea não aumenta e o
metabolismo não permanece aumentado após a natação. A
pedalagem em uma bicicleta ergométrica é um bom exercício. A
tensão da roda da bicicleta deve ser regulada, de modo que seja
possível se pedalar em um ritmo de 60 rotações por minuto. À medida
que ele progride, o ciclista pode aumentar a tensão e o ritmo até 90
rotações por minuto. Uma bicicleta ergométrica horizontal é uma
escolha particularmente boa para os indivíduos idosos. Muitos deles
apresentam fraqueza da musculatura da coxa, pois o único exercício
que eles praticam é a caminhada e a deambulação sobre uma
superfície plana utiliza muito pouco esses músculos.

Conseqüentemente, muitos indivíduos idosos apresentam dificuldade
para se levantar de uma cadeira sem usar as mãos, para levantar da
posição agachada ou para subir escadas sem apoiar-se no corrimão.
A pedalagem fortalece os músculos da coxa. Entretanto, alguns
indivíduos não conseguem se manter equilibrados mesmo sobre uma
bicicleta ergométrica (fixa). Outros não utilizam esse equipamento por
causa do desconforto provocado pela pressão do selim estreito contra


                                                                   198
a pelve. Por outro lado, uma bicicleta ergométrica horizontal é segura
e confortável. Esse aparelho possui um assento contornado, de modo
que mesmo um indivíduo que tenha sofrido um acidente vascular
cerebral pode sentar-se. Também no caso em que o indivíduo
apresenta paralisia de um dos membros inferiores, suportes para os
dedos mantêm os dois pés no lugar, de modo que o indivíduo
consegue pedalar com a outra perna. A dança aeróbica, um tipo
popular de exercício oferecido por muitas entidades, exercita todo o
corpo.

Os indivíduos podem exercitar-se em seu próprio ritmo com a
orientação de instrutores experientes. A música alegre e as rotinas
familiares tornam os exercícios divertidos e o compromisso com um
programa ou com os amigos podem aumentar a motivação. A dança
aeróbica também pode ser praticada em casa, com a ajuda de vídeo-
teipes. A dança aeróbica de baixo impacto elimina os saltos e as
colisões da dança aeróbica comum, o que diminui a tensão sobre as
articulações. A aeróbica com degrau (steps aerobics) força sobretudo
os músculos anteriores e posteriores das coxas (quadríceps e
músculos posteriores da coxa), quando o praticante sobe e desce de
uma plataforma elevada (um degrau) em uma série de rotinas com
música e ritmo determinado. Assim que sentir dor muscular, o
praticante deve parar, fazer alguma outra coisa e retornar à aeróbica
com degrau após uns dois dias.

A aeróbica na água (hidroaeróbica) é uma escolha excelente para os
indivíduos idosos e para aqueles com músculos fracos. Os aparelhos
de esqui de cross-country exercitam as coxas e as pernas. Muitos


                                                                   199
indivíduos gostam de usar esse equipamento, mas outros acham difícil
dominar os movimentos. Como o uso desses aparelhos exige uma
maior coordenação que a maioria dos tipos de exercícios, o indivíduo
deve experimentar o aparelho antes de comprá-lo. Os aparelhos de
remo fortalecem os grandes músculos dos membros inferiores, dos
ombros e das costas e ajudam a proteger as costas contra diversas
lesões. No entanto, o indivíduo que apresenta problemas nas costas
não deve usar esse equipamento.

O esforço para remar, o qual é realizado principalmente com as
costas, pode agravar o estado dos músculos e articulações das costas
já afetados. Todos os aparelhos de remar de boa qualidade possuem
um assento deslizante e os melhores possuem uma catraca giratória
que permite ao indivíduo ajustar a tensão enquanto ele rema. Os
indivíduos que podem se exercitar durante 30 minutos com facilidade
podem desejar uma maior variedade em seu programa de exercícios.

A marcha atlética (caminhar o mais rápido possível balançando os
membros superiores vigorosamente), o jogging, a corrida, o ciclismo, a
patinação no gelo, o skate, o esqui de cross-country, o raquetebol, o
handebol e o squash são modalidades excelentes para a obtenção do
condicionamento físico, mas elas exigem pelo menos um nível
moderado de coordenação e habilidade. Esses esportes também
apresentam um maior risco de lesão.




                                                                   200
Postura Corporal

Boa postura corporal decorre da manutenção de três curvaturas normais da espinha.
As curvas do pescoço (cervical), torácica (meio da costas) e lombar (parte inferior das
costas) devem ser alinhadas e equilibradas. Uma má postura corporal pela vida pode
começar a progressão de sintomas na vida adulta. Na maioria dos casos a má postura
corporal é uma combinação de vários fatores, podendo ser causada pode fatores
ambientais ou maus hábitos.
Hoje em dia problemas relacionados à postura estão aumentando devido:
1) A sociedade assistem mais televisão do que as gerações anteriores.
2) A sociedade está mais eletrônica, com trabalhos mais sedentários e sentados diante
de computadores.
3) Mais carros nas ruas causando mais acidentes e lesões.
4) Fica-se mais tempo sentado dirigindo o carro.
       Muitas vezes, a pessoa tem má postura por tanto tempo que não lembra mais
como era ter uma boa postura. A postura perfeita é quando estão apropriadamente
alinhados: os pontos entre os olhos, queixo, clavícula, esterno, área púbica e ponto
médio entre os tornozelos. De lado, pode-se notar facilmente as três curvas na
espinha. Quando observado de frente aos ombros, os quadris e joelhos devem estar na
mesma largura e a cabeça não deve estar curvada para um dos lados. Obviamente,
ninguém passa o dia todo nessa posição, mas se a pessoa assumir naturalmente uma
posição relaxada ficará mais equilibrada e terá menos estresse em outras atividades.

Dentre os distúrbios dolorosos que afetam a humanidade, a dor lombar (lombalgia, dor nas costas ou dor na
coluna) é a grande causadora de morbidade e incapacidade para o trabalho, só perdendo para a cefaléia ou
dor de cabeça; e afeta mais os homens do que as mulheres.




Aos 30 anos de idade, inicia-se um processo de dessecação progressiva dos discos da coluna vertebral, que
sofrem maior risco de rompimento e arrancamento, por perda de elasticidade e resistência. Hérnia de disco e
"bico de papagaio" são doenças comuns da coluna lesada.

A postura no desenrrolar de tarefas pesadas é a principal causa de problemas de coluna, mais precisamente
na hora de levantar, transportar e depositar cargas, ocasião em que os trabalhadores mantêm as pernas retas
e "dobram" a coluna vertebral.




                                                                                                      201
Pode ocorrer também outro movimento perigoso, o giro do tronco, quando a carga for pega ou depositada
mais para o lado e não necessariamente à sua frente.

Quanto maior o peso da carga, maior será a pressão sobre cada vértebra ( figura abaixo ) e cada disco.
Quanto mais distante do corpo, maior será a pressão.

Cargas que representam o equivalente a apenas 10% do peso do corpo, já causam problema à coluna.




A postura correta do indivíduo ao trabalhar com o computador doméstico (posição da coluna, das pernas, a
altura dos olhos, etc.) está esquematizada na figura ao abaixo.




Quando as pernas e os pés não estão bem apoiados, por exemplo, podem ocorrer caimbras após um certo
tempo de operação. O encosto da poltrona, também deve ser curvo e ajustar-se às costas, sempre que
possível.

Quanto à posição de trabalho em pé ou sentado, diz a Norma número 17 do Ministério do Trabalho -
MTE que: "sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser
planejado ou adaptado para esta posição."



                                                                                                   202
O trabalho em pé favorece a incidência do alargamento das veias das pernas (varizes) e causa edemas dos
tecidos dos pés e das pernas.

A penosidade da posição em pé pode ser agravada se o agricultor tiver ainda que manter posturas
inadequadas dos braços (acima do ombro, p.ex., como na colheita do cacau mostrada na foto abaixo ),
inclinação ou torção do tronco (como na colheita da laranja) ou de outras partes do corpo.




Assim, sempre que a atividade agrícola o permitir, a alternância de posturas (em pé-sentado-em pé) deve ser
sempre buscada, pois permite que os músculos recebam seus nutrientes e não fiquem fatigados.




Transporte manual de cargas
O transporte manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antigas e comuns, sendo responsável por
um grande número de lesões e acidentes do trabalho. Estas lesões, em sua grande maioria, afetam a coluna
vertebral, mas também podem causar outros males como, por exemplo, a hérnia escrotal.

A figura abaixo mostra a técnica correta para o levantamento de cargas (caixa, barra, saco, etc.).




O joelho deve ficar adiantado em ângulo de 90 graus. Braços esticados entre as pernas. Dorso plano. Queixo
não dirigido para baixo. Pernas distanciadas entre si lateralmente. Carga próxima ao eixo vertical do corpo.
Tronco em mínima flexão.

Na figura abaixo, a técnica indicada para a movimentação lateral de carga (no caso, um barril) é a
seguinte: posição dos pés em ângulo de 90 graus, para evitar a torção do tronco.




                                                                                                       203
No outro croqui, em que o modelo carrega uma caixa, o porte da carga é feito com os braços retos
(esticados), de modo a obter menor tensão nos músculos dos mesmos.

A movimentação manual de cargas é cara, ineficaz (o rendimento útil para operações de levantamento é da
ordem de 8 a 10%), penosa (provoca fadiga intensa) e causa inúmeros acidentes. Portanto, sempre que
possível, deve ser evitada ou minimizada.


Transporte de Cargas




A mecanização das atividades pode ser feita com o emprego de: polias, transportadores de correia, talhas
empilhadeiras, carrinhos de transporte, elevadores, guindastes, pontes-rolantes, etc.




                                                                                                   204
A foto abaixo mostra uma pilha de sacas sendo içadas por meio de cabos acionados por guindaste (que não
aparece).




É claro que o uso desses equipamentos representa um custo de investimento, razão porque devem ser
adquiridos e empregados apenas quando forem constantemente utilizados.

A figura abaixo apresenta uma esteira rolante ou transportador de correia, muito usado no manuseio de sacas
e outros materiais.




Recomendações gerais para o transporte manual de
   cargas
Evitar manejo de cargas não adequadas ao biotipo, à forma, tamanho e posição

Usar técnica adequada em função do tipo de carga

Procurar não se curvar; a coluna deve servir como suporte

Quando estiver com o peso, evite rir, espirrar ou tossir

Evitar movimentos de torção em torno do corpo

Manter a carga na posição mais próxima do eixo vertical do corpo

Procurar distribuir simetricamente a carga

Transportar a carga na posição ereta

Movimentar cargas por rolamento, sempre que possível

Posicionar os braços junto ao corpo

Usar sempre o peso do corpo, de forma a favorecer o manejo da carga




                                                                                                      205
Desvios Posturais




Alterações na coluna representadas por desvios anormais ou acentuamento de curvas normais já existentes é
o que chamamos de desvios posturais. Esses podem levar ao uso incorreto das outras articulações corporais,
uma vez que o corpo busca compensações para se manter o equilíbrio do indivíduo, podendo, também,
causar            enrijecimento           e            encurtamento            dos              músculos.

Exercícios físicos e buscar sempre manter a postura correta são maneiras que podem evitar ou reduzir esses
desvios, sendo que, quanto mais nova a pessoa se tratar, maior a porcentagem de correção. Às vezes tais
desvios são leves e, muitas vezes, pouco perceptíveis e podem ser corrigidos com medidas mais simples,
como seções de fisioterapia, musculação e alongamento. Entretanto, em alguns casos, é necessário um
tratamento        intensivo    e      uso       de       coletes     –      ou     mesmo         cirurgias.

A coluna vertebral possui, naturalmente, curvaturas na região torácica e lombar, como mostra a figura. Em
casos de desvios posturais, há alterações nesta conformação natural.




                                                                                                      206
Na lordose ocorre um aumento anormal da curva lombar, dando-nos a impressão de que as nádegas destas
pessoas são mais salientes:




Na cifose, há um aumento anormal da curvatura da região dorsal (costas), dando à pessoa um aspecto de
corcundez:




                                                                                                207
Já na escoliose, há uma ou mais curvaturas na coluna em sentido lateral, perceptível em uma posição ventral
ou dorsal:




  Um médico ortopedista será capaz de diagnosticar as magnitudes destes desvios e indicar um tratamento
     para as particularidades de cada um – inclusive tratamentos para erradicação ou controle de dores.




                                                                                                          208
Alcoolismo

O alcoolismo é geralmente definido como o consumo consistente e excessivo e/ou preocupação
com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira com a vida pessoal, familiar,
social ou profissional da pessoa e pode potencialmente resultar em condições (doenças)
psicológicas e fisiológicas, assim como, por fim, na morte. É um dos problemas mundiais de uso de
drogas que mais trazem custos. Com exceção do tabagismo, o alcoolismo é mais custoso para os
países do que todos os problemas de consumo de droga combinados.


Características
Além dos prejuízos na vida acadêmica, profissional, social e familiar o abuso de álcool por
tempo prolongado pode causar câncer na cavidade oral, esôfago, faringe, fígado e/ou
vesícula biliar; hepatite, cirrose, gastrite, úlcera, danos cerebrais, desnutrição, problemas
cardíacos, problemas de pressão arterial, além de transtornos psicológicos. Durante a
gestação, causa má formação fetal. Apesar do abuso do álcool ser um pré-requisito para o
que é definido como alcoolismo, o seu mecanismo biológico ainda é incerto. Para a maioria
das pessoas, o consumo de álcool gera pouco ou nenhum risco de se tornar um vício.
Outros fatores geralmente contribuem para que o uso de álcool se transforme em
alcoolismo. Esses fatores podem incluir o ambiente social e cultura, a saúde psicológica e a
predisposição genética.

Terminologia
Muitos termos são aplicados para se referir a uma pessoa alcoólica e ao alcoolismo. Existe
muita controvérsia a esse respeito, entretanto é consenso que:

1. O alcoolismo pode levar a morte;
2. 'Alcoolismo' é uma doença, um transtorno psicológico sério, que precisa de tratamento
   multiprofissional.
3. O alcoólico pode apresentar prejuízos relacionados com o uso de álcool em todas as
   áreas da vida (Prejuízos físicos, mentais, morais, profissionais,sociais, entre outros).
4. O alcoólico perde a capacidade de controlar uma quantidade de bebida que ingere, uma
   vez que vence uma ingestão. Abuso, uso pesado, vício e dependência são todos rótulos
   comuns usados para descrever os hábitos de consumo, mas o real significado dessas
   palavras muito podem variar, dependendo do contexto em que são usadas. Mesmo
   dentro da área de saúde especializada, uma definição pode variar entre as áreas de
   especialização. Muitas vezes a política e a religião ainda confundem o problema e
   agravam uma ambiguidade.

Uso refere-se ao simples uso de uma substância. Uma pessoa que bebe qualquer bebida
alcoólica está usando álcool.


                                                                                             209
Desvio, problemas com uso e uso pesado são termos que sugerem que o consumo de
    álcool tem causado problemas psicológicos, físicos, sociais, ou seja, prejuízos ao bebedor.
    Os danos sociais e morais são altamente subjetivos e, portanto, diferem de indivíduo para
    indivíduo, o que dificulta a identificação desses usuários.

    A expressão abuso de substâncias tem uma variedade de significados possíveis. No campo
    da saúde mental, o uso do DSM-IV por psicólogos e psiquiatras traz uma definição
    específica, que envolvem um conjunto de circunstâncias da vida que acontecem por causa
    do uso da substância. No direito, o abuso é freqüentemente usado para se referir ao uso
    ilegal de qualquer substância. Dentro do vasto campo da medicina, o abuso, por vezes,
    refere-se ao uso de medicamentos prescritos em excesso da dose prescrita ou a utilização de
    um medicamento que exige prescrição médica sem receita. Dentro da religião, o abuso
    pode se referir a qualquer uso de uma substância considerada inadequada. O termo algumas
    vezes é evitado por profissionais pela variabilidade em sua definição.A dependência é
    simultânea à tolerância, ou seja, necessidade de doses cada vez maiores para obter o mesmo
    efeito. A dependência será tanto mais intensa quanto mais intenso for o grau de tolerância
    ao álcool. O diagnóstico de dependência de álcool não necessariamente indica uma
    presença de dependência física, ela pode ser apenas psicológica e estar associada com
    influência de amigos e família ou com poucas habilidades sociais. Dependência está
    associada a dificuldade em resistir a uma substância.

    A definição precisa de vício é debatida, mas em geral se refere a qualquer condição que faz
    uma pessoa continuar a demonstrar comportamentos nocivos mesmo sofrendo prejuízos
    sociais, profissionais e pessoais. Pode ser causado por dependência física e psicológica.

    Remissão é, segundo a Associação Psiquiátrica Americana, uma condição em que os
    sintomas físicos e mentais do alcoolismo não estão mais evidentes. A remissão pode ser
    parcial, quando breve, ou persistente, quando dura mais de um ano. Outros (principalmente
    Alcoólicos Anônimos) usam o termo recuperação para o usam descrever aqueles que
    cessaram completamente o consumo de álcool.

    Diagnóstico
    Um diagnóstico de dependência pelo CID-10 pode ser feito somente se três ou mais dos
    seguintes requisitos tenham sido experimentados ou exibidos em algum momento durante
    um período de 12 meses[4]:

•   Um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
•   Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de seu
    início, término ou níveis de consumo;
•   Um estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância cessou ou foi reduzido,
    como evidenciado pela síndrome de abstinência característica para a substância ou o uso da
    mesma substância (ou de uma intimamente relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar
    sintomas de abstinência;
•   Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são
    requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas;


                                                                                           210
•   Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor da substância
    psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessário para obter ou tomar a substância ou
    para se recuperar de seus efeitos;
•   Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de conseqüências
    manifestamente nocivas, tais como dano ao fígado por consumo excessivo de bebidas
    alcoólicas, estados de humor depressivos consequentes a períodos de consumo excessivo da
    substância ou comprometimento do funcionamento cognitivo relacionado à droga; deve-se
    fazer esforços para determinar se o usuário estava realmente (ou se poderia esperar que
    estivesse) consciente da natureza e extensão do dano.

    Efeitos fisiológicos do alcoolismo

    O consumo excessivo de álcool leva a uma degradação do etanol em etanal pelo fígado,
    fato que consome NAD+ formando NADH. Na segunda reação para a formação de acetato
    também há consumo de NAD+ e formação de NADH, dessa forma o ciclo de Krebs
    (dependente de NAD+) é diminuído pela falta de NAD+, aumentando portanto o
    metabolismo anaeróbico das células, o que irá produzir mais ácido lático no organismo.
    Esse excesso de ácido lático no organismo compete com a excreção de urato contribuindo
    para o aumento de ácido úrico no sangue, o qual irá precitar em articulações gerando uma
    doença conhecida como gota.O conjunto de efeitos fisiológicos sentidos após excessivo
    consumo de álcool é conhecido como veisalgia, popularmente chamada de "ressaca".

                                                           Álcool no sangue
    Álcool no sangue
    Álcool no sangue
                     Estados Sintomas
    (gramas/litro)
    0,1 a 0,3        Sobriedade Nenhuma influência aparente
                                Perda de eficiência, diminuição da atenção, julgamento
    0,3 a 0,9        Euforia
                                e controle
                                Instabilidade das emoções, descoordenação muscular.
    0,9 a 1,8        Excitação
                                Menor inibição. Perda do julgamento crítico
                                Vertigens, desequilíbrio, dificuldade na fala e distúrbios
    1,8 a 2,7        Confusão
                                da sensação.
                                Apatia e inércia geral. Vômitos, incontinência urinária e
    2,7 a 4,0        Estupor
                                fezes.
    4,0 a 5,0        Coma       Inconsciência, anestesia. Morte
    Acima de 5,0     Morte      Parada respiratória

    Observações: Em média 45 gramas de etanol (120 ml de aguardente), com estômago vazio, fazem o sangue ter concentração de 0,6 a 1,0
    grama por litro; após refeição a concentração é de 0,3 a 0,5 grama por litro. Um conteúdo igual de etanol, sob a forma de cerveja (1,2 litros),
    resulta 0,4 a 0,5 gramas de etanol por litro de sangue, com estômago vazio e 0,2 a 0,3 gramas por litro, após uma refeição mista.




    Prevalência


                                                                                                                                             211
No Brasil os índices variam muito entre as diversas regiões, mas os estudos indicam que a
média nacional está em torno de 3 a 6% da população, sendo cerca de 5 vezes mais comum
em homens. Tanto em Salvador quanto em Ribeirão Preto a média foi de 6,2%, sendo de
11% entre os homens e de 1,5% entre as mulheres. A proporção de indivíduos maiores de
13 anos que consumem álcool no Brasil está em torno de 52%, o que é bastante inferior ao
relatado em diversos países: 90% nos EUA, 87% na Austrália, 83% no Canadá e 75% no
Equador. O índice brasileiro é semelhante ao índice da Colômbia e México (51%). O nível
de alcoolismo é muito menor que a média americana (10-12%) e europeia (5 a 20%). A
maior proporção de consumidores de álcool e de alcoolistas é entre homens de 30 e 49
anos.

Associação com cigarro

Entre alcoolistas, 67% também são fumantes. Os alcoolistas tendem a iniciar-se no
consumo tabágico mais cedo, fumam durante mais tempo, fumam um maior número de
cigarros por mês e apresentam fluxo expiratório mais baixo do que os abstêmios.

Tratamentos

s tratamentos para o alcoolismo são bastante variados porque existem múltiplas
perspectivas para essa condição. Aqueles que possuem um alcoolismo que se aproxima de
uma condição médica ou doença são recomendados a se tratar de modo diferentes dos que
se aproximam desta condição como uma escolha social. Não se deve confundir o
tratamento do alcoolismo com o tratamento apenas da síndrome de abstinência. O
tratamento do alcoolismo é complexo, multiprofissional e longo dependendo da
persistência do paciente e sua rede social de apoio para o processo de cura.

A maioria dos tratamentos busca ajudar as pessoas a diminuir o consumo de álcool, seguido
por um treinamento de vida ou suporte social de modo que ajude a pessoa a resistir ao
retorno do uso de álcool. Como o alcoolismo envolve múltiplos fatores que incentivam a
pessoa a continuar a beber, todos estes fatores devem ser suprimidos para que se previnam
com sucesso os casos de recaídas. Um exemplo para este tipo de tratamento é a
desintoxicação seguida por uma combinação de terapia de suporte, atendimento em grupos
de auto-ajuda, etc. A maioria dos tratamentos geralmente preferem uma abstinência de
tolerância zero; entretanto, alguns preferem uma abordagem de redução de consumo
progessiva.

A efetividade dos tratamentos para o alcoolismo varia amplamente. Quando considerada a
eficácia das opções de tratamento, deve-se considerar a taxa de sucesso daquelas pessoas
que entraram no programa, não somente aqueles que o completaram. Como o término do
programa é a qualificação para o sucesso, o sucesso entre as pessoas que completam um
programa é geralmente perto de 100%. Também é importante se considerar não somente a
taxa daqueles que atingiram os objetivos do tratamento, mas também a taxa daqueles que
tiveram recaídas. Os resultados também devem ser comparados com a taxa aproximada de
5% de pessoas que abandonam os programas por conta própria.




                                                                                     212
A desintoxicação trata os efeitos físicos do uso prolongado do álcool, mas na verdade não
trata o alcoolismo. Após a desintoxicação estiver completa, as recaídas são propensas de
ocorrer se não houver um tratamento subseqüente. A desintoxicação pode ou não ser
necessária dependendo da idade, estado de saúde e histórico de ingestão de álcool da
pessoa. Por exemplo, um homem jovem que quando consome álcool o faz em quantidades
excessivas em um curto período de tempo, e busca tratamento uma semana após seu último
uso de álcool, pode não precisar de desintoxicação antes de iniciar o tratamento para o
alcoolismo.

Psicoterapia

Após a desintoxicação, diversas formas de terapia em grupo ou psicoterapia podem ser
usadas para lidar com os aspectos psicológicos subconscientes que são relacionados à
doença do alcoolismo, assim como proporcionar a aquisição de habilidades de prevenção às
recaídas como assertividade e técnicas de relaxamento mais saudáveis.

O aconselhamento em grupo através de ajuda mútua é um dos meios mais comuns de
ajudar os alcoólicos a manter a sobriedades. Muitas organizações já foram formadas para
proporcionar esse serviço, como os Alcoólicos Anónimos.

A terapia cognitivo comportamental é feita individualmente, mas pode convidar familiares
e amigos para participar caso o paciente aceite, e tem como objetivos [11]:

   •   Desenvolver aprendizagem e prática de novos comportamentos substitutos para o
       comportamento de beber através de treinamento de habilidades intrapessoais (auto-
       identificação) e interpessoais (sociais);
   •   Ensinar estratégias de enfrentamento que podem ser usadas para lidar com situações
       de alto risco (internas e externas) que poderiam

levar ao comportamento adictivo;

   •   Estabelecer estratégias gerais de mudanças no estilo de vida que ajudem o paciente
       a atingir seus objetivos acadêmicos, profissionais, sociais e familiares de forma
       mais eficiente;
   •   Desenvolver estratégias que favoreçam a manutenção do processo de mudança nos
       hábitos produzidos pelo tratamento.

Psicólogos cognitivos comportamentais também fazem planos emergenciais para uma
variedade de situações de estresse que podem surgir de maneira inesperada e planejam com
o paciente estratégias para resolvê-las.

Durante a terapia é comum que outros transtornos como fobia social, depressão maior,
transtorno bipolar, hiperatividade, transtorno de personalidade limítrofe, transtorno de
ansiedade generalizada, anorexia nervosa ou outro transtorno de humor, ansiedade ou
alimentar sejam identificados como a causa do alcoolismo.




                                                                                     213
Racionamento e moderação

Os programas de racionamento e moderação do uso do álcool não forçam uma abstinência
completa. Apesar de a maioria dos alcoólicos serem incapazes de limitar o seu consumo
através destes programas, alguns passam a beber moderadamente. Muitas pessoas se
recuperam do alcoolismo. Um estudo realizado em 2002 nos Estados Unidos mostrou que
17,7% das pessoas que tinham sido diagnosticadas como dependentes do álcool a mais de
um ano (anteriormente à pesquisa) retornaram ao consumo de baixo risco de álcool.[12]

Medicamentos

Embora não sejam necessários para o tratamento do alcoolismo, diversas medicações
podem ser prescritas como parte do tratamento. Algumas podem facilitar a transição para a
sobriedade, enquanto outras podem causar dificuldades físicas quando do uso do álcool. Na
maioria dos casos, o efeito desejado é fazer com que o alcoólatra se abstenha da bebida.

   •   O dissulfiram previne a eliminação de acetaldeído, um composto químico que o
       corpo produz quando quebra o etanol. É o acetaldeído que causa os diversos
       sintomas da "ressaca" após o uso do álcool. O efeito geral do medicamento é um
       grande desconforto quando o álcool é ingerido: uma "ressaca" desconfortável
       extremamente rápida e de longa duração. Isso desencoraja o alcoolista a beber
       quantidades significativas de álcool enquanto ele está tomando o medicamento. O
       consumo excessivo de álcool associado com o dissulfiram pode causar doenças
       severas e até a morte.

   •   A naltrexona é um antagonista competitivo para os receptores opióides, bloqueando
       efetivamente a habilidade do corpo em usar as endorfinas e opiáceos. Ele também
       parece agir na ação da neurotransmissão do glutamato. A naltrexona é usada em
       duas formas muito diferentes de tratamento. O primeiro tratamento usa a naltrexona
       para diminuir os desejos pelo álcool e encorajar a abstinência. O outro tratamento,
       chamado extinção farmacológica, combina a naltrexona com o hábito normal de
       ingestão de álcool de forma para reverter o condicionamento das endorfinas que
       causam o vício ao álcool. A naltrexona é apresentada em duas formas. A naltrexona
       oral é uma pílula que deve ser tomada diariamente para ser eficiente. Vivitrol é uma
       formulação que é injetada nas nádegas uma vez ao mês.

   •   Acredita-se que o Acamprosato (também conhecido como Campral) estabiliza o
       equilíbrio químico do cérebro prejudicado pelo alcoolismo. O FDA aprovou esta
       droga em 2004, dizendo "Embora seu mecanismo de ação não seja perfeitamente
       compreendido, acredita-se que o Campral atue nas vias químicas do cérebro
       relacionadas ao abuso do etanol. O Campral mostrou-se efetivo em manter a
       abstinência por um curto período de tempo. " Embora seja efetivo sozinho, é
       comumente ministrado com outros medicamentos como a naltroxetona com grande
       sucesso.
   •   Oxibato de sódio é o sal de sódio do ácido gama-hidroxibutírico (GHB). Ele é usado
       para a abstinência aguda do álcool e para a desintoxicação a médio e longo prazo.


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Essa droga melhora a neutrotransmissão do GABA e diminui os níveis de
           glutamato.
       •   Baclofeno tem mostrado em estudos em animais e em pequenos estudos em
           humanos que melhora a desintoxicação. Esta droga atua como um agonista do
           receptor GABA B e isto pode ser benéfico.

Extinção farmacológica

A extinção farmacológica é o uso de antagonistas opióides como a naltrexona combinados
com o hábito normal de ingestão de álcool para eliminar o desejo intenso pelo álcool. Essa
técnica obteve sucesso na Finlândia, Pensilvânia, e Flórida, e é às vezes citada como o
Método Sinclair.



Terapia nutricional

O tratamento preventivo das complicações do álcool incluem o uso a longo-prazo de
multivitaminas além de vitaminas específicas como B12 e folato.

Apesar da terapia nutricional não ser um tratamento propriamente para o alcoolismo, ela
trata as dificuldades que podem surgir anos após o uso intenso de álcool. Muitos
dependentes de álcool tem a síndrome da resistência à insulina, um distúrbio metabólico no
qual a dificuldade do corpo em processar açúcares causa um suprimento desequilibrado na
corrente sanguínea. Apesar do distúrbio poder ser diminuído com uma dieta hipoglicêmica,
ele pode afetar o comportamento e as emoções, efeitos colaterais que freqüentemente são
observados entre os álcool-dependentes em tratamento. Os aspectos metabólicos desta
dependência são freqüentemente negligenciados, gerando resultados ruins para os
tratamentos.[20]

Prognóstico
Sem acompanhamento profissional aproximadamente 90% dos alcoólatras voltam a beber
nos 4 anos seguintes a interrupção.[2] A principal causa de recaída apontada pelos usuários
são emoções negativas (35%), pressão social(20%), brigas (16%), incapacidade de resistir
ao desejo (11%) e teste de auto-controle (9%). Esses dados ressaltam a importância de
acompanhamento psicológico prolongado e persistente em qualquer abuso de substâncias.
[21]



O fato de serem diagnosticados outros transtornos psicológicos associados ao uso do álcool
nesse caso é sinal de bom prognóstico, pois o tratamento desses transtornos costumam
resolver a raiz do alcoolismo e fatores que manteriam o consumo.

Outro fator de bom prognóstico é quando amigos e familiares também param de beber e
oferecer bebidas ou já não tinham o hábito de beber. Quanto maior o apoio de amigos e
familiares, melhores as chances de cura definitiva.


                                                                                       215
TABAGISMO
O tabagismo é uma toxicomania caracterizada pela dependência física e psicológica do
consumo de nicotina, substância presente no tabaco.

Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, os cigarros contém cerca de 4.720 substâncias
tóxicas, sendo uma delas, a nicotina, responsável pela dependência.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, o tabagismo é o responsável por
cerca de 30% das mortes por cancro (câncer no Brasil), 90% das mortes por cancro do
pulmão, 25% das mortes por doença coronariana, 85% das mortes por doença pulmonar
obstrutiva crónica e 25% das mortes por derrame cerebral. Ainda de acordo com a OPAS,
não existem níveis seguros de consumo do tabaco.

As doenças ocasionadas pelo consumo de tabaco matam 3 milhões de pessoas no mundo
anualmente, com uma projeção estimada de óbitos em torno de 10 milhões até o ano 2020 -
das quais 7 milhões ocorrerão nos países em desenvolvimento. Vale dizer que o tabagismo,
hoje, mata mais que a soma das mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídios e
acidentes de trânsito. As doenças causadas pelo tabaco são responsáveis por perdas
econômicas de aproximadamente US$ 200 bilhões de dólares, no mundo.

O método de avaliação de Fagerström é, hoje, utilizado por especialistas, para ajudar a
definir a melhor estratégia para quem quer largar o cigarro. Trata-se de um questionário
utilizado por médicos a fim de determinar se uma pessoa está seriamente viciada na
nicotina.

Historia

O hábito de fumar se iniciou na Europa em 1580, introduzido por Walter Raleigh, pessoa
de confiança na corte de Elizabeth I da Inglaterra. Os cigarros se popularizaram a partir de
1881, quando foi inventada a máquina que os manufaturava.

Tabagismo no Brasil

No Brasil, estima-se que cerca de 290 mil mortes por ano são decorrentes do tabagismo. A
proporção de fumantes no país é de 23,9% da população. Segundo dados da PNAD, em
2008, o Brasil tinha 24,6 milhões de fumantes habituais com idade a partir de 15 anos ou
17,2% da população de pessoas dessa faixa etária, sendo 15,1% fumantes diários.

Cerca de 90% dos fumantes tornam-se dependentes da nicotina entre os 5 e os 19 anos de
idade. Há 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária, mas a maior concentração de
fumantes está na faixa etária de 20 a 49 anos.

A região Sul do país é a que apresenta maior proporção de dependentes - 45% dos
fumantes. Em 2008, a região Sul, com 19,3%, tinha o maior porcentual de fumantes
correntes[3].


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No Nordeste, os fumantes dependentes são 31%. Os moradores da zona rural também
fumam mais que os das zonas urbanas.

O fumo é responsável por 95% dos casos de câncer de boca [4]; 90% das inflamações de
mama; 80% da incidência de câncer no pulmão; por 97% dos casos de câncer da laringe;
50% dos casos de câncer de pele; 45% das mortes por doença coronariana (infarto do
miocárdio) e também 25% das mortes por doença vascular-cerebral (derrames cerebrais).

O tabagismo, incluindo o passivo, é o fator de risco mais comum para a DPOC, Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica. No Brasil, estima-se que a doença atinja cerca de 6 milhões
de pessoas. Somente 12% dos pacientes são diagnosticados e, desses, apenas 18% recebem
tratamento. Já no cenário mundial, a estimativa é de que aproximadamente 210 milhões de
pessoas tenham DPOC e a previsão é que a doença se torne a terceira principal causa de
morte por volta de 2020. Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença
são a inalação de poeiras e produtos químicos em fábricas ou ambientes profissionais
similares, poluição do ar, desenvolvimento pulmonar prejudicado e fatores genéticos.

Segundo uma pesquisa realizada em 20 países, o brasileiro, com 91%, é o que mais se
arrepende de ter começado a fumar. Entre os fumantes brasileiros do estudo internacional,
63% apóiam campanhas e leis contra o fumo e 82% relatam que o fumo já lhes causou
algum problema de saúde [5].

O Brasil é o maior exportador e quarto maior produtor mundial de tabaco - depois da China
,EUA e Índia.



Tabagismo passivo
O tabagismo passivo (fumo passivo, fumaça ambiental do tabaco (FAT), ou fumaça de
segunda-mão) refere-se ao ato de inalar a fumaça de qualquer substância fumígera
proveniente de um fumante, fazendo com que os malefícios do fumo ocorram mesmo em
não-fumantes.

Impacto na saúde
De acordo com pesquisa realizada no Brasil pelo Instituto Nacional do Câncer, pelo menos
sete brasileiros que não fumam morrem a cada dia por doenças provocadas pela exposição
passiva à fumaça do tabaco.

Os não fumantes, que presenciam fumantes, ou passam tempos mesmo que esporadicos,
proximo a esses, pode ter os seguintes sintomas:

   •   Coceira no olhos;
   •   Tosse interminente;
   •   Odores na laringe;


                                                                                     217
•   Odores nos membros e vestes;
   •   Trombose nas vias aeras;
   •   Odores capilares;
   •   Falta de apetite;
   •   Falta de olfato;
   •   Falta de paladar;



Tabagismo e saúde
Os maus efeitos à saúde causados pelo fumo de tabaco se referem diretamente à
tabagismo assim como à inalação de fumaça ambiente (tabagismo passivo). A Organização
Mundial de Saúde (OMS) estima que 16% da população brasileira é fumante. A OMS
também estima que em países desenvolvidos, 26% das mortes masculinas e 9% das mortes
femininas podem ser atribuídas ao tabagismo. Desta forma, o tabagismo é uma importante
causa de morte prematura em todo o mundo.

Riscos primários
Os principais maleficios à saúde relacionados ao tabagismo referem-se às doenças do
sistema cardiovascular, sendo o tabagismo um fator de risco importante para infarto do
miocárdio (ataque cardíaco), doenças do trato respiratório como a Doença Pulmonar
Obstrutiva Crônica (DPOC) e enfisema, e câncer, particularmente câncer de pulmão e
câncer de laringe e boca. Antes da Primeira Guerra Mundial, o câncer de pulmão era
considerado uma doença rara, a qual a maioria dos médicos poderia jamais ver durante sua
carreira profissional. Com o crescimento da popularidade do tabagismo após a guerra,
houve um aumento epidêmico de câncer de pulmão.

A incidência de impotência sexual é aproximadamente oitenta e cinco por cento maior em
fumantes masculinos do que em não fumantes e é uma causa importante de disfunção erétil.
O tabagismo leva à impotência por causar o estreitamento das artérias (do pênis e do
corpo).

As doenças relacionadas ao tabagismo matam quatrocentos e quarenta mil cidadãos
estadunidenses por ano e cerca de mil, duzentos e cinco por dia, fazendo com que o
tabagismo seja a maior causa de morte capaz de ser prevenida nos Estados Unidos.

O risco aumentado da pessoa em contrair doenças é diretamente proporcional à duração do
tempo em que a pessoa continua a fumar assim como à quantidade fumada. Entretanto, se
alguém para de fumar, então estas chances diminuem gradualmente já que os danos ao
corpo são reparados.

Doenças associadas ao tabagismo incluem:




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•   várias formas de câncer, particularmente câncer de pulmão, câncer dos rins, da
       laringe, Cabeça, pescoço, mamas [11][12], bexiga, esôfago, pâncreas e estômago. Há
       evidências de risco aumentado de leucemia, câncer de pele, fígado, colo uterino,
       intestinos, Vesícula biliar, adrenal, além de correlação com tumores infantis.
   •   Doenças cardiovasculares;
   •   acidentes vasculares cerebrais;
   •   doença vascular periférica;
   •   distúrbios respiratórios, como bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica e
       enfisema;
   •   tromboangeite obliterante;
   •   Impotência sexual;
   •   catarata;
   •   redução da memória e dificuldade de aprendizado em tabagistas adolescentes.

Fumantes de charuto e cachimbo tendem a inalar menos que os fumantes de cigarro; por
conta disso, seu risco de cancro do pulmão é menor, mas ainda é várias vezes mais elevado
do que o risco em não fumantes. Todos estes grupos sofrem o mesmo risco de cancros da
cavidade oral: laringe ou esôfago, um risco que foi apenas uma hipótese, sem qualquer
ligação entre fumar e o câncer, até ser provado cientificamente e pela cobertura da
imprensa dos cancros relacionados com o tabaco de dois presidentes estadunidenses:
Ulysses S. Grant morreu em 1885, aos sessenta e três anos, depois de uma longa e penosa
batalha contra o cancro da garganta, assumindo-o como o resultado de seu hábito de fumar
charuto. Grover Cleveland foi diagnosticado em 1893 com cancro da mandíbula esquerda,
que era frequentemente visto pela imprensa e pelo público fumando charuto. Do mesmo
modo, o cancro da boca e mandíbula é também um risco para quem masca tabaco. Os
benefícios para quem para de fumar são imediatos: a pressão arterial, frequência cardíaca e
a temperatura corporal retornam à faixa normal; o risco de ataque cardíaco diminui; a
capacidade de sentir aroma e sabor é apurada e melhora a circulação.

É geralmente aceito que o grande fator motivacional por trás do tabaco é a nicotina que ele
contém. No entanto, a prática de ingerir o fumo diretamente de sua folha gera uma enorme
quantidade de compostos químicos ativos, agrupados como alcatrão, muitos deles são
biologicamente reactivos e potencialmente perigosos à saúde. Mesmo grupos de tabaco
considerados mais brandos são também cancerígenos, provavelmente porque compostos
semelhantes são gerados para a cura do câncer; os nórdicos snus, utilizam vapor, portanto,
são muito menos cancerígenos.) Existem cerca de três mil substâncias químicas
encontradas no fumo do tabaco.

Exposição a longo prazo aos outros compostos na fumaça, como monóxido de carbono,
cianeto, e de outros compostos provocam danos no tecido arterial do pulmão, e se acredita
que seja responsável pelos danos cardiovasculares e pela perda de elasticidade nos alvéolos,
levando a enfisema e DPOC. Além disso, os cigarros contêm 19 agentes cancerígenos
conhecidos.




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Nicotina e vício

A nicotina é um estimulante poderoso e é um dos principais fatores que levam ao consumo
contínuo de tabaco. Embora a quantidade de nicotina inalada no fumo seja muito pequena
(a maior parte da substância é destruída pelo calor), ela ainda é suficiente para causar
dependência psicológica e/ou física. A quantidade de nicotina absorvida pelo corpo no
tabagismo depende de diversos fatores, incluindo o tipo do tabaco, se a fumaça é inalada e
se é usado um filtro.

Tabagismo de cigarro versus charuto

Há quem julgue o ato de fumar charutos menos danoso à saúde que fumar cigarros, devido
ao fato do fumante de charutos não "tragar", ou seja, não inalar ativamente a fumaça.
Entretanto, as evidências científicas não corroboram esta ideia. Nos Estados Unidos da
América, o Instituto Nacional do Câncer, divulgou , em 1998, que fumar charutos está
associado a vários tipos de Câncer, incluindo tumores da cavidade oral (lábio, língua,
bochechas, garganta), do esôfago, laringe e pulmão. Este estudo levava em consideração
pessoas que fumavam ao menos um charuto ao dia e afirmava que os riscos de fumar
menos que diariamente não são conhecidos. Apesar do estudo mostrar que a maioria dos
fumantes de charutos não inalarem ativamente a fumaça, alguns, principalmente ex-
fumantes de cigarrros, o fazem ,sendo assim o risco igual ao de fumantes de cigarros. No
caso de fumantes passivos, a grande quantidade de fumaça produzida por charutos,
principalmente em ambientes fechados e ou quando vários fumantes se congregam, é mais
que suficiente para afetar a saúde de quem permanecer nestes ambientes. Este estudo do
Instituto Nacional do Câncer foi criticado por defensores do charuto, alegando uso indevido
das estatísticas.

Tabagismo e doenças cardiovasculares

O tabaco provoca o amarelecimento dos dentes, por via da nicotina. Provoca cancro da
boca, da língua, do esôfago, da faringe e da laringe, além de provocar a insuficiência
respiratória forçando o coração a bater mais rapidamente para maior captação de oxigênio
diminuindo assim sua vida útil.

Epidemiologia do tabagismo

Uma Equipe de Cientistas Britânicos liderados por Richard Doll fez uma pesquisa com
34,439 especialistas médicos entre o ano de 1951 e 2001, pesquisa esta apelidada de
"British doctors study." O estudo demonstrou que fumar diminui a expectativa de vida em
até 10 anos e que quase metade dos fumantes morrem por doenças causadas possivelmente
pelo cigarro (como câncer, doenças cardiovasculares e infartos). Cerca de 5,900 dos
participantes da pesquisa ainda estão vivos e somente 134 ainda fumam. No Reino Unido,
os impactos do uso contínuo do cigarro é mais acentuado nas classes sociais mais baixas,
que já tem a menor expectativa de vida.




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Tabaco e reprodução

O tabaco provoca infertilidade, problemas de erecção nos homens e aborto espontâneo no
caso das mulheres.

Efeitos do tabagismo nas células espermáticas

Existem cada vez mais evidências de que os compostos danosos do tabagismo matam
células espermáticas (os espermatozóides). Desta maneira, alguns governos exigem que os
fabricantes coloquem avisos em suas embalagens.

Síndrome da morte súbita infantil

O tabagismo passivo está relacionado à Síndrome da Morte Súbita Infantil.

A síndrome da morte súbita infantil ocorre quando na há explicação de como um bebê
faleceu mesmo tendo feito autópsia e com investigação. Também podemos chamar esta
síndrome de morte de berço, pois ela acontece enquanto os bebês dormem durante a noite
ou estão cochilando durante o dia, e ela que por sua vez vem sendo a maior causa de mortes
entre os bebês. Normalmente o bebê que morre devido à síndrome morre antes de
completar os seus quatro meses de vida ou durante esse período e as estações onde mais
ocorre este tipo de morte é no outono, inverno e geralmente no início da primavera.

O porquê isto ocorre ninguém sabe exatamente, o que os médicos e pesquisadores dizem é
que isto acontece devido a uma série de fatores, entre elas podem estar irregularidade no
batimento cardíaco de uma criança, um distúrbio metabólico, entre outros fatores, esses são
apenas alguns. Esses fatores e ainda o modo de como a criança dorme de bruços e inala
muita fumaça de cigarro, ou pegar uma doença respiratória, ou seja, inala muito dióxido de
carbono ela tem mais chances de ser vitima da SMSI.

Como realizadas em pesquisas quando o bebê apresenta defeito no cérebro a maioria deles
apresentam anomalias no seu tronco cerebral, às vezes o bebê até percebe o que está se
passando, mas pode não ter mecanismos de proteção para que isso não ocorra. No caso de
um distúrbio metabólico eles não produzem a quantidade de ácidos graxos da maneira
necessária e um possível acumulo desses ácidos poderia evitar que ocorra a síndrome. O
favorecimento disto se dá através da criança dormir em colchões macios, se o bebê for
prematuro, se ficar exposto a fumaças, entre outros. Alguma dica para sempre proteger o
seu bebê é o deixar dormir sempre de costas e a temperatura do quarto não muito aquecida
se o clima estiver bom, entre muitas outras.

Efeitos benéficos de fumar
Ao tabaco já foram atribuídos possíveis efeitos benéficos sobre certas condições,
presumivelmente devido aos efeitos da Nicotina sobre o sistema nervoso. Alguns estudos
demonstraram que a incidência de tabagismo em pacientes que desenvolveram o Mal de
Alzheimer é menor que na população em geral, o que foi interpretado como uma possível


                                                                                       221
proteção que o tabagismo traria contra a doença. Entretanto, a pesquisa sobre o assunto é
limitada e os resultados controversos. Alguns estudos demonstram que fumar aumenta o
risco de desenvolver o mal de Alzheimer. Revisões recentes sobre a literatura científica
disponível concluíram que a aparente menor incidência do Mal de Alzheimer entre
tabagistas deve-se ao fato de que fumantes tendem a morrer antes de atingirem a idade de
desenvolverem a doença. A mortalidade precoce é um problema encontrado nas pesquisas
que pretendem investigar os efeitos do tabagismo em doenças de acometimento tardio, após
os 75 anos de idade, como é o caso do Mal de Alzheimer já que o número de fumantes que
atingem a idade de 80 anos é 50% menor que não fumantes..

Alguns estudos sugerem que o tabagismo está associado a menor incidência de:

   •   Doença de Parkinson, , embora os autores sustentem que as desordens de
       movimento próprias da doença impedem as pessoas de fumar.
   •   Colite ulcerativa., embora aumente o risco de Doença de Crohn.
   •   Sarcoma de Kaposi
   •   Há alguma evidência de menor incidência de Endometriose em mulheres inférteis
       enquanto alguns estudos apontam incidência maior em tabagistas. Não há
       evidências de efeito protetor em mulheres férteis.
   •   Evidência inconsistente de menor incidência de Mioma uterino em fumantes.,
   •   Evidência limitada de menor incidência de Doença hipertensiva específica da
       gravidez, em fumantes., Evidência invalidada em gestações gemelares. Fumar, com
       certeza, trás riscos graves à saúde da gestante e do concepto.

No caso da Esquizofrenia, muitos pacientes esquizofrênicos utilizam o fumo como uma
forma de auto-medicação contra a ansiedade..

Problemas acidentais

Um problema de saúde pública indireta colocados pelos cigarros é a de incêndios
acidentais, normalmente associados ao consumo de álcool. Inúmeros projetos de cigarros
têm sido propostas, algumas das empresas de tabaco em si, que extinguiria um cigarro
deixados sozinhos por mais de um minuto ou dois, reduzindo assim o risco de incêndio. No
entanto, a indústria do tabaco historicamente tem resistido a essa ideia, alegando que o
incômodo de ter de reacender o cigarro deixado intocado por muito tempo reduziria as suas
vendas. Na verdade, o tabaco tratado formaram um cigarro vai extinguir-se de forma
relativamente rápida, se deixado sozinho, e como um cigarro de tabaco resultado é tratada
quimicamente para que esta possa estar latente indefinidamente.




                                                                                     222
Dependência Química
A Dependência Química é um conjunto de fenômenos que envolvem o comportamento, a
cognição e a fisiologia corporal conseqüente ao consumo repetido de uma substância
psicoativa, associado ao forte desejo de usar esta substância, juntamente com dificuldade
em controlar sua utilização persistente apesar das suas conseqüências danosas. Na
dependência geralmente há prioridade ao uso da droga em detrimento de outras atividades e
obrigações sócio-ocupacionais.

A tolerância é o primeiro critério relacionado à dependência. Tolerância é a necessidade de
crescentes quantidades da substância para se atingir o efeito desejado ou, quando não se
aumenta a dose, é entendida também como um efeito acentuadamente diminuído com o uso
continuado da mesma quantidade da substância. O grau em que a tolerância se desenvolve
varia imensamente entre as substâncias.

Existe um padrão de uso repetido da substância que geralmente resulta em tolerância,
abstinência e comportamento compulsivo de consumo da droga. Um diagnóstico de
Dependência de Substância pode ser aplicado a qualquer classe de substâncias. Os sintomas
de dependência são similares entre as várias substâncias, variando na quantidade e
gravidade de tais sintomas entre uma e outra droga. Os sintomas psíquicos e sociais


                                                                                       223
decorrentes da dependência do fumo, por exemplo, são absolutamente menores do que
aqueles da dependência ao álcool.

Chama-se "fissura" o forte impulso subjetivo ou compulsão incontrolável para usar a
substância. Embora não seja especificamente relacionada como um critério, a “fissura”
tende a ser experimentada pela maioria dos indivíduos com Dependência de Substância (se
não por todos). A dependência é definida como um agrupamento de três ou mais dos
sintomas relacionados adiante, ocorrendo a qualquer momento, no mesmo período de 12
meses.

Os indivíduos com uso pesado de opióides e estimulantes podem desenvolver níveis
gravíssimos de tolerância, por exemplo, como se necessitasse dez vezes mais quantidade
depois de algum tempo. Freqüentemente essas dosagens da tolerância seriam letais para
uma pessoa não-usuária. Muitos fumantes consomem mais de 20 cigarros por dia, uma
quantidade que teria produzido sintomas de toxicidade para uma pessoa que está
começando a fumar.

Os indivíduos com uso pesado de maconha em geral não têm consciência de que
desenvolveram tolerância, embora esta tenha sido largamente demonstrada em estudos com
animais e em alguns indivíduos. A tolerância pode ser difícil de determinar com base
apenas na estória oferecida pela pessoa, porém, os testes laboratoriais acabam mostrando
altos níveis sangüíneos daquela substância, juntamente com poucas evidências de
intoxicação, o que sugere fortemente uma provável tolerância.

          Critérios para Dependência de Substância
         Um padrão mal-adaptado de uso de substância, levando a prejuízo ou
         sofrimento clinicamente significativo, manifestado por três (ou mais)
         dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer momento no mesmo
         período                de              12              meses:
         (1) tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:
         (a) necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância
         para      adquirir      a      intoxicação     ou      efeito     desejado
         (b) acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma
         quantidade                   de                 substância
         (2) abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos:
         (a) síndrome de abstinência característica para a substância
         (b) a substância (ou outra estreitamente relacionada a ela) é consumida
         para     aliviar     ou     evitar     sintomas     de     abstinência
         (3) a substância é freqüentemente consumida em maiores quantidades ou
         por um período mais longo do que o pretendido
         (4) existe um desejo persistente ou esforços mal-sucedidos no sentido de
         reduzir      ou       controlar     o      uso     da      substância
         (5) muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da
         substância (por ex., consultas a múltiplos médicos ou fazer longas
         viagens de automóvel), na utilização da substância (por ex., fumar em
         grupo)      ou       na      recuperação      de     seus      efeitos



                                                                                      224
(6) importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são
         abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância
         (7) o uso da substância continua, apesar da consciência de ter um
         problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser
         causado ou exacerbado pela substância (por ex., uso atual de cocaína,
         embora o indivíduo reconheça que sua depressão é induzida por ela, ou
         consumo continuado de bebidas alcoólicas, embora o indivíduo
         reconheça que uma úlcera piorou pelo consumo do álcool)

O dependente pode até expressar um desejo persistente de reduzir ou regular o uso da
substância, mas reluta sempre em decidir deixar de vez a substância. E com freqüência já
deve ter havido muitas tentativas frustradas de diminuir ou interromper o uso. A questão
essencial, de fato, está no fracasso do dependente se abster de usar a substância, apesar das
evidências do mal que ela vem causando.

Em geral o dependente dedica muito tempo obtendo a substância, usando-a ou
recuperando-se de seus efeitos. Em alguns casos de Dependência de Substância,
virtualmente todas as atividades da pessoa giram em torno da substância.

As atividades sociais, ocupacionais ou recreativas podem ser seriamente prejudicadas,
abandonadas ou reduzidas em virtude da dependência ou uso bastante abusivo da
substância, e o dependente pode afastar-se de atividades familiares a fim de usar a droga em
segredo ou para passar mais tempo com amigos usuários da substância.

As primeiras experiências com drogas ocorrem, freqüentemente, na adolescência. Vários
trabalhos, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS) têm evidenciado a
precocidade da faixa etária do início do uso de drogas, geralmente dentro da adolescência,
entre 10 e 19 anos.

Fisiologicamente, na adolescência as regras costumam ser questionadas e contestadas e,
juntando-se o fato desta ser uma época de experimentações, surge um risco maior para o
uso de drogas ilícitas, álcool e fumo. Todavia, felizmente, nem todas as pessoas que
experimentam drogas se tornam dependentes, porém, quando ocorre, a dependência
química é uma doença complexa, de tratamento longo e nem sempre eficaz.

Quando se pesquisam as causas para a dependência química é acaba-se sempre concluindo
ser esta multideterminada, ou seja, multifatorial. Existem alguns fatores fortemente
associados ao uso abusivo de drogas e dependência química, como por exemplo, os fatores
genéticos, psicológicos, familiares e sociais. Em geral parece que esses fatores não
costumam agir isoladamente e sim em conjunto.

Causas existenciais atribuídas ao uso de drogas
Aqui vamos comentar algumas influências sócio-ambientais no uso de drogas, ou seja, nas
influências do destino vivencial da pessoa sobre seu comportamento, pensamento e
sentimento.




                                                                                         225
Família – Dentre os inúmeros fatores associados à dependência química, a família, ou,
mais precisamente, as atitudes da família com propósitos educativos parece ser um
fortíssimo fator de intervenção e influência, principalmente em relação à prevenção da
dependência. Dessa maneira, o meio familiar pode ser um importante elemento de proteção
ou, ao contrário, de facilitação dos comportamentos de risco, do abuso ou de uma possível
dependência de drogas.

Segundo Pons (1998), os principais fatores familiares de proteção ao uso de drogas se
encontram nos laços afetivos estabelecidos entre seus membros, no monitoramento das
atividades e amizades do adolescente, na construção de escalas de valores éticos e no
estímulo para condutas sociais adequadas.

Rebolledo, Ortega e Pillon (2004, citado por Broeker e Jou, 2007) analisaram 2.829
estudantes de ambos os sexos, com idades entre 12 e 17 anos, mediante o Test Drug Use
Screening Inventory. Os autores constataram que a disfunção familiar e a existência de
transtorno emocional prévio foram os fatores mais correlacionados ao maior risco para o
uso de drogas.

Alguns outros pesquisadores (Pechansky, Szobot e Scivoletto, igualmente citados por
Broeker e Jou, 2007) atribuíram à ausência do pai no domicílio do adolescente um risco 22
vezes maior chance de o adolescente ser dependente de drogas, quando comparado aos
adolescentes que viviam com ambos os pais.

Sem nenhuma dúvida reconhece-se universalmente que o papel dos pais e do ambiente
familiar é marcante no desenvolvimento dos filhos. A falta de suporte e estrutura familiar,
bem como o comportamento de risco ou o uso de drogas pelos próprios pais são atitudes
facilitadoras ao uso, abuso e dependência dos filhos.

Acredita-se, inclusive, haver uma relação entre o aumento no consumo de drogas e as
mudanças sofridas pela estrutura familiar na modernidade. A entrada das mulheres para o
mercado de trabalho e, conseqüentemente, a ausência proporcional de sua presença no lar
sem dúvida acabou por conferir um novo perfil à família. Com isso pode ter havido uma
crescente dificuldade no acompanhamento intensivo e na educação dos filhos.

Consumada essa nova estrutura familiar, juntamente com o grande e crescente número de
separações conjugais, automaticamente inviabilizaram-se os modelos educativos das
gerações passadas e novos modelos deverão ser aplicados. Como tudo o que é novo, diante
do novo modelo educacional, onde participa cada vez mais as instituições e cada vez menos
os pais, existe uma grande apreensão e insegurança sobre quais são, exatamente, as práticas
educativas mais desejáveis.

Seriam consideradas práticas educativas desejáveis a sensibilidade para os sentimentos dos
filhos, o envolvimento positivo nas atividades dos membros da família, o controle positivo
da disciplina conscientizando o objetivo das regras e divisão da tomada de decisões.
Seriam consideradas práticas educativas indesejáveis a intromissão, o controle do
comportamento através da culpa e da disciplina através da autoridade, a evitacão de
participação nas decisões.

                                                                                       226
Evidentemente qualquer pesquisador de bom senso entenderá que a questão pais separados
ou não, mãe trabalhando fora ou não, etc., etc., não pode ter um valor absoluto no modo de
agir dos filhos. Em medicina a relação causal exige uma observância mais criteriosa. Se a
questão fosse tão simples assim, todas as crianças criadas em instituições e orfanatos seriam
dependentes químicos, sociopatas, prostitutas, marginais e assim por diante.

Modelo Cultural – Outro fator existencial que pode contribuir para a busca por drogas está
no modelo cultural. A cultura, através da mídia fortemente penetrante no pensamento do ser
humano contemporâneo, influi sobremaneira na elaboração de escalas de valores.

A imagem propalada de usuários de drogas como pessoas interessantes, glamorosas, bem
sucedidas sexualmente, artistas famosos, algumas vezes com destaque social e/ou
econômico seguramente influi nos conceitos de certo-errado do jovem em formação.

O apelo para beber é absolutamente inegável em nossa sociedade ocidental. Não se vê,
socialmente, uma pessoa convidando a outra para “ir lá em casa tomar um chazinho”, ou
para comemorar algum sucesso em uma confeitaria. Entre os jovens, causa muita
estranheza a pessoa recusar um copo de bebida alcoólica alegando simplesmente “eu não
bebo”. Possivelmente sua imagem ficará algo arranhada, principalmente para o sexo
oposto.

Também não se vê durante uma noitada de entretenimento, de forma alguma, um jovem
alertando o outro sobre os riscos da dependência química. Muito pelo contrário; qualquer
atitude normativa e de aconselhamento nesse sentido é pejorativamente tida como
inadequada, retrógrada e aborrecedora.

Alguns ídolos do mundo artístico mortos por overdose de alguma droga acabam sendo até
enaltecidos. São vários os filmes sobre biografias de grandes drogados, alguns com fortes
traços sociopáticos, apresentando-os como pessoas interessantíssimas, fascinantes e
meritosas.

O valor e mérito social da pessoa na sociedade contemporânea parece estarem atrelados
quase exclusivamente à sua condição de produção. O uso de drogas pode ser bastante
tolerado se a pessoa for um bom aluno, um trabalhador regular, bem sucedido
economicamente, enfim, se for alguém que convencionalmente se define como “uma
pessoa de sucesso”. Mas não devemos esquecer que sendo “uma pessoa de sucesso” seu
comportamento servirá como modelo para outras tantas pessoas, não necessariamente “de
sucesso”.

A Pessoa – Agora vem uma questão capaz de arruinar qualquer raciocínio conclusivo
aplicado às anteriores; a responsabilidade da pessoa em seu próprio destino. Não se
desmerece, de forma alguma, a importância da família e da sociedade no desenvolvimento
e no desígnio da pessoa, entretanto, a parte mais importante desse vir-a-ser continua sempre
sendo ela mesma.

Juntamente com as pesquisas investigativas sobre a causalidade da dependência, devem-se
enfatizar as pesquisas sobre a personalidade pré-mórbida do dependente, sobre seu histórico

                                                                                         227
emocional, seus antecedentes psicopatológicos, sobre sua natureza genética, enfim, as
pesquisas devem valorizar o dependente com o mesmo entusiasmo que valoriza o meio.

Como recomenda muito bem o existencialismo, didaticamente exposto em Sartre, de fato a
pessoa não deve ser responsabilizada pelo que o destino fez com ela, mas é totalmente
responsável pelo que ela vai fazer com aquilo que o destino fez com ela (veja mais sobre
Dependência e Personalidade).

Dados sobre o uso de drogas entre adolescentes no Brasil
Os adolescentes usuários e dependentes de drogas têm uma situação vivencial que pode ser
comparada aos não dependentes da seguinte maneira:

                Adolescentes Dependentes e Não Dependentes
                Dependentes Químicos                  %
                Não está estudando                    70,8%
                Freqüentavam escolas públicas         79,2%
                Repetência de ano pelo menos 1 vez    87,5%
                Têm pais separados                    79,2%
                Não Dependentes                       %
                Estão estudando                       87,5%
                Freqüentam escolas particulares       79,2%
                Não têm repetência                    29,2%
                Têm pais casados                      62,5%
                Broecker & Jou, 2007




                    Droga usada por adolescentes Dependentes e
                    Não Dependentes
                    Droga             Depend.     Não Depend.
                    Maconha           96,0%       33,3%
                    Craque            79,2%       8,40%
                    Cocaína           50,0%       16,7%
                    Cola              41,7%       8,40%
                    Solventes         4,2%        12,5%
                    Broecker & Jou, 2007


Percepção da pessoa sobre sua própria dependência
Quanto, exatamente, o dependente químico reconhece sua própria dependência? A
autopercepção com relação à drogadição é alta, pois, respondendo questionários anônimos
com franqueza, 87,5% dos dependentes reconhecem ser dependentes químicos e admitem
precisar de ajuda, e 89,4% dos sem-dependência disse não ter problemas em relação ao uso
de drogas ilícitas.




                                                                                     228
Talvez o fato comum dos dependentes externarem um discurso de não reconhecem
ostensivamente sua própria dependência seja um mecanismo de defesa de pseudo-negação
da angustiante penúria existencial em que se encontram.

Entre os adolescentes brasileiros o consumo de drogas tem sido pesquisado por vários
autores, havendo alguma discrepância bem pouco significativa entre os resultados. Em
relação as drogas mais consumidas os resultados de Tavares, Béria e Silva Lima são os
seguintes:

                Subst. mais consumidas                     Freqüente          Predomínio
                Álcool           86,8%                     24,2%              Meninos
                Maconha          19,9%                     4,9%               Meninos
                Solventes        18,2%                     2,5%               Meninos
                Anfetamínicos    8,4%                      2,3%               Meninas
                Tabaco           41,0%                     28,0%              Meninas
                Cocaína          3,2%                       2,3%              Meninos
                Beatriz Franck Tavares, Jorge Umberto Béria e Maurício Silva de Lima - Rev Saúde
                Pública 2001;35(2):150-158 (2.410 estudantes entrevistados)


O uso freqüente e intoxicações por álcool foram mais prevalentes entre os meninos. Há a
associação positiva entre uso de drogas (exceto álcool e tabaco) e
• Turno                      escolar                     noturno,
• Maior          número           de          faltas         à          escola
• Maior número de reprovações escolares.

Embora sejam países com realidades muito diferentes, a comparação entre Brasil e Estados
Unidos é válida, tendo em mente que em nosso país a sociedade tem uma tendência
inexorável de arremedar costumes e comportamento dos americanos. O levantamento
domiciliar realizado pelo CEBRID buscou em todos os detalhes acompanhar o dos
americanos, o que torna a análise de ambos interessantes. Os dados do estudo americano
foram retirados do SAMSHA, 2001, referindo à pesquisa feita em 2000.

                       Comparação dos resultados do Brasil e
                       EUA para o uso das diversas drogas
                       psicotrópicas.
                       DROGAS             Uso na vida
                                          Brasil    EUA%
                                          %
                       Qualquer Droga*    19,4      38,9
                       Maconha            6,9       34,2
                       Cocaína            2,3       11,2
                       Crack              0,4       2,4
                       Heroína            0,1       1,2
                       Alucinógenos       0,6       11,7
                       Solventes          5,8       7,5
                       Opiáceos           1,4       8,6
                       Tranqüilizantes    3,3       5,8


                                                                                                   229
Estimulantes                   1,5            6,6
                      Álcool                         68,7           81,0
                      Tabaco                         41,1           70,5
                      * - exceto álcool e tabaco
                      CEBRID – disponível em
                      http://www.cebrid.epm.br/levantamento_brasil/parte_5.pdf


Consumo de maconha no Brasil
Estudo feito pelo CEBRID abrangendo 107 cidades com mais de 200 mil habitantes sobre o
consumo de maconha no Brasil. Exceto tabaco e álcool, o uso na vida, no total das drogas
foi de 19,4%, sendo a maconha a droga que teve maior uso experimental com 6,9%. A
região Sul do Brasil foi à campeã em porcentagens de uso na vida para a maconha com
8,4% de usuários.

 A dependência de maconha ,ao contrário do que sempre se divulgou com duvidosa
intenção, existe sim e apareceu em 1,0% dos entrevistados, o que equivale a uma população
estimada de 451.000 pessoas no país. Este é provavelmente um número muito otimista,
considerando as dificuldades em se obter respostas sinceras. A região Sul foi aquela onde
apareceram as porcentagens mais expressivas de dependentes de maconha 1,6% dos
entrevistados.

                 Prevalência (uso na vida) de maconha e cocaína
                                       Maconha*       Cocaína**
                 EUA                   34,2%          11,2%
                 Reino Unido           25,0%          3,0%
                 Dinamarca             24,3%          1,7%
                 Espanha               19,8%          3,2%
                 Chile                 19,7%          4,5%
                 Holanda               19,1%          2,6%
                 Grécia                13,1%          1,0%
                 Suécia                13,0%          1,0%
                 Brasil                6,9%           2,3%
                 Colômbia              5,4%           1,6%
                 Alemanha              4,2%           0,2%
                 Itália                               3,5%
                 Portugal                             1,3%
                 *- CEBRID
                 ** - Ospina,1997; CONACE, 2001, 2005; EMCDDA, 2005; NIDA, 2005;
                 CICAD, 2005


Poucos países separaram o uso de crack da cocaína. No Brasil o uso na vida de crack foi de
0,7%, no Chile é de 1,4% e nos Estados Unidos 2,6% (CONACE, 2005; NIDA, 2005). As regiões com
maiores porcentagens de uso de crack no Brasil foram a região Sul com 1,1% e a Sudeste
com 0,8%. A capital com maior uso na vida de crack foi João Pessoa com 2,5% dos
estudantes.




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Nos EUA houve um aumento significativo de usuários nocivos e dependentes de maconha
entre os anos de 1992 e 2002 (30,2% e 35,6% de usuários, respectivamente). Este aumento
pode estar relacionado, em parte, ao aumento do potencial de dependência da maconha.
Isso talvez seja conseqüência do amento de 66% no teor da substância ativa da maconha
(chamada de THC) nesse período. Com técnicas sofisticadas de apuração da planta o THC
na amostra de maconha analisada em 1992 era de 3,01%, contra 5,11% da maconha
analisada em 2002.

Em um estudo prospectivo, iniciado em 1970, com acompanhamento por 12 anos, mostrou-
se que 1 em cada 4 usuários de maconha desenvolveram síndrome de dependência no
período compreendido entre a adolescência e a idade adulta jovem.

Aumento do consumo de maconha no Brasil
Dados do CEBRID em 10 capitais, onde foram realizados levantamentos anteriores entre
estudantes, pode-se notar que a tendência par o uso na vida (pelo menos uma vez na vida)
foi aumentar em oito capitais, exceto em Brasília e Salvador. O uso de maconha nos quatro
levantamentos realizados pelo CEBRID, entre estudantes do ensino fundamental e médio,
de dez capitais brasileiras (1987, 1989, 1993, 1997 e 2004) passou de 2,6 em 1987 para 6,5
% em 2004.

                  Uso de maconha entre meninos de rua em 4 capitais
                  Capitais            1987            2003
                  São Paulo           43,7%           73,8%
                  Rio de Janeiro      20,0%           59,3%
                  Brasília            21,9%           52,3%
                  Porto Alegre        29,3%           21,3%

A maconha é a substância ilícita mais consumida nas sociedades ocidentais. Três questões
referentes   ao    consumo       de    maconha     são    discutidas    atualmente:
• O início do consumo cada vez mais precoce na adolescência;
• A potência cada vez maior das novas apresentações de canabis e
• O aumento progressivo da prevalência do uso.

A Dependência Química é um dos transtornos mentais mais comuns, acometendo as mais
diversas faixas etárias, porém, mais comumente iniciado na adolescência e juventude.
Consumir drogas é uma prática milenar e universal e não há sociedade que não conheça
algum tipo de droga com as mais diversas finalidades.

A adolescência é uma etapa do desenvolvimento que suscita grandes preocupações quanto
ao consumo de drogas, principalmente por conta da vulnerabilidade à todo tipo de
influência e frustrações. As causas da dependência aparentemente são múltiplas, desde
genéticas, culturais, até vivenciais, o tratamento é dificílimo e o prejuízo na vida pessoal do
dependente é incalculável.




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Apostila de Educação Física 2013

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    Temas Transversais DISCIPLINA: Educação Física Professor: Bruno Gripp Poletti Cref.: 017919-G/RJ 1
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    Sumário: Assunto Página Alimentação saudável 3 Substancias Ergogênicas 11 Efeitos Fisiológicos da atividade física 17 Higiene Pessoal 18 Artes Marciais 25 Dança 25 Cidadania 38 Valores Impostos pela mídia- Padrões de Beleza 41 Preconceito 44 Drogas 47 Benefícios da atividade Física Regular 54 Lendas Brasileiras 55 Esteróides Anabolizantes 66 Suplementos Alimentares 83 Dst (Doenças sexualmente Transmissíveis) 90 Métodos Contraceptivos (Anticoncepcionais) 102 Jogos Panamericanos e Rio 2007 104 Jogos Olímpicos e Rio 2016 117 Metabolismo 127 Copa do Mundo e Copa 2014-Brasil 131 Avaliação Física 152 Músculos e Contração Muscular 155 Deficiência Física, Mental, Auditiva e Visual 163 Condicionamento Físico 187 Postura Corporal e Desvios Posturais 202 Alcoolismo, Tabagismo e Dependência Química 210 Alimentação Saudável A alimentação saudável é a alimentação ou nutrição de comer bem e de forma equilibrada para que os adultos mantenham o peso ideal e as crianças se desenvolvam bem e intelectualmente, dependendo do hábito alimentar. Adicionalmente, a alimentação saudável envolve a escolha de alimentos não somente para manter o peso ideal, mas também para garantir uma saúde plena. As dietas são rotinas alimentares que buscam atingir um determinado objetivo, e nem sempre vão ao encontro de conceito de alimentação saudável. Por exemplo, dietas restritivas, como a dieta do dr. Atkins, não preenche os critérios de alimentação saudável, visto que em que cada um deve ser ingerido nas refeições diárias, podem ajudar em alcançar uma alimentação saudável e evitar disfunções alimentares. Complementação ou implementação de vitaminas podem 2
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    ser necessárias paraque uma dieta seja realmente saudável, segundo estudos e consensos de especialistas. A roda dos Alimentos tem 8 grupos de alimentos com dimensões diferentes, representando a proporção do peso que, cada um deles, devia ter na nossa alimentação diária. Muitos alimentos são utilizados na prevenção de doenças específicas ou para melhorar aspectos da saúde, sendo considerados alimentos funcionais. Alimentação saudável é uma dieta composta de proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, cálcio e outros minerais, como também rica em vitaminas. Para isto necessitamos de uma dieta variada, que tenha todos os tipos de alimentos, sem abusos e também sem exclusões. Variar os tipos de cereais, de carnes, de verduras, legumes e frutas, alternando as cores dos alimentos. As vitaminas e minerais é que dão as diversas colorações aos alimentos 3
  • 4.
    Balanço Calórico Recentemente, a mídia divulgou o grande segredo para perder e ganhar peso: o balanço calórico (ou balanço energético). Apesar de a comunidade científica já saber disso há pelo menos 10 anos, só agora que resolveram divulgar em grande escala. Primeiramente, é necessário sabermos que 1 Caloria é a quantidade de energia necessária para aumentar a temperatura de 1g de água em 1º C. A quantidade de calorias contidas nos alimentos significa a quantidade de energia que eles contém. Esta energia pode ser em forma de carboidratos, proteínas ou gorduras. Cada 1g de carboidrato ou proteína possui 4,6kcal e 1g de gordura possui 9,1kcal. Balanço Calórico é o equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas (através de alimentos) e a quantidade de calorias gastas (TMB* + calorias gastas com atividades). Balança 1 - Balanço Calórico em equilíbrio Quando a ingestão calórica é igual ao gasto, o peso se mantém, pois não há necessidade de “buscar” calorias armazenadas nas reservas e nem há caloria não utilizada para ser armazenada. Significa que o balanço calórico está em equilíbrio (balança 1). Balança 2 - Balanço Calórico Positivo Quando a ingestão calórica é maior do que o gasto, o peso aumenta. Neste caso, o organismo utiliza a quantidade necessária de calorias e o restante é armazenado. Significa que o balanço calórico está positivo (balança 2). 4
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    Balança 3 -Balanço Calórico Negativo Finalmente, quando a ingestão calórica é menor do que o gasto, o peso diminui. Pois as calorias obtidas na alimentação não são suficientes para suprir o gasto, então o organismo recorre às calorias armazenadas. Chamamos isso de balanço calórico negativo (balança 3). Sabendo disso, uma pequena equação é formulada: Ingestão Calórica – Gasto Calórico = Balanço Calórico Se o balanço calórico for maior que zero, é positivo, se for menor que zero, negativo. E se for igual a zero, ele está em equilíbrio. Uma pessoa que quer ganhar peso para aumentar a massa muscular, deve ter um balanço calórico positivo. Enquanto alguém que quer perder peso emagrecendo, deve ter um balanço calórico negativo. Porém, é importante lembrar que ganhar ou perder peso não é o mesmo que engordar ou emagrecer. O peso perdido pode ser de gordura ou de massa magra (composta por músculos, ossos, órgãos internos). O tipo do exercício e a qualidade da sua dieta é que vão definir isto. É importante saber o que, quando e quanto comer para conseguir direcionar esse aumento ou diminuição de peso. Suposição de gasto calórico através de exercício: Sabemos que 1g de gordura = 9,1kcal. Então 1kg de gordura = 9100kcal. Para queimarmos 9100kcal através do exercício seria necessário correr por mais de 15 horas, ou mais de 150 kilometros. (Assustador, não?) Porém, esta quantidade de calorias gastas no exercício não vêm somente das reservas de gordura. No exercício também são utilizadas calorias provenientes de gorduras, carboidratos e proteínas circulantes no sangue, além das reservas musculares. Sabe-se também que, após o exercício, o organismo continua gastando calorias, pois está se recuperando e isso acaba por aumentar o gasto calórico total do exercício. Portanto, apesar de 1kg de gordura possuir 9100kcal, estima-se que o déficit calórico para perder 1 kg de gordura seja de 7 000 a 7500 kcal. 5
  • 6.
    Segundo o ColégioAmericano de Medicina Desportiva (ACSM, em inglês), uma pessoa pode ter um déficit calórico entre 500 e 1000kcal por dia. Desta forma, conseguiria perder, de forma saudável, entre 0,5 e 1kg de gordura por semana. Na prática, o déficit calórico pode ser maior, fazendo com que a perda de peso seja mais rápida, porem, o peso perdido não seria apenas de gordura. O processo de perda rápida de peso geralmente vem acompanhado de perda de massa muscular. Ainda assim, existem casos de pessoas que perdem peso rápido e mantêm a massa muscular. Daí vem a importância do exercício e da alimentação para o processo de perda de peso. Cuidados com exercício e dieta são essenciais para quem quer perder peso com saúde. Procure sempre a orientação de um Profissional de Educação Física e de um Nutricionista. —– *TMB ou Taxa Metabólica Basal = quantidade de calorias que o organismo necessita para se manter funcionando 6
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  • 9.
    ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Uma alimentação equilibrada é aquela que contém diferentes alimentos em quantidade suficiente para o crescimento e manutenção do organismo. A alimentação influencia diretamente na saúde, no trabalho, no estudo, no lazer e no tempo de vida das pessoas Quanto mais variada sua alimentação, mais saudável ela será. Evite o uso freqüente de alimentos gordurosos . Nossa alimentação deve conter todos os nutrientes necessários para as funções do organismo, como crescimento e renovação de seus componentes, no entanto em quantidades consideradas ideais para cada indivíduo, divididas em 6 refeições diárias. São esses os macronutrientes e os micronutrientes:MACRONUTRIENTES: carboidratos (açúcares), lipídios (gorduras) e proteínas; MICRONUTRIENTES: minerais, vitaminas e água. PIRAMIDE ALIMENTAR A pirâmide é o esquema alimentar mais aceito em nível mundial. Na base da pirâmide estão os alimentos que devem ser a base da nossa alimentação. Pães, massas, batatas, arroz, entre outros, são alimentos ricos em carboidratos. Ambos têm como principal função fornecer energia ao nosso corpo. A energia é medida em calorias. Os carboidratos são considerados nutrientes energéticos, pois têm como função o fornecimento da maior parte da energia necessária para o corpo realizar suas atividades normais como andar e trabalhar. Os lipídios apesar de também fornecerem grande quantidade de energia, não tem como principal função este fornecimento. As gorduras auxiliam na absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e k), fornecem saciedade ao organismo, produzem hormônios, protegem e isolam órgãos e tecidos. Existem dois tipos de lipídios, os saturados, que são produtos de origem animal (carnes, manteiga, creme de leite, requeijão) ou origem vegetal sólidos (gordura vegetal 9
  • 10.
    hidrogenada, presente, porexemplo, em sorvetes); e os insaturados, que são mais saudáveis e são encontrados na forma líquida como os óleos de canola, soja, oliva, de milho e girassol. Como podemos observar eles ocupam só a pontinha da pirâmide portanto devem ser ingeridos em pouca quantidade durante o dia. As proteínas são tidas como construtores, ou seja, dependem delas a formação das unhas, cabelos, regeneração e formação da pele, formação de hormônios e além de serem os nutrientes mais abundantes no corpo, elas também são responsáveis pela estruturação das células, formação de tecidos, produção de anticorpos, entre outras funções igualmente importantes. Suas fontes são: carnes, ovos, leite e derivados, feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, nozes, castanha, etc. Cada proteína é formada por vários aminoácidos. As vitaminas e minerais são os elementos reguladores, importantes por participarem do funcionamento intestinal, digestão, circulação sanguínea e sistema imunológico. Estão mais concentrados em frutas, verduras e legumes. A água, juntamente com o oxigênio é o constituinte mais importante para a manutenção da vida, portanto a quantidade de água perdida através da urina, fezes, suor e ar expirado deve ser restituída para manter a saúde e a eficiência do organismo na digestão, absorção, circulação e excreção. As fibras não são consideradas nutrientes, pois não são nem digeridas nem absorvidas pelo organismo, no entanto ajudam no funcionamento do intestino, previnem doenças e aumentam a sensação de saciedade após uma refeição. Estão presentes nos farelos em geral, vegetais folhosos, cereais integrais, casca de frutas, aveia, frutas, verduras, lentilha, feijão, soja, etc. Após equilibrada a alimentação, contendo pelo menos um representante de cada grupo em cada refeição, é importante saber substituir os alimentos mais calóricos pelos menos calóricos. Troque o leite integral, queijo, creme de leite, requeijão e iogurtes pelo desnatado ou light e por queijos brancos, tipo ricota. É muito importante também evitar frituras, refrigerantes e bebidas alcoólicas. 10
  • 11.
    SUBSTÂNCIAS ERGOGÊNICAS A literatura científica se refere aos ergogênicos como sendo substâncias ou artifícios utilizados, visando a melhora da performance. O termo ergogênico é derivado de duas palavras gregas: ergon (trabalho) e gennan (produzir). Portanto, um ergogênico normalmente se refere à alguma coisa que produz ou intensifica o trabalho. Nos dias de hoje, atletas têm usado ergogênicos visando a melhora da performance esportiva, dentro do que seria possível atingir através de suas habilidades naturais (genética) e do treinamento. O propósito da maioria dos ergogênicos é aumentar a performance através da intensificação da potência física (produção de energia), da força mental (controle da energia) ou do limite mecânico (eficiência energética); e, desta forma, prevenir ou retardar o início da fadiga. . Tabela 1 - Aumentando a performance através da potência física, força mental e limite mecânico • Para intensificar a potência física 1. Aumento do tecido muscular usado na produção de energia 2. Aumento da taxa dos processos metabólicos que produzem energia dentro do músculo 3. Aumento da oferta de energia no músculo durante atividades de maior duração 4. Melhora da liberação das ofertas de energia do músculo 5. Combate ao acúmulo de substâncias no corpo que interferem na ótima produção de energia • Para intensificar a força mental 1. Aumento dos processos psicológicos que maximizam a produção de energia 11
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    2. Diminuição dosfatores que interferem no ótimo funcionamento psicológico • Para intensificar os limites mecânicos 1. Melhora da eficiência dos mecanismos corporais humanos, através da diminuição da massa corporal, principalmente da gordura 2. Melhora da estabilidade, através do aumento da massa corporal, principalmente da massa muscular Os ergogênicos podem ser classificados em 5 categorias de "ajuda": (a) nutricional, (b) farmacológica, (c) fisiológica, (d) psicológica, e (e) biomecânica e mecânica: consistem nas técnicas de treinamento propriamente ditas (ex.: uniformes e equipamentos). ERGOGÊNICOS NUTRICIONAIS Os ergogênicos nutricionais servem principalmente para aumentar o tecido muscular, a oferta de energia para o músculo, e a taxa de produção de energia no músculo. Os nutrientes estão envolvidos com os processos geradores de energia através de três funções básicas: (a) alguns deles são utilizados como fonte de energia; (b) alguns regulam os processos através dos quais a energia é produzida no corpo; e (c) alguns promovem o crescimento, desenvolvimento do tecido corporal que produz energia. Uma alimentação adequada é fundamental para que consigamos atingir a performance esportiva ótima. Se sua alimentação é deficiente em um determinado nutriente que é utilizado fundamentalmente para a produção de energia durante o exercício, sua performance será prejudicada. Ou seja, se sua dieta for equilibrada sendo composta por alimentos variados, você não estará sujeito a uma deficiência nutricional, que irá prejudicar a sua performance esportiva. Os nutrientes podem ser agrupados em 6 diferentes classes: carboidratos, gorduras, proteínas, vitaminas, minerais, e água. Geralmente, carboidrato é utilizado como fonte de energia. Gordura fornece energia, e também faz parte da 12
  • 13.
    estrutura da maioriadas células. Proteína desempenha uma serie de papeis, sendo necessária para: (a) formação de tecido, crescimento e desenvolvimento de tecido; (b) formação de enzimas que regulam a produção de energia; e (c) energia, sob certas condições (ex.: estoques baixos de carboidrato). As vitaminas regulam os processos metabólicos trabalhando como enzimas. Muitos minerais também estão envolvidos com a regulação do metabolismo, mas alguns também contribuem com a formação da estrutura do nosso corpo com um todo (ex.: o cálcio atua como constituinte do tecido ósseo (esqueleto)). Finalmente, a água compões a maior parte do nosso peso corporal e ajuda a regular uma variedade de processos metabólicos. Todos os nutrientes estão envolvidos com a produção de energia de uma maneira ou de outra, mas alguns nutrientes específicos são especialmente importantes para atletas, cujas taxas de produção de energia podem aumentar significativamente durante o exercício. Por exemplo, proteína é o substrato para a formação do tecido muscular, carboidratos são a fonte de energia primária no músculo, e ferro é essencial para o transporte adequado de oxigênio para a célula muscular. A Tabela 2 mostra os nutrientes que tem sido estudados em relação a performance esportiva. Tabela 2 - Ergogênicos Nutricionais • Carboidratos o Suplementos de carboidrato • Gorduras o Suplementação de gordura / Ácidos graxos Ómega-3 / Triglicerídeos de cadeia média (TCM) • Proteína/Aminoácidos o Suplementos de proteína / Aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) o Arginina, lisina, ornitina /Triptofano /Aspartatos 13
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    Vitaminas o Antioxidantes / Ácido pantotênico / Tiamina (B 1) / Ácido fólico / Riboflavina (B2) / B12 / Niacina / Ácido ascórbico (C) o Piridoxina (B6) / Vitamine E • Minerais o Cálcio / Fosfato / Cromo / Selênio / Ferro / Zinco / Magnésio • Água • Extratos de plantas o Fitosterois anabólicos / Ginseng • Outros o Suplementos industrialmente formulados / HBM(beta-hidroxi-beta- metilbutirato) ERGOGÊNICOS FARMACOLÓGICOS- Ergogênicos farmacológicos são drogas destinadas a funcionar como hormônios ou neurotransmissores, que são encontrados naturalmente no nosso corpo. Como alguns ergogênicos nutricionais, os ergogênicos farmacológicos, podem intensificar a potência física através de alterações promovidas nos processos metabólicos, levando ao sucesso no esporte. Por exemplo, as anfetaminas podem "imitar" os efeitos da epinefrina, um hormônio secretado naturalmente durante o exercício que intensifica os processos fisiológicos envolvidos com a produção de energia. Os ergogênicos farmacológicos também podem afetar a força mental e o limite mecânico. Ergogênicos farmacológicos têm despertado preocupação, uma vez que o Doping, uso de drogas visando aumentar a performance, tem persistido. Apesar de algumas drogas serem ergogênicos eficazes, o seu uso pode aumentar significativamente o risco de vida. A Comissão Médica do Comitê Olímpico Internacional (COI) considera que o doping viola a ética tanto do esporte quanto da Ciência Médica e, portanto, é proibido. 14
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    A Tabela 3mostra alguns exemplos das principais substâncias farmacológicas e métodos proibidos pelo COI. Tabela 3 - Alguns exemplos das principais substâncias farmacológicas e métodos proibidos pelo COI • Substâncias proibidas o Estimulantes (anfetaminas, cocaína, efedrina) / Narcóticos o Anabólicos (esteróides anabólicos, clenbuterol) / Diuréticos • Métodos proibidos o Doping sangüíneo / Manipulação física, química e farmacológica • Drogas sujeitas a certas restrições o Álcool / Cafeína / Marijuana / Anestésicos locais / Corticosteroides / Beta-bolqueadores ERGOGÊNICOS FISIOLÓGICOS Ergogênicos fisiológicos são substâncias ou técnicas destinadas a intensificar os processos fiológicos naturais que geram a potência física. Como por exemplo, o doping sangüíneo , eritropoietina, e inalação de oxigênio. Os ergogênicos fisiológicos não são drogas em si, porém têm sido proibidos pelo COI. Outros ergogênicos fisiológicos podem estar relacionados aos ergogênicos nutricionias. Carnitina e creatina são encontradas nos alimentos, mas são nutrientes não essenciais, pois são formados pelo nosso organismo a partir de outros nutrientes. Em geral, esses nutrientes não essenciais estão intimamente envolvidos com os processos fisiológicos importantes para a performance esportiva. A Tabela 4 dá exemplos de ergogênicos fisiológicos que têm sido estudados em relação a sua influência sob a performance esportiva. Tabela 4 - Ergogênicos fisiológicos 15
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    Metabolismo celular o Carnitina o Coenzima Q10 o Creatina o Bicarbonato de cálcio • Hormônios (neurotransmissores) o Colina o DHEA (deidroepiandrosterona) o Gonadotropina corionica humana o Hormônio do crescimento o Testosterona • Transporte de oxigênio o Doping sangüíneo o Eritropoietina o Glicerol o Inosina o Oxigênio EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE FÍSICA 16
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    Efeitos fisiológicos agudosimediatos - também conhecidos como respostas, são aqueles que acontecem em associação direta a sessão de exercício. os efeitos agudos imediatos, são os que ocorrem nos períodos per e pós-imediato do exercício e podem ser exemplificados pelos aumentos de freqüência cardíaca (FC), ventilação pulmonar e sudorese, habitualmente associados ao esforço. Efeitos fisiológicos agudos tardios - são os efeitos fisiológicos observados ao longo das primeiras 24 horas que se seguem a uma sessão de exercícios e podem ser exemplificados como na discreta redução dos níveis tensionais, especialmente, nos hipertensos, e no aumento do número de receptores de insulina nas membranas das células musculares. Efeitos fisiológicos crônicos - também denominados como adaptações, são aqueles que resultam da exposição freqüente e regular às sessões de exercícios, representado os aspectos morfo-funcionais que diferem um indivíduo fisicamente treinado, de um outro sedentário . Dentre os achados mais comuns dos efeitos crônicos do exercícios físicos estão a hipertrofia muscular e o aumento do consumo máximo de oxigênio Higiene Pessoal 17
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    A higiene(Gr. hygieiné)consiste numa prática de grande benefício para os seres humanos. Em seu sentido mais comum, significa: limpeza, asseio. Num sentido mais amplo, compreende todos os hábitos e condutas que auxiliam a prevenir doenças, manter a saúde e o bem estar dos indivíduos. O aumento dos padrões de higiene tem sido responsável pela prevenção de inúmeras doenças físicas. Estudos socio-epidemiológicos têm demonstrado que as medidas de maior impacto na promoção da saúde de uma população estão relacionadas à melhoria dos padrões de higiene e nutrição da mesma.’ Muitas das doenças infecto-contagiosas existentes são encontradas, com frequencia, em locais com baixos padrões de higiene, o que se correlaciona com baixa escolaridade e pouco acesso à informação. Tais ambientes, gerados por uma interação pouco consciente do homem com seu entorno, são propícios à disseminação tanto de vetores de doenças (moscas, baratas, ratos e outros vetores) quanto dos organismos patogênicos (bactérias, fungos, protozoários, vermes) . Por essas e outras razões a Organização Mundial da Saúde recomenda asseio e limpeza nos locais em que vivemos, bem como uma série de hábitos que envolvem mudanças de comportamento frente ao meio circundante, como forma de se evitar a propagação dessas doenças. Higiene doméstica Existem muitas maneiras de se manter o asseio em nosso lar. Algumas dessas maneiras são: • Tomar banho regularmente • Lavar as mãos sempre após usarmos o banheiro • Lavar bem nossas roupas • Lavar bem os alimentos frescos • Permitir a circulação de ar e entrada de luz nos ambientes 18
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    Evitar acúmulo do objetos sem organização, que predispõem a acidentes Esses são cuidados simples, porém, são cuidados que tem resultado na preservação da saúde de muitas famílias ao redor do mundo. LAVAGEM DE MÃOS A lavagem das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, mais eficaz, e de maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções, devendo ser praticada por toda equipe, sempre ao iniciar e ao término de uma tarefa.  Quando lavar as mãos - No início e no fim do turno de trabalho. - Antes de preparar medicação. - Antes e após o uso de luvas. - De utilizar o banheiro. - Antes e depois de contato com pacientes. - Depois de manusear material contaminado, mesmo quando as luvas tenham sido usadas. - Antes e depois de manusear catéteres vasculares, sonda vesical, tubo orotraqueal e outros dispositivos - Após o contato direto com secreções e matéria orgânica. - Após o contato com superfícies e artigos contaminados. - Entre os diversos procedimentos realizados no mesmo paciente. - Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente. - Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para espirrar, manusear dinheiro - Antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar. - Após manusear quaisquer resíduos. - Ao término de cada tarefa. - Ao término da jornada de trabalho.  Técnica de lavagem das mãos 1. Retirar anéis, pulseiras e relógio. 2. Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia. 19
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    3. Colocar nasmãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser, de preferência, líquido e hipoalergênico. 4. Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos. 5. Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas deverá ser feito com atenção). 6. Os antebraços devem ser lavados cuidadosamente, também por 15 segundos. 7. Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente abundante, retirando totalmente o resíduo do sabão. 8. Enxugar as mãos com papel toalha. 9. Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha; ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos. 20
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    Artes marciais As artesmarciais são sistemas de práticas e tradições para treinamento de combate, usualmente (mas nem sempre) sem o uso de armas de fogo ou outros dispositivos modernos. Sua origem confunde-se com o desenvolvimento da civilização quando, logo após o desenvolvimento da onda tecnológica agrícola, alguns começam a acumular riqueza e poder, ensejando o surgimento de cobiça, inveja, e seu corolário, a agressão. A necessidade abriu espaço para a profissionalização da proteção pessoal. Embora a versão mais conhecida da arte marcial, principalmente a história oriental, tenha como foco principal Bodhidharma monge indiano que em viagem a china orientou os monges chineses na prática do yoga e rudimentos da arte marcial indiana o que caracterizou posteriormente na criação de um estilo próprio pelos monges de shaolin, é sabido históricamente, através da tradição oral e escavações arqueológicas que o kung fu já existia na China há mais de cinco mil anos.Da China estes conhecimentos se espandiram por quase toda a ásia. Japão e Coréia também têm tradição milenar em artes marciais.Recentes descobertas arqueológicas também mostram guardas pessoais, na Mesopotâmia, praticando técnicas de defesa e de imobilização de agressores. Paralelamente, o mundo ocidental desenvolveu outros sistemas, como o Savate francês, ou a Capoeira brasileira. Atualmente, pessoas de todo o mundo estudam artes marciais por diferentes motivos como condicionamento físico, defesa pessoal, coordenação física, lazer, desenvolvimento de disciplina, participação em um grupo social, e estruturação de uma personalidade sadia pois a prática possibilita o estravasamento da tensão que harmoniza o indivíduo focalizando-o positivamente. Artes Marciais: O termos artes marciais é um termo ocidental e latino referentes as artes de guerra e luta. Este termo veio em relação ao deus da guerrra greco-romano Marte, 21
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    ou seja, asartes marciais são as artes ensinadas pelo Deus Marte aos homens, segundo a mitologia. Hoje o termo artes marciais é usado para todos os sistemas de combate de origem oriental e ocidental, com ou sem o uso de armas tradicionais, termo este que é errôneo, sendo que a origem das lutas no oriente está muito diferenciada aos aspectos vistos destas práticas no ocidente. As artes militares ou marciais podemos determinar que são todas as práticas utilizadas pelos exercitos no desenvolvimento de treinamento e habilidades para o uso em guerras nao importando a origem ou povo que a criou. No oriente existem outros termos mais adequados para a definição destas artes como Wu-Shu na China e Bu-Shi-Do no Japão que tambem significam artes de guerra, ou "Caminho do Guerreiro". Mutas destas artes de guerra do oriente e ocidente deram origem a artes atuais que hoje são praticados em todo o mundo como Karate, Kung Fu, Tae Kwon Do, Esgrima, Arqueirismo, Hipismo etc, e se diferem dos esportes de combate como o Boxe, Judo, Luta Olimpica, pois no esporte a competição as regras prevalecem pois o objetivo é ver aquele que marca mais pontos dentro de uma regra, já as modalidades que tem uma origem mais marcial tem como objetivo a defea pessoal em uma situação de risco sem regras, e com o enfoque principal na formação do carater do ser humano. No Japão estas artes são chamadas de Bu-Do ou "Um caminho educacional através das lutas". Na China as artes de lutas estão classificadas em dois grupos: Wu-Shu = artes de guerra onde se encontra os estilos tradicionais mais antigos, que se sub dividem em: Estilos externos = que usam a força fisica. Ex: Shaolin e suas divisões. Estilos Internos = que usam a Energia KI. Ex: Tai Chi, Ba Gua, Xing Y. Kuo-Shu = artes chinesas, onde se encontra os estilos mais recentes e modernos, muito destes adaptados a competição. No Japão as artes da lutam tambem se dividem em dois grupos: Bushi-Do = artes da guerra. Ex. Ju Jitsu (tradicioanl) Ken jutsu, I Ai Jutsu, Nihon Kobudo etc. Bu-Do = Artes atuais muitas com origem no Bushi-Do e outras que amntiveram-se desde a antiguidade. Ex: Karate, Judo, Aikido, kendo, Kyu Do etc. 22
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    Classificação dos estilosde luta: Estilos Tradicionais: são aqueles que mantem os traços originais e que são transmitidos de geração em geração.EX: Ken Jutsu, Okinawa Kobudo, Karate-Do. Estilos Modernos: são aqueles que foram criados a partir das experiencias dos antigos mestres mas adaptados ao mundo atual utilizando a tradição nos dias de hoje.EX: Judo, Karate-Do. Estilos Sinteticos:são aqueles que se formarama partir da união de varios estilos de luta: EX: kick boxing (Boxe + Karate+ Taekwondo). No Ocidente as lutas estão vinciuladas unicamente a sistemas de luta e defesa pessoal ao contrario do oriente que possui um sistema filosofico fundamentado em cranças e religiões que preparam o praticante fisico e espiritualmente. os estilos ocidentais de luta podemos citar: Savate, Kick Boxing, Boxe, Luta Livre, Capoeira, Esgrima, Sambo, Krav Maga, e outros mais recentes criados da mescla com sistemas de luta orientais. Karatê Caraté, karaté ou caratê (em japonês: 空手, transl. karate, AFI: [kɑʀɑtə]) ou caratê-dô ( 空 手 道 , transl. karate-dō AFI: [kɑʀɑtədɵ]) é uma arte marcial japonesa que se desenvolveu a partir da arte marcial autóctone de Oquinaua sob influência do chuan fa chinês[b] e dos koryu japoneses (modalidades tradicionais de luta), incorporando aspectos das disciplinas guerreiras, ou budō. A influência do chinesa foi maior num primeiro estádio de desenvolvimento, cambiando um paradigma primitivo de simples luta com agarrões e projeções para um com mais ênfase nos golpes traumáticos, e se fez sentir nas técnicas dos estilos mais fluidos e pragmáticos da China meridional. Depois, por causa de alterações da cércea geo-política, sobreveio a predominância das disciplinas de combate do Japão e nesse período o paradigma tende a simplificar ainda mais os movimentos, tornando-os mais directos com o renunciando àquilo que não seria útil ou que fosse mero floreio.[1] O repertório técnico da arte marcial abrange principalmente golpes contundentes — atemi waza —, como pontapés, socos, joelhadas, bofetadas etc., executadas com as mãos desarmadas. Todavia, técnicas de projeção, imobilização e bloqueios — nage waza, katame waza, uke waza — também são ensinados, com maior ou menor ênfase dependendo do onde ou qual estilo/escola se aprende.[3] 23
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    Grosso modo, pode-seafirmar que a evolução desta arte marcial aconteceu capitaneada por renomados mestres, que a conduziram e assentaram suas bases, resultando no caratê moderno, cujo trinômio básico de aprendizado repousa em kihon (técnicas básicas), kata (sequência de técnicas, simulando luta com várias aplicações práticas) e kumite (enfrentamento propriamente dito, que pode ser mero simulacro ou dar-se de maneira esportiva/competitiva ou mais próxima da realidade). Esse processo evolutivo também mostra que a modalidade surgida como se fosse uma única haste acabou por se trifurcar e, por fim, tornou-se uma miríade de diversas variações sobre um mesmo tema. O estádio da transição entre os séculos XX e XXI revela que a maioria das escolas de caratê tem dado ênfase à evolução do condicionamento físico, desenvolvendo velocidade, flexibilidade e capacidade aeróbica para participação de competições de esporte de combate, ficando relegada àquelas poucas escolas tradicionalistas a prática de exercícios mais rigorosos, que visam desenvolver a resistência dos membros, e de provas de quebramento de tábuas de madeira, tijolo ou gelo. De um modo simples, há duas correntes maiores, uma tendente a preservar os caracteres marcial e filosófico do caratê e outra, que pretende firmar os aspectos esportivo e lúdico. A partir do primeiro quartel do século XX, o processo de segmentação instalou-se de vez, aparecendo diversos sodalícios e silogeus, até uus dentro dos outros, pretendendo difundir seu modo peculiar de entender e desenvolver o caratê, a despeito de comungarem de similitude técnica e de origem. Tal circunstância, que foi combatida por mestres de renome, acabou por se consolidar e gera como consequência a falta de padronização e entendimento entre entidades e praticantes. Daí, posto que aceito mundialmente como esporte, classificado como esporte olímpico e participando dos Jogos Pan-Americanos, não há um sistema unificado de valoração para as competições, ocasionando grande dificuldade para sua aceitação como esporte presente nos Jogos Olímpicos. Em que pese a enorme fragmentação, os inúmeros contubérnios procuram ainda seguir um moldelo pedagógico mais ou menos comum. E neste ambiente, distingue-se o mero praticante, ou carateista, daquele estudioso dedicado da arte marcial, carateca, o qual busca desenvolver disciplina, filosofia e ética, além de aprender simples movimentos e condicionamento físico. Nessa mesma linha, aquele carateca que alcança o grau de faixa/cinturão preto(a) é chamado de sensei. E os sítios de aprendizado são chamados de dojôs, sendo estes, via de regra, filiados a alguma linhagem/estilo. 24
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    DANÇA A dança éuma das três principais artes cênicas da Antigüidade, ao lado do teatro e da música. Caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia), ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela. Dança pode ser diretamente participatória, social ou executada para uma platéia. Ela pode ser cerimonial, competitiva ou erótica. Movimentos de dança podem não conter qualquer significado por si só, como no balé, ou conter todo um sistema simbólico como nos muitos estilos de dança asiáticos. Dança pode envolver ou expressar idéias, emoções ou contar uma história O maxixe foi o primeiro tipo de dança urbana surgida no Brasil. Era dançado em locais que não atendiam a moral e aos bons costumes da época, como em forrós, gafieiras da cidade nova e nos cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro. Por volta de 1875, estendendo-se mais tarde aos clubes carnavalescos e aos palcos dos teatros de revista. Os homens de classes mais privilegiadas freqüentavam esses bailes e gafieiras, em busca da sensualidade das danças africanas. "Os pares enlaçam-se pelas pernas e braços, apoiando-se pela testa, essa maneira de dançar lhe valeu o título de escandalosa e excomungada. Foi perseguida pela polícia, igreja, chefes de família e educadores. Para que pudessem ser tocadas em casa de família, as partituras de maxixe traziam o impróprio nome de "Tango Brasileiro". Era uma forma de dançar não atrelada a um gênero musical específico, sendo inicialmente dançado ao ritmo do tango, da havaneira, da polca ou do lundu. Só nos fins do século XIX, as casas editoriais consideraram-no um gênero musical, imprimindo as músicas com essa classificação: "a primeira dança genuinamente brasileira". 25
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    No início doséculo, alcançou grande sucesso nos palcos europeus, sendo apresentada com requintes coreográficos pelo dançarino Duque, na França e na Inglaterra, em 1914 e 1922, quando entrou em declínio cedendo espaço ao fox- trote e posteriormente ao samba. A dança originou-se na África como parte essencial da vida nas aldeias. Ela acentua a unidade entre seus membros. Em sua maioria, todos os homens, mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam círculos em torno dos bailarinos. Todos os acontecimento da vida africana são comemorados com dança, nascimento, morte, plantio ou colheita; ela é aparte mais importante das festas realizadas para agradecer aos deuses,uma colheita farta. As danças africanas variam muito de região para região, mas a maioria delas tem certas caracteristicas em comum. Os participamtes geralmente dançam em filas ou em círculos, raramente dançam sós ou em par. As danças chegam a apresentar algumas veses até seis ritmos ao mesmo tempo e seus dançarinos podem usar máscaras ou enfeitar-se. A dança está presente no dia-a-dia das pessoas, seja no vilarejo ou no bosque sagrado ou das florestas. A dança interrompe a monotonia e estrutura do tempo. Assim como uma canção, a dança é uma forma de contar histórias. Dança e Esporte Pular deitar e rolar fazem parte do jogo da capoeira. Não escapa se quer um músculo sem ser trabalhado ao ritmo do berimbau do atabaque e do pandeiro. Desenvolvem aspectos motores, passa noções de disciplina canaliza a agressividade. Esse jogo conquista pai, mãe e a garotada: tem música que brasileiro nenhum dispensa; a seqüência dos movimentos parece uma dança e faz bem para a 26
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    mente. Além dissopode ser a "senha" para despertar o interesse de seu filho por esporte. Dos tempos da escravidão pra cá, muita coisa aconteceu no mundo da capoeira, foram crises proibição, liberação, perseguição e etc ... Atualmente a capoeira é reconhecida e praticada mundialmente por um número muito grande de pessoas Danças afro-brasileiras O tipo de Angola Veio da Angola e foi trazido pelos escravos negros como passatempo. Seu modo de dança é muito detalhista onde os movimento são efeitos lentamente com um ritmo bem devagar. Regional Este foi adaptado pelo brasileiros sendo assim o mais praticando hoje em dia. Seu modo de dança é mais agressivo, sendo comparado muito mais com uma arte marcial do que uma dança. Capoeira Tudo começou com uma dança da zebra. A palavra capoeira não é Africana, como se costuma pensar. Ele vem do tupi, kapueira, e possui dois significados - mato rolo ou roçado ou um cesto ou gaiola para carregar animais e mantimento. Os historiadores falam sobre o berço da capoeira, que pode ser rural ou urbano. 27
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    Uns enxergam seunascimento no campo, entre grandes plantações de cana e engenhos de açúcar onde as clareiras abertas no mato serviriam de canal para fuga dos escravos e espaços para o lazer. Dança do Congo - É uma dança teatralizada que tem lugar na gravana, ao ar livre, realizada durante as festas religiosas e populares. Cada grupo de Dança do Congo é constituído por uma seção musical (três ou quatro tambores, flautas e canzás) e um número variável de figurantes, todos eles hábeis dançarinos: o capitão congo, o logozu, o anju môlê (anjo que morreu), o anju cantá (anjo cantador), o opé pó (figura que executa diversas acrobacias), ulogi o feiticeiro, o zuguzugu (ajudante de feiticeiro), três ou quatro bobos, o djabu (diabo) e dez a dezoito soldados dançarinos. ÚSSUA - Dança de salão, de grande elegância (uma espécie de mazurka africana), em que os pares são conduzidos por um mestre de cerimônias, ao ritmo lento do tambor, do pito doxi (flauta) e da corneta. Todos os dançarinos usam trajes tradicionais: as mulheres saia e quimono, xale ou pano de manta; os homens trazem chapéus de palhinha e usam no braço uma toalha bordada (que serve para limpar o suor do rosto). DEXA - Típica da ilha do Príncipe de raízes angolanas. Ao ritmo de um tambor e de uma corneta, diversos pares executam danças de roda. As letras são quase sempre humorísticas, e implicam uma réplica da parte do visado. A dexa é dançada durante horas inteiras, apenas com ligeiras modificações. PUITA E D'JAMBI - Provavelmente com raízes angolanas, a puita é uma dança fortemente erótica, em que o tambor avança de forma frenética, obsessiva, sensual, pela noite dentro. Homens e mulheres formam filas indianas e, à mistura com alguns semi rodopios, fazem entrechocar os corpos de forma sexualmente explícita. Quando um parente deixa este mundo é de praxe executar-se uma puita em sua homenagem. A falta de cumprimento a este ritual pode ocasionar desventuras na família. Mas a puíta é tocada em muitas outras ocasiões, sendo uma das formas de música mais populares em São Tomé. 28
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    BLIGÁ (ou jogodo cacete) - É um misto de dança e jogo lúdico, em que a destreza e o vigor fisico se aliam a uma sofisticada corporalidade e gestualidade que fazem por vezes lembrar certas artes marciais orientais. O bligá (que significa brigar) foi certamente, tal como a capoeira no Brasil, um modo de os escravos exercitarem uma arte de autodefesa sem que as autoridades disso se apercebessem. SOCOPÉ - Os grupos de socopé são sociedades musicais com estandarte e fardamento próprio, organizadas segundo uma rigorosa estrutura hierárquica, que vai do Presidente aos sócios (os "membros" e as "membras"). As músicas têm um ritmo bastante lento, quase em tom de lamento, e os textos servem na maior parte das vezes para expor os principais problemas da comunidade ou para fazer crítica social ou de costumes. CABETULA - Estilo de dança executado na região de Luanda em ocasiões festivas mas propriamente no período carnavalesco, por essa razão por vezes é conhecida como a dança do Grupo Carnavalesco União mundo da Ilha. STLEVA E TLUNDU - O stleva e o tlundu são as únicas representações teatrais musicadas que não acontecem durante a gravana. SUNGURA - Dança usual entre os povos da região sul de Angola (região do Huambo e Bié), também executada em cerimónias e rituais tradicionais, normalmente dançado em grupo. DANÇAS DE SALÃO - As danças de salão, mais conhecida por Kizomba, é uma dança executada preferencialmente em festas e cerimoniais, alias, Kizomba significa festa. Começou a ser executado nos Centros Recreativos e Culturais dos subúrbios luandenses e praticado nos primórdios por dançarinos profissionais no tempo colonial (tendo se generalizado nos dias de hoje), provavelmente entre as décadas de 60 e 70. 29
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    Danças Típicas Ao falar de danças regionais brasileiras introduzimos falando um pouco a respeito de nosso folclore. Folclore é um termo criado em 1846 pelo arqueólogo inglês William Thoms e significa "saber popular". A origem do folclore brasileiro é relativamente recente, resultando do encontro de tradições culturais diversas, predominando a origem européia. A influência indígena e negra aumenta ou diminui conforme a região e, por isso, apresenta uma grande diversificação regional. A Igreja Católica desempenhou importante papel no processo de formação de um folclore brasileiro, criando acompanhamentos religiosos de cantos, músicas e danças indígenas que acabaram se desligando da Igreja e até hoje persistem criando cortejos com danças e representações. Congada É praticada do Ceará ao Rio Grande do Sul, assumindo características regionais. A dança dos congos foi trazida pelos escravos negros e usada pelos jesuítas para sublimar o instinto guerreiro do negro, criando uma luta irreal entre cristãos e pagãos. Embora ocorra em vários locais, onde se conserva a tradição, é na cidade da Lapa (Paraná) que é geralmente celebrada a congada, na festa de São Benedito, o santo negro - 26 de dezembro. O assunto é o mesmo em todos os estados, variando os passos de dança, os instrumentos e o motivo da festa. A história se desenrola entre o rei "Guanaime" e seus fidalgos, que reunidos para homenagear São Benedito, não podem fazê-lo devido a intenso barulho de pagãos de outra tribo. A batalha é ritmada ao som de tambores e cantos. Reisado Muito comum no Nordeste (Recife, Bahia e ainda no Rio de Janeiro), reúne canto, danças e declamações. É realizada no período entre as festas de Natal ao Diade Reis. 30
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    Maracatu O Maracatu nasceuem Recife, sendo inicialmente um cortejo para louvar Nossa Senhora do Rosário dos Negros. Porém, aos poucos, foi passando so sagrado para o profano, misturando músicas e danças. Os diversos grupos eram liderados por estandartes representando figuras de animais, essa representação deve estar ligada à origem totêmica de tribos africanas, sendo sua origem sudanesa. Originou também um ritmo musical especial. Figuras características: o rei e a rainha, que dão um sabor todo especial e, com sua presença, fixa-se a linha de matriarcado, tão do gosto africano. Dança coletiva muito praticada em Pernambuco, representa um desfile em homenagem a uma rei africano. O séquito real, composto, se dirige à igreja seguido pelos músicos, executando figuras de grande efeito coreográfico. Depois de uma saudação com fogos de artifícios, os bailados são executados com muita agilidade, incluindo um sapateado admirável. Quem canta não dança, e quem dança não canta. A dança vem se propagando nas principais capitais brasileiras e, no Rio de Janeiro, tomou-se muito popular nos últimos anos graças ao trabalho do grupo Rio Maracatu. Bumba meu boi É uma representação folclórica típica de norte a sul do Brasil. É considerado mais imponente no Maranhão. Constitui um auto popular ligado à vida no campo, em que se conta, com variações, músicas e ritmo e indumentária característica. O drama é o seguinte: O dono do boi vê um homem negro roubar o seu animal porque sua esposa grávida, estava com vontade de comer língua de boi. O boi é morto e, para que não haja o castigo, é preciso ser ressuscitado. Essa tarefa cabe ao pajé. Em todo o desenrolar da cena satiriza-se a vida local, faz-se coletas para o próximo "Boi" e termina sempre com um final feliz: depois de incontáveis peripécias, o boi ressuscita e todo mundo fica contente. Em geral é festejado em junho. Como em todos os autos, se mesclam muitos elementos de arte popular: coreografia, adornos, vestimentas e comidas típicas. 31
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    Samba de roda Dança de origem africana, que faz evoluções em um círculo. Muito praticado na Bahia e no Rio de Janeiro, parece um baile ao ar livre, do qual todos podem participar se movimentando à vontade, desde que convidados por uma "umbigada" Frevo Uma das danças mais contagiantes e brejeiras do folclore nacional. Sua música é inspirada num misto de marcha rápida e polca. A comunicabilidade da música é encantadora, o que torna o frevo uma dança de multidão. Sua área de influência é o Nordeste, sendo muito dançado especialmente em Pernambuco. Rico em espontaneidade e improvisação, o frevo permite que o dançarino exercite sua criatividade, fazendo passos que, em alguns casos, chegam ao malabarismo. Uma das danças mais contagiantes e brejeiras do folclore nacional. Sua música é inspirada num misto de marcha rápida e polca. A comunicabilidade da música é encantadora, o que torna o frevo uma dança de multidão. Sua área de influência é o Nordeste, sendo muito dançado especialmente em Pernambuco. Rico em espontaneidade e improvisação, o frevo permite que o dançarino exercite sua criatividade, fazendo passos que, em alguns casos, chegam ao malabarismo. Candomblé Cerimônia religiosa de origem Bantu, na qual são evocados os Orixás através de batidas de atabaque. A ordem de chamada dos deuses varia em cada terreiro, mas sempre se inicia por Exu - o mensageiro dos deuses - e termina com Oxalá - o Senhor do Céu. Cada divindade recebe, no m[inimo, três cânticos com danças que representam suas histórias e mitos. Afoxé 32
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    Cortejo de ruaque normalmente sai no carnaval. As melodias, quase todas em Yorubá, são puxadas em solo e repetidas em coro. Tem sua fundamentação nos preceitos religiosos ligados ao culto dos Orixás. Sua maior representação se apresenta nos festejos carnavalescos de Salvador, na Bahia, onde grupos de afoxés conseguem arrastar multidões de foliões. Caboclinho Considerada uma das mais aprimoradas danças do Nordeste, com partes coreográfadas - conhecidas por "manobras" - que exigem muita agilidade e habilidade de execução. As danças, ricas em mímicas, ora simulam lutas guerreriras, ora rituais de caça ou trabalhos agrícolas dos indígenas. A dança se faz presente em algumas das principais capitais do Nordeste e também tem grande força no interior. Maculelê Dança pertencente ao folclore da Bahia representa uma luta em que os homens, providos de um bastão ou facão, fazem com que estes se cruzem com uma batida que obedece ao ritmo marcado pelo acompanhamento musical. Capoeira Jogo embalado por som de berimbau e pandeiro, com características de luta, em que os adversários não se agarram, mas desferem uma sucessão de golpes com os pés, experimentando a guarda do oponente, de forma bastante acrobática. Sua origem vem dos quilombos, onde os negros desenvolveram sua movimentação como defesa pessoal e mesmo para atacar os inimigos, a partir da imitação de animais como gatos, macacos, cavalos, cobras ou aves. É hojé uma dança difundinda nas principais capitais brasileiras e uma das mais conhecidas e praticadas no exterior. 33
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    Maxixe Surgiu como dançapopular, aproximadamente em 1870, no Rio de Janeiro, da maneira livre de dançar os gêneros de música em voga na época - principalmente a polca, o schottisch e a mazurca. Segundo Ramos Tinhorão, "o maxixe resultou do esforço dos músicos de choro em adaptar o ritmo das músicas à tendência aos volteios e requebros de corpo com que mestiços, negros e brancos do povo teimavam em complicar os passos das danças de salão." O maxixe era uma dança extremamente sensual em seus requebros, repudiada durante muito tempo pelos salões burgueses que só a aceitaram depois, com reservas, porém impondo uma discreta figuração do ritmo. O primeiro compositor brasileiro a estilizar o ritmo do maxixe foi o pianista Ernesto Nazareth (1863 - 1934). Como dança o maxixe morreu ao longo da década de 1930 e, como canção, um pequeno exemplo contemporâneo foi dado em 1968, quando Chico Buarque de Holanda aproveitou seu ritmo na Segunda parte do samba "Bom Tempo", segundo colocado na I Bienal do Samba da TV-Record. O maxixe chegou a ser estilizado e lançado como dança pelo coreógrafo americano Hermes Pan, no filme "Voando para o Rio". (1934). Samba Como dança, tem suas origens possivelmente em Angola e no Congo e foi trazida para o Brasil pelos escravos destas regiões. O nome supõe-se, seja proveniente da palavra sembe que era a umbigada, ponto culminante da dança. Era inicialmente dançado nos terreiros das senzalas, à noite, após o dia de labor dos escravos. Primeiramente foi difundida no Maranhão e Bahia, chegou ao Rio de Janeiro em fins do século XIX. Era uma dança coreográfica com ritmo compassado marcado com batidas de pé e animada por violentos sons de percussão, e somente a partir da primeira década do século XX passou a ter um aproveitamento estilizado. Depois da abolição, os negros se espalharam pelas cidades mas continuaram com seus usos e costumes. São muitas vezes divergentes as teses sobre o surgimento dos primeiros sambas, mas a maioria dos 34
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    pesquisadores inclina-se pelanotícia de que foi na rua Visconde Itaúna, 117, Rio de Janeiro, na chamada "Casa de tia Ciata", uma velha baiana, em animadas reuniões musicais, que surgiram as primeiras composições Xaxado É ao grupo de Lampião, o Rei do Cangaço, que se deve o fato de todo o Nordeste conhecer o Xaxado. Essa dança sertaneja marca a época em que os "cabras machos" afrontavam a polícia com um canto chamado "parraxaxá". Da dança do Xaxado, os cangaceiros fazem de seus rifles suas damas e, em fila, seguem, sem volteios, arrastando suas alpargatas pelo chão. Avançando com o pé direito em três ou quatro movimentos laterais e puxando, em seguida o pé esquerdo, produzem o "xá, xá, xá" das alpargatas (cuja onomatopéia deu origem ao nome Xaxado), fazendo o acompanhamento originário do som da viola. Tudo resulta em um bailado rápido e vigoroso. A música é simples e de fácil aprendizado. No início, era executada sem acompanhamento instrumental. Hoje, no entanto, há a sanfona, o zabumba e o triângulo. Originalmente dançado apenas por homens, o Xaxado agora recebe também participações de mulheres. Elas representam a figura de Maria Bonita, um tanto quanto responsável pela valentia de Lampião. Carimbo Dança e música típicas do Pará. Seu principal instrumento é o que lhe empresta o nome: um tambor feito de tronco cavado com um couro de veado bem esticado, onde seu tocador se senta e bate com as duas mãos. Sua coreografia se caracteriza com dança de roda que reúne homens e mulheres que se movimentam acompanhando as notas da música, bem como seu ritmo. 35
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    Fandango Introduzido no BRasile adaptado aos gostos e características de cada região, é particularmente apreciado no Nordeste e nos estados do Sul. De requintada estética e elegância, o grande efeito cênico de suas diversas coreografias locais fez o fandango uma das danças mais admiradas do folclore brasileiro. Danças ameríndias tradicionais Danças de Umbigada As danças de umbigada ou sambas, rementem a uma ampla coleção de danças e ritmos afro-brasileiros derivados do semba, proveniente do atual território Angolano. O ritmo, originalmente associado à cultos à fertilidade, caracteriza-se pelo forte carácter lascivo da evolução e o movimento de choque entre os umbigos de dois dançantes - e advém do seu nome, que significa o que gira em torno do umbigo ou umbigada. No Brasil escravagista, o semba tornou-se uma forma de expressão extremamente popular entre os escravos congo- angolanos, que o inseriam em contextos de celebrações afro-católicas e candomblecistas, além festividades de cunho essencialmente profano. Os dança , geralmente, se dispõem em roda, e acompanham os instrumentos musicais ao som de palmas. A cada vez, um dançarino é convidado a ir ao centro da roda por meio de uma umbigada, onde dança até umbigar um outro integrante, e assim reiniciar todo o ciclo. Predominantemente feminina, a evolução da dança marca-se pelo energético balançar das saias, um característica ibérica que se mantém em boa parte dos sambas e se combina ao uso de instrumentos improvisados, como pratos comuns e pedaços de troncos ocos. São exemplos de danças de umbigada: A umbigada é muito conhecida no mato grosso do sul • Coco-de-Roda • Jongo • Quilombo (dança) • Samba de cacete • Samba caipira • Samba de Coco 36
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    Samba de Roda • Tambor de Crioula Certas danças, tais como o Samba carioca, o Carimbó e suas respectivas vertentes, podem ser, ao menos teoricamente, classificadas como danças de umbigada, pois, embora tenham perdido o movimento tradicional com o umbigo ao longo da evolução histórica, conservam um número expressivo de características que as descrevem como tal. Danças indígenas Danças indigenas são as danças de culturas dando razão a vários deuses. Cada grupo ou tribo indigena tem seu deus ou sua deusa celebrando assim todos os dias à sua divindade maiores. Danças "ecléticas" Araruna Afoxé Axé Bambaê Bandanejo Baiao Balaina Bossa Nova Bugio Bumba-Meu- Caboclinho Calango Boi Capoeira Caterete Ciranda Congada Fandango Forró Frevo Funk Lambada Maculelê Maxixe Merengue Reisado Samba Samba De Samba De Roda Seresta Xaxado Gabieira Xote Zouk Forró Cidadania 37
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    A cidadania, emDireito, é a condição da pessoa natural que, como membro de um Estado, encontra-se no gozo dos direitos que lhe permitem participar da vida política. A cidadania é o conjunto dos direitos políticos de que goza um indivíduo e que lhe permitem intervir na direção dos negócios públicos do Estado, participando de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar (direto), seja ao concorrer a cargo público (indireto). A nacionalidade é pressuposto da cidadania - ser nacional de um Estado é condição primordial para o exercício dos direitos políticos. Entretanto, se todo cidadão é nacional de um Estado, nem todo nacional é cidadão - os indivíduos que não estejam investidos de direitos políticos podem ser nacionais de um Estado sem serem cidadãos. No Brasil Os direitos políticos são regulados no Brasil pela Constituição Federal em seu art. 14, que estabelece como princípio da participação na vida política nacional o sufrágio universal. Nos termos da norma constitucional, o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos, e facultativos para os analfabetos, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos e os maiores de setenta anos. A Constituição proíbe o alistamento eleitoral dos estrangeiros e dos brasileiros conscritos no serviço militar obrigatório, considera a nacionalidade brasileira como condição de elegibilidade e remete à legislação infra-constitucional a regulamentação de outros casos de inelegibilidade (lei complementar n. 64, de 18 de maio de 1990). O que é Cidadania 38
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    A origem dapalavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. A palavra cidadania foi usada na Roma antiga para indicar a situação política de uma pessoa e os direitos que essa pessoa tinha ou podia exercer. Segundo Dalmo Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. (DALLARI, Direitos Humanos e Cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. p.14) No Brasil, estamos gestando a nossa cidadania. Damos passos importantes com o processo de redemocratização e a Constituição de 1988. Mas, muito temos que andar. Ainda predomina uma visão reducionista da cidadania (votar, e de forma obrigatória, pagar os impostos... ou seja, fazer coisas que nos são impostas) e encontramos muitas barreiras culturais e históricas para a vivência da cidadania. Somos filhos e filhas de uma nação nascida sob o signo da cruz e da espada, acostumados a apanhar calados, a dizer sempre “sim senho?, a «engolir sapos”, a achar “normal” as injustiças, a termos um “jeitinho’ para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a pensar que direitos são privilégios e exigi-los é ser boçal e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas estão como estão é por vontade Dele. Os direitos que temos não nos foram conferidos, mas conquistados. Muitas vezes compreendemos os direitos como uma concessão, um favor de quem está em cima para os que estão em baixo. Contudo, a cidadania não nos é dada, ela é construída e conquistada a partir da nossa capacidade de organização, participação e intervenção social. A cidadania não surge do nada como um toque de mágica, nem tão pouco a simples conquista legal de alguns direitos significa a realização destes direitos. É necessário que o cidadão participe, seja ativo, faça valer os seus direitos. 39
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    Simplesmente porque existeo Código do Consumidor, automaticamente deixarão de existir os desrespeitos aos direitos do consumidor ou então estes direitos se tornarão efetivos? Não! Se o cidadão não se apropriar desses direitos fazendo-os valer, esses serão letra morta, ficarão só no papel. Construir cidadania é também construir novas relações e consciências. A cidadania é algo que não se aprende com os livros, mas com a convivência, na vida social e pública. É no convívio do dia-a-dia que exercitamos a nossa cidadania, através das relações que estabelecemos com os outros, com a coisa pública e o próprio meio ambiente. A cidadania deve ser perpassada por temáticas como a solidariedade, a democracia, os direitos humanos, a ecologia, a ética. A cidadania é tarefa que não termina. A cidadania não é como um dever de casa, onde faço a minha parte, apresento e pronto, acabou. Enquanto seres inacabados que somos, sempre estaremos buscando, descobrindo, criando e tomando consciência mais ampla dos direitos. Nunca poderemos chegar e entregar a tarefa pronta, pois novos desafios na vida social surgirão, demandando novas conquistas e, portanto, mais cidadania. VALORES IMPOSTOS PELA MÍDIA PADRÕES DE BELEZA 40
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    A necessidade crescenteda busca pelo reconhecimento perante a sociedade,tem feito com que as pessoas se deixem influenciar pelo consumo desmedido de produtos ofertados pelas indústrias culturais. Isso se dá, dentre outros fatores, pela constante evolução e aprimoramento de novas tecnologias de comunicação, que possibilitam a circulação de informações de forma rápida e abrangente. Neste contexto,observa-se que a constante difusão de valores estéticos realizados pelas mídias, e em especial pela TV aberta, tem se tornado essencial para o sustento da ‘indústria da beleza’ que faz com que o indivíduo, na necessidade de ser reconhecido como parte de um todo, absorva tais valores muitas vezes sem questionamentos. Na sociedade do espetáculo, a hipervalorização da imagem física é fruto da excessiva exposição os corpos nas mídias, e em especial nas telas de cinema e na TV aberta. Essa segunda por sua vez, em se tratando do Brasil, possui abrangência inquestionável, pois está presente em quase todos os lares brasileiros. Assim, seu poder de penetração é indubitavelmente significativo. A comunicação nos dias de hoje, “favorece a vaidade convulsiva, e a adoração da imagem passa pela contemplação do objeto de consumo” Percebemos atualmente que a indústria televisiva brasileira é capaz de estimular anseios, ditar comportamentos, moda e estilos de vida, buscando vender seus produtos associando-os aos artistas famosos e aos momentos agradáveis de uma novela: “um acessório ou uma roupa usada pela atriz principal, tudo é minuciosamente preparado para os sonhos e ambições dos telespectadores” . O mesmo ocorre com o uso de roupas e acessórios da moda, que compõem e complementam os padrões de beleza e estética impostos principalmente pelas mídias. O que normalmente ocorre, é que esses padrões de beleza expostos nas mídias são absorvidos pelas pessoas, que passam a almejá-los para si. Padrões que muitas vezes tornam-se inalcançáveis para a maioria. A partir daí podemos afirmar mais uma vez a estreita relação entre os padrões de estética e beleza, as 41
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    mídias e asindústrias culturais, uma vez que as últimas estão intimamente ligadas ao capitalismo. A busca pela perfeição corporal muitas vezes implica em excessos cometidos tanto por quem almeja a beleza-padrão como pelos profissionais responsáveis por tornar a uniformização estética uma realidade. O PREÇO PAGO NA BUSCA PELO CORPO IDEAL Os adolescentes do ano 2000 sofrem na carne um novo tipo de escravidão: aquele dos parâmetros de beleza absoluta, que lhe são cobrados como condição fundamental para terem acesso a uma vida feliz e realizada. Hoje os jovens estão se rendendo à cirurgia plástica e a tratamentos de estética em vez de cuidarem da saúde física e mental. Em dez anos triplicou o número de adolescentes que se submeteram a cirurgias. As pessoas sofrem com transtornos alimentares como bulimia, anorexia, doenças que estão entre as principais causas de mortes principalmente dos jovens. No início, os jovens se sentem controlando seu corpo, podendo comer e vomitar ou se recusando a comer e, aos poucos, se percebem prisioneiras da obsessão de ser magra. Vista como a salvação da pátria para quem não consegue emagrecer, a lipoaspiração traz consigo uma enormidade de mitos, muitas vezes sugeridos pela própria divulgação na mídia. , mas ela é um procedimento cirúrgico, que deve ser utilizado somente em casos extremos, pois oferece riscos a saúde das pessoas, como o de vida, por exemplo. O uso de drogas anabolizantes, as chamadas "bombas", com o objetivo de obter rapidamente um corpo musculoso, tanto por parte de homens como por parte das mulheres e causam vários problemas a saúde como alterações da função sexual masculina e feminina ,retenção de líquido e distúrbio na concentração de sais minerais no organismo, feminização, hipertensão arterial, 42
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    aumento do teorde colesterol no sangue, alterações cardíacas, doença hepática ( fígado), distúrbios psíquicos, alterações de comportamento, em particular aumento da agressividade, risco de doenças infecciosas como a hepatite B e a C, por exemplo, hipertrofia da próstata, entre outros . Preconceito 43
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    A complexidade dareal origem dos preconceitos é uma das grandes dificuldades que o ser humano enfrenta para entender como respeitar e amar o próximo de forma objetiva e sensata. Embora esse assunto ainda seja pouco comentado, os preconceitos podem ser divididos em dois segmentos: um segmento é maléfico à sociedade e o outro benéfico. O segmento maléfico é constituído de preconceitos que resultam em injustiças, e que são baseados unicamente nas aparências e na empatia. Já o segmento benéfico é constituído de preconceitos que estabelecem a prudência e são baseados em estatísticas reais, nos ensinamentos de Deus ou no instinto humano de autoproteção. Em geral, os preconceitos benéficos são contra doenças contagiosas, imoralidades, comportamentos degradantes, pessoas violentas, drogados, bêbados, más companhias, etc. Na verdade, é muito difícil definir o limite correto entre preconceito maléfico e preconceito benéfico. Por isso, a liberdade de interpretação pessoal deveria ser sempre respeitada. É importante entendermos, também, que cultivar o amor ao próximo não significa exterminar preconceitos. Tentar destruir preconceitos à força é cultivar o paganismo e deixar entrar todo tipo de sujeira comportamental na nossa sociedade. No paganismo, (atualmente disfarçado sob o título de “pluralismo” e “laicismo”) tudo é permitido e nada é considerado errado. Na década de 90, supostos defensores de direitos humanos (agindo como defensores de “anomalias humanas”) deformaram a palavra preconceito, a palavra amor, a palavra cultura e várias outras. Parece que a intenção era confundir o significado destas palavras e abrir caminho para oficializar práticas pagãs na sociedade brasileira. De fato, nos anos seguintes constatamos o aumento do homossexualismo, do feminismo, da infidelidade conjugal, dos rituais satânicos em diversas regiões, da prostituição em diversos níveis e de outros comportamentos degradantes e imorais “justificados” como festivos e culturais. 44
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    Infelizmente, uma parteda mídia vem usando uma máscara de amor ao próximo para condenar as discriminações de caráter preventivo e apregoar a indiscriminação total e generalizada. Essas pessoas, de ideais utópicos e estranhos, têm atribuído conotações exclusivamente pejorativas, à palavra preconceito, para desmoralizá-la e destruir seu efeito preventivo (o lado benéfico). No fundo, querem semear “ervas daninhas” em nosso meio e contaminar a nação com hábitos idólatras e pagãos. Ao contrário do que tais pessoas têm apregoado, tudo o que não devemos fazer, nesta área, é praticar a discriminação injusta e precipitada, contra o nosso próximo, seja ele quem for ou quem quer que aparente ser. No entanto, fazer uso de conceitos concebidos de maneira prévia, porém comprovados estatisticamente ou orientados por Deus (através da Bíblia), é um direito legítimo porque faz parte do nosso sistema de defesa; todo cidadão deve ter a liberdade e o direito de fazê- lo sempre que achar necessário. A estrutura biológica humana também faz uso de preconceitos (de anticorpos) para se defender de vírus e bactérias caracterizados como nocivos. Em geral, os anticorpos repudiam tais invasores antes que se multipliquem e contaminem todo o corpo (um efeito preventivo de origem natural). A medicina avançada também produz vacinas artificiais para desenvolver preconceitos biológicos (do sarampo, da poliomielite, do tétano e de várias outras doenças consideradas infecto- contagiosas). O objetivo é deixar o sistema imunológico preparado para quando o vírus nocivo chegar, o corpo, já vacinado (previamente avisado), esteja prevenido e se defenda antes que o vírus se multiplique e cause maiores problemas. Portanto, o preconceito por si só não é sinônimo de subdesenvolvimento. Na verdade, quando bem usado é sinônimo de prevenção e de prudência. A maioria dos povos civilizados e prósperos desenvolveu-se fazendo separação entre o certo e o errado e o bem e o mal. E, o preconceito, quando fundamentado em experiências reais ou nos ensinamentos de Deus, é um método preventivo que se antecipa ao erro e ao mal evitando a disseminação de maus hábitos e a conseqüente destruição da sociedade. 45
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    Se desejamos combatero preconceito injusto e a discriminação indevida, a solução não é impor igualdade mascarada e fictícia por intermédio de leis. A solução é admitir e esclarecer as diferenças, as aparências e as realidades para que o sistema de defesa humano as compreenda e não rejeite o que for normal e saudável. Tentar impor qualquer tipo de igualdade, por força de lei, é semear a falsidade, a hipocrisia, o desrespeito e, por conseqüência, a violência. Amar, não é simplesmente compreender, tolerar e querer bem ao próximo. Amar o próximo é também ter a coragem de repreendê-lo para que se torne bem-sucedido como ser humano e cidadão. Já é hora de o brasileiro compreender que a liberdade pacífica, de praticar o justo e fundamentado preconceito (o benéfico), é mais útil a uma nação do que a proibição de usar a intuição humana e o prévio conceito como medida preventiva. Só as pessoas inconseqüentes, ou muito inocentes, é que entendem que devemos considerar todo mundo em igualdade absoluta e irrestrita (sejam sadios, doentes, crianças, homens, mulheres, gays, lésbicas, estupradores, prostitutas, gente de bem, ladrões, aidéticos, etc.). No entanto, as pessoas sensatas e equilibradas, que se preocupam com o futuro da humanidade e que sabem dosar o amor com a disciplina, enxergam a necessidade da moderação nestas questões. Na verdade, precisamos respeitar o comportamento de cada pessoa segundo seu merecimento individual. Temos que levar em conta o risco de boa ou de má influência que cada pessoa ofereça. 46
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    Drogas Conceitos Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no organismo modifica suas funções. As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas,de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC tetrahidrocanabiol (da maconha). As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais. O termo droga, presta-se a várias interpretações, mas comumente suscita a idéia de uma substância proibida, de uso ilegal e nocivo ao indivíduo, modificando-lhe as funções, as sensações, o humor e o comportamento. As drogas estão classificadas em três categorias: as estimulantes, os depressores e os perturbadores das atividades mentais. O termo droga envolve os analgésicos, estimulantes, alucinógenos, tranquilizantes e barbitúricos, além do álcool e substâncias voláteis. As psicotrópicas, são as drogas que tem tropismo e afetam o Sistema Nervoso Central, modificando as atividades psíquicas e o comportamento. Essas drogas podem ser absorvidas de várias formas: por injeção, por inalação, via oral, injeção intravenosa ou aplicadas via retal (supositório). Intoxicação Aguda É uma condição transitória seguindo-se a administração de álcool ou outra substância psicoativa, resultando em perturbações no nível de consciência, cognição, percepção, afeto ou comportamento, ou outras funções ou respostas psicofisiológicas. Uso Nocivo 47
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    É um padrãode uso de substância psicoativa que está causando dano à saúde. O dano pode ser físico (como no caso de hepatite decorrente da administração de drogas injetáveis) ou mental (ex. episódio depressivo secundário a um grande consumo de álcool). Toxicomania A toxicomania é um estado de intoxicação periódica ou crônica, nociva ao indivíduo e à sociedade, determinada pelo consumo repetido de uma droga, (natural ou sintética). Suas características são: 1 - irresistível desejo causado pela falta que obriga a continuar a usar droga. 2 - tendência a aumentar a dose. 3 - dependência de ordem psíquica (psicológica), às vezes física acerca dos efeitos das drogas. Síndrome de Dependência É um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância ou uma classe de substâncias alcança uma prioridade muito maior para um determinado indivíduo, do que outros comportamentos que antes tinham mais valor. Uma característica central da síndrome da dependência é o desejo (frequentemente forte e algumas vezes irresistível) de consumir drogas psicoativas as quais podem ou não terem sido prescritas por médicos. Codependência Codependência é uma doença emocional que foi "diagnosticada" nos Estados Unidos por volta das décadas de 70 e 80, em uma clínica para dependentes químicos, através do atendimento a seus familiares. Porém, com os avanços dos estudos das causas e dos sintomas, que são vários, chegou-se à conclusão de que esta doença atinge não apenas os familiares dos dependentes químicos, mas 48
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    um grande númerode pessoas, cujos comportamentos e reações perante a vida são um meio de sobrevivência. Os codependentes são aqueles que vivem em função do(s) outro(os), fazendo destes a razão de sua felicidade e bem estar. São pessoas que têm baixa auto- estima e intenso sentimento de culpa. Vivem tentando "ajudar" outras pessoas, esquecendo, na maior parte do tempo, de viver a própria vida, entre outras atitudes de auto-anulação. O que vai caracterizar o doente é o grau de negligenciamento de sua própria vida em função do outro e de comportamentos insanos. A codependência também pode ser fatal, causando morte por depressão, suicídio, assassinato, câncer e outros. Embora não haja nas certidões de óbito o termo codependência, muitas vezes ela é o agente desencadeante de doenças muito sérias. Mas pode-se reverter este quadro, adotando-se comportamentos mais saudáveis. Os profissionais apontam que o primeiro passo em direção à mudança é tomar consciência e aceitar o problema. Como as Drogas Circulam no Corpo As drogas circulam de maneira previsível pelo corpo e ganham maior velocidade e alcance a partir do momento em que entram na corrente sanguínea. O sangue circula dos tecidos para o coração através das veias. Do coração, ele parte para os pulmões para adquirir oxigênio e liberar o dióxido de carbono. O sangue volta, então, para o coração através das artérias, carregando consigo a droga. As drogas podem der administradas oralmente, aspiradas pelo nariz ou inaladas até os pulmões. Podem também ser injetadas através da pele, de uma camada de gordura, músculo ou dentro de uma veia (via intravenosa). A injeção intravenosa é 49
  • 50.
    a via queproduz os efeitos mais rápidos. Tipos de Drogas Drogas estimulantes As drogas estimulantes mais conhecidas são as anfetaminas, a cocaína e seus derivados. As anfetaminas podem ser ingeridas, injetadas ou inaladas. Sua ação dura cerca de quatro horas e os principais efeitos são a sensação de grande força e iniciativa, excitação, euforia e insônia. Em pouco tempo, o organismo passa a ser tolerante à substância, exigindo doses cada vez maiores. A médio prazo, a droga pode produzir tremores, inquietude, desidratação da mucosa (boca e nariz principalmente), taquicardia, efeitos psicóticos e dependência psicológica. A cocaína também pode ser inalada, ingerida ou injetada. A duração dos efeitos varia, as a chamada euforia breve persiste por 15 a 30 minutos, em média. 50
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    Nos primeiros minutos,o usuário tem alucinações agradáveis, euforia, sensação de força muscular e mental. Os batimentos cardíacos ficam acelerados, a respiração torna-se irregular e surge um quadro de grande excitação. Depois, ele pode ser náuseas e insônia. Segundo os especialistas, em pessoas que têm problemas psiquiátricos, o uso de cocaína pode desencadear surtos paranóides, crises psicóticas e condutas perigosas a ele próprio ou a terceiros. Fisicamente, a inalação deixa lesões graves no nariz e a injeção deixa marcas de picada e o risco de contaminação por outras doenças (DST/aids). Em todas as suas formas, causa séria dependência, sendo o crack o principal vilão. Drogas depressoras No conjunto das drogas depressoras, as mais conhecidas são o álcool, os soníferos, a heroína, a morfina, a cola de sapateiro, os remédios ansiolíticos e antidepressivos (barbitúricos) e seus derivados. Seu principal efeito é retardar o funcionamento do organismo, tornando todas as funções metabólicas mais lentas. A heroína é uma substância inalável. Excepcionalmente, pode ser injetada, o que leva a um quadro de euforia. Quando inalada, porém, resulta em forte sonolência, náuseas, retenção urinária e prisão de ventre – efeitos que duram cerca de quatro horas. A médio prazo, leva à perda do apetite e do desejo sexual e torna a respiração e os batimentos cardíacos mais lentos. Instalada a dependência, o organismo apresenta forte tolerância, obrigando o usuário a aumentar as doses. A superdosagem pode resultar em coma e morte por insuficiência respiratória. Os derivados da morfina apresentam efeitos muito parecidos com os da heroína, porém, com características euforizantes menores. Seu efeito depressor é 51
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    explorado pela Medicinahá várias décadas, principalmente no alívio da dor de pacientes com câncer em estado terminal. Outra preocupação constante dos médicos é o uso abusivo dos antidepressivos, soníferos e ansiolíticos (barbitúricos). Para pessoas que têm doenças psiquiátricas, como as depressões e os distúrbios de ansiedade, estas drogas são extremamente importantes, pois o tratamento adequado atenua o mal- estar e permite que o indivíduo leve uma vida normal. No entanto, só um médico é capaz de identificar quem deve usar e em que dosagem. Como o próprio nome indica, os antidepressivos aliviam a ansiedade e a tensão mental, mas causam danos à memória, diminuição dos reflexos e da função cardiorrespiratória, sonolência e alterações na capacidade de juízo e raciocínio. A conduta do usuário é muito parecida com a do dependente alcoólico. Em pouco tempo, estas drogas causam dependência, confusão, irritabilidade e sérias perturbações mentais. Alucinógenos As drogas alucinógenas mais comuns são a maconha, o haxixe, o LSD, os cogumelos e o ecstasy. A maconha e o haxixe são usadas em forma de cigarro (também pode ser cheirada ou ingerida). Seu efeito dura entre uma e seis horas. Inicialmente, o usuário tem a sensação de maior consciência e desinibição. Ele começa a falar demais, rir sem motivo e ter acessos de euforia. Porém, ele pode perder a noção de espaço (os ambientes parecem maiores ou menores) e a memória recente, além de apresentar um aumento considerável do apetite (“larica”). A maconha costuma afetar consideravelmente os olhos, que ficam vermelhos e injetados. Com o tempo, pode causar conjuntivite, bronquite e dependência. Em excesso, 52
  • 53.
    pode produzir efeitosparanóicos e pode ativar episódios esquizofrênicos em pacientes psicóticos. O LSD é encontrado em tabletes, cápsulas ou líquido e é ingerido. Sua ação dura entre 10 e 12 horas. Inicialmente, a droga intensifica as percepções sensoriais, principalmente a visão, e produz alucinações. Com o tempo, pode causar danos cromossômicos sérios, além de intensificar as tendências psicótica, à ansiedade, ao pânico e ao suicídio, pois gera um medo enlouquecedor. O usuário costuma dizer que ouve, toca ou enxerga cores e sons estranhos; fala coisas desconexas e tem um considerável aumento da pupila. Já o cogumelo, geralmente, é ingerido em forma de chá. Seu efeito dura cerca de seis a oito horas, propiciando relaxamento muscular, náuseas e dores de cabeça, seguidos de alucinações visuais e auditivas. A médio prazo, não se conhecem seus efeitos sobre o organismo. Seus sintomas são muito parecidos com os do LSD. Mais recentemente, surgiu no mercado das drogas o Ecstasy, um comprimido que vem sendo comercializado cada vez mais em todo o mundo. Seus efeitos também são alucinógenos, como no caso do LSD e a dependência é inevitável. Benefícios da atividade física na saúde 53
  • 54.
    Atividade física regularpode melhorar sua saúde e reduzir os risco de morte prematura das seguintes formas: • Reduz o risco de desenvolver doença cardíaca coronária e as chances de morrer disso • Reduz o risco de infarto. • Reduz o risco de ter um segundo ataque cardíaco em pessoas que já tiveram um ataque. • Diminui tanto o colesterol total quanto os triglicerídeos, e eleva o bom colesterol HDL. • Diminui o risco de desenvolver pressão alta. • Ajuda a reduzir a pressão arterial em pessoas que já têm hipertensão. • Diminui o risco de desenvolver diabetes tipo 2 (não dependente de insulina). • Reduz o risco de câncer de cólon. • Ajudas as pessoas a conseguirem e manter um peso ideal. • Reduz os sentimentos de depressão e ansiedade. • Promove o bem-estar psicológico e reduz sentimentos de estresse. • Ajuda a construir e manter articulações, músculos e ossos saudáveis. • Ajuda pessoas mais velhas a ficarem mais fortes e serem mais capazes de moverem-se sem cair o ficar excessivamente A falta de atividade física pode prejudicar sua saúde? Evidências mostram que pessoas que não praticam atividades físicas definitivamente não estão ajudando sua saúde e provavelmente a estão prejudicando. Quanto mais examinamos os riscos para a saúde associados à falta de atividade física, mais convencidos ficamos que pessoas que não praticam atividade física devem começar a se exercitar. Lendas brasileiras 54
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    Caipora É um Mitodo Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento. Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas. É um anão de Cabelos Vermelhos com Pelo e Dentes verdes. Como protetor das Árvores e dos Animais, costuma punir o os agressores da Natureza e o caçador que mate por prazer. É muito poderoso e forte. Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde totalmente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de Pai ou Mãe-do-Mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato. Uma carta do Padre Anchieta datada de 1560, dizia: "Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante". Os índios, para lhe agradar, deixavam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores. De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele. Nomes comuns: Caipora, Curupira, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc. Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando da época do descobrimento, depois tornou-se comum em todo País, sendo junto com o Saci, os campeões de popularidade. Entre o Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Existem entidades 55
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    semelhantes entre quasetodos os indígenas das américas Latina e Central. Em El Salvador, El Cipitío, é um espiríto tanto da floresta quanto urbano, que também tem as mesmos atibutos do Caipora. Ou seja pés invertidos, capacidade de desorientar as pessoas, etc. Mas, este El Cipitío, gosta mesmo é de seduzir as mulheres. Conforme a região, ele pode ser uma mulher de uma perna só que anda pulando, ou uma criança de um pé só, redondo, ou um homem gigante montado num porco do mato, e seguido por um cachorro chamado Papa-mel. Também, dizem que ele tem o poder de ressuscitar animais mortos e que ele é o pai do moleque Saci Pererê. Há uma versão que diz que o Caipora, como castigo, transforma os filhos e mulher do caçador mau, em caça, para que este os mate sem saber. Boi Tatá É um Monstro com olhos de fogo, enormes, de dia é quase cego, à noite vê tudo. Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram. Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Cumadre Fulôzinha". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios. 56
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    Dizem ainda queele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, vai tocando fogo nos campos. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios. A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, e que visto de longe parecem grandes tochas em movimento. Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata. Origem Provável: É de origem Indígena. Em 1560, o Padre Anchieta já relatava a presença desse mito. Dizia que entre os índios era a mais temível assombração. Já os negros africanos, também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá. É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas regiões por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Já em outras, ele é causador dos incêndios na mata. A versão do dilúvio teve origem no Rio Grande o Sul. Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após o dilúvio, outra versão, conta que ele, procura restos de animais mortos e come apenas seus olhos, absorvendo a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes. Mula sem cabeça Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula-Sem-Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que 57
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    é uma mulherque namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta. Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e se encontrar alguém chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula-Sem-Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro. Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula,deve-se deitar de bruços no chão e esconder Unhas e Dentes para não ser atacado. Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula-Sem-Cabeça, voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre Nomes comuns: Burrinha do Padre, Burrinha, Mula Preta, Cavalo-sem-cabeça, Padre-sem-cabeça, Malora (México), Origem Provável: É um mito que já existia no Brasil colônia. Apesar de ser comum em todo Brasil, variando um pouco entre as regiões, é um mito muito forte entre Goiás e Mato Grosso. Mesmo assim não é exclusivo do Brasil, existindo versões muito semelhantes em alguns países Hispânicos. Conforme a região, a forma de quebrar o encanto da Mula, pode variar. Há casos onde para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomungá-la antes de celebrar a missa. Também, basta um leve ferimento feito com alfinete ou outro objeto, o importante é que saia sangue, para que o encanto se quebre. Assim, a Mula se transforma outra vez em mulher e aparece completamente nua. Em Santa Catarina, para saber se uma mulher é amante do Padre, lança-se ao fogo um ovo enrolado em fita com o nome dela, e se o ovo cozer e a fita não queimar, ela é. 58
  • 59.
    É importante notarque também, algumas vezes, o próprio Padre é que é amaldiçoado. Nesse caso ele vira um Padre-sem-Cabeça, e sai assustando as pessoas, ora a pé, ora montado em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda Norte americana, O Cavaleiro sem Cabeça, que lembra muito esta variação. Algumas vezes a Mula, pode ser um animal negro com a marca de uma cruz branca gravada no pelo. Pode ou não ter cabeça, mas o que se sabe de concreto é que a Mula, é mesmo uma amante de Padre. A Iara Os cronistas dos séculos XVI e XVII registraram essa história. No princípio, o personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio. No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia Uiara ou Iara. Todo pescador brasileiro, de água doce ou salgada, conta histórias de moços que cederam aos encantos da bela Uiara e terminaram afogados de paixão. Ela deixa sua casa no fundo das águas no fim da tarde. Surge magnífica à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas. Quando a Mãe das águas canta, hipnotiza os pescadores. Um deles foi o índio Tapuia. Certa vez, pescando, Ele viu a deusa, linda, surgir das águas. Resistiu. Não saiu da canoa, remou rápido até a margem e foi se esconder na aldeia. Mas enfeitiçado pelos olhos e ouvidos não conseguia esquecer a voz de Uiara. Numa tarde, quase morto de saudade, fugiu da aldeia e remou na sua canoa rio abaixo. Uiara já o esperava cantando a música das núpcias. Tapuia se jogou no rio e sumiu num mergulho, carregado pelas mãos da noiva. Uns dizem que naquela noite houve festa no chão das águas e que foram felizes para sempre. Outros 59
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    dizem que nasemana seguinte a insaciável Uiara voltou para levar outra vítima. Origem: Européia com versões dos Indígenas, da Amazônia. Cobra grande É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico. Conta a lenda que em numa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu à luz a duas crianças gêmeas que na verdade eram Cobras. Um menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria. Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou as duas crianças no rio. Lá no rio eles, como Cobras, se criaram. Honorato era Bom, mas sua irmã era muito perversa. Prejudicava os outros animais e também às pessoas. Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Honorato, em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra. Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra, e fazer um ferimento na cabeça até sair sangue. Ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme monstro. Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato da maldição. Ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra com sua família. Origem: Mito da região Norte do Brasil, Pará e Amazonas. 60
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    Vitória Régia Os pajéstupis-guaranis, contavam que, no começo do mundo, toda vez que a Lua se escondia no horizonte, parecendo descer por trás das serras, ia viver com suas virgens prediletas. Diziam ainda que se a Lua gostava de uma jovem, a transformava em estrela do Céu. Naiá, filha de um chefe e princesa da tribo, ficou impressionada com a história. Então, à noite, quando todos dormiam e a Lua andava pelo céu, Ela querendo ser transformada em estrela, subia as colinas e perseguia a Lua na esperança que esta a visse. E assim fazia todas as noites, durante muito tempo. Mas a Lua parecia não notá-la e dava para ouvir seus soluços de tristeza ao longe. Em uma noite, a índia viu, nas águas límpidas de um lago, a figura da lua. A pobre moça, imaginando que a lua havia chegado para buscá-la, se atirou nas águas profundas do lago e nunca mais foi vista. A lua, quis recompensar o sacrifício da bela jovem, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente, daquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", que é a planta Vitória Régia. Assim, nasceu uma planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas. Origem: Indígena. Para eles assim nasceu a vitória-régia. Saci Pererê A Lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas- secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é origem Tupi Guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno. 61
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    É uma criança,um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matiaperê cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem. Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele, deve jogar cordas com nós em sem caminho que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja. Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo. Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Matimpererê, Matintaperera, etc. Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo , mas em Portugal há relatos de uma entidade semelhante. Este mito não existia no Brasil Colonial. Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci-pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas. Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: Por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros 62
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    dizem que elefaz isso com uma moeda. Há uma versão que diz que o Caipora, é seu Pai. Dizem também que ele, na verdade eles, um bando de Sacis, costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer. Ele tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave. O negrinho do pastoreio O Negrinho do Pastoreio É uma lenda meio africana meio cristã. Muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil. Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros recém-comprados. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. ‘‘Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece’’, disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo. Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha. 63
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    Origem: Fim doSéculo XIX, Rio Grande do Sul. Papa figo O Papa Figo, ao contrário dos outros mitos, não tem aparência extraordinária. Parece mais com uma pessoa comum. Outras vezes, pode parecer como um velho esquisito que carrega um grande saco às costas. Na verdade, ele mesmo pouco aparece. Prefere mandar seus ajudantes em busca de suas vítimas. Os ajudantes por sua vez, usam de todos os artifícios para atrair as vítimas, todas crianças claro, tais como; distribuir presentes, doces, dinheiro, brinquedos ou comida. Eles agem em qualquer lugar público ou em portas de escolas, parques, ou mesmo locais desertos. Depois de atrair as vítimas, estas são levadas para o verdadeiro Papa-Figo, um sujeito estranho, que sofre de uma doença rara e sem cura. Um sintoma dessa doença seria o crescimento anormal de suas orelhas. Diz a lenda, que para aliviar os sintomas dessa terrível doença ou maldição, o Papa-Figo, precisa se alimentar do Fígado de uma criança. Feito a extração do fígado, eles costumam deixar junto com a vítima, uma grande quantia em dinheiro, que é para o enterro e também para compensar a família. Origem: Mito muito comum em todo meio rural. Acredita-se que a intenção do conto era para alertar as crianças para o contato com estranhos, como no conto de Chapeuzinho Vermelho. 64
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    Esteróides Anabolizantes Esteróides anabolizantesandrogênicos são uma classe de hormônios esteróides naturais e sintéticos que promovem o crescimento e divisão celular, resultando em crescimento de diversos tipos de tecido, especialmente músculos e ossos. Diferentes esteróides anabolizantes tem variadas combinações de propriedades androgênicas e anabólicas. Anabolismo é o processo que constrói moléculas maiores a partir de menores. Os esteróides anabolizantes foram descobertos no começo da década de 1930 e têm sido, desde então, usados para vários propósitos médicos, como estimulação do crescimento ósseo, músculos, apetite e puberdade. O uso mais disseminado dos esteróides anabolizantes é para condições crônicas como câncer e AIDS. Esteróides anabolizantes podem ocasionar vários efeitos fisiológicos como elevação da síntese de proteínas, massa muscular, força, apetite e crescimento ósseo. Os esteróides anabolizantes também estão associados a vários efeitos colaterais como elevação do colesterol, acne, aumento da pressão arterial, hepatotoxicidade (intoxicação que afeta o funcionamento do fígado) e alterações na morfologia do ventrículo (uma câmara inferior do coração) esquerdo. Efeitos anabolizantes e virilizantes Esteróides anabolizantes produzem efeitos anabólicos e virilização, também conhecida como efeito androgênico. A maioria dos esteróides anabolizantes funciona primeiro ligando o receptor andrógeno e elevando a síntese de proteínas. Depois, eles reduzem o tempo de recuperação ao bloquear os efeitos do cortisol no tecido muscular. Como resultado, catabolismo na massa muscular é fortemente reduzido. Exemplos de efeitos anabólicos: 65
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    * Elevação dasíntese de proteínas a partir de aminoácidos. * Aumento da massa muscular e força. * Estimulação do apetite. * Elevação da remodelação e crescimento ósseo. * Estimulação da medula óssea aumentando a produção de células sanguíneas vermelhas. Exemplos de efeitos virilizantes: * Aumento da clitóris em mulheres e pênis em crianças do sexo masculino. O pênis de adulto não cresce indefinidamente mesmo com altas doses de androgênico. * Aumento de pelos com crescimento sensível a andrógenos (barba, pelos no peito e braços). * Engrossamento da voz. * Aumento do libido. * Supressão dos hormônios sexuais endógenos. * Produção de espermatozóides prejudicada. Riscos e possíveis efeitos colaterais dos esteróides anabolizantes * Aumento da pressão arterial. * Piora dos níveis de colesterol, elevando o nível de LDL (colesterol ruim) e diminuindo o de HDL (colesterol bom). Isso pode ocasionar elevação do risco de doenças cardiovasculares e coronárias. * Acne. * Calvície prematura. * Câncer de próstata. * Alteração na morfologia do ventrículo esquerdo. * Hepatotoxicidade. * Supercrescimento gengival. 66
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    Efeitos específicos namulher: * Aumento de pelos corporais. * Engrossamento da voz. * Aumento da clitóris. * Diminuição temporária dos ciclos menstruais. Efeitos específicos no homem: * Ginecomastia (desenvolvimento excessivo das mamas no homem). * Redução da função sexual e infertilidade temporária. * Atrofia testicular. Efeitos específicos no adolescentes: * Parada no crescimento. * Aceleração da maturação óssea. * Crescimento de barba rala. Hormônios Esteróides Anabolizantes? Qual é o Melhor? Qual é o melhor Hormônio Esteróide Anabolizante? Existe algum esteróide anabolizante natural? Quais são os efeitos dos anabolizantes? O que são ciclos dos anabolizantes? Estas, são as principais dúvidas que um professor de academia escuta do aluno que começa a treinar musculação, e quer resultados "milagrosos" num curto espaço de tempo. Mas saiba, desde já que os "resultados" alcançados, são mais prejudiciais do que benéficos e vou explicar o por quê. Já escrevi sobre o assunto no post "Como ganhar massa muscular? Dicas Infalíveis!" Vamos as principais dúvidas: Antes de responder as dúvidas, uma curiosidade. A foto acima é da atleta sueca de fisiculturismo Irene Andersen. Quase foi banida pela IFBB (International Federation of BodyBuilders) ou Federação Internacional de Fisiculturismo, por compra e revenda indevida de hormônios anabolizantes esteróides. Mas, foi inocentada pelo advogado pois ele ela alegou que os hormônios eram para consumo próprio e não para revenda. A polícia confiscou suplementos como 67
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    efedrina e clenbuterol,mas foram devolvidos. Somente um frasco de Winstrol (estanozolol), um anabolizante popular entre os usuários, foi confiscado. 1- De onde surgiu o uso dos esteróides anabolizantes no esporte? No ano de 1935, a testosterona foi sintetizada, pela primeira vez, em 1939 por dois cientistas Ruzica e Weltstein e sugeriram que os hormônios sexuais poderiam aumentar o desempenho atlético. O registro histórico do uso de hormônios sexuais, no aumento do desempenho em campeonatos mundiais é datado de 1954, quando foram utilizados por atletas russos durante campeonato mundial de levantamento de peso, em Viena, na Áustria. 2- O que são os hormônios esteróides anabolizantes? Os hormônios esteróides anabolizantes androgênicos (EAA) compreendem a testosterona e seus derivados. São produzidos pelos testículos e no córtex adrenal, e promovem características sexuais secundárias associadas a masculinidade. 3- Para que servem os hormônios esteróides? Na medicina é utilizada para tratamentos de sarcopenias (do grego "perda de carne") que é perda degenerativa de massa muscular pelo envelhecimento (cerca de 1% ao ano, após os 65 anos de idade), também no hipogonadismo (defeito no sistema reprodutor), câncer de mama e osteoporose. Nos esportes, são utilizados para aumento da força física e massa muscular, entretanto, os efeitos sobre o desempenho atlético permanecem, ainda, controversos. 4- Quais são os efeitos androgênicos e anabólicos da testosterona? Efeitos androgênicos: • crescimento do pênis • espessamento das cordas vocais • aumento da libido • aumento da secreção das glândulas sebáceas • aumento dos cabelos do corpo e da face • padrão masculino dos pêlos pubianos Efeitos anabólicos: • aumento da massa muscular esquelética • aumento da concentração de hemoglobina 68
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    • aumento dohematócrito • aumento da retenção do nitrogênio • redução dos estoques de gordura corporal • aumento da deposição de cálcio nos ossos 5- Quais são os efeitos colaterais do uso dos hormônios esteróides anabolizantes? Efeitos colaterais, como o próprio nome diz são efeitos indesejáveis e muitas vezes prejudiciais à saúde. São relatados psicopatologias, câncer de próstata, doença coronariana, e esterelidade são alguns dos efeitos comprovados. Síndrome compartamental de risco em adolescentes, atos agressivos (brigas, agressões) e crimes, também irritabilidade, raiva e hostilidade são relatados em diversos estudos científicos. Suicídios, alterações psiquiátricas como esquizofrenia aguda estão relacionadas ao uso de metandienona. Hipomania, mania e confusão mental, além de paranóia e depressão estão relacionadas ao uso de oxandrolona e oximetolona. Atletas competitivos e recreacionais relatam síndrome de abstinência ligadas a síndromes comportamentais, por causa da mudança da função hormonal. Nas mulheres, os efeitos masculinizantes como, voz mais grossa, aparecimento de acne, pele oleosa, crescimento de pêlos na face, calvície além de hipertrofia do clitóris são algumas modificações que muitas vezes são irreversíveis. Em adolescentes, pode acarretar um déficit de crescimento em consequência do amadurecimento precoce. Sobrecarga do fígado, hemorragia intra abdominal, icterícia e adenocarcinoma do fígado, também infarto agudo do miocárdio e morte súbita são efeitos relatados. 6- Existe algum esteróide anabolizante natural? A pergunta, já foi respondida na segunda pergunta, pois estes hormônios são naturalmente produzidos no nosso organismo. 7- Quais são os hormônios esteróides mais utilizados? Segundo o National Intitute on Drug Abuse os hormônios mais utilizados são: Esteróides Injetáveis: • Deca-Durabolin (decanoato de nandrolona) • Durabolin (fenilpropionato de nandrolona) • Depo-testosterone (cipionato de testosterona) • Equipoise (undecilenato de boldenona) Esteróides orais: • Anadrol (oximetolona) • Oxandrin (oxandrolona) • Dianabol (metandrostenolona) • Winstrol (estanozolol) 8- O que são ciclos dos anabolizantes? 69
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    Basicamente, os HormôniosEsteróides Anabolizantes Androgênicos são utilizados por três métodos: 1. Ciclo: refere-se a qualquer período de utilização de tempos em tempos, que varia de quatro a dezoito semanas. 2. Pirâmide: o atleta começa com pequenas doses, aumentando progressivamente até o ápice e, após atingir esta dosagem máxima, existe um redução regressiva até o final do período. 3. Stacking: Uso alternado entre os hormônios esteróides de acordo com a toxicidade. Refere-se a utilização de vários esteróides ao mesmo tempo. Existem ainda, os "atletas" que fazem o uso dos três métodos descritos acima, fazendo uso por semanas e até meses. Hormônio do crescimento O que é o Hormônio do Crescimento (HGH) ? O hGH (iniciais de Human Growth Hormone) é a versão sintética do hormônio do crescimento humano, o GH, produzido naturalmente por uma glândula localizada na parte inferior do cérebro, a hipófise . A produção natural atinge o pico entre 13 e 18 anos; é por isso que o adolescente “estica” nessa época, ganhando massa muscular e tamanho. Começa a cair entre 25 e 30 anos, podendo zerar a partir dos 60. Como funciona o GH ? Injetado na coxa, abdômen e na região da virilha, o hGH cai na corrente sanguínea e vai para o fígado, onde estimula a produção de uma substância conhecida como somatomedina C, que provoca o desenvolvimento das cartilagens . Também enrijece a musculatura e reduz a gordura corporal Quais são os efeitos esperados com administração do GH ? No nanismo: desenvolve a cartilagem de crescimento Desprezando os riscos à saúde, usuários apostam no hormônio de crescimento para ganhar músculos, aumentar a disposição física e adiar o envelhecimento Na velhice: pode combater a hipotrofia muscular e osteoporose, além de diminuir a gordura e dar sensação de bem-estar (apesar de haver controvérsias sobre os resultados) Em adultos com deficiência: recupera a densidade óssea, aumenta a massa muscular e dá sensação de bem-estar Quais são os efeitos colaterais ? • Crescimento das extremidades ósseas, como dedos, mãos , pés e queixo (acromegalia) • Dores nas articulações ; • Inflamação e dores crônicas em mãos e dedos, provocadas pela síndrome do túnel do carpo (osso entre o antebraço e a mão); 70
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    Alargamento dos tendões ( Frouxidão ligamentar ); • Hipertensão arterial ; • Resistência à insulina, piorando o diabete; • Risco de câncer em pessoas com histórico da doença na família; • Crista orbital(embaixo das sobrancelhas) ressaltada; • Inchaços provocados por retenção de líquidos. Efeitos Colaterais dos Esteróides Anabolizantes A ocorrência de efeitos colaterais relacionados a utilização deliberada de esteróides anabolizantes em praticantes de atividades físicas, como forma de maximizar a performance esportiva, tem sido pesquisado e documentado através de métodos e procedimentos aceitos internacionalmente pela comunidade científica. Segundo o Colégio Americano de Medicina Esportiva (1989), os esteróides têm inúmeros efeitos adversos que se manifestam em praticamente todos os sistemas do organismo, principalmente no aparelho reprodutor e nas características sexuais secundárias, que são denominados de efeitos androgênicos, sendo extremamente danosos à saúde. Santarém (1995) relata que, a presença dos efeitos colaterais dos esteróides dependem diretamente da predisposição genética do indivíduo, desta forma, não podem ser previstos. Sendo assim, apenas a ocorrência dos efeitos deletérios definirá a existência de uma predisposição genética. Alén e Raakila (1988) realizaram uma pesquisa referente aos efeitos anabólicos e suas influências sobre o metabolismo lipídico e o sistema endócrino, e constataram que a magnitude dos efeitos colaterais dependem da especificação das drogas utilizadas, de suas associações, do tempo de uso, freqüência de utilização e vias de administração. 71
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    Yesalis (1993) relataque, a utilização de doses elevadas de esteróides são capazes de elevar a testosterona plasmática além do limite superior da sua normalidade, reduzindo os níveis dos hormônios fólico estimulantes (FSH) e lutenizantes (LH), diminuindo também suas respostas ao estímulo pelo hormônio hipotalâmico liberador de gonadotrofinas (Gn-RH). Tendo como conseqüência uma atrofia dos testículos, da ordem de 20 por cento, e da espermatogênese, de cerca de 90 porcento. Não havendo modificações do volume ejaculado, sendo este dependente da ação androgênica sobre vesículas seminais. Comparação testicular entre um não usuário (à esquerda) e um usuário (à direita), com evidente atrofia ocasionada pela utilização deliberada de esteréroides anabolizantes Encontramos na literatura científica, fortes relatos associando os esteróides a fortes alterações psicológicas durante períodos de uso da droga. Este fato também foi evidenciado no meio cinematográfico, através de um filme de Jaclyn Smith, baseado em fatos reais, que tem como título "Vítimas de uma fúria", que retrata em seu roteiro questões referentes à utilização de esteróides, relacionando seu uso e efeitos adversos, destacando alterações nos níveis de agressividade. Desta forma, tornando o usuário violento, agressivo e capaz de cometer crimes. "Nos períodos de uso de esteróides ocorreram aumentos significativos de alterações do humor, quer "positivas" (euforia, excitação sexual), quer negativas (irritabilidade, flutuação do humor, sentimentos violentos e hostilidade). Sendo também observado nessas ocasiões (falta de concentrações, diminuição de memória e confusão" (BRITO, 1996). Contudo, fica evidente a sintomatologia no tocante a associação de esteróides, em ocorrências de modificações psicológicas conhecidas como ''Steroid Rage" (raiva esteróide), levando pessoas de boa índole a cometer crimes, atos psicóticos, até mesmo suicídios como relata Brower (1991).Segundo estudos realizados por Friedl e Yesalis (1989), foi constatado o aparecimento de efeitos de feminização, caracterizados por dor, inchaço no tecido mamário, com aparecimento de nódulos que precisaram de remoção cirúrgica, esta patologia é denominada de Ginecomastia, podendo ocorrer em uma ou mais mamas. De forma empírica, culturistas se automedicam, utilizando drogas como Tamoxifem (estrogênio) e Mesterolona (anabólico que não aromatiza), com o objetivo de reduzir a ginecomastia. 72
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    Ginecomastia bilateral, ocasionadapela utilização de esteróides anabólicos. Processo cirúrgico para retirada dos nódulos. Yesalis (1993) relata em seus estudos, efeitos adversos androgênicos relacionados ao sistema cardiovascular, constatando uma diferença significativa referente à massa ventricular esquerda e espessura do septo intraventricular em usuários. Mochizuke e Richter (1998) em seus estudos, documentaram casos referentes à utilização de esteróides por um período prolongado e a possível ocorrência de A.V.C. e cardiopatia. Conforme Yesalis (1993); Santos (2003) , a pele do usuário de esteróides anabolizantes também sofre suas adversidades marcadas pela maior ocorrência de acne, oleosidade aumentada, cistos sebáceos, alopécia androgênica, dermatites, calvície, seborréia e estrias atróficas. Podendo ocorrer raramente quelóides lineares. Hipertrofia ventricular ocasionada em decorrência da utilização deliberada de esteróides anabolizantes Evans et al. (1998); David et al. (1994), afirmaram que uma grave complicação no sistema locomotor decorrentes do uso de esteróides, que é a ruptura de tendões e ligamentos, decorrentes da ação inibitória da droga sobre o colágeno, possibilitando o aumento de lesões. 73
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    Alterações dermatológicas comacne severa e calvície em usuários de esteróides anabólicos Há evidências de que os esteróides promovem aumento da agregação plaquetária e induzem a geração de fatores da coagulação, especialmente trobina e plasmina com aumento do risco de trombose (YESALIS, 1993). Alterações no sistema locomotor como, ruptura de tendões e ligamentos do bíceps e tríceps em usuários de esteróides anabolizantes. Segundo Fox e Fos (1989), estudos realizados através de relatos onde levantadores de pesos, que usam uma grande variedade de esteróides anabolizantes, apresentavam um padrão constante de níveis sangüíneos baixos a muito baixos de HDL colesterol (lipoproteínas de alta densidade). Sendo os níveis de HDL-colesterol abaixo de aproximadamente 38mg/100ml de sangue estão associados com um alto risco de coronariopatia prematura. 74
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    Alterações da paredearterial com lesão, ilustrando ruptura do endotélio e as modificações subseqüentes que levam à arterosclerose ocasionadas pela utilização deliberada de esteróides anabólicos. A utilização de anabólicos-androgênicos orais por um período de tempo prolongado, ocasionou distúrbios hepáticos em algumas pessoas. Sendo alguns desses distúrbios, aparentemente reversíveis com o término do uso das referidas drogas, porém, outros não são. Yesalis (1993); Wilmore; Costill (2001) relatam que, a utilização de esteróides por via oral exercem efeitos adversos quando da sua passagem pelo fígado, ocasionando aumentos da bilirrubina conjugada e da fosfatase alcalina e lesões hepáticas decorrentes de um tipo de hepatite química, podendo evoluir para tumores e cistos hepáticos hemorrágicos. Alterações hepáticas decorrentes da utilização de esteróides anabolizantes: Adenoma Hepatocelular, Malígno Carcinoma Hepatocelular e Piliose hepática COE (1988), enumera uma lista de efeitos colaterais ocasionados por esteróides anabolizantes, sendo em mulheres enumerados os seguintes efeitos: acne, rouquidão, engrossamento de voz, crescimento excessivo de pêlos, ciclo menstrual irregular (se as doses são suficientes para suprimir a gonadotrofina), câncer mamário, calvície, musculatura proeminente e hipertrofia clitoriana. Em crianças, foram relatados a possível ocorrência de parada do crescimento até 03 meses após a interrupção da droga. 75
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    Crescimento excessivo depêlos (padrão masculino), hipertrofia clitoriana e musculatura proeminente em mulheres usuárias de esteróides anabólicos. Melchert, Herron e Welder (1992) demonstraram em seus estudos referentes à aplicação de esteróides anabolizantes, apresentando ocorrências de prejuízos de membrana sarcolema, retenção de líquidos com danos a integridade dos lisosssomos, além da depressão da atividade da mitocôndria das células miocardíacas, levando a degradação da habilidade deste de formar substrato de alta energia para manutenção osmótica e integridade celular (danificando a produção de energia nas células). Conforme relata Yesalis (1993), a dependência física também referida como dependência farmacológica ou fisiológica é caracterizada pelos sintomas físicos ou psicológicos como angústia, aflição, depressão e outros, quando o usuário interrompe o uso da droga. Segundo Brito (1996), temos que considerar também a questão da partilha de agulhas e seringas, como a possibilidade de infecção pelo HIV. Newshan; Leon (2001) relatam um caso de AIDS em um culturista usuário de esteróides, onde o mesmo admitiu o uso de esteróides e cocaína, partilhando agulhas e seringas com companheiros de academia. Fotos publicadas na internet, orientando a auto aplicação, potencializando o risco para lesões como abscesso (acúmulo de pus em cavidade formada por processo inflamatório). 76
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    Tendo em vistaos aspectos supracitados, torna-se evidente a necessidade de realizar estudos no tocante a produção de conhecimentos, a respeito dos efeitos colaterais decorrentes da utilização deliberada de esteróides anabolizantes, procurando alertar os atletas e a população em geral sobre os riscos causados pelo consumo da referida droga. Efeito colateral do uso de anabolizantes e óleos injetáveis “Cresce o número de pessoas que adere ao uso de esteróides anabolizantes para moldar o corpo e ganhar força, resistência e velocidade. Sem qualquer controle, o medicamento, apesar de ser proibido, é oferecido principalmente em academias de ginástica. Os danos causados por seu uso, entretanto, podem ser irreversíveis. O problema já está sendo visto como um caso de saúde pública”. Introdução A busca de corpos esculpidos à base de remédio está levando jovens de aparência saudável a um vício muitas vezes sem volta. O motivo é o uso dos chamados esteróides anabolizantes. Apesar de não haver estatísticas, sabe-se que vem crescendo o número de consumidores da droga. E não são apenas os atletas em busca de mais força, velocidade, e resistência dos músculos os únicos a usá-lo. Homens, jovens e mulheres que querem apenas ganhar massa corporal em pouco tempo também se deixam seduzir pelos efeitos da droga. O abuso desse medicamento não é novidade. O maior problema, atualmente, segundo especialistas, é a adesão às drogas nas academias convencionais. “Muitas vezes, é o próprio instrutor quem chega para o aluno e diz que seu desenvolvimento chegou ao limite. Aí vem a sedução pelos anabolizantes”, explica Fernando Vítor Lima, professor da Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Treinamento Esportivo. Nas lojas de suplementos nutricionais, a situação não é diferente: “O charlatanismo é muito grande nesse meio. As pessoas receitam o produto como se soubessem tudo sobre ele. Quem compra, na verdade está pagando pelo sonho de um corpo perfeito, na verdade, de uma ilusão, porque os problemas ocasionados são muitos”, orienta. Nos Estados Unidos, os anabolizantes já são considerados uma droga proibida, que só pode ser vendida com receita médica. Na Suécia, existem serviços que encaminham os usuários para tratamento, como se ele fosse um viciado em droga. No Brasil, segundo o professor, apesar da proibição de venda, a Vigilância Sanitária é falha e os esteróides continuam sendo consumidos em larga escala. O uso indiscriminado desses esteróides teve início em 1930, com alguns fisiculturistas e atletas que buscavam desenvolvimento muscular rápido e melhora de performance. Com o passar dos anos, o uso se estendeu para esportistas amadores, frequentadores de academias e adolescentes. O que são Esteróides Anabolizantes Os anabolizantes são substâncias sintéticas similares aos hormônios sexuais masculinos e promovem, portanto, um aumento da massa muscular (efeito anabolizante) e o desenvolvimento de caracteres masculinizantes. A massa corporal aumenta porque eles aumentam a capacidade do corpo de absorver proteína, além de reter líquido provocando o inchaço dos músculos. Geralmente, os anabolizantes, ou “bombas”, como também são chamados, são tomados oralmente em cápsulas/tabletes, ou injetados no músculo. Muitas vezes, as drogas são usadas em associação de até três tipos diferentes e em doses 100 vezes maiores que as preconizadas por tratamento médico. Anadrol, Oxadrin e Durabolin são alguns exemplos de esteróides. Embora muita gente não saiba, o anabolizante tem uso na medicina, para casos de osteoporose, deficiência de crescimento, problemas hormonais masculinos, como o hipogonadismo. Entretanto, só é ministrado em 77
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    doses terapêuticas enecessitam sempre de prescrição médica para serem adquiridos. “Os médicos receitam doses de, no máximo, 15 mg enquanto que os fisiculturistas chegam a tomar até 300 mg”, diz Fernando. Consequências do uso de Anabolizantes O efeito de um corpo saudável com os anabolizantes é apenas aparente. Está provado que seu uso só gera danos à saúde. Os efeitos colaterais das superdosagens são muitos. A pessoa pode desenvolver problemas no fígado, inclusive câncer, redução da função sexual, derrame cerebral, alterações de comportamento com aumento da agressividade e nervosismo, aparecimento de acne. Ao todo, 69 efeitos colaterais já foram documentados. Em garotos e homens existe a diminuição da produção de esperma, retração dos testículos, impotência sexual, dificuldade ou dor ao urinar, calvície, desenvolvimento irreversível de mamas. Em adolescentes de ambos os sexos, também pode ocorrer parada prematura do crescimento, tornado-os mais baixos que outros, não usuários de anabolizantes. A parada brusca do uso de anabolizantes também pode produzir sintomas como depressão, fadiga, insônia, diminuição da libido, dores de cabeça, dores musculares e desejo de tomar mais anabolizantes. O uso compartilhado de esteróides por seringas e agulhas não esterilizadas é comum e pode expor o indivíduo a doenças como Aids, hepatites B e C e endocardite bacteriana. Caminho sem Volta Segundo o professor Fernando, não se sabe até que ponto os problemas ocasionados pelo uso das “bombas” são reversíveis. “Os casos têm que ser analisados de forma isolada porque cada organismo reage de um jeito ao uso do esteróide. Em muitos casos, o nível de comprometimento das funções é tão grande que não há opção de cura. Várias pessoas já morreram por causa do uso indiscriminado dos anabolizantes”, adverte. Por tantos riscos e inconvenientes, o uso indiscriminado de anabolizantes deve ser desencorajado, banido do meio esportivo. Para Fernando, a grande arma capaz de resolver esse problema são as campanhas educativas. ” O uso de esteróides já se tornou um caso de saúde pública. O governo tem que tomar providências”, completa. Separamos algumas imagens de pessoas que sofreram sérias consequências devido ao uso dos anabolizantes, por isso, por mais que o caminho em busca de um corpo sarado seja díficil o que vale realmente a pena nessa luta é malhar com saúde. O RISCO AINDA MAIOR QUE O USO DOS ANABOLIZANTES: INJEÇÃO DE ÓLEOS Parece irreal acreditar que algumas pessoas em busca da perfeição corporal sejam capazes de injetar determinados tipos de óleos, isso mesmo, eles utilizam uma substância na forma química de óleo via endovenosa,os riscos dessa prática são devastadores. Um dos óleos mais utilizados por jovens que desejam um músculo mais avantajado é o ADE, um conjunto de substâncias utilizado para bois, cavalos, carneiros, porcos, que servem para suprir a deficiência de vitaminas no corpo do animal. Como um combustível, os jovens fazem um coquetel de substâncias e injetam nos músculos para um rápido crescimento, sem se preocuparem com os riscos que essa injeção pode trazer. (Tribuna do Norte) O ADE, também usado pelos jovens, é um complexo vitamínico que pode causar necrose do músculo se mal aplicado. Pagnani contabilizou pelo menos 30 casos recentes de graves seqüelas decorrentes da má aplicação do ADE. Desde 1998, há pelo menos quatro mortes documentadas no país relacionadas aos anabolizantes. A associação prepara uma campanha contra o uso dessas substâncias. (Folha de S. Paulo) 78
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    Sem efeito anabolizante,o ADE provoca uma inflamação quando injetado no músculo. A substância fica “encapsulada” e infla o local, o que pode ser confundido com hipertrofia muscular. Pode causar necrose dos tecidos, amputação e até morte. (Folha Cotidiano) Como funcionam O que estas substâncias poderiam fazer pelo desenvolvimento muscular? A resposta é clara: nada. Nenhum desses compostos tem a capacidade de promover o anabolismo, muito pelo contrário o efeito mais claro de seu uso é a morte dos tecidos adjacentes. Quando se aplica uma dessas drogas, apenas uma pequena parte é absorvida de imediato, o restante permanece estagnado no local. A grande quantidade de óleo é reconhecida pelo organismo como um corpo estranho dentro do músculo e, como meio de proteção, uma camada de tecido conectivo é formada em volta do óleo para evitar que ele se espalhe e cause mais danos. Ou seja, ao aplicar um desses óleos, não se está aumentando a massa muscular e sim criando uma espécie de tumor. A inflamação aliada à presença dos óleos, leva ao aumento do volume no local, que permanece por alguns anos, até que o corpo consiga removê-lo totalmente ou, pior, até que ele destrua os tecidos e tenha que ser removido cirurgicamente. Efeitos colaterais O organismo pode não ser capaz de controlar adequadamente os processos lesivos decorrentes da presença do óleo, gerando uma progressiva destruição tecidual que leva ao comprometimento de toda a região, que culmina com a remoção cirúrgica dos tecidos mortos e, em casos extremos, leva a amputações. Apesar de parecer distante para muitos usuários, nos Estados Unidos, onde esta moda se espalhou e ganhou proporções absurdas, as amputações já ocorrem, e há quem diga que são relativamente comuns. Outro problema grave é o próprio ato de injetar os óleos, o que normalmente é feito pelo próprio usuário ou por outra pessoa despreparada, sem nenhum conhecimento de anatomia. Normalmente os locais onde se aplicam as drogas são altamente vascularizados, como bíceps e panturrilha, o que aumenta exponencialmente o risco de se atingir ramos do sistema circulatório durante a aplicação. Caso esta substância caia na circulação o risco de morte é real e iminente, podendo causar embolias, ataques cardíacos, infartos, derrames cerebrais ou outros problemas graves (um renomado fisiculturista profissional atingiu uma veia enquanto aplicava um desses produtos e quase foi a óbito por complicações cardiocirculatórias). Também são relativamente comuns os casos onde se atingem nervos, levando a paralisias irreversíveis. (para quem acha que isto é um alarde irreal, recomendo que veja uma foto onde se mostra a quantidade de nervos, veias e artérias dos locais onde se aplica o óleo). Considerações finais Por ser uma prática leiga, obscura e sem nenhum controle, será muito difícil obter dados oficiais dos problemas advindos do uso de óleos para crescimento localizado, mas já se ouve muitos relatos de efeitos colaterais sérios, como morte, embolia, infartos, amputações, paralisias e necroses. Além dos males diretos, a facilidade em obter um aumento do volume de determinado músculo através de injeções localizadas está criando verdadeiras aberrações. O uso desses óleos está fazendo com que se perca o bom-senso, sendo comum vermos braços desproporcionais ao tórax, com uma aparência e consistência que denuncia claramente que aquilo não é músculo. SEPARAMOS ALGUMAS FOTOS DE EFEITOS GERADOS PELO USO DE ANABOLIZANTES E PELA INJEÇÃO INDISCRIMINADA DE ÓLEO COM FINALIDADE PARA USO ANIMAL, PARA QUE VOCÊS POSSAM VISUALIZAR OS REAIS DANOS CAUSADOS POR ESSAS PRÁTICAS 79
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    O treino corretoe a alimentação disciplinada são meios valiosos não só de se obter benefícios estéticos, mas principalmente para se alcançar melhoras que atingem a saúde e outros aspectos qualitativos da vida. No entanto, as práticas saudáveis estão sendo substituídas por frascos de óleos. Usar artifícios que não trazem ganhos reais e, ainda prejudicam seriamente seu organismo é ignorância e não tem nada a ver com esporte, saúde ou com uma atitude racional e coerente 82
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    Suplementos Alimentares Os suplementos alimentares são preparações destinadas a complementar a dieta e fornecer nutrientes, como vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos ou aminoácidos, que podem estar faltando ou não podem ser consumida em quantidade suficiente na dieta de uma pessoa. Os suplementos alimentares para fisiculturismo são usados por praticantes de atividade física, mais comum em praticantes de musculação, proporciona nutrientes essenciais como proteínas, carboidratos, aminoácidos, vitaminas e etc. A grande vantagem dos suplementos para fisiculturismo é a pouca quantidade de gordura presente neles. Alguns suplementos protéicos • Albumina, • Whey Protein, • Caseína, • Proteína de soja, • Levedura de cerveja, • Creatina • PowerMax Carboidratos • MaltoDextrina, • Dextrose, • Hipercalóricos em geral. Suplementação Desportiva O uso de suplementos cresce no mercado e milhares de pessoas buscam esse tipo de produto na esperança de mais saúde, beleza e rendimento. As promessas de resultados feitas pelos fabricantes geralmente não possuem qualquer respaldo científico ou são embasadas em pesquisas encomendadas. O uso de substâncias que melhorem o rendimento é uma prática antiga no meio esportivo, mas o que é um suplemento? Burke & Read classificam os suplementos em duas grandes categorias: os suplementos dietéticos e os auxiliadores ergogênicos. Os suplementos dietéticos são similares aos alimentos em relação aos nutrientes fornecidos, são produtos práticos para ingestão durante atividade, podem servir como auxiliares no 83
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    aumento do consumoenergético ou do aporte vitamínico-mineral. Entre eles estão: as bebidas esportivas (com CHO e eletrólitos), os suplementos com alto teor de CHO (como os geis de CHO), os multivitamínicos, vitamínicos, suplementos minerais, refeições líquidas e os suplementos à base de cálcio. Por eliminação, o restante das sustâncias ingeridas de forma suplementar a alimentação seria considerado auxiliador ergogênico. Os suplementos dietéticos não promovem aumento de desempenho. O resultado melhor na performance seria uma consequência da capacidade em atender uma demanda nutricional. Ou seja, o atleta não ficaria mais forte ou mais rápido devido ao suplemento, mas conseguiria manter-se em atividade mais tempo, por exemplo. Já o auxiliador ergogênico teria a capacidade de aumentar a performance, fornecendo substâncias que fisiologicamente não fariam parte da demanda nutricional. Outras classificações surgiram e alguns autores classificam todos os suplementos como sendo ergogênicos porque de uma forma ou de outra eles auxiliam na performance. Na verdade a grande diferenciação que se deve fazer é: existem substâncias que podem agir alterando processos metabólicos e genéticos diferentemente dos alimentos e existem produtos que simplesmente fornecem os nutrientes que normalmente viriam da alimentação de outra forma. É a linha que divide o que seria considerado suplementação nutricional do que se aproxima do doping. Dessa forma, quem consome suplementos e participa de eventos esportivos, deve estar atento para o conteúdo REAL do suplemento para não ingerir substâncias proibidas, fato que já ocorreu com atletas importantes, que foram condenados por doping e que depois provou-se que a substância provinha de produtos comercializados como “suplementos alimentares”. Utilidades para cada tipo de atividade A ausência de recomendações nutricionais para atletas dos mais diversos esportes facilita a difusão de conceitos infundados em relação à necessidade da suplementação. Normalmente o consumo de suplementos é fomentado pela ideia de que é necessário compensar uma dieta inadequada, para atender um suposto aumento nas necessidades diárias imposto pelo treinamento ou pela vontade de ter um efeito sobre a performance. Mas na verdade as carências nutricionais precisam de testes para ser identificadas. O aumento do consumo energético normalmente pode ser feito pela dieta e muitas vezes os conteúdos dos suplementos, como a proteína, já são abundantes na alimentação normal. E a noção de melhorar a performance a custa do suplemento quase sempre carece de evidência científica. Como alguns costumam dizer: existem dois tipos de suplementos para aumentar a performance, os que não funcionam e os que são proibidos. Os suplementos podem e devem ser utilizados em treinos ou competições quando: 1. há uma dificuldade em ingerir as calorias suficientes para repor o que o atleta gasta durante o treino ou competição; 84
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    2. deseja-se diminuiro bolo fecal para evitar evacuação durante a competição; 3. pretende-se fazer uma supercompensação com CHO e não existe abundância de alimentos ricos em CHO ou as condições de higiene e preparo não são favoráveis; 4. existe a necessidade de recuperação pós-esforço combinada com situações de falta de apetite; 5. o indivíduo passa por uma situação temporária de restrição alimentar; 6. competições e treinos longos que necessitam do consumo de CHO para serem mantidos em níveis de volume e intensidade aceitáveis. Suplementos e Exercícios de Força Sem dúvida o grande vilão do mercado de suplementos está em cima dos produtos para ganho de massa muscular, principalmente aqueles à base de proteína concentrada. Contrariando a crença popular, durante o exercício de endurance o corpo usa mais proteína do que durante o exercício de força com sobrecarga. Mas quem faz uso do suplemento alega que a proteína é importante durante a recuperação, o que é verdade, mas também é verdade que a proteína da dieta normal quase sempre é suficiente ou excessiva. Uma das alegadas vantagens dos suplementos protéicos como o Whey Protein e PowerMax, seria a sua rapidez de absorção. Realmente os hidrolisados de proteína são mais rapidamente digeridos, mas dois aspectos chamam a atenção: 1. Existe evidência de que as proteínas de rápida absorção como o whey protein ficam menos tempo circulantes e 2. Normalmente os fisiculturistas e as pessoas que buscam hipertrofia muscular fazem refeições a cada 2-3 horas. Com esse regime de horários não é possível existir queda nos níveis de aminoácidos, portanto, a velocidade de absorção é indiferente. Uma refeição que contenha caseína mantém os níveis de aminoácidos aumentados por 7 horas, questionando também a necessidade em se fazer refeições tão próximas. Não se nega o fato da maior necessidade protéica em atletas de exercícios de força, a questão é que na maioria dos casos o consumo de proteína já é várias vezes acima do necessário. A suplementação com proteína pode ser indicada nos casos em que: 1. existe uma necessidade real em se aumentar o aporte protéico e isso deve ser feito sem incrementar o conteúdo de gordura da dieta; 2. a dieta deve ser complementada porque o indivíduo não tem condições no dia-dia de consumir proteína (mora sozinho, sem tempo de cozinhar, etc.); 3. indivíduos que precisam passar por restrição calórica e não desejam perder massa magra. 85
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    Para quem visaaumento de massa muscular e vai consumir algum suplemento, o melhor horário é assim que encerre os exercícios. Testes feitos com bebidas contendo CHO e proteína ingeridas logo após o treino indicam que a síntese protéica foi aumentada nessa situação. Algumas pesquisas estão sendo feitas com a estratégia de ciclos de proteína. Alternando dias de baixo consumo com períodos de alto consumo supostamente a absorção das proteínas seria melhorada, mas os resultados ainda são muito imprecisos e duvidosos. Suplementos e Exercícios de Endurance Nos esportes de longa duração e nas provas de vários dias, só é possível para o atleta equilibrar o gasto energético com o consumo, se utilizar alimentos ou suplementos durante a atividade. Deve-se levar em conta que os depósitos de glicogênio podem não ser restaurados de um dia para o outro. Treinos em dias consecutivos podem levar a uma depleção tamanha que precise de repouso para recuperação total. Manter uma dieta rica em CHO e usá-los durante o treino é a maneira mais eficiente de evitar este problema. Um ciclista em provas longas como o Tour de France, por exemplo, necessita de até 9 mil calorias por dia, o que é um fator limitante nestes esportes. Muitos atletas não conseguem suportar a competição por não conseguirem absorver a energia necessária. A suplementação costuma ser usada nessas situações. Atualmente existem repositores que conseguem em uma pequena garrafa entregar 1000 calorias ao atleta em forma de líquido. O atleta que não repõe o que gasta perde peso e desempenho Como em exercício de endurance as gorduras são queimadas em abundância, faria sentido usar suplementos lipídicos nessas situações. Entre estes suplementos estariam os triglicerídeos de cadeia média (TCM), que aumentam a oferta de ácidos graxos no plasma. Uma alternativa seria aumentar o consumo de gordura, como proposto pela dieta 40/30/30. O uso dos TCM surgiu como uma alternativa, mas existe uma baixa tolerância gastrintestinal aos TCM e nas quantidades aceitáveis não houve economia de glicogênio. As dosagens que resultaram em economia de CHO são muito altas e geralmente causam efeitos colaterais que comprometem o desempenho. Ao iniciar uma dieta hiperlipídica o organismo passa por várias adaptações enzimáticas no sentido de usar melhor os AGL, mas outro efeito resultante do maior consumo de gordura é que com esse aumento ocorre uma diminuição no consumo de CHO, diminuindo os depósitos de glicogênio muscular. O aumento da concentração de AGL no sangue com a finalidade de diminuir o gasto de CHO em exercício foi testado de várias formas, inclusive com 86
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    injeções de produtosque aceleram a captação de AGL e outros métodos invasivos. Todos seriam considerados doping. Dessa forma, atualmente a suplementação com lipídios e as dietas ricas em gordura parecem não trazer nenhuma vantagem para o atleta de endurance. Segurança A abundância de produtos disponíveis e a falta de controle fazem com que seja difícil estudar a eficácia e até mesmo a segurança dos suplementos. Muito do que é divulgado não passa de propaganda. Existe uma indústria milionária apoiando a venda dos produtos enquanto que a verba investida em pesquisa séria sobre os produtos é irrisória. Suplementos mais conhecidos • Cafeína: como a cafeína tem ação lipolítica, supôs-se que a suplementação auxiliaria na lipólise e pouparia glicogênio muscular. Mas os resultados foram contraditórios e apesar de ser também um forte estimulante, a cafeína é um diurético, aumentando a perda líquida em atividade, um fator indesejável. A quantidade de cafeína para ter um efeito significativo como estimulante é muito grande e seria considerada doping. Além disso, o consumo cotidiano de cafeína interfere na sua sensibilidade – pessoas que nunca consomem café são mais sensíveis aos seus efeitos. Essa variação pessoal seria mais um complicador caso se faça uma prescrição individual de uso. • Carnitina: atua como transportadora de lipídios intracelulares e pensou-se que o uso poderia facilitar a utilização de AGL circulantes. Mas os estudos mostraram que esse tipo de suplementação não traz melhorias ao rendimento e que na verdade o que pode acelerar o processo é uma aceleração do funcionamento enzimático intracelular, o que só ocorre com o treinamento. Mesmo assim, a carnitina é vendida mundialmente sob o pretexto de ser um “queimador de gordura”. • Aminoácidos isolados: o consumo de aminoácidos isolados como suplemento iniciou com a suplementação de pessoas doentes e os defensores desta prática para atletas alegam que poderiam estimular a secreção de hormônio do crescimento (GH), mas isso não foi provado. Existem indicações de que estes aminoácidos poderiam influenciar a absorção de outros aminoácidos, causar falha renal e lesões teciduais. A suplementação por longos períodos com aminoácidos não tem qualquer benefício comprovado sobre o rendimento, podendo ainda induzir um quadro de resistência periférica à insulina. Não há, portanto evidências apontando o uso de aminoácidos como sendo benéfico para o atleta ou para o seu rendimento. • BCAA (Branched-chain amino acids): aminoácidos de cadeia ramificada, valina, leucina e isoleucina. A maior quantidade de estudos com BCAA deve-se ao quadro da fadiga central. As estratégias para utilização do 87
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    BCAA em relaçãoà fadiga central procuram estabelecer que sua suplementação realmente atrase o início da fadiga. Atualmente existem três manobras nutricionais para evitar a fadiga central: a) suplementação de CHO durante o exercício, o que diminuiria o uso de BCAA, e consequentemente sua queda no sangue; b) suplementação com BCAA para manter seus níveis no sangue; c) uma mistura de BCAA e CHO durante o exercício. O poder anabólico e anticatabólico dos BCAA também vêm sendo estudado. O consumo de BCAA estimularia a liberação de hormônios anabólicos como o GH, insulina e testosterona. Vários estudos já mostraram que altas doses de BCAA podem afetar negativamente o rendimento, reduzindo a absorção de água, causando distúrbios gastrintestinais e aumentando a produção de amônia. • Beta-hidroxi metil butirato: quando associado ao treino de força parece induzir aumentos na massa magra e na força, no entanto a quantidade dos estudos e as populações estudadas não permitem fazer qualquer tipo de prescrição confiável. • Glutamina: é o aminoácido mais comum em nosso plasma e é muito queimado em exercício. Este aminoácido é fonte energética para as células do sistema imunológico e as quedas da glutamina baixam a resistência contra infecções oportunistas, um dos motivos para gripes e resfriados próximos à competições ou treinos fortes. A glutamina não pode ser suplementada eficientemente porque as células intestinais são altas consumidoras de glutamina e não permitem que ela passe para o sangue. Além do efeito sobre o sistema imunológico, a glutamina poderia ter um efeito anabolizante e de estimular a síntese de glicogênio. Formas associadas do aminoácido e outras alternativas estão sendo estudadas e existe alguma indicação de que mesmo com a questão da absorção abdominal prejudicada, o fato de suplementar poderia poupar glutamina endógena. • Creatina: a capacidade máxima do sistema anaeróbico em produzir energia é regulada pela degradação do fosfato de creatina e dura em média 10 segundos. A concentração de fosfato de creatina intramuscular é importante para a realização de exercício anaeróbico, intermitente ou de apenas um esforço único que dure no máximo 30 segundos. A creatina que usamos pode ser fornecida diretamente pela alimentação (carnes) ou ser produzida de forma endógena pelo fígado, rins e pâncreas a partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina. Os efeitos da creatina suplementada são mais bem percebidos em: - testes de sprint na natação - produção de força máxima em cicloergômetro; - tiros de até 700 metros em corrida; 88
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    - velocidade finalem tiros de 60 m em corrida; - tempo até a exaustão em testes de alta intensidade em bicicleta; - capacidade de força e na composição corporal de levantadores de peso; - performance em saltos. O uso da creatina deve obedecer a uma estratégia porque ela é transportada para o interior celular por proteínas que, quando expostas por longos períodos a grandes doses de creatina, perdem sua sensibilidade. Portanto, o consumo regular de creatina não surte qualquer efeito. O período em que a creatina intramuscular fica elevado é de 4-6 semanas. A creatina é mais bem absorvida quando ingerida junto com CHO em líquidos mornos. Até o momento não se conhece nenhum prejuízo à saúde devido à suplementação com creatina como na estratégia proposta. O uso crônico não foi avaliado. Atletas de atividades mais longas do que 5 minutos parecem não ter qualquer benefício com a creatina, podendo apresentar ligeiro ganho de peso, o que normalmente é indesejável em várias modalidades 89
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    DST (doenças sexualmentetransmissíveis) Doenças sexualmente transmitidas ou DSTs, são doenças infecciosas que podem ser disseminadas através do contato sexual. Algumas podem também ser transmitidas por vias não sexuais, porém formas não-sexuais de transmissão são menos frequentes. Estima-se que de 10 a 15 milhões de americanos tenham doenças sexualmente transmitidas, muitos dos casos são epidêmicos, incluindo gonorréia, inflexão da uretra não causada pela gonorréia, herpes genital, candiloma, scabics (mites) e infecções na uretra e na vagina causadas pela bactéria Chlamydia trachomatis, pelo protozoário Trichomas e pelo fungo monilia. Vários estudos mostram que as doenças sexualmente transmitidas afetam pessoas de ambos os sexos, de todas as raças e de todos os níveis sociais nos Estados Unidos. Um grande número de infecções são transmitidas predominantemente ou exclusivamente por contato sexual. Além das doenças epidêmicas que foram citadas acima, podemos incluir a sífilis, o chato (pediculosis pubis), infecção vaginal causada pela bactéria Hemophilus e muitas outras. DSTs podem ser causadas por uma grande variedade de organismos, tais como o protozoário Trichomonas, a levedura causadora de moniliasis, bactérias causadoras da gonorréia e da sífilis e o vírus que causa a herpes genital. Transmissão A transmissão de todas estas doenças só ocorre através do contato íntimo com a pessoa infectada, porque todos os organismos causadores morrem rapidamente se forem removidos do corpo humano. Apesar da área de contato ser normalmente as genitais, a prática de sexo anal e oral pode também causar infecções. Gonorréia, sífilis e infecção clamidial podem ser transmitidas de um portadora grávida ao filho que está sendo gerado, tanto através do útero como através do parto. 90
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    Apesar das doençasvenéreas se manifestarem na genitália externa, elas podem atingir a próstata, o útero, os testículos e outros órgãos internos. Algumas dessas infecções causam apenas uma irritação local, coceira e uma leve dor, porém a gonorréia e clamídia podem causar infertilidade em mulheres. Controle A natureza epidêmica das doenças sexualmente transmitidas as torna de difícil controle. Algumas autoridades em saúde pública atribuem o aumento no número de casos destas doenças ao aumento de atividade sexual. Outro fator que também contribui significativamente é a substituição do uso de camisinha (condom) - que oferece alguma proteção - por pílulas e diafragmas com métodos anticonceptivos. Os padrões das doenças sexualmente transmitidas são bastante variáveis. Enquanto a sífilis e a gonorréia eram ambas epidêmicas, o uso intensivo de penicilina fez com que a freqüência da sífilis caísse para um nível razoavelmente controlado; a atenção voltou-se então ao controle da gonorréia, foi quando a freqüência da sífilis aumentou novamente. Os casos de herpes genital e clamídia também aumentaram durante a década de 70 e durante o início da década de 80. O tratamento de doenças sexualmente transmissíveis é feito basicamente com antibióticos. A penicilina tem sido uma droga eficiente contra a sífilis e a gonorréia, porém muitos dos organismos causadores da gonorréia são hoje resistentes à penicilina; usa-se nestes casos o ceftriaxone ou a spectinomicine. A tetraciclina é usada para tratar o linfogranuloma venéreo, o granuloma inguinale e a uterite clamidial. Existem tratamentos específicos para a maioria das doenças sexualmente transmitidas, com exceção do molluscum contagiosum. A droga antivirus aciclovir tem se mostrado útil no tratamento da herpes. A única forma de se prevenir a dispersão das doenças sexualmente transmitidas é através da localização dos indivíduos que tiveram contato sexual com pessoas infectadas e determinar se estes também necessitam tratamento. Localizar a 91
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    todos, entretanto, ébastante difícil, especialmente porque nem todos os casos são reportados. AIDS (SIDA) e a hepatite B são transmitidas através do contato sexual, porém estas doenças podem também ser transmitidas de outras formas. Condiloma (HPV) Condiloma é a designação genérica do Papilomavírus Humano. Outros denominações como condilomatose, condiloma acuminado e crista de galo também podem ser usadas. A exemplo do herpes, o condiloma tem períodos de latência (remissão) variáveis de um indivíduo para o outro. Causam lesões verrugosas, a princípio microscópicas e de difícil visualização a olho desarmado, que vão lentamente crescendo como lesões sobrepostas umas às outras, formando a designação popular de crista de galo. Podem chegar, em indivíduos com higiene precária, a lesões coalescentes e grandes como a palma da mão de um adulto. Seu contágio é quase que exclusivamente sexual (gênito-genital, oro- genital ou gênito-anal) e sua manifestação depende da imunidade do contaminado O diagnóstico faz-se por penoscopia direta (coloração especial que tinge as lesões condilomatosas quando presentes) e sempre que possível, biópsia para confirmar- se a suspeita clínica. Uma vez diagnosticado o condiloma, o tratamento é quase sempre é cirúrgico por uma destas modalidades: eletrocauterização ou eletrofulguração, que consiste em queimar as lesões ou a exerése das lesões que serão mandadas para exame anatomopatológico, fazendo-se assim a biópsia e o tratamento ao mesmo tempo. Muitas vezes os dois métodos são utilizados em conjunto, nas lesões extensas. A cauterização química com ácidos orgânicos que também queimam as lesões, têm uma série de contra-indicações e complicações que me levaram a quase descartá-lo para uso rotineiro. 92
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    O cliente comcondilomatose deve ser alertado para a possibilidade de recidivas após os tratamentos, como se lesões latentes esperassem a hora certa para aparecer. Não raro estes clientes terão repetidas sessões de terapia. Também é importante salientar que no homem o condiloma é apenas uma lesão esteticamente feia, mas na mulher é precursor do câncer de colo do útero, uma doença grave. Portanto, tratar o homem é prevenir uma complicação séria para a mulher. Nestes casos, frequentemente recebemos o homem para penoscopia por solicitação do ginecologista da esposa, que diagnosticou displasia do colo de útero e suspeita de condiloma como agente causador. Herpes Os vírus herpes simples (VHS) tipo 1 e tipo 2 são ambos da família herpesvirus humanos, a qual ainda inclui o citomegalovírus, o Epstein-Barr vírus, varicela zoster vírus e herpesvirus humanos específicos (Kaposi). A principal característica dos herpesvírus é a de produzir infecções latentes, potencialmente recorrentes. A latência se desenvolve a partir da sobrevivência do material genético do vírus dentro de células hospedeiras, sem produção de partículas infectantes A infecção genital pelo VHS é adquirida a partir do contato de superfícies cutâneas (pele) ou mucosas genitais com os vírus infectantes. Sendo um parasita celular obrigatório (é desativado pela perda de umidade à temperatura ambiente), é pouco provável que se transmita por aerossol (gotas microscópicas) ou fômites (peças de vestuário íntimo, assento do vaso sanitário, papel higiênico, etc.), sendo o contato sexual, orogenital ou genito-anal e gênito-genital, o modo habitual de transmissão. Acredita-se, a exemplo de outras infecções genitais, que o VHS penetre no corpo humano por pequenas escoriações (raspados) ou fissuras na pele ou mucosas, resultante do ato sexual. Após sua infecção, o VHS é transportado através dos 93
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    neurônios (nervos), comisto podendo variar seus locais de recidiva. Na infecção inicial a gravidade das lesões será diretamente proporcional à imunidade da pessoa, disto também dependerá a freqüência e gravidade das recidivas. A pessoa que teve infecção anterior pelo VHS oral poderá ter uma infecção pelo VHS genital atenuada (menos grave) pela presença de anticorpos cruzados. Não existe até o presente momento, cura para qualquer tipo de herpes. Todo o tratamento proposto visa aumentar os períodos de latência em meses e até anos. A partir de diagnóstico clínico e laboratorial, medidas higiênicas devem ser tomadas para o indivíduo e sua/seus parceiros sexuais. Em mulheres grávidas, maiores cuidados em relação ao feto devem ser adotados, mesmo que o diagnóstico não tenha sido na gestante e sim no seu parceiro sexual. Este, infectado, deve evitar o coito durante a gravidez ou fazê-lo de modo seguro. Como adquiri isto ? Pergunta freqüente de consultório, sempre implicando em "infidelidade". Esta pode estar presente, sem dúvida, mas grande parte dos infectados é assintomático até sua primeira crise herpética, num intervalo que pode ser de muito tempo e depois de vários relacionamentos amorosos. Lembro aqui que o perigo maior de contágio está nas lesões por recorrência quando então o indivíduo deve se proteger para não transmitir durante a atividade sexual. Fatores que baixam a imunidade, como gripes ou resfriados e o stress podem contribuir para tornar as recidivas mais freqüentes. Por isto pacientes aidéticos podem ser cronicamente molestados por esta doença. Não há evidências médicas de relação do herpes com qualquer tipo de câncer humano. Uretrites 94
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    É a designaçãogenérica para processos inflamatórios ou infecciosos da uretra (canal que conduz a urina da bexiga para o meio externo, ao urinarmos) masculina e feminina. Os sintomas da uretrite compreendem: a descarga uretral (secreção) que varia de acordo com o agente etiológico, desconforto urinário sob forma de ardência e/ou dor para urinar e às vezes sensação de "coceira" na parte terminal da uretra (perto do meato urinário na glande peniana). Estes três principais sintomas podem variar de intensidade de acordo com a doença. As uretrites inflamatórias (sem a participação de germes), em grande parte, são originadas pelo trauma externo, como por exemplo o hábito de ordenhar a a uretra após urinar, ou hábito masturbatório, lembrando aqui que a uretra é uma estrutura bastante superficial e sensível. O trauma interno, como aquele que ocorre após manipulação com instrumentos ou sondas, também pode originar uma uretrite inflamatória, que deverá receber tratamento sintomático adequado. As uretrites infecciosas são doenças sexualmente transmissíveis (DST), que é o nome atualmente aceito para as antigas doenças venéreas, termo este empregado no passado, quando blenorragia (gonorréia) e sífilis dominavam o cenário das DST. Ainda deste conceito temos a classificação das uretrites infecciosas, como uretrite gonocócica e não-gonocócica. A gonocócica, como diz o termo, é a causada pelo gonococo (N. gonorrhoeae) e as não-gonocócicas são mais comumente causadas por um dos germes a seguir: clamidia, micoplasma e ureaplasma. A uretrite gonocócica produz extremo desconforto uretral, com dor, ardor, urgência urinária e secreção abundante, esverdeada, que suja a roupa íntima do(a) portador(a). Já as demais uretrites, podem ter sintomatologia escassa, com pouca ou nenhuma secreção no início da doença. Um dos sintomas mais comuns, é o misto de ardência para urinar com coceira após urinar. Na suspeita deste tipo de uretrite, devem ser realizados exames laboratoriais para se tentar descobrir o germe responsável. Uma história detalhada e um exame físico minucioso devem ser realizados. 95
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    Muitas uretrites inadequadamentetratadas podem evoluir para complicações mais sérias, como uma cervicite e doença inflamatória pélvica na mulher ou orquite, epididimite ou prostatite no homem. Na maior parte das vezes o urologista vai preferir tratar o casal, mesmo que o(a) parceiro(a) não apresente sintomas importantes. Como sequelas das complicações das uretrites mal conduzidas, podemos citar infertilidade e as estenoses de uretra. Candidíase É a infecção causada pela Cândida albicans, e não é obrigatoriamente uma DST. No homem, balanopostite ou postite por cândida e na mulher, vaginite ou cervicite por cândida. É um fungo que habita normalmente nosso organismo, tendo a função de saprófita (alimenta-se de restos celulares) no aparelho genital. Como qualquer outra micose, gosta de ambientes quentes e úmidos, como a vagina e o prepúcio. No homem, o microtraumatismo peniano que resulta de uma relação sexual pode ser o suficiente para desencadear o processo de instalação de uma balanopostite por cândida, que com certeza vai incomodar seu portador. Surge já nas primeira horas uma ardência ao contato com secreção vaginal ou à própria urina, bem como a pele torna-se avermelhada, brilhante e friável (descama com facilidade ao toque) com um prurido (coceira) intensa. Na mulher, o sintoma mais importante é o prurido vaginal ou dos lábios da vulva, seguido ou não por secreção vaginal (corrimento) branco. No período menstrual, como há intensa descamação do endométrio e perda de sangue (células mortas), há um aumento da população da cândida ( e outros saprófitas), pois há uma quantidade maior de restos celulares a serem removidos do organismo. Também, o uso prolongado de antibióticos, que não agem sobre os fungos, pode fazer uma seleção destes, aumentando sua população no organismo (por exemplo, sapinho). O contato sexual nestes dias pode resultar em candidíase em ambos os sexos. A excessiva população de cândida acidifica ainda mais o ph vaginal, que é o que causa a dor e a ardência genital em ambos os sexos. 96
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    A queixa podesurgir de qualquer dos sexos e como dito acima, é a cândida uma habitante normal de nosso organismo, desde que não nos agrida. Portanto, não há a menor possibilidade de erradicá-la definitivamente, uma vez que a adquiriremos novamente horas após, pela dieta, pelo ambiente, convívio social, sexual, etc. O tratamento visa principalmente alívio para os sintomas e diminuir a população do fungo a uma quantidade que não agrida nosso organismo. O tratamento do casal é imperativo e medidas higiênicas adequadas devem ser adotadas para seu controle efetivo. Em alguns homens portadores de diabetes, pode ser necessária a remoção cirúrgica do prepúcio (circuncisão), como uma medida profilática à balanopostite por cândida. Ainda, o uso inadequado de absorventes ou duchas vaginais possuem papel importante na recidiva da candidíase da mulher. Cancro Também conhecido por cancróide, é uma DST aguda e contagiosa, que se caracteriza por lesões genitais ulceradas e dolorosas que evoluem com a supuração (saída de pus) dos linfonodos (gânglios) inguinais. É causada pelo Hemophilus ducreyi e o período de incubação é de 3 a 7 dias após o contato sexual suspeito. Pequenas lesões avermelhadas e elevadas (pápulas) se rompem e tornam-se úlceras rasas, com as bordas macias e com anel avermelhado ao redor. Tais úlceras variam de tamanho e podem se agrupar (coalescentes), formando uma lesão maior, intensamente dolorosa. Os linfonodos inguinais se tornam dolorosos, aumentados de tamanho e agrupados (bubão), sendo facilmente palpáveis. Forma-se aí o abscesso que pode drenar através da pele da virilha. SIfilis 97
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    Doença infecciosa causadapela bactéria Treponema pallidum e normalmente transmitida através do contato sexual ou pelo beijo. A infecção através de objetos contaminados é bastante rara, pois a bactéria morre em contato com o ar. Um feto carregado por uma portadora de sífilis pode contrair a doença, condição denominada de sífilis congênita. Histórico Acredita-se que a sífilis foi introduzida na Europa em 1493 por um grupo de marinheiros retornando da primeira expedição de Cristovão Colombo à America. Já no século XVI, a sífilis tornou-se a maior epidemia pública. O aspirilo, responsável pela doença, foi descoberto somente em 1905, pelo zoologista alemão Fritz Schaudinn. Em 1906 o bacteriologista alemão August vom Wassermann desenvolveu o primeiro exame de sangue para diagnosticar a doença. Em 1909 outro bacteriologista alemão, Paul Ehrlich, desenvolveu o primeiro tratamento efetivo. Em 1943 a penicilina mostrou-se bastante efetiva no combate à sífilis e até hoje continua sendo o medicamento preferido para o tratamento dessa doença. Intensos programas de saúde pública reduziram o número de casos reportados nos Estados Unidos de 160.000 (1947) para 25.000 (1975), porém o número cresceu para mais de 39.000 em 1988. Durante a década de 70, a maioria dos casos de sífilis em homens ocorreu em homossexuais, entretanto o aumento no número de casos durante a década de 80 aparenta ser em indivíduos heterossexuais. Este fato aumenta a incidência da sífilis congênita, que causa um grande índice de mortalidade infantil. Pessoas portadoras de AIDS (SIDA) têm maiores chances de desenvolver sérias formas de sífilis e a sofrerem recaídas após tratamentos que normalmente curam a doença. Estágios e Sintomas O primeiro estágio da sífilis é caracterizado por uma pequena lesão, que aparece na região de contágio, de três a seis semanas após a contração. Os fluidos 98
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    oriundos dessa lesãosão extremamente infecciosos. Em um segundo estágio, que manifesta-se cerca de seis semanas mais tarde, ocorre um repentino aparecimento de lesões. Úlceras doloridas desenvolvem-se na boca, assim como em várias regiões do corpo; lesões em forma de pequenas protuberâncias, também altamente infecciosas, podem aparecer na região genital; dores de cabeça, febre e inchamento das glândulas linfáticas são, algumas vezes, observados. Estes sintomas normalmente desaparecem de 3 a 12 semanas. A doença entra então em um estágio latente não apresentando sintomas externos, porém as inflamações podem instalar-se em órgãos internos. Este estágio latente pode durar de 20 à 30 dias. Em 75% dos casos não ocorrem outros sintomas além dos já mencionados; entretanto, quando o estágio final ocorre (sífilis terceira), nódulos enrijecidos podem se desenvolver em tecidos sob a pele, nos tecidos mucosos e nos órgãos internos. Os ossos são freqüentemente afetados, assim como o fígado, os rins e outros órgãos viscerais. Infecção do coração e dos principais vasos sanguíneos ocorrem em casos terminais. Em aproximadamente 15% dos casos de sífilis terceira ocorre o que é chamado neurosífilis, representado pela perda do controle urinário, degeneração dos reflexos e perda da coordenação muscular, que pode levar à paralisia. Durante este estágio, infecções no trato urinário podem, em uma gravidez, levar ao aborto ou ao nascimento de uma criança portadora de sífilis congênita. Crianças afetadas normalmente apresentam sinais típicos como: testa grande, nariz seliforme e dentes mal formados. Perto da segunda década da vida, tais crianças podem apresentar deterioração no sistema nervoso central. A sífilis é detectada através dos sintomas de um dos vários testes de sangue ou de fluido da coluna espinhal. A droga mais usada no tratamento é a penicilina benzatina que é ministrada em duas injeções separadas por uma semana de intervalo. Quando se trata de neurosífilis, o antibiótico é ministrado três vezes por semana. O controle da sífilis inclui localizar as pessoas que tiveram contato sexual com 99
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    portadores e trataraquelas cujo contato se deu durante o período de contaminação. O uso da camisinha oferece alguma proteção contra a sífilis. Aids (sida) Síndrome da deficiência imunológica adquirida é uma condição que resulta na supressão do sistema imune relacionada à infecção pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus). Uma pessoa infectada com o vírus HIV perde gradativamente a função imune de algumas células imunológicas denominadas CD4 linfócitos-T ou CD4 células-T, tornando a pessoa infectada vulnerável à pneumonia, infecções fúngicas e outras enfermidades comuns. Com a perda da função imune, uma síndrome clínica (um grupo de várias enfermidades que, em conjunto, caracterizam a doença) se desenvolve com o passar do tempo e eventualmente pode causar a morte devido a uma infecção oportunista (infecções por organismos que normalmente não causam mal algum, exceto em pessoas que estão com o sistema imunológico bastante enfraquecido) ou um câncer. Histórico Durante o início dos anos 80 se observou um grande número de mortes causadas por infecções oportunistas em homens homossexuais que, apesar de tal infecção, eram pessoas saudáveis. Até então estas infecções oportunistas causavam morte normalmente em pacientes que receberam órgãos transplantados e estavam recebendo medicamento para suprimir a resposta imune. Em 1983, Luc Montaigner, um francês especialista em câncer, juntamente com outros cientistas do Instituto Pasteur em Paris, isolaram o que parecia ser um novo retrovírus humano (um tipo especial de vírus que se reproduz de maneira diferente) de uma glândula (nódulo) linfática de um homem sob risco de AIDS. Simultaneamente cientistas norte americanos liderados por Robert Gallo, trabalhando no Instituto Nacional do Câncer em Bethesda (Maryland) e o grupo 100
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    liderado pelo virologistanorte americano Jay Levy de San Francisco isolaram o retrovírus de pessoas com AIDS e também daquelas que tinham contato com portadores da doença. Os três grupos de cientistas isolaram o que hoje se conhece como vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus que causa a AIDS. A infecção por este vírus não significa necessariamente que a pessoa tenha AIDS, porém erroneamente costuma-se dizer que a pessoa HIV-positiva tem AIDS. De fato, um indivíduo HIV-positivo pode permanecer por mais de 10 anos sem desenvolver nenhum dos sintomas clínicos que diagnosticam a doença. Em 1996 estimou-se que 22,6 milhões de pessoas no mundo estavam vivendo com o HIV ou com a AIDS, dos quais 21,8 milhões eram adultos e 380.000 crianças. A Organização Mundial da Saúde estimou que no período entre 1981, quando o primeiro caso de AIDS foi diagnosticado, e em 1996 mais de 8,4 milhões de adultos e crianças desenvolveram a doença. Estimou-se também que no mesmo período 6,4 milhões de mortes foram causadas pelo vírus HIV. 101
  • 102.
    Métodos anticoncepcionais Qualquer outradefinição para explicar o que são métodos anticoncepcionais não abrangeria sua verdadeira utilidade: eles servem para evitar uma gravidez. Não há como classificar o melhor método, pois o melhor é aquele que a mulher e seu parceiro confiam e também que não exista contra-indicações ao seu uso. Por isso é sempre bom saber quais são os métodos existentes e procurar se adequar a algum deles - sempre acompanhado de uma orientação médica. Existe cinco métodos: Comportamentais ou de abstinência periódica: são aqueles que identificam o período fértil, para se ter relações nesse período. • Tabelinha • Método de Billings ou da ovulação Barreira: são aqueles que não deixam os espermatozóides subirem através do colo do útero. • Camisinha • Diafragma • Espermicidas Hormonais: são aqueles que possuem substâncias que produzem algumas alterações no aparelho genital da mulher. Sua atuação é principalmente a nível de ovário, trompas, endométrio e muco. 102
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    Pílulas • Injetáveis Intra-uterinos: colocação de um aparelho que fica dentro do útero. • DIU Cirúrgicos: operações que são feitas tanto no homem quanto na mulher para interromper definitivamente a capacidade reprodutiva. • Vasectomia • Ligadura de Trompas 103
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    Jogos Panamericanos Os JogosPan-americanos, são um evento multidesportivo, que tem como base os Jogos Olímpicos e organizados pela ODEPA. Funcionam como uma versão das Olimpíadas modernas onde participam os países do continente americano. Nos Jogos, são disputados esportes incluídos no Programa Olímpico e outros não disputados em Olimpíadas. Acontecem a cada quatro anos e tradicionalmente seguem um rodízio entre as três regiões do continente: América do Sul, Central e do Norte. A primeira edição foi realizada em Buenos Aires, capital da Argentina, em 1951. História Jogos Pan-Americanos Representantes de diversos países da America Latina após as Olimpíadas de 1932 propuseram uma espécie de "Competição Regional" só para as Américas. Nessa época já existiam os Jogos Abertos da América Central e seus dois últimos eventos tinham sido no México em 1926 e em 1930 na Cuba socialista. A história segue até 1938 quando a região do Caribe começa a participar da competição. Após essa inclusão (e também dos Estados Unidos no ano de 1944), todos os outros países da América quiseram competir. Foi então que o ex-presidente argentino Roberto Marcelino Ortiz, fundou o Congresso Panamericano de Esportes (Pan American Sports Congress) em Buenos Aires, Argentina, em Agosto de 1940. Ficou convencionado que Buenos Aires seria onde realizariam o primeiro Jogos Pan-americanos em 1942. Isso acabou não acontecendo em decorrência da Segunda Guerra Mundial que durou de 1939 até 1946. Com o término da segunda grande guerra, e a volta ao período de paz, alinha-se com isso, um amplo crescimento econômico (em vários países da América) em razão das exportações crescentes para a Europa destrída pela guerra. Em virtude de tudo isso que durante o período compreendido entre 8 e 15 de Agosto de 1948, em Londres, Inglaterra, aconteceu o Segundo Congresso Pan-americanos (II Pan American Congress). O Congresso delibera novamente sobre a Ata inicial dos 104
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    jogos e decidemque em 25 de Fevereiro de 1951 a cidade de Buenos Aires iria sediar o primeiro Jogos Pan-americanos. Modalidades • Atletismo • Ginástica Artística • Squash • Badminton • Ginástica Ritmica • Natação • Basebol • Trampolim • Nado sincronizado • Basquetebol Acrobático • Tênis de mesa • Boliche • Hóquei em Campo • Taekwondo • Boxe • Handebol • Tênis • Canoagem • Judô • Triatlo • Ciclismo • Karatê • Vôlei • Salto ornamental • Pentatlo moderno • Vôlei de Praia • Hipismo • Patinação sobre • Pólo aquático • Esgrima rodas • Levantamento de • Futebol • Remo peso • Vela • Luta greco-romana • Futsal • Tiro esportivo • Luta Livre • Tiro com Arco • Esqui aquático • Softbol • Maratonas Aquáticas -Número total de medalhas dos países Contagem de medalhas dos Jogos Pan-Americanos de todos os tempos Pos País Total 105
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    1 Estados Unidos 1651 1207 821 3679 2 Cuba 722 496 440 1658 3 Canadá 309 503 627 1439 4 Argentina 247 263 330 840 5 Brasil 187 243 336 766 6 México 139 193 378 710 7 Venezuela 61 133 189 383 8 Colômbia 43 89 149 281 9 Chile 31 65 99 195 10 Porto Rico 18 66 101 185 11 Jamaica 18 28 58 104 -Sedes Anteriores 1951 - Buenos Aires (Argentina) - 25 de fevereiro a 9 de março 2.513 atletas, 21 países, 18 esportes 106
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    1955 - Cidadedo México (México) - 12 a 26 de março 2.583 atletas, 22 países, 17 esportes 1959 - Chicago (Estados Unidos) - 27 de agosto a 7 de setembro 2.263 atletas, 25 países, 18 esportes 1963 - São Paulo (Brasil) - 20 de abril a 5 de maio 1.665 atletas, 22 países, 19 esportes 1967 - Winnipeg (Canadá) - 24 de julho a 6 de agosto 2.361 atletas, 29 países, 18 esportes 1971 - Cáli (Colômbia) - 25 de julho a 8 de agosto 2.935 atletas, 32 países, 18 esportes 1975 - Cidade do México (México) - 12 a 25 de outubro 3.146 atletas, 33 países, 18 esportes 1979 - San Juan (Porto Rico) - 1º a 15 de julho 3.700 atletas, 34 países, 22 esportes 1983 - Caracas (Venezuela) - 14 a 29 de agosto 3.426 atletas, 36 países, 23 esportes 1987 - Indianápolis (Estados Unidos) - 7 a 23 de agosto 4.453 atletas, 38 países, 27 esportes 1991 - Havana (Cuba) - 8 a 18 de agosto 4.519 atletas, 39 países, 26 esportes 107
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    1995 - Mardel Plata (Argentina) - 11 a 26 de março 5.144 atletas, 42 países, 34 esportes 1999 - Winnipeg (Canadá) - 23 de julho a 8 de agosto 5.000 atletas, 42 países, 34 esportes 2003 - Santo Domingo (República Dominicana) - 1 a 17 de agosto 5.500 atletas, 42 países, 35 esportes 2007 - RIO DE JANEIRO (BRASIL) 13 a 29 de julho 5.662 atletas*, 42 países, 37 esportes 2011 - Guadalajara (México) - 1 a 17 de agosto 6003 atletas, 42 países, 40 esportes 2015 - Santo Domingo (República Dominicana) - 1 a 17 de agosto 5.500 atletas, 42 países, 35 esportes Jogos Panamericanos-Rio-2007 Os Jogos Pan-Americanos de 2007, oficialmente denominados XV Jogos Pan- Americanos, foram um evento multiesportivo realizado em julho na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Durante os dezessete dias de competição, 5633 atletas de 42 países competiram em 332 eventos de 47 modalidades. 108
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    Os Jogos Pan-Americanosde 2007, oficialmente denominados XV Jogos Pan- Americanos, foram um evento multiesportivo realizado em julho na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Durante os dezessete dias de competição, 5633 atletas de 42 países competiram em 332 eventos de 47 modalidades. [1] O Rio de Janeiro foi eleito sede dos Jogos em 2002, vencendo a cidade de San Antonio, nos Estados Unidos. Nos cinco anos de preparação, diversos locais de competição foram construídos ou reformados e mais de vinte mil voluntários foram convocados para trabalhar no evento principal e em eventos preparatórios. Ações como a escolha do nome da mascote e o revezamento da Tocha Pan-Americana foram feitas para envolver todo o país na realização do Pan. [2] Os Jogos do Rio de Janeiro criaram uma nova perspectiva e definiram novos marcos para os Jogos Pan-Americanos. Considerada uma competição olímpica de nível organizado, esta edição foi a mais cara na história do evento, com um orçamento de 2 bilhões de dólares. Os meios de comunicação relataram um interesse do público sem precedentes nos Jogos, com o maior de atendimento ao público e maior audiência de televisão na história do Pan-Americano. Os jogos foram transmitidos em alta definição e todas as instalações esportivas estavam localizadas dentro dos limites da cidade de acolhimento. Esta edição do Pan foi marcada por atrasos nas obras, como também por polêmicas envolvendo a postura dos torcedores, que vaiaram o presidente Lula na cerimônia de abertura e atletas estrangeiros durante todo o evento, e pela deserção de quatro membros da delegação de Cuba. Durante o período do Pan também ocorreu o acidente com o Voo TAM 3054 em São Paulo, tendo sido decretado luto oficial pelo governo federal e pela ODEPA. 109
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    Dentro dos locaisde competição, o Rio de Janeiro viu as conquistas da primeira medalha de Granada e do primeiro ouro de Antígua e Barbuda e El Salvador, os feitos de Thiago Pereira, o maior medalhista em uma única edição do Pan, e a vitória do Brasil no futebol feminino em um Baseada nos movimentos do esporte aliados ao arrojo do vôo, a logomarca traz um pássaro como ponto de partida para retratar os recortes da paisagem da cidade, em especial o Pão de Açúcar. A repetição deste elemento, com cores, tamanhos e posições diferentes, representa a reunião das várias culturas das Américas, irmanadas e integradas. Já a tipologia do nome “RIO 2007” tem a modernidade da linguagem digital dos cronômetros e placares. CAUÊ - O Rio de Janeiro é famoso internacionalmente pela beleza de suas praias, freqüentada por banhistas em busca de sol. Nada mais adequado do que escolher o astro-rei como símbolo dos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007, o que faz do evento o primeiro a não ter um animal como mascote. Amante da natureza, o solzinho Cauê lança seus raios sobre todos os participantes da competição, passando uma mensagem de paz, respeito ao meio ambiente, amizade e confraternização, valores intrínsecos ao movimento olímpico. A palavra “Cauê” – escolhida para batizar a mascote em uma votação popular – vem da língua indígena tupi e é um nome próprio. Possivelmente, foi derivado de “auê”, uma saudação tupi que significa “salve!”. Em dicionários de nome próprios, significa “homem bondoso que age com inteligência”. Alguns escritores afirmam ainda que cauê é uma bebida tupi (kawi), que teria o poder de conferir poderes de bondade e sabedoria a quem a ingerisse, segundo a crença indígena 110
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    Eleição do Riode Janeiro para os Jogos Pan-Americanos 2007 A escolha da cidade do Rio de Janeiro para a realização dos Jogos Pan- Americanos 2007 aconteceu no dia 24 de agosto de 2002 na Cidade do México. A adversária do Rio de Janeiro foi San Antonio, cidade americana do estado do Texas, a qual ofereceu uma forte estrutura para receber os Jogos Pan-Americanos. A edição dos Jogos Pan-Americanos na cidade do Rio de Janeiro acontecerá de 13 a 29 de Julho. Legado Receber uma edição dos Jogos Pan-americanos é muito mais do que realizar uma megacompetição esportiva. Para a cidade, o estado e o país que a organizam, e mesmo para o continente americano, é realizar um evento que promove mudanças sócio-econômicas profundas que ficarão para sempre. Os Jogos mudam definitivamente a sua sede. Basta ver o que aconteceu com a capital sul- coreana Seul e a cidade espanhola de Barcelona, revitalizadas em diversos aspectos após os Jogos Olímpicos de 1988 e 1992. Com o RIO 2007, é possível ver mudanças no cenário mesmo antes do início das competições. A vitória do Rio na disputa pela sede dos Jogos Pan-Americanos representou uma elevação do grau de credibilidade internacional de uma cidade brasileira sobre sua capacidade de promover grandes eventos internacionais. Tanto que, após a confirmação da realização dos Jogos, o Rio conquistou o direito de receber Campeonatos Mundiais. Ainda na área esportiva, houve a construção do Estádio Olímpico João Havelange, do Complexo Esportivo de Deodoro e do Complexo Cidade dos Esportes, no Autódromo, e a reforma do Complexo Esportivo do Maracanã e do Estádio de Remo da Lagoa. Além disso, foram 111
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    importados equipamentos esportivospara 29 modalidades. São benefícios que ficarão à disposição dos atletas e dos fãs do esporte mesmo depois dos Jogos. Do ponto de vista da economia e da infra-estrutura, houve aumento na geração de empregos na construção civil e no setor de turismo; obras de ampliação e reformas de ruas, de estações de trem e do aeroporto Santos Dumont; instalação de câmeras de monitoramento para controle de tráfego; e a remodelação dos quiosques da orla de Copacabana. Com isso, novos eventos são programados para a cidade, o comércio se expande e mais investimentos acontecem. O turismo ganha força com a construção de hotéis e melhora da infra-estrutura da cidade, ajudando na consolidação do Rio como líder desse setor na América Latina. Juntos, o programa de voluntários para o RIO 2007 e a criação desses empregos levam à capacitação de uma mão-de-obra qualificada em diferentes áreas, especialmente no atendimento ao visitante estrangeiro No setor de segurança pública, foi consolidada a atuação da Força Nacional de Segurança e promovida a integração de ações pelas forças de segurança, conforme estabelecido no Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Houve ainda o investimento de R$ 562 milhões, aplicados na capacitação de agentes e cães farejadores e na compra de equipamentos como viaturas, aeronaves, rádios digitais e armamentos letais e não letais, que continuarão sendo utilizados depois dos Jogos. Além disso, foram criados projetos para integração social, tal como o treinamento de moradores de comunidades carentes para atuarem como brigadistas socorristas, operando em conjunto com órgãos de segurança pública no RIO 2007 e adquirindo o currículo mínimo para o curso de formação de bombeiro civil, ou como guias cívicos, fazendo parte da organização dos Jogos e se habilitando para trabalhar futuramente na área de turismo. Ao longo do período de preparação e durante sua disputa, os Jogos irão estreitar os laços do Rio de Janeiro e do Brasil com os países da América, além de dar experiência à cidade na condução de acontecimentos desse porte. O Rio será 112
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    exibido mundialmente comouma cidade com capacidade de organização e dona de uma riqueza esportiva, artística, cultural e natural. Enfim, obras, reformas e desenvolvimento de políticas ficam como um importante patrimônio para a cidade, para o estado e para o país, servindo ao desenvolvimento do esporte, à descoberta de novos talentos e à formação de um corpo técnico e de centros de excelência. Tudo isso causa uma modificação na infra-estrutura urbana, já que as adjacências das instalações dos Jogos também receberam melhorias. Uma importante evolução será sentida ainda em setores como tecnologia, telecomunicações e medicina especializada em esporte. E, acima de tudo, ficará a memória de um momento especial, quando foram reunidos atletas de todas as Américas para uma confraternização histórica em torno dos valores do esporte. Alegria em Participar O slogan dos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007 é "Viva Essa Energia!", inspirado no primeiro dos quatro valores olímpicos: "Alegria em Participar", "Esperança", "Sonhos e Inspiração" e "Amizade e Fair Play". Assim, o RIO 2007 tem como conceito fundamental a integração da comunidade em torno dos Jogos. Todo o país está se envolvendo com o evento, seja esgotando os ingressos postos à venda, decorando ruas, fazendo trabalho voluntário para a organização ou comprando produtos oficiais. Cauê, mascote dos Jogos, já pode ser visto em todos os cantos, em camisas, vitrines e, agora, também em seu computador. Resumo do Pan do Rio de Janeiro 113
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    RIO DE JANEIRO,30 de junho - Encerrados os XV Jogos Pan-americanos Rio 2007, uma análise dos resultados revela a evolução esportiva de vários países. Um dos exemplos de ascensão é o Brasil. Os anfitriões subiram ao pódio 161 vezes, sendo 54 no degrau mais alto. Nunca os brasileiros tinham conseguido tantos ouros em um Pan-americano. O Brasil foi o segundo colocado em números de medalhas, atrás apenas dos americanos, que conquistaram 237 (97 de ouro, 88 de prata e 52 de bronze). Mas a segunda posição no quadro geral ficou com Cuba, que levou cinco ouros a mais do que o país-sede. Em São Paulo 1963, o Brasil conseguiu a segunda posição geral nos Jogos, mas naquela edição, os brasileiros ganharam 14 de ouro, 20 de prata e 18 de bronze. Com o bom desempenho no RIO 2007, o Brasil subiu para o quarto lugar na classificação geral dos Jogos, superando a Argentina. De uma desvantagem de 30 medalhas de ouros em relação à nação vizinha antes da competição, o país-sede dos Jogos passa a ter 13 medalhas douradas a mais e um total de 901, contra 899 dos argentinos. O nadador brasileiro Thiago Pereira foi o maior vencedor dos Jogos, com oito medalhas (seis de ouro, uma da prata e outra de bronze). Com o ótimo desempenho no Parque Aquático Maria Lenk, Thiago se tornou o recordista brasileiro de vitórias em uma edição dos Jogos, superando o também nadador Fernando Scherer (quatro em Winnipeg 99). Outro país que deu um importante salto no quadro de medalhas foi o Chile. Se em 2003 os chilenos conquistaram apenas duas medalhas de ouro e terminaram o Pan-americano em décimo terceiro lugar, no RIO 2007 os atletas do Chile venceram seis competições e fecharam os Jogos na décima posição. A Colômbia também subiu na classificação final. Oitavos colocados em Santo Domingo, com 11 medalhas de ouro, oito de prata e 24 de bronze, os colombianos ultrapassaram argentinos e venezuelanos e terminaram em sexto lugar no Rio de Janeiro, com 14 de ouro, 21 de prata e 13 de bronze. Foi o melhor desempenho da Colômbia nos Jogos. Também celebram as suas melhores participações em pan-americanos El Salvador, Granada e Antígua e Barbuda. Os salvadorenhos fizeram bonito. Na marcha atlética 20km, Cristina Lopez ganhou o primeiro ouro do país em uma edição dos Jogos. O país conquistou ainda três medalhas de prata e seis de bronze. Até o RIO 2007, El Salvador tinha obtido nove medalhas nos Jogos, sendo três de prata e seis de bronze. Antígua e Barbuda foi outro país a comemorar seu primeiro ouro pan-americano. Brendan Christian venceu os 200 metros rasos e levou a medalha. O país, que conseguira apenas um bronze nos Jogos, em Mar del Plata 1995, ainda fez festa para outras duas medalhas: os bronzes de James Grayman no salto em altura e do já herói Brendan Christian nos 100 metros rasos. 114
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    Já Granada festejoua terceira colocação de Sherry Fletcher nos 200 metros rasos feminino. Foi a primeira medalha do país na história dos Jogos. Outro número que chama a atenção é o de medalhas de ouro conquistadas pela delegação dos Estados Unidos. Apesar da folgada vitória, com 97 ouros e 237 medalhas, pela primeira vez, desde os Jogos da Cidade do México 1955, os americanos não conseguiram atingir a marca de 100 medalhas de ouro em uma edição de Pan-americano. Naquela ocasião, a delegação dos Estados Unidos subiu 81 vezes ao lugar mais alto do pódio. Outro país que leva do RIO 2007 menos ouros do que o costume é Cuba. A delegação cubana conseguiu 59 ouros, 13 a menos do que em Santo Domingo 2003 e 11 a menos do que em Winnipeg 1999. Nos últimos 25 anos, somente em 1975, quando a Cidade do México recebeu os Jogos Pan-americanos pela segunda vez, a ilha caribenha conseguiu um número menor de triunfos (56). Anfitriões dos próximos Jogos (Guadalajara 2011), os mexicanos tiveram, no RIO 2007, um desempenho semelhante ao obtido em Santo Domingo 2003. Há quatro anos, os mexicanos terminaram em quinto lugar no quadro geral de medalhas, com 20 de ouro, 27 de prata e 32 de bronze, num total de 79. No Rio de Janeiro, a colocação final foi a mesma, mas, desta vez, o México conseguiu 18 de ouro, 24 de prata e 31 de bronze, num total de 73 medalhas. Embora com um número menor de medalhas, a República Dominicana, país-sede dos XIV Jogos, manteve a colocação de 2003: nono lugar. Quando receberam os Jogos, os dominicanos conquistaram 41 medalhas, sendo dez de ouro. Em 2007, o país somou 29 medalhas, sendo seis de ouro. Antes de receber os Jogos em 2003, os dominicanos registravam apenas três ouros pan-americanos em sua história. Dez países saíram do RIO 2007 sem medalha: Aruba, Belize, Bermudas, Bolívia, Costa Rica, Ilhas Virgens, Ilhas Virgens Britânicas, São Vicente & Granadinas, Suriname e São Cristóvão & Neves. Brasil comemora recorde de medalhas nos Jogos RIO DE JANEIRO, 29 de julho - O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) comemorou o desempenho da delegação do país-sede nos XV Jogos Pan-americanos Rio 2007, que superou as objetivos traçados pela entidade. Em entrevista coletiva aos jornalistas, neste domingo, dia 29, o comitê fez um balanço do desempenho do país, que conseguiu este ano a sua melhor participação na história da competição, com 54 medalhas de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. A equipe ficou em terceiro 115
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    lugar no quadrode medalhas, ganhando uma posição em relação de Santo Domingo 2003. A delegação conseguiu um total de 161 medalhas, atrás apenas do Estados Unidos (237). No número de medalhas de ouro, o Brasil conseguiu um aumento de 116% em relação aos Jogos Pan-americanos de Winnipeg 1999 e de 86% aos de Santo Domingo 2003. Dos 660 atletas que representaram o país, 315 (48%) conseguiram medalhas no RIO 2007. O aproveitamento nas modalidades foi maior. Nas 47 disputadas nos Jogos, o Brasil obteve medalhas em 41 (88%). “Este resultado pode ter sido surpresa para muitas pessoas, porém para nós, do Comitê Olímpico Brasileiro, e para as Confederações, a participação do Brasil no RIO 2007 reflete o planejamento e a execução proporcionada pelo primeiro ciclo pan-americano completo com os recursos da Lei Agnelo Piva”, avaliou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman. O Chefe da Missão Brasileira, Marcus Vinicius Freire, também destacou o planejamento executado pelo COB e Confederações esportivas e a importância dos recursos obtidos com a Lei Agnelo Piva. “Foram contratados 21 técnicos estrangeiros, que agregaram novas metodologias, em vista da evolução das modalidades. Além disso, com os recursos da Lei Agnelo Piva, foram organizados intercâmbios internacionais e competições esportivas no Brasil”, disse Freire. Além de medalhas, no RIO 2007 o Brasil também conseguiu classificar dez modalidades e 96 atletas para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008. A maior delegação brasileira da história foi composta por 999 pessoas, sendo 660 atletas, 212 técnicos e auxiliares, 51 chefes de equipe, 60 profissionais médicos e 16 profissionais administrativos. 116
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    Jogos Olímpicos Introdução A cadaquatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos são os princípios dos jogos olímpicos. Origem dos Jogos Olímpicos Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC, os gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reunião na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo ( luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros. Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Mostra também a importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de um corpo saudável. No ano de 392 AC, os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo. Jogos Olímpicos da Era Moderna No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy , conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira. 117
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    Jogos Olímpicos ePolítica As Olimpíadas, em função de sua visibilidade na mídia, serviram de palco de manifestações políticas, desvirtuando seu principal objetivo de promover a paz e a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim (1936), o chanceler alemão Adolf Hitler, movido pela idéia de superioridade da raça ariana, não ficou para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas da Alemanha em Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro, matou 11 atletas da delegação de Israel. A partir deste fato, todos os Jogos Olímpicos ganharam uma preocupação com a segurança dos atletas e dos envolvidos nos jogos. Em plena Guerra Fria, os EUA boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou (1980) em protesto contra a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas. Em 1994 é a vez da URSS não participarem das Olimpíadas de Los Angeles, alegando falta de segurança para a delegação de atletas soviéticos. Modalidades Olímpicas Existem centenas de esportes, e nem todos podem ser considerados como modalidades olímpicas, pelo que se encontrou um termo que pemite selecionar os que terão lugar nos Jogos Olímpicos. Atualmente, para um esporte ser considerado Olímpico tem que ser praticado por homens em pelo menos 75 países e em quatro continentes, e por mulheres em pelo menos 40 países e em três continentes. Nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 são consideradas 29 modalidades olímpicas: Andebol ou handebol, Atletismo, Badminton, Basebol, Basquetebol, Boxe, Canoagem, Ciclismo, Equitação, Esgrima, Futebol, Ginástica, Halterofilismo, Hóquei em campo, Judo, Natação, Pentatlo Moderno, Pólo aquático, Remo, Softbol, Tiro, Tiro com Arco, Taekwondo, Ténis, Ténis de Mesa, Triatlo, Vela, Voleibol e Wrestling ou Luta greco romana e Livre.Por sua vez, muitos dos 118
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    esportes olímpicos subdividem-seem duas ou mais disciplinas, existindo ainda competicões separadas para homens e mulheres. Lista das Cidades que receberam os Jogos Olímpicos 1896 - I Olimpíada - Atenas, Grécia 1900 - II Olimpíada - Paris, França 1904 - III Olimpíada - Saint Louis Estados Unidos da América 1906 - Edição comemorativa - Atenas - Grécia 1908 - IV Olimpíada - Londres, Reino Unido 1912 - V Olimpíada - Estocolmo, Suécia 1916 - VI Olimpíada - Interrupção devido à I Guerra Mundial 1920 - VII Olimpíada - Antuérpia, Bélgica 1924 - VIII Olimpíada - Paris, França 1928 - IX Olimpíada - Amsterdão, Países Baixos 1932 - X Olimpíada - Los Angeles, Estados Unidos da América 1936 - XI Olimpíada - Berlim, Alemanha 1940 - XII Olimpíada - Interrupção devido à II Guerra Mundial 1944 - XIII Olimpíada - Interrupção devido à II Guerra Mundial 1948 - XIV Olimpíada - Londres, Reino Unido 1952 - XV Olimpíada - Helsínquia, Finlândia 119
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    1956 - XVIOlimpíada Melbourne, Austrália 1960 - XVII Olimpíada - Roma, Itália 1964 - XVIII Olimpíada - Tóquio, Japão 1968 - XIX Olimpíada - Cidade do México, México 1972 - XX Olimpíada - Munique, República Federal da Alemanha 1976 - XXI Olimpíada - Montreal, Canadá 1980 - XXII Olimpíada - Moscovo União Soviética 1984 - XXIII Olimpíada - Los Angeles, Estados Unidos da América 1988 - XXIV Olimpíada - Seul, Coreia do Sul 1992 - XXV Olimpíada - Barcelona, Espanha 1996 - XXVI Olimpíada - Atlanta, Estados Unidos da América 2000 - XXVII Olimpíada - Sydney, Austrália 2004 - XXVIII Olimpíada - Atenas, Grécia 2008 - XXIX Olimpíada - Pequim, China 2012 - XXX Olimpíada - Londres, Inglaterra 2016 - XXXI Olimpíada – Rio de Janeiro, Brasil 120
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    Jogos Olimpicos 2016-Riode Janeiro-Brasil Jogos Olímpicos de 2016 oficialmente Jogos da XXXI Olimpíada, mais comumente Rio 2016, serão um evento multiesportivo realizado no segundo semestre de 2016, no Rio de Janeiro, Brasil. A escolha foi feita durante a 121ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional, que aconteceu em Copenhague, Dinamarca, em 2 de outubro de 2009. Os Jogos Paralímpicos de Verão de 2016 serão sediados na mesma cidade e organizados pelo mesmo comitê. Será a primeira vez que os Jogos Olímpicos serão sediados na América do Sul. O evento ocorrerá entre os dias 5 e 21 de agosto de 2016, e as Paralimpíadas serão entre 7 e 18 de setembro do mesmo ano. O local de abertura e encerramento será o Estádio do Maracanã. Serão disputadas 28 modalidades, duas a mais em relação aos Jogos Olímpicos de Verão de 2012. O Comitê Executivo do COI sugeriu as inclusões do rugby sevens e do golfe, e foram aprovados durante a 121ª Sessão. O programa dos Jogos ainda poderá ser expandido, após o sucesso de novas modalidades incluídas nos primeiros Jogos Olímpicos da Juventude realizados em Singapura em 2010. Processo de candidatura O processo de eleição da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 ocorreu entre 2007 e 2009 e contou com a participação de sete cidades de três continentes. Outras ainda planejaram participar do processo, mas não se inscreveram. Em 13 de setembro de 2007 encerrou-se o prazo de inscrições. Duas cidades da América (Chicago e Rio de Janeiro), duas da Ásia (Doha e Tóquio) e três da Europa (Baku, Madri e Praga) oficializaram a postulação. Em 4 de Junho de 2008 o Comitê Olímpico Internacional (COI) revelou o resultado das avaliações preliminares das sete cidades postulantes, eliminando Baku, Praga, Doha e tornando as quatro restantes em cidades candidatas: Rio de Janeiro, Madrid, Tóquio e Chicago. A segunda fase começou com o Programa de Observação dos Jogos Olímpicos de Verão de 2008, em Pequim. Depois de elaborar o seu livro de candidatura e receber a visita da Comissão Avaliadora do Comitê Olímpico Internacional, as cidades agora candidatas participaram, em junho, de um encontro, promovido pela primeira vez na história, com os membros do COI, que elegeriam a cidade-sede dos Jogos de 2016. Em setembro de 2009, a Comissão Avaliadora divulgou o relatório com suas impressões sobre os projetos finalistas. Tóquio, a cidade que teve a nota preliminar mais alta, perdeu o favoritismo, principalmente devido aos baixos níveis de apoio popular que a candidatura recebia. Chicago sofreu com protestos internos e com problemas com as leis americanas. A candidatura de Madrid teve o projeto mais criticado, principalmente por causa da falta de clareza das leis antidoping da Espanha e da estrutura organizacional do comitê local. As críticas fizeram os representantes da candidatura fazerem mudanças drásticas em pouquíssimo tempo, e, mesmo com o prefeito Alberto Ruiz-Gallardón já admitindo a derrota, o Parlamento Espanhol aprovou a alteração nas leis antidoping do país poucos dias 121
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    antes da votação.O Rio de Janeiro, apesar de ter tido boas notas, teve problemas com a acomodação e os transportes. As avaliações foram consideradas equilibradas, não sendo possível até então apontar alguma cidade como favorita, nem pelo presidente do COI, Jacques Roggenem pelos membros da entidade, que tinham o direito de escolher a vencedora, assim como por órgãos de imprensa e sites especializados. A cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão de 2016 foi escolhida em 2 de outubro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca, em votação durante a 121.ª Sessão do Comitê Olímpico Internacional. Após as eliminações de Chicago e Tóquio, Madri e Rio de Janeiro chegaram à final,sendo que a vencedora foi eleita por maioria dos votos.[11] 121ª Sessão Comitê Olímpico Internacional 2 de outubro de 2009, no Bella Center, Copenhagen, Dinamarca. Cidade Nação 1ª Rodada 2ª Rodada 3ª Rodada Rio de Janeiro Brasil 26 46 66 Madri Espanha 28 29 32 Tóquio Japão 22 20 — Chicago Estados Unidos 18 — — Preparação Na Assembleia Geral do COB do dia 22 de dezembro de 2009 foi criado o Comitê Organizador dos Jogos Olimpicos e Paralímpicos Rio 2016, cujo presidente é Carlos Arthur Nuzman. No momento, o Comitê Rio 2016 está em fase de aprovação pelo COI. Locais de competição A lista a seguir apresenta os locais de competição que estão confirmados nos Jogos Olímpicos de Verão de 2016 no Rio de Janeiro. Os eventos serão distribuídos em quatro regiões espalhadas pelo Rio. Os únicos eventos realizados fora da cidade serão as preliminares do futebol que ocorrerão em quatro cidades brasileiras. A maioria dos eventos será realizada na zona oeste da cidade, na região da Barra da Tijuca. Os locais marcados com PO estão na área do Parque Olímpico do Rio, uma ampliação do Complexo Esportivo Cidade dos Esportes.[18] O boliche é o único desporto que ainda não teve local confirmado. Construção Desportos Bairro Zona Centro Olímpico de Basquetebol, Handebol, Judô, Treinamento do Rio PO Lutas e Taekwondo Centro Olímpico de Hóquei PO Hóquei Jacarepaguá Barra Centro Olímpico de Tênis PO Tênis Velódromo da Barra PO Ciclismo de pista, Hocket e 122
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    Patinação Parque AquáticoMaria Polo aquático e Saltos Lenk PO ornamentais Estádio Olímpico de Nado sincronizado e Natação Desportos Aquáticos PO Ginástica Artística, Rítmica e de HSBC Arena PO Trampolim Badminton, Boxe, Halterofilismo Riocentro e Tênis de mesa Área não-esportiva para lazer dos Praia Olímpica atletas estrangeiros Área não-esportiva para Vila Olímpica do Rio Camorim hospedagem dos atletas Vila da Mídia Área não-esportiva Rua Carioca Área não-esportiva International Broadcast Área não-esportiva Center (IBC) Condomínio Reserva Uno Golfe Barra da Tijuca Sociedade Hípica de Hipismo Deodoro Centro Nacional de Tiro Tiro esportivo Parque do Pentatlo Pentatlo moderno Deodoro Deodoro Moderno Arena Deodoro Esgrima BMX, Ciclismo Montanhoso e Parque Radical Canoagem Slalom Engenho de Stadium Rio Atletismo e Rugby Dentro Sambódromo da Marquês Tiro com Arco e chegada da de Sapucaí Maratona Cidade Nova Maracanã Pavilhão Cidade Olímpica Área não-esportiva Cerimônias de Abertura e Estádio do Maracanã: Encerramento, e finais do Futebol Maracanã Ginásio do Maracanãzinho Voleibol Ciclismo de estrada, Maratona e Parque do Flamengo Flamengo Marcha atlética Maratona aquática, Triatlo e Praia de Copacabana Copacabana Copacabana Voleibol de praia Lagoa Rodrigo de Freitas Canoagem e Remo Lagoa Marina da Glória vela Glória 123
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    Fora do Riode Janeiro Quatro cidades, que também serão subsedes da Copa do Mundo FIFA de 2014, receberão as partidas preliminares do futebol: • Arena Fonte Nova (Salvador) • Estádio Nacional de Brasília (Brasília) • Estádio Mineirão (Belo Horizonte) • Estádio do Morumbi (São Paulo) Logo O processo de escolha da logomarca dos Jogos Olímpicos de 2016 reuniu 138 agências brasileiras. Na reta final, apenas oito continuaram no páreo. Após passar pelo crivo de uma comissão julgadora de 12 membros, o desenho criado pela agência carioca Tátil foi o vencedor. O lançamento da logomarca ocorreu no dia 31 de dezembro de 2010 na festa de reveillon, em Copacabana.. Às 22 horas, a cantora Daniela Mercury chamou ao palco da festa a campeã olímpica Maurren Maggi e outros atletas para juntos revelarem a logomarca. Estiveram presentes na festa, assistindo de camarote o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacioanal), Jacques Rogge, o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Artur Nuzman, o governador de Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o ex-ministro dos esportes, Orlando Silva e a coordenadora da comissão do COI, Nawal El Moutawakel. A logomarca é representada pela união de três figuras humanas unidas pelas mãos e pés nas cores verde, amarelo e azul.[20] O símbolo, que pela primeira vez na história é tridimensional, representa o abraço que só o brasileiro e o carioca, com sua cultura acolhedora e receptiva, pode dar, o morro do Pão de Açúcar, cartão postal mais famoso do Brasil e do Rio de Janeiro, e entre outras interpretações os números que formam 2016 e a palavra "Rio". A logomarca tem provocado alguma controvérsia com a mídia brasileira que aponta semelhanças entre ela e o logotipo utilizado pela Fundação Telluride no Colorado e com a pintura de Henri Matisse, La Danse. Os projetistas afirmaram que as semelhanças entre os três são mera coincidência. Programa esportivo 124
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    O programa esportivodos Jogos Olímpicos de 2016 terá 28 esportes, totalizando 38 modalidades. Ao contrário das edições anteriores, duas vagas estavam abertas para novos esportes, já que o beisebol e o softbol tinham sido eliminados do programa para os Jogos Olímpicos de Verão de 2012, em Londres. O Comitê Executivo, após resultado de uma consultoria, anunciou os sete finalistas para estas duas vagas. Quatro deles já estiveram em edições anteriores de Jogos Olímpicos: beisebol e softbol (excluídos do programa em 2005), golfe (presente nos Jogos de 1900 e de 1904) e rugby sevens, uma variação do rugby presente nas edições de 1900, 1908, 1920 e 1924. Completaram a lista de esportes- candidatos a patinação sobre rodas, o caratê e o squash. As respectivas federações fizeram suas apresentações para os mesmbros do COI em junho de 2009. Em agosto, o conselho executivo inicialmente aprovou a inclusão do rugby sevens, por maioria de votos, eliminando assim, patinação e squash da disputa. Entre os três restantes (golfe, caratê e softbol) o conselho escolheu o golfe. A decisão sobre os dois esportes restantes foi feita em 9 de outubro de 2009, no último dia da 121ª Sessão do COI em que a cidade do Rio de Janeiro foi eleita como sede. Para serem aprovados os dois esportes precisavam de maioria simples de votos. Os membros do COI votaram para inclusão do rúgbi (63 votos a favor, 27 contra e duas abstenções) e do golfe (81 votos a favor, oito contra e uma abstenção) no programa dos Jogos a partir da edição do Rio de Janeiro. Os outros 26 esportes também foram ratificados pela maioria absoluta. • Atletismo • Ginástica • Nado • Tênis • Badminton (artística, sincronizado • Tênis de rítmica e • Natação mesa • Basquetebol trampolim) • Boxe • Pentatlo • Tiro • Golfe moderno • Canoagem • Tiro com • Halterofilis • Pólo arco (slalom e mo aquático velocidade) • Triatlo • Handebol • Remo • Ciclismo • Vela (estrada, pista, • Hipismo • Rugby • Voleibol BMX e • Hóquei sevens Mountain sobre a grama • Saltos • Voleibol de Bike) • Judô ornamentais praia • Esgrima • Lutas • Taekwondo • Futebol Críticas 125
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    Para algumas regiõesda cidade do Rio de Janeiro,a realização dos Jogos Olímpicos,tem trazido certos impactos negativos.Estas denúncias foram feitas por parte da Relatoria Especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Moradia Adequada. Segundo estas denúncias, nestas áreas, estão acontecendo despejos forçados em algumas áreas da cidade, especialmente na Zona Oeste da cidade, como por exemplo nas Vilas Recreio II Harmonia e Restinga, localizadas no Recreio dos Bandeirantes, que será o epicentro dos Jogos Olímpicos.[27] Metabolismo 126
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    Metabolismo (do gregometabolismos, μεταβολισμός, que significa "mudança", troca[1]) é o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos. É também usado o termo "metabolismo celular" referindo-se mais especificamente ao conjunto de todas as reacções químicas que ocorrem nas células. Estas reações químicas são responsáveis pelos processos de síntese e degradação dos nutrientes na célula. Metabolismo é o conjunto de transformações que os nutrientes e outras substâncias químicas sofrem no interior do nosso corpo. Isso produz energia suficiente para mantê-lo funcionando. Para que as pessoas mais leigas possam entender esse conceito, podemos dizer numa linguagem mais clara e objetiva que metabolismo é a taxa com que o corpo queima calorias para se manter vivo. O metabolismo divide-se em anabolismo (conjunto de reações que produzem compostos e substâncias a partir de componentes menores) e catabolismo (conjunto de reações que degradam as substâncias em componentes menores). Do total de energia gasto por uma pessoa em um dia, entre 60% e 70% são usados apenas nas funções vitais, como respirar, bater o coração, manter a temperatura corporal, etc. É o chamado metabolismo basal. Cerca de 10% a 12% do consumo de energia total são utilizados no gasto termogênico dos alimentos. Ou seja, a cota que o corpo precisa para processar o que se come, da mastigação até a absorção pelo organismo. O metabolismo é influenciado por inúmeros fatores, tais como genética, idade, peso, altura, sexo, temperatura ambiente, dieta e prática de exercícios. Dessa forma, existem pessoas que dependendo desses fatores, gastarão mais ou menos energia do que outras. É por isso que existem pessoas magras, que comem de tudo e não engordam de jeito nenhum, enquanto outros lutam para perder alguns quilos a mais. Fatores que afetam o metabolismo 127
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    Cerca de 80%da taxa metabólica é determinada geneticamente, enquanto os outros 20% dependem de outros fatores que listamos a seguir. Você não pode mudar a genética, mas pode acelerar o seu metabolismo, observando esses fatores: 1º) Tecido muscular - Quanto mais músculos você tem, maior e mais veloz é o gasto calórico, independente do seu nível de atividade, da sua idade, etc. Os músculos são tecido vivo e estão lá para trabalhar para você, queimando calorias 24hs por dia. 2º) Alimentação - O excesso de açúcar, especialmente após a refeição, deve ser evitado, uma vez que a digestão de proteínas e gorduras fica prejudicada. O açúcar é digerido mais rapidamente, retardando a digestão de outros alimentos e enganando o cérebro, que sinaliza com mais fome em pouco tempo. Isso também vale para as farinhas de trigo brancas (refinadas) utilizadas no preparo de pães, bolos e massas. Os alimentos gordurosos também devem ser controlados, mas é importante não reduzi-los em demasia, uma vez que a deficiência desse nutriente diminui a produção de certos hormônios, levando à diminuição do metabolismo. Utilize em suas refeições gorduras que fazem bem para a saúde provenientes de nozes, castanhas e azeite de oliva. 3º) Freqüência das refeições - O tempo entre uma refeição e outra é muito importante. Quanto maior o tempo, mais lento é o seu metabolismo, pois ele diminui para poupar energia. Quando pulamos refeições, ficando muito tempo sem comer, o corpo procura obter a energia que precisa consumindo o seu próprio tecido muscular (catabolismo). 4º) Atividade física - Praticar atividade física, combinando exercício aeróbico e ginástica localizada ou musculação acelera o metabolismo. Além disso, o exercício regular ajuda a transformar glicose e gordura em energia, sem a necessidade de produzir o hormônio insulina, que ajuda a engordar. É importante que a atividade física seja regular, para que haja uma ação metabólica contínua, e que a alimentação seja adequada ao gasto calórico. 5º) Água -A maioria das funções do corpo acontecem na presença de água. O líquido é fundamental para transportar hormônios, vitaminas e minerais, além de 128
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    facilitar o trânsitointestinal e a eliminação de toxinas. A falta de água desacelera o metabolismo. Por isso, beba pelo menos 8-10 copos por dia. 6º) Sexo - O metabolismo masculino é mais acelerado do que o feminino, pois os homens apresentam proporção maior de massa muscular e menor de gordura do que as mulheres. Por isso é importante que as mulheres não deixem de praticar uma atividade física, que ajude no desenvolvimento de massa muscular. 7º) Idade - A partir dos 30 anos o metabolismo começa a ficar mais lento, contudo pesquisas indicam que isso ocorre pelo fato das pessoas tornarem-se mais sedentárias, o que acarreta uma perda gradual de massa muscular. Por isso, é importante que haja um controle alimentar e prática regular de atividade física. 8º) Temperatura ambiente - Em dias mais frios, o corpo consome mais energia para se manter aquecido. Acelere o seu metabolismo Para acelerar o metabolismo é importante fracionar as refeições 5-6 vezes ao dia (o organismo terá de trabalhar mais vezes para processar um maior número de refeições), comer devagar, mastigando bem os alimentos e reduzir o consumo de alimentos gordurosos e ricos em açúcar e farinhas refinadas. Alimentos ricos em fibras (grãos integrais, legumes, frutas e verduras) levam mais tempo para serem digeridos e por isso aceleram o metabolismo. A prática de exercícios físicos, principalmente os aeróbicos (caminhada, natação, ciclismo, esteira, bicicleta, ajuda muito. A taxa metabólica aumenta 25% durante 12 a 15 horas após os exercícios aeróbicos intensos Não pular refeições e evitar dietas rígidas também ajuda a acelerar o metabolismo. Quando se faz uma dieta para emagrecer, o metabolismo basal fica com um gasto calórico menor como uma forma de defesa (reserva), e quanto menor a ingestão calórica diária, menor será o metabolismo, pois o organismo vai interpretar essa situação como uma ameaça. A depressão do metabolismo basal 129
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    com dietas semorientação e/ou acompanhadas com inibidores de apetite leva o organismo a reagir com mecanismos de preservação de calorias e a conseqüência é a dificuldade de se perder gordura corporal, além do risco de desenvolvimento de cálculos na vesícula. Por isso, a dieta deve ser equilibrada do ponto de vista nutricional e as calorias oferecidas devem ser compatíveis com a necessidade individual de cada pessoa, caso contrário o programa de emagrecimento será um verdadeiro fracasso. O ideal é fazer de cinco a seis pequenas refeições diárias e reduzir a ingestão calórica, calculando uma perda de peso de até 500g por semana, de forma segura e com bons resultados a longo prazo. Copa do Mundo 130
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    A Copa doMundo, ou Campeonato Mundial de Futebol, é um torneio de futebol masculino realizado a cada quatro anos pela FIFA. Começou em 1930, com a vitória da seleção do Uruguai. No primeiro mundial, não havia torneio eliminatório, e os países foram convidados para o torneio. Nos anos de 1942 e 1946, a Copa não ocorreu devido à Segunda Guerra Mundial. O Brasil possui a seleção com mais títulos mundiais, o único país pentacampeão e o único a ter vencido o torneio fora do seu continente. É também o único país a ter participado de todas os Campeonatos. Segue-se a seleção tetracampeã da Itália, a tricampeã Alemanha, as bicampeãs Argentina e Uruguai e, por fim, as seleções da Inglaterra e da França, com um único título. A Copa do Mundo é o segundo maior evento desportivo do mundo, ficando atrás apenas dos Jogos Olímpicos de Verão. É realizada a cada quatro anos, tendo sido sediada pela última vez em 2006 na Alemanha, com a Itália como campeã, ficando a França em segundo lugar, o país organizador a Alemanha em terceiro e Portugal em quarto. Os próximos, em 2010, serão na África do Sul e em sua próxima edição (em 2014), será selecionado algum país da América do Sul (provavelmente o Brasil) capaz de abrigar um evento desse porte. Caso nenhum país da América do Sul tenha capacidade para aportar a Copa do Mundo, Canadá e EUA são concorrentes absolutos. As últimas três Copas do Mundo tiveram 32 participantes, o que provavelmente será mantido para as próximas Copas. História As primeiras competições internacionais O primeiro amistoso internacional de futebol foi jogado em 1872, entre a Inglaterra e Escócia, num momento em que o esporte era raramente praticado fora da Grã- Bretanha. No final do século XIX o futebol começou a ganhar mais adeptos, e por isso se tornou um esporte de demonstração (sem disputa de medalhas) nos Jogos Olímpicos de Verão de 1900, 1904 e 1906, até se tornar uma competição oficial 131
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    nos Jogos Olímpicosde Verão de 1908. Organizada pela Football Association, era um evento para jogadores amadores, e na época não foi considerado uma real competição, mas sim um mero espetáculo. A seleção amadora da Inglaterra foi a campeã nas duas edições, 1908 e 1912. Em 1914 a FIFA reconheceu o torneio olímpico como uma "competição global de futebol amador"[1], tomando para si a responsabilidade em organizá-lo. Com isso na edição de 1924 houve a primeira disputa de futebol intercontinental. O Uruguai foi a campeã nas duas edições, 1924[2] e 1928. Em 28 de Maio de 1928 a FIFA tomou a decisão de fazer a competição em separado, não sendo mais um esporte dos Jogos Olímpicos de Verão. Para celebrar o centenário da independência do Uruguai em 1930 foi-se decidido que a sede da competição seria no país sul- americano, no mesmo ano A primeira Copa do Mundo oficial Só treze seleções participaram da primeira Copa, sete da América Latina (Uruguai, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Peru), quatro da Europa (Bélgica, França, Jugoslávia e Romênia) e duas da América do Norte (México e EUA). Muitas seleções européias desistiram da competição devido à longa e cansativa viagem pelo Oceano Atlântico. As duas primeiras partidas da Copa ocorreram simultaneamente, sendo vencidas pela França e EUA, que venceram a México por 4 a 1 e a Bélgica por 3 a 0, respectivamente. O primeiro gol em Copas do Mundo foi marcado pelo jogador francês Lucien Laurent. A final foi entre o Uruguai e a Argentina, tendo os uruguaios vencido o jogo por 4 a 2, no Estádio Centenário, em Montevidéu, com um público estimado de 93 mil espectadores.[3] O artilheiro deste torneio foi o argentino Guillermo Stábile 132
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    Crescimento Os problemas queatrapalhavam as primeiras edições do torneio eram as dificuldades da época para uma viagem intercontinental. Nas Copas de 1934 e 1938, realizadas na Europa, houve uma pequena participação dos países sul- americanos. Só a seleção brasileira esteve presente nessas duas edições. Já as edições de 1942 e 1946 foram canceladas devido à Segunda Guerra Mundial. A Copa do Mundo de 1950 foi a primeira a ter participantes britânicos. Eles tinham se retirado da FIFA em 1920, por se recusarem a jogar com países que tinham guerreado recentemente e por um protesto da influência estrangeira no futebol, já que o esporte era uma "invenção" britânica e esses países consideravam que o mesmo tinha sido deturpado pelo modo de jogar estrangeiro [4]. Contudo, eles voltariam a ser membros da FIFA em 1946. O torneio também teve a volta da participação do Uruguai, que tinha boicotado as duas edições anteriores. Nas Copas de 1934 até 1978 havia 16 seleções classificadas para a fase final (exceto nos raros casos onde houve desistência). A maioria era da América Latina e Europa, com uma pequena minoria da África, Ásia e Oceania. Essas seleções normalmente não passavam da primeira fase, sendo facilmente derrotadas (com exceção da Coréia do Norte, que chegou às quartas-de-final em 1966). A fase final foi expandida para 24 seleções em 1982, e 32 em 1998, permitindo que mais seleções da África, Ásia e América do Norte pudessem participar. Nos últimos anos esses novos participantes têm conseguido se destacar mais, como Camarões chegando as quartas-de-final em 1990 e Coréia do Sul, Senegal e EUA passando às quartas-de-final em 2002, ainda com a Coréia do Sul chegando ao quarto lugar. Troféu 133
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    De 1930 a1970 a Taça Jules Rimet era dada aos campeões de cada edição. Inicialmente conhecida como Taça do Mundo ou Coupe du Monde (em francês), foi renomeada em 1946 em homenagem ao presidente da FIFA responsável pela primeira edição do torneio, em 1930. Em 1970, com a terceira vitória da seleção brasileira a mesma ganhou o direito ter a posse permanente da taça. Contudo, ela foi roubada da sede da CBF em dezembro de 1983, e nunca foi encontrada. Acredita-se que os ladrões a tenham derretido. [5] Depois de 1970 uma nova taça, chamada Troféu da Copa do Mundo FIFA ou FIFA World Cup Trophy (em Ingles), foi criada. Diferentemente da Taça Jules Rimet, ela não irá para qualquer seleção, independente do número de títulos. Argentina, Alemanha, Brasil e Itália são os maiores ganhadores dessa nova taça, com dois títulos cada um. Ela só será trocada quando a placa em seu pé estiver totalmente preenchida com os nomes dos campeões de cada edição, o que só ocorrerá em 2038. Formato Eliminatórias Desde a segunda edição do torneio, em 1934, eliminatórias têm sido feitas para diminuir o tamanho da fase final. Elas são disputadas nas seis zonas continentais da FIFA (África, Ásia, América do Norte e América Central e Caribe, Europa, Oceania e América do Sul) organizadas por suas respectivas confederações. Antes de cada edição do torneio a FIFA decide quantas vagas cada zona continental terá direito, levando em conta fatores como número de seleções e força de cada confederação. O lobby dessas confederações por mais vagas também costuma ser bastante comum. As eliminatórias podem começar três anos antes da fase final, e duram um pouco mais que dois anos. O formato de cada eliminatória difere de acordo com cada 134
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    confederação. Normalmente umaou duas vagas são reservadas para os ganhadores dos play-offs internacionais. Por exemplo, o campeão da eliminatória da Oceania e o quinto colocado da América do Sul disputaram um play-off para decidir quem ficaria com a vaga da fase final Copa do Mundo de 2006.[6] Da Copa de 1938 para cá os campeões de cada edição eram automaticamente classificados para a próxima Copa, sem precisar passar pelas suas eliminatórias. Contudo, a partir da edição de 2006 o campeão é obrigado a se classificar normalmente como qualquer outra seleção. O Brasil, vencedor em 2002, foi o primeiro campeão a ter que disputar uma eliminatória para a Copa seguinte. [7]. Fase final A fase final do torneio tem 32 seleções competindo por um mês no país anfitrião. A fase final é dividida em duas fases: a fase de grupos e a fase do mata-mata, ou eliminatória. Na primeira fase (grupos) as seleções são colocadas em oito grupos de quatro participantes. Oito seleções são a cabeça-de-chave de cada grupo (as seleções consideradas mais fortes) e as outras são sorteadas. Desde 1998 o sorteio é feito com que nunca mais que duas seleções européias e mais que uma seleção da mesma confederação fiquem no mesmo grupo. Na fase de grupos cada seleção joga uma partida contra as seleções de seu grupo, e as duas que mais pontuarem se classificam para a fase do mata-mata. Desde 1994 a vitória numa partida vale três pontos, o empate um e a derrota nenhum. Antes, cada vitória valia dois pontos. A fase de mata-mata é uma fase de eliminação rápida. Cada seleção joga apenas uma partida em cada estágio da fase (oitavas-de-final, quartas-de-final, semi-final e final) e a vencedor passa para o próxima estágio. Em caso de empate no tempo normal a partida é levada para a prorrogação e em caso de empate da mesma há a disputa de pênaltis. As duas seleções eliminadas da semi-final fazem um jogo antes da final para decidirem o terceiro e quarto lugar. 135
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    Escolha das sedes Nasprimeiras edições as sedes eram escolhidas em encontros nos congressos da FIFA. As escolhas eram sempre polêmicas devido a longa viagem da América do Sul à Europa (e vice-versa), as duas grande potências futebolísticas da época (e ainda hoje). A decisão da primeira Copa ser no Uruguai, por exemplo, levou à participação de apenas quatro seleções da Europa. [8] As duas Copas seguintes foram na Europa. A decisão de sediar a Copa do Mundo de 1938 na França foi outra grande polêmica, já que os países americanos desejavam um sistema rotativo de sedes. Ou seja, uma edição na Europa e a seguinte na América do Sul. Como a Copa de 1934 tinha sido na Itália, a sede da edição de 38 teria que ser teoricamente na América do Sul, o que de fato não ocorreu. Isso fez com que tanto o Uruguai e a Argentina boicotassem o torneio. [9] Após a Segunda Guerra Mundial para evitar qualquer tipo de boicote ou controvérsia a FIFA adotou o padrão de rotacionar as sedes entre a América e a Europa, que foi usado até a Copa do Mundo de 1998. A edição de 2002, que teve como sede tanto Japão quanto Coréia do Sul foi a primeira sediada fora desses dois continentes. Já a edição de 2010 será a primeira na África. Em 2003 foi decidido que a Copa do Mundo de 2014 será na América Latina. O Brasil seria candidato único, mas no último dia de inscrições para a escolha da sede a Colômbia também se candidatou. No entanto, na data designada para a confirmação da candidatura, a Colômbia retirou-se do pleito, sobretudo por falta de patrocinadores e de apoio internacional(A Confederação Sul-Americana e os outros oito países participantes apoiam a candidatura brasileira). 136
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    O sistema deescolha da sede evoluiu ao longo dos tempos, sendo hoje escolhido pela comitê executivo da FIFA, seis anos antes da Copa. Público das Finais Edição Ano/Data Estádio Cidade Público Pagante I 1930 Estádio Centenário Montevidéu 68.346 II 1934 Estádio Olímpico de Roma Roma 55.000 III 1938 Estádio Olímpico Yves-du-Manoir Paris 45.000 IV 1950 Estádio do Maracanã Rio de Janeiro 173.850 V 1954 Estádio Wankdorf Berna 62.500 VI 1958 Estádio Råsunda Estocolmo 49.737 VII 1962 Estádio Nacional de Chile Santiago 68.679 VIII 1966 Estádio de Wembley Londres 96.924 IX 1970 Estádio Azteca Cidade do México 107.412 X 1974 Estádio Olímpico de Munique Munique 78.200 XI 1978 Estádio Monumental de Núñez Buenos Aires 71.483 XII 1982 Estádio Santiago Bernabéu Madrid 90.000 XIII 1986 Estádio Azteca Cidade do México 114.600 XIV 1990 Estádio Olímpico de Roma Roma 73.603 XV 1994 Rose Bowl Stadium Pasadena 94.194 XVI 1998 Stade de France Saint-Denis 80.000 XVII 2002 Estádio Internacional de Yokohama Yokohama 69.029 XVIII 2006 Olympiastadion Berlim 69.000 XIX 2010 Soccer City Joanesburgo 84.490 Primeira participação A cada Copa do Mundo pelo menos uma seleção participa da competição pela primeira vez. Nº Nº de Ano Seleções estreantes Equipes estreantes Argentina Bélgica Bolívia Brasil Chile 1930 13 13 Estados Unidos França Iugoslávia(1) México Paraguai Peru Romênia Uruguai (3) Alemanha Áustria Egipto Espanha Hungria 1934 16 10 Itália Países Baixos Suécia Suíça 137
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    Tchecoslováquia(2) Cuba Índias Orientais Neerlandesas(4) Noruega 1938 16 4 Polónia 1950 13 1 Inglaterra Alemanha Ocidental(3) Coreia do Sul Escócia 1954 16 4 Turquia 1958 16 3 Irlanda do Norte País de Gales União Soviética(5) 1962 16 2 Bulgária Colômbia 1966 16 2 Coreia do Norte Portugal 1970 16 3 El Salvador Israel Marrocos (3) 1974 16 4 Alemanha Oriental Austrália Haiti Zaire(6) 1978 16 2 Irã Tunísia Argélia Camarões Honduras Kuwait Nova 1982 24 5 Zelândia 1986 24 3 Canadá Dinamarca Iraque 1990 24 3 Costa Rica Emirados Árabes Unidos Irlanda 1994 24 4 Arábia Saudita Grécia Nigéria Rússia(5) 1998 32 4 África do Sul Croácia Jamaica Japão 2002 32 4 China Equador Eslovénia Senegal Angola Costa do Marfim Gana República 2006 32 8 Tcheca(2) Sérvia e Montenegro(1) Togo Trinidad e (5) Tobago Ucrânia 2010 32 2 Eslováquia(2) Sérvia(1) 2014 32 Ranking histórico de pontos 1930 até 2012: País PG J V E D GP GC SG CD 1º Brasil 172 97 67 15 15 210 88 122 19 2º Alemanha(3) 160 99 60 19 20 206 117 89 17 3º Itália 122 80 44 21 15 126 74 52 17 4º Argentina 100 70 37 13 20 123 80 43 15 5º Espanha 83 56 28 12 16 88 59 29 13 6º Inglaterra 79 59 26 19 14 78 52 26 13 7º França 71 54 25 11 18 96 68 28 13 8º Países Baixos 68 43 22 10 11 71 44 27 9 9º Uruguai 51 47 18 12 17 76 65 11 11 10º Suécia 50 46 16 13 17 74 69 5 11 11º Sérvia(1) 45 43 17 8 18 64 59 5 11 12º México 43 49 12 13 24 52 89 -37 14 138
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    País PG J V E D GP GC SG CD (5) 13º Rússia 42 37 17 6 14 64 44 20 9 14º Polónia 37 31 15 5 11 44 40 4 7 15º Hungria 33 32 15 3 14 87 57 30 9 16º Portugal 33 23 12 3 8 39 22 17 5 17º Bélgica 32 36 10 9 17 47 63 -16 11 18º República Tcheca(2) 30 33 12 5 16 47 49 -2 9 19º Áustria 28 29 12 4 13 43 47 -4 7 20º Paraguai 28 27 7 10 10 30 38 -8 8 21º Suíça 28 29 9 6 14 38 52 -14 9 22º Romênia 26 21 8 5 8 30 32 -2 7 23º Chile 26 29 9 6 14 34 46 -12 8 24º Dinamarca 23 16 8 2 6 27 24 3 4 25º Estados Unidos 23 29 7 5 17 32 56 -24 9 26º Coreia do Sul 23 28 5 8 15 28 61 -33 8 27º Croácia 20 13 6 2 5 15 11 4 3 28º Bulgária 17 26 3 8 15 22 53 -31 7 29º Camarões 16 20 4 7 9 17 34 -17 6 30º Turquia 15 10 5 1 4 20 17 3 2 31º Japão 15 14 4 3 7 12 16 -4 4 32º Escócia 15 23 4 7 12 25 41 -16 8 33º Irlanda 14 13 2 8 3 10 10 0 3 34º Gana 14 9 4 2 3 9 10 -1 2 35º Nigéria 14 14 4 2 8 17 21 -4 4 36º Irlanda do Norte 11 13 3 5 5 13 23 -10 3 37º Peru 11 15 4 3 8 19 31 -12 4 38º África do Sul 10 9 2 4 3 11 16 -5 3 39º Colômbia 10 13 3 2 8 14 23 -9 4 40º Equador 9 7 3 0 4 7 8 -1 2 41º Noruega 9 8 2 3 3 7 8 -1 3 42º Marrocos 9 13 2 4 7 12 18 -6 4 43º Austrália 9 10 2 3 5 8 17 -9 3 44º Senegal 8 5 2 2 1 7 6 1 1 45º Costa Rica 8 10 3 1 6 12 21 -9 3 46º Arábia Saudita 8 13 2 2 9 9 32 -23 4 47º Costa do Marfim 7 6 2 1 3 9 9 0 2 48º Ucrânia(5) 7 5 2 1 2 5 7 -2 1 49° Alemanha Oriental(3) 6 6 2 2 2 5 5 0 1 50º Argélia 6 9 2 2 5 6 12 -6 3 51º Tunísia 6 12 1 4 7 8 17 -9 4 52º País de Gales 5 5 1 3 1 4 4 0 1 53º Irã 5 9 1 2 6 6 18 -12 3 139
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    País PG J V E D GP GC SG CD (2) 54º Eslováquia 4 4 1 1 2 5 7 -2 1 55º Eslovénia 4 6 1 1 4 5 10 -5 2 56º Honduras 3 6 0 3 3 2 6 -4 2 57º Jamaica 3 3 1 0 2 3 9 -6 1 58º Cuba 3 3 1 1 1 5 12 -7 1 59º Nova Zelândia 3 6 0 3 3 4 14 -10 2 60º Grécia 3 6 1 0 5 2 15 -13 2 61º Coreia do Norte 3 7 1 1 5 6 21 -15 2 62º Angola 2 3 0 2 1 1 2 -1 1 63º Israel 2 3 0 2 1 1 3 -2 1 64º Egito 2 4 0 2 2 3 6 -3 2 65º Kuwait 1 3 0 1 2 2 6 -4 1 66º Trinidad e Tobago 1 3 0 1 2 0 4 -4 1 67º Bolívia 1 6 0 1 5 1 20 -19 3 68º Iraque 0 3 0 0 3 1 4 -3 1 69º Togo 0 3 0 0 3 1 6 -5 1 70º Canadá 0 3 0 0 3 0 5 -5 1 71º Índias Orientais Neerlandesas(4) 0 1 0 0 1 0 6 -6 1 72º Emirados Árabes Unidos 0 3 0 0 3 2 11 -9 1 73º China 0 3 0 0 3 0 9 -9 1 74º Haiti 0 3 0 0 3 2 14 -12 1 75º Zaire(6) 0 3 0 0 3 0 14 -14 1 76º El Salvador 0 6 0 0 6 1 23 -22 2 PG-Pontos Ganhos; J-Jogos; V-Vitórias; E-Empates; D-Derrotas; GP-Gols Pró; GC-Gols Contra; SG-Saldo de Gols; CD-Copas Disputadas. Classificação pelo número de pontos ganhos, com vitória valendo 2 pontos até 1990 e 3 pontos a partir de 1994. Em caso de igualdade entre dois ou mais países, os critérios de desempate estabelecidos pela FIFA são: 1) Melhor saldo de gols ; 2) Gols pró; 3) Maior número de vitórias; 4) Maior número de Copas disputadas. Lista completa de participações Abaixo, a lista completa de participações: Nº País Participações 19 Brasil 1930 – 2014 (Todas) 17 Alemanha(3) 1934 – 1938, 1954 – 2010 140
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    17 Itália 1934 – 1954, 1962 – 2010 15 Argentina 1930 – 1934, 1958 – 1966, 1974 – 2010 14 México 1930, 1950 – 1970, 1978, 1986, 1994 – 2010 1930 – 1938, 1954 – 1958, 1966, 1978 – 1986, 1998 – 13 França 2010 13 Espanha 1934, 1950, 1962 – 1966, 1978 – 2010 13 Inglaterra 1950 – 1970, 1982 – 1990, 1998 – 2010 11 Bélgica 1930 – 1938, 1954, 1970, 1982 – 2002 9 Iugoslávia(1) 1930, 1950 – 1962, 1974, 1982, 1990, 1998 1 Sérvia e Montenegro(1) 2006 1 Sérvia(1) 2010 1930, 1950 – 1954, 1962 – 1974, 1986 – 1990, 2002, 11 Uruguai 2010 1934 – 1950, 1958, 1970 – 1978, 1990 – 1994, 2002 – 11 Suécia 2006 9 Estados Unidos 1930 – 1934, 1950, 1990- 1994 – 2010 9 Hungria 1934 – 1938, 1954 – 1966, 1978 – 1986 9 Países Baixos 1934 – 1938, 1974 – 1978, 1990 – 1998, 2006 – 2010 9 Suíça 1934 – 1954, 1962 – 1966, 1994, 2006 – 2010 8 Tchecoslováquia(2) 1934 – 1938, 1954 – 1962, 1970, 1982, 1990 1 República Tcheca(2) 2006 1 Eslováquia(2) 2010 7 União Soviética(5) 1958 – 1970, 1982 – 1990 2 Rússia(5) 1994, 2002 1 Ucrânia(5) 2006 8 Chile 1930, 1950, 1962 – 1966, 1974, 1982, 1998, 2010 8 Paraguai 1930, 1950, 1958, 1986, 1998 – 2010 8 Coreia do Sul 1954, 1986 – 2010 8 Escócia 1954 – 1958, 1974 – 1990, 1998 7 Romênia 1930 – 1938, 1970, 1990 – 1998 7 Áustria 1934, 1954 – 1958, 1978 – 1982, 1990, 1998 7 Polónia 1938, 1974 – 1986, 2002 – 2006 7 Bulgária 1962 – 1974, 1986, 1994 – 1998 6 Camarões 1982, 1990 – 2002, 2010 5 Portugal 1966, 1986, 2002 – 2010 4 Peru 1930, 1970, 1978 – 1982 4 Colômbia 1962, 1990 – 1998 4 Marrocos 1970, 1986, 1994 – 1998 4 Tunísia 1978, 1998 – 2006 4 Dinamarca 1986, 1998 – 2002, 2010 4 Arábia Saudita 1994 – 2006 4 Nigéria 1994 – 2002, 2010 141
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    4 Japão 1998 – 2010 3 Bolívia 1930, 1950, 1994 3 Noruega 1938, 1994 – 1998 3 Irlanda do Norte 1958, 1982 – 1986 3 Austrália 1974, 2006 – 2010 3 Irã 1978, 1998, 2006 3 Argélia 1982 – 1986, 2010 3 Costa Rica 1990, 2002 – 2006 3 Irlanda 1990 – 1994, 2002 3 África do Sul 1998 – 2002, 2010 3 Croácia 1998 – 2006 2 Egito 1934, 1990 2 Turquia 1954, 2002 2 Coreia do Norte 1966, 2010 2 El Salvador 1970, 1982 2 Honduras 1982, 2010 2 Nova Zelândia 1982, 2010 2 Grécia 1994, 2010 2 Equador 2002 – 2006 2 Eslovénia 2002, 2010 2 Costa do Marfim 2006 – 2010 2 Gana 2006 – 2010 1 Cuba 1938 Índias Orientais 1 1938 Neerlandesas(4) 1 País de Gales 1958 1 Israel 1970 (3) 1 Alemanha Oriental 1974 1 Haiti 1974 (6) 1 Zaire 1974 1 Kuwait 1982 1 Canadá 1986 1 Iraque 1986 1 Emirados Árabes Unidos 1990 1 Jamaica 1998 1 China 2002 1 Senegal 2002 1 Angola 2006 1 Togo 2006 1 Trinidad e Tobago 2006 (1):O Reino da Iugoslávia (1930) e a República Socialista Federativa da Iugoslávia (1950, 1954, 1958, 1962, 1974, 1982 e 1990) se classificaram oito vezes para a Copa do Mundo com o nome de Iugoslávia antes da separação das repúblicas em 1992. Também obteve classificação em 1998, com um território bastante 142
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    menor que oinicial, formado apenas por Sérvia e Montenegro, que, juntas, compunham a República Federal da Iugoslávia. Em 2006, a República Federal da Iugoslávia já havia modificado seu nome mais uma vez e competia, nessa ocasião, como Sérvia e Montenegro. A FIFA confere à atual Sérvia as participações da antiga Iugoslávia e de Sérvia e Montenegro. (2):A Tchecoslováquia foi dividida em República Tcheca e Eslováquia em 1993. A FIFA confere à República Tcheca e à Eslováquia as participações da antiga Tchecoslováquia, porém a República Tcheca confere as participações e pontuações da antiga Tchecoslováquia, pois caso ocorra o enfrentamento da República Tcheca contra a Eslováquia não haja conflito de resultados na tabela do Ranking das Copas do Mundo. Caso parecido com a União Soviética, com Rússia e Ucrânia. (3):A Alemanha jogou em 1934 e 1938 unificada. Após a Segunda Guerra Mundial seu território foi dividido em Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental. A Seleção Ocidental é tricampeã mundial, enquanto a Oriental participou somente em 1974. A reunificação das duas Alemanhas se deu em 1991 e em 1994 a Seleção Alemã voltou a disputar uma Copa do Mundo como um país só. Para a FIFA, as participações da Seleção Ocidental são somadas às da Alemanha unificada e a Seleção Oriental tem estatísticas próprias. (4):Índias Orientais Neerlandesas, que disputou a Copa de 1938, era o antigo nome da Indonésia. (5):A FIFA confere à Rússia as participações da antiga União Soviética, uma vez que a Rússia é considerada a sucessora natural da União Soviética, após a divisão deste país em diversas repúblicas, dentre as quais estão a Rússia, onde localiza-se a capital da antiga União Soviética (Moscou). (6):Zaire, que disputou a Copa de 1974, era o antigo nome da República Democrática do Congo Edições Final Semifinalistas Ano Sede Campeão Placar Vice 3º lugar Placar 4º lugar 1930 1 Detalhe 4–2 Estados [nota 1] Uruguai Uruguai Argentina Iugoslávia s Unidos 1934 2–1 2 Detalhe Itália Tchecoslováqui 3–2 Itália (pro) Alemanha Áustria s a 1938 3 Detalhe França 4–2 Hungria 4–2 Itália Brasil Suécia s 1950 [nota 2] [nota 2] 4 Detalhe Brasil Uruguai Brasil Suécia Espanha s 1954 5 Detalhe Alemanha 3 – 2 3–1 Suíça Hungria Áustria Uruguai s Ocidental 1958 6 Detalhe Suécia 5–2 6–3 Alemanha Brasil Suécia França s Ocidental 143
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    1962 7 Detalhe Chile 3 – 1 Tchecoslováqui 1–0 Iugoslávia Brasil Chile s a 1966 4–2 União 8 Detalhe Inglaterra Alemanha 2–1 Inglaterra (pro) Portugal Soviética s Ocidental 1970 9 Detalhe México 4–1 Alemanha 1 – 0 Brasil Itália Uruguai s Ocidental 1974 Alemanh 10 Detalhe a Alemanha 2 – 1 1–0 Países Baixos Polônia Brasil s Ocidental Ocidental 1978 3–1 11 Detalhe Argentina 2–1 Argentina (pro) Países Baixos Brasil Itália s 1982 12 Detalhe Espanha 3–1 Alemanha 3–2 Itália Polônia França s Ocidental 1986 4–2 13 Detalhe México Argentina 3 – 2 Alemanha França (pro) Bélgica s Ocidental 1990 14 Detalhe Itália Alemanha 1 – 0 2–1 Argentina Itália Inglaterra s Ocidental 0–0 1994 (pro) 15 Detalhe Estados (3 – 4–0 Unidos Brasil Itália Suécia Bulgária s 2 pen) 1998 16 Detalhe França 3–0 Croácia 2–1 Países França Brasil s Baixos 2002 Corei 17 Detalhe a do Sul 2–0 3–2 Coreia do Brasil Alemanha Turquia s Japão Sul 1–1 2006 (pro) 18 Detalhe Alemanh (5 – 3–1 a Itália França Alemanha Portugal s 3 pen) 144
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    2010 19 Detalhe Africado 1–0 3–2 Espanha Holanda Alemanha Uruguai s Sul 2014 20 Detalhe Brasil s 2018 21 Detalhe Rússia s 2022 22 Detalhe Qatar s Copa do Mundo FIFA de 2014 A Copa do Mundo FIFA de 2014 será a vigésima edição do evento e terá como país- anfitrião o Brasil. É a segunda vez que este torneio é realizado no país, depois da Copa do Mundo FIFA de 1950. A competição será disputada entre 12 de junho e 13 de julho[2]. e ocorrerá pela quinta vez na América do Sul, a primeira após 36 anos já que a Argentina acolheu o evento em 1978. Foi a última sede de Copa do Mundo escolhida através da política de rodízio de continentes implementada pela FIFA, iniciado a partir da escolha da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Preparativos Infraestrutura: 145
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    A Confederação Brasileirade Futebol (CBF) estima que o custo de construção e remodelação dos estádios custará mais de R$ 1,9 bilhão. Além das construções e reformas de estádios, haverá ainda mais alguns milhões gastos em infra-estrutura básica para deixar o país pronto para sediar o evento. Quando informado sobre a decisão de sediar o torneio, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse: "Nós somos uma nação civilizada, uma nação que está passando por uma fase excelente e temos tudo preparado para receber adequadamente a honra de organizar uma excelente Copa do Mundo." Teixeira estava na sede da FIFA, em Zurique, quando fez o anúncio. "Nos próximos anos teremos um fluxo consistente de investimentos. A Copa de 2014 permitirá ao Brasil ter uma infra-estrutura moderna", disse Teixeira. "Em termos sociais será muito benéfico. Nosso objetivo é tornar o Brasil mais visível nas arenas globais", acrescentou. "A Copa do Mundo vai muito além de um mero evento esportivo. Vai ser uma ferramenta interessante para promover uma transformação social." Em setembro de 2008, o Ministro de Transportes do Brasil anunciou o trem de alta velocidade no Brasil, um projeto para a Copa do Mundo que faria a ligação entre as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. o projeto custaria R$ 11 bilhões. A tecnologia para a construção provavelmente será feita por empresas da França, Japão, Coreia do Sul ou Alemanha, que irão formar consórcios com empresas de engenharia brasileiras. No entanto, em 2 de julho de 2010, foi anunciado que a linha não é esperada para ser inaugurada antes do final de 2016. Em 31 de agosto de 2009, a agência estadual de gestão dos aeroportos da Infraero divulgou um plano de investimentos de R$ 5,3 bilhões [10] para atualizar os aeroportos de dez cidades sede, aumentando a sua capacidade e o conforto para os centenas de milhares de turistas esperados para a Copa. Uma parcela significativa (55,3%) do dinheiro será gasto reformulando os aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro. O valor de investimento abrange obras a serem realizadas até 2014. O anúncio feito pela Infraero veio em resposta às críticas feitas pela Associação Brasileira de Aviação Geral, um grupo de proprietários de aviões particulares, de que os aeroportos do Brasil atualmente não poderiam lidar com o afluxo causado pela Copa do Mundo. O vice- presidente da associação, Adalberto Febeliano, disse a jornalistas que mais de 500.000 fãs de futebol eram esperados, com cada uma tendo entre seis e quatorze voos durante o torneio para chegar aos jogos nas diversas cidades sede. A maioria dos aeroportos do Brasil foram construídos antes do fim da Segunda Guerra Mundial e vários estão em ponto de saturação em termos de passageiros, de acordo com a associação. Acrescentou que deve ser possível reformar as instalações "no prazo de três ou quatro anos", se existir vontade política. A Infraero afirmou em um comunicado: "Na corrida contra o tempo, a Infraero garantirá que os sessenta e sete aeroportos na sua rede estejam em perfeitas condições para receberem com conforto e segurança os passageiros do Brasil e do exterior". Em maio de 2010, o governo brasileiro alterou a legislação de licitação para permitir maior flexibilidade para a Infraero.[12] 146
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    O Grupo Executivoda Copa do Mundo de 2014 (Gecopa) publicou uma nova lista consolidada das obras e valores incluídos no documento com base em novas regras. São 101 intervenções, sendo 12 estádios, 51 projetos de mobilidade urbana, 31 ações em aeroportos e 7 em portos. A previsão é de um investimento total de mais de R$ 26 bilhões para a Copa de 2014. Incentivos fiscais O Governo Federal informou em 17 de maio de 2010, que fará uma concessão de incentivos fiscais para a construção e remodelação de estádios para a Copa de 2014. Em nota, o Ministério da Fazenda disse que "a concessão será de isenção fiscal para os estádios da Copa do Mundo, que não terão de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto de Importação (II) ou contribuições sociais (PIS/COFINS)." Além disso, as doze cidades que serão sede dos jogos da Copa do Mundo devem ser capazes de conceder a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre todas as operações envolvendo mercadorias e outros bens para a construção ou remodelação dos estádios. "Condicionais sobre a concessão cumulativa dos benefícios envolvendo Imposto de Importação, IPI e PIS/COFINS, a isenção de ICMS sobre as importações só serão aplicáveis se a mercadoria não tiver um produto similar de produção nacional", informou em nota, acrescentando que esta decisão deve ser viabilizada através de uma Lei ou Medida Provisória. Em setembro passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu uma linha de crédito de R$ 4,8 bilhões para os estádios da Copa do Mundo. Cada cidade anfitriã será capaz de financiar até R$ 400 milhões , ou 75% do projeto, com recursos do Banco. Estádios Dezoito cidades candidataram-se para sediar as partidas da Copa, porém Maceió desistiu,[15] restando dezessete cidades, todas capitais de estados. A FIFA limita o número de cidades- sedes entre oito e dez, entretanto, dada a dimensão continental do país sede, a organização cedeu aos pedidos da CBF e concedeu permissão para que se utilizem 12 sedes no mundial. Após sucessivos adiamentos, finalmente no dia 31 de maio de 2009 foram anunciadas as sedes oficiais da Copa. A lista eliminou as candidaturas de Belém, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia e Rio Branco.[16] Dentre as 12 cidades escolhidas, cinco delas deverão receber também a Copa das Confederações 2013, "evento teste" para a Copa. Umas das sedes, o Recife, organizará os jogos em outra cidade da Região Metropolitana, São Lourenço da Mata. Originalmente, o Estádio do Morumbi em São Paulo estava no projeto, mas por incompatibilidade financeira do projeto, a FIFA retirou o estádio como uma das sedes. O comitê organizador da copa em São Paulo estudava a construção de um novo estádio em Pirituba, zona noroeste da cidade de São Paulo, mas esta opção foi descartada devido ao 147
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    tempo insuficiente, entãoo comitê organizador da Copa juntamente com a Prefeitura e o Governo de São Paulo decidiram que o estádio sede em São Paulo será o novo estádio do Corinthians em Itaquera.[17] Posteriormente, Salvador anunciou estar na disputa para abrigar o jogo de abertura do evento,[18] além de Brasília e Belo Horizonte.[19] Em 20 de outubro de 2011, enfim, a FIFA anunciou oficialmente que o estádio de São Paulo seria o palco da abertura do Mundial de 2014.[20] Também conhecido como Itaquerão, [21] em 23 de janeiro de 2012 este estádio foi denominado pela FIFA de Arena de São Paulo. [22] O primeiro estádio a ficar pronto para a Copa do Mundo foi o Castelão, em Fortaleza, sendo reinaugurado em 16 de dezembro de 2012.[23] Em seguida foi entregue o Estádio Mineirão, em 21 de dezembro de 2012. Na cerimônia de reabertura do remodelado estádio estavam presentes diversas autoridades governamentais, entre elas a presidente Dilma Roussef. Belo Horizonte Brasília Cuiabá Curitiba Fortaleza Estádio Mineirão Estádio Nacional Arena Pantanal Arena da Baixada Estádio Castelão Capacidade: 62.547[25] Capacidade: 70.064[26] Capacidade: 42.968[27] Capacidade: 41.456[28] Capacidade: 64.846[29] (em reconstrução) (em reconstrução) (em reforma) Manaus Natal Arena Amazônia Estádio das Dunas Capacidade: 42.374[30] Capacidade: 42.086[31] (em construção) (em construção) Porto Alegre Recife Rio de Janeiro Salvador São Paulo Estádio Beira-Rio Arena Pernambuco Estádio do Maracanã Arena Fonte Nova Arena de São Paulo Capacidade: 48.849[32] Capacidade: 44.248[33] Capacidade: 76.804[34] Capacidade: 48.747[35] Capacidade: 65.807[36] (em reforma) (em construção) (em reforma) (em reconstrução) (em construção) 148
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    Marketing O logotipo échamado de "Inspiração" e foi criado pela agência brasileira "África". O projeto resulta de uma fotografia icônica de três mãos vitoriosas juntas levantando o Troféu da Copa do Mundo FIFA. Bem como para descrever a noção humanitária das mãos em interligação, a representação das mãos também é simbólica no amarelo e verde do Brasil, dando calorosas boas-vindas ao mundo. O logotipo foi apresentado em uma cerimônia realizada em Joanesburgo, África do Sul, em 8 de julho de 2010. A FIFA e o COL Brasil 2014 convidaram 25 agências brasileiras para apresentar projetos para o emblema oficial do torneio de 2014 e a tarefa de escolher o vencedor foi delegada a um grupo de juízes composto pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, o secretário geral da FIFA, Jérôme Valcke, a supermodelo Gisele Bündchen, o arquiteto Oscar Niemeyer, o escritor Paulo Coelho, a cantora Ivete Sangalo e o designer Hans Donner. A comunidade brasileira de designers reagiu com duras críticas à identidade visual escolhida. Segundo Alexandre Wollner, um dos precursores do design moderno brasileiro e um dos maiores profissionais da área no país [40], o desenho se assemelha a uma mão cobrindo o rosto de vergonha e o processo de escolha, por um júri que excluía designers gráficos profissionais, não foi correto Mascote 149
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    A seleção domascote da Copa do Mundo FIFA de 2014 ocorreu em março de 2012 com uma decisão da própria FIFA. Na disputa para ser mascote da Copa, estavam as seguintes opções: a Arara, o Saci Pererê, a Onça Pintada e o Tatu-bola. O tatu-bola, vencedor da disputa, foi apresentado ao público como mascote da Copa do Mundo de 2014 em 16 de setembro de 2012. A ideia de candidatar o animal surgiu da ONG cearense Associação Caatinga. A campanha ganhou repercussão nas redes sociais e, em 29 de fevereiro de 2012, um dossiê foi entregue aos representantes do Ministério dos Esportes. O tatu-bola-da-caatinga é uma espécie endêmica do Brasil e, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), encontra-se ameaçada de extinção, com estado de conservação vulnerável. A questão da preservação ambiental, simbolizada nos mascotes, começou a ser uma preocupação das comissões organizadoras dos torneios desde a Copa do Mundo FIFA de 2010, quando um leopardo (espécie que sofre com a caça predatória na África do Sul) batizado de Zakumi, foi o mascote da competição. A identidade visual do mascote compõe-se do tatu-bola em amarelo, com a carapaça em azul, trajando um calção verde e um camiseta branca na qual está grafado "Brasil 2014". Uma votação pública foi aberta para a decisão do nome. "Amijubi" (palavra formada pela fusão de amizade e júbilo), "Fuleco" (junção de futebol e ecologia) e "Zuzeco" (uma mistura de azul e ecologia) são os nomes postulantes. Com 48% dos 1,7 milhão de votos pela internet no Brasil e no mundo, "Fuleco" foi escolhido como nome oficial do mascote e anunciado em 25 de novembro de 2012. Zuzeco obteve 31% e Amijubi 21% dos votos. 150
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    AVALIAÇÃO FÍSICA As avaliaçõesfísicas são testes (antropométricos e ergométricos) que identificara o estado atual de condicionamento físico tanto muscular ,como cardiorespiratorio analisar o percentual de gordura Um bom teste deve começar com uma boa anmenese ,que é um questionário para rastrear seus hábitos alimentares,doenças hereditárias,patologias, cirurgias e atividades físicas. Para analisar a composição corporal,(percentual de gordura) existe os métodos diretos ,indireto e duplamente indireto. Método direto: Este é o mais preciso ,porém só é possível na dissecação de cadáveres. Método indireto: Não há manipulação dos componentes separadamente. Este método visa a contagem de potássio radioativo (k40 e k42) diluição de oxido de deutério, excreção de creatina urinaria,etc....pelo meio químico. Método duplamente indireto: Este é o mais acessível para a população em geral e é realizado através da bioimpedância e por dobras cutâneas,assim como por pesagem hidrostática. 151
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    Bioimpedância: Este métodopermite uma avaliação rápida do percentual de gordura através da passagem de corrente elétrica ,verificando o nível de água existente no organismo e quantificando o percentual de gordura. Dobras cutâneas: É analisado por medidas verificadas por um compasso obtendo dados para aplicar em alguma formulas já estabelecidas ,consideradas como padrão através vários estudos ,pelo fato de sabermos que as grandes quantidades de gordura encontram-se em depósitos adiposos debaixo da pele. Teste neuromuscular: Verifica a resistência de grandes grupos musculares durante 1 min de exercícios repetidos em máxima velocidade. Dinamometria: Permite a mensuração da força através de um equipamento. Avaliação postural: Verifica anomalias no esqueleto, deve ser realizado por um ortopedista. Teste de flexibilidade: Verifica a capacidade do músculo de se estender ao Maximo através de equipamento elaborado chamado de Banco Wells Peso e altura: Apenas para adquirir dados para conferência. Ergoespirometria: Este teste nos dá parâmetros para analisar o vo2 Max(capacidade máxima de absorção de oxigênio) e definir o limiar anaeróbio( ponto onde a capacidade de remover o acido lático é menor que a produção do mesmo e definir a predominância da utilização de gordura e carboidratos como fonte de energia). Com estes dois dados podemos definir e quantificar um treinamento específico para cada indivíduo. 152
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    Teste de eletrocardiografia:Executado por um cardiologista, permite conhecer o estado atual do coração e seus limites. Índice de Massa Corporal: O índice de Massa Corporal (IMC) é uma fórmula que indica se um adulto está acima do peso, se está obeso ou abaixo do peso ideal considerado saudável. A fórmula para calcular o Índice de Massa Corporal é: IMC = peso / (altura)2 153
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    Músculos Existem dois tiposde contrações musculares: contração isotônica e contração isométrica. A contração isotônica refere-se a uma contração em que um músculo encurta enquanto exerce uma força constante que corresponde à carga que está sendo erguida pelo músculo. Divide-se em concêntrica e excêntrica. Na concêntrica a contração vence a resistência e há o encurtamento muscular e na excêntrica a resistência vence a contração havendo o alongamento muscular. Ex: A corrida é concêntrica pois o velocista vence a barreira do ar Ex: Queda de braço é excêntrica pois a resistência está em seu oponente. A contração isométrica refere-se a uma contração em que o comprimento externo do músculo não se altera, pois a força gerada pelo músculo é insuficiente para mover a carga à qual está fixado. No corpo, a maioria das contrações é uma combinação de ambas contrações Tipos de músculos Todos os três tipos musculares têm as seguintes características: 154
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    Podem contrair-se eencurtar, tornando-se mais tensos e duros, em resposta a um estímulo vindo do sistema nervoso; Podem ser distendidos, aumentando o seu comprimento; Podem retornar à forma e ao tamanho originais. A propriedade do tecido muscular de se contrair chama-se contratilidade e a propriedade de poder ser distendido recebe o nome de elasticidade. Histologicamente, podemos classificar os músculos em três categorias: Músculo estriado esquelético Os músculos esqueléticos possuem uma coloração mais avermelhada. São também chamados de músculos estriados (fibrocélulas estriadas), já que apresentam estriações em suas fibras. São os responsáveis pelos movimentos voluntários; estes músculos se inserem sobre os ossos e sobre as cartilagens e contribuem, com a pele e o esqueleto, para formar o invólucro exterior do corpo. É o mais nobre de todos os músculos, se analisado histologicamente tem característica de músculo esquelético, mas funcionalmente tem característica de músculo liso assim como o esquelético, apresenta fibrocélulas bastante compridas. É também chamado de miocárdio, é o que constitui a parede do coração. Apesar de ser estriado,possui movimentos involuntários. Este músculo se contrai e relaxa sem parar. Entretanto, elas são mononucleadas ou binucleadas, com núcleos localizados mais para o centro da célula. Também possuem discos intercalares, que são linhas de junção entre uma célula e outra, que aparecem mais coradas que as estrias transversais. No tecido cardíaco, têm bastante importância as fibras de Purkinje, células responsáveis pela distribuição do impulso elétrico que gera a contração muscular às diversas fibrocélulas cardíacas. 155
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    Músculo liso Coloração esbranquiçada,também chamados de músculos viscerais que entram na constituição dos órgãos profundos, ou vísceras, para assegurar-lhes determinados movimentos (contrações). Estes músculos têm estrutura "lisa" e funcionam independentemente da nossa vontade. A maneira com que se dispõe de suas fibras é bem diferente da musculatura estriada. São involuntários e, em geral são longos e lentos. Os músculos lisos não apresentam estrias. Suas células têm o formato de fuso e constituem parede de órgãos internos, como o estômago, o intestino, etc. Como exemplo, podemos citar os movimentos do tubo digestivo - movimentos peristálticos - e o aumento e a diminuição da pupila. E são esse movimentos que auxiliam na digestão, em se tratando do sistema digestivo Problemas Musculares O esforço excessivo ou movimentações bruscas podem provocar lesões musculares. As mais comuns são: cãimbras, cansaço muscular, distensões e rupturas. Em geral, tais problemas acontecem durante a prática esportiva. A cãimbra é causada por contrações repentinas e involuntárias do músculo. Como as outras células, as fibras musculares produzem energia por meio de reações de combustão. Devido a intensa atividade para proporcionar movimento e calor ao corpo, as fibras musculares precisam gerar grande quantidade de energia (glicose, gorduras e oxigênio). Caso o oxigênio seja insufiente, o organismo produz uma substância denominada ácido lático. Dentro das fibras musculares, o ácido lático impede a renovação da energia necessária para a contração do músculo (cansaço muscular). A cãimbra é uma contração brusca, espasmódica da musculatura acompanhada de dor intensa. Importante salientar que não é apenas a contração prolongada dos músculos que pode provocar dor. O estiramento excessivo (distensão muscular) também é seguido de intensa dor. Contrações musculares bruscas podem afetar os tendões, resultando, em certos casos, no rompimento da articulação. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu uma ruptura de tendão. 156
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    Contrações musculares As Contraçõesmusculares podem ser dividas em : Contração reflexa ( ato involuntário de movimento muscular mas de músculos somáticos voluntários). Contração tônica (contração esta mantida mesmo quando o músculo está "relaxado", este tipo de contração ajuda na manutenção da postura, por exemplo, do pescoço, no tônus dos dedos. Contração fásica isotônica dividida ainda em contração concêntrica ( encurtamento muscular) e contração excêntrica ( alongamento (contração) do músculo oposto ao que se contrai). E, por último, contração fásica isométrica ( não encurta nem alonga, mantem o mesmo comprimento muscular, mas com uma tensão maior do que o tônus muscular. A contração muscular corresponde a um encurtamento das fibras musculares como resposta normal a um estímulo nervoso. De acordo com o modelo de Huxley, a contração muscular é conseqüência de uma série de eventos: 1) O impulso nervoso alcança a célula muscular por meio de uma sinapse especial, chamada sinapse neuro-muscular ou placa motora. Há liberação de mediadores químicos nas placas motoras que excitam as células musculares estriadas e o mediador químico é a acetilcolina. 2) O mediador químico atinge a membrana plasmática da célula muscular, que recebe o nome especial de sarcolema. Uma vez a célula muscular tendo sido excitada, um potencial de ação é desencadedo na célula muscular. 3) Esse potencial de ação propaga-se por todo o sarcolema e também pelo retículo sarcoplasmático (RS), nome que recebe o retículo endoplasmático dessas células. Com o estímulo, as membranas do RS tornam-se permeáveis aos íons cálcio. Anteriormente armazenados nas cisternas do RS, os íons cálcio penetram nos sarcômeros e colocam-se em contato com as moléculas de actina e de miosina. 157
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    4) Na presençade cálcio, as moléculas de miosina adquirem atividade catalítica (atividade ATPásica) e começam a degradar moléculas de ATP, convertendo-as em ADP. 5) Com a energia liberada pela hidrólise do ATP, as moléculas de miosina deslizam-se sobre as de actina, encurtando os sarcômeros. Com o encurtamento dos sarcômeros, as miofibrilas como um todo encurtam, diminundo o comprimento da célula inteira. Tipos de Contração Muscular : Concêntrico (Impulsor ou Positivo) - permite, através de um encurtamento muscular, mover o peso do próprio corpo ou pesos exteriores, ou superar resistências. Está presente na maioria dos desenvolvimentos motores esportivos. FM > Resistência. Excêntrico (Frenador ou Negativo) - é caracterizado por um aumento longitudinal do músculo, que produz um efeito ativo contrário. Intervém no amortecimento de saltos e na preparação de movimentos. Isométrico (Estático) - é caracterizado por uma contração muscular, que exclui o encurtamento. Serve para a fixação de posições determinadas do corpo ou das extremidades. Combinado (Autotônico ou Auxotônico) - caracteriza-se por elementos do tipo impulsor, frenador ou estático. É utilizado para desenvolver a força sem aumentar o corte transversal. Isocinético (Acomodativo) - Resistência diretamente proporcional ao desenvolvimento da força por espaço de tempo. Resistência adaptada a força muscular utilizada. Pliométrico (Reativo) - Passagem do trabalho muscular excêntrico para o concêntrico. Estimula o reflexo miotático. 158
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    Modalidades da Força: A força nunca aparece, nos diversos esportes, sob uma forma pura, mas constantemente como uma combinação, ou mais ou menos como uma mistura de fatores físicos de condicionamento da “performance” (Weineck, 1989:97). Força Máxima Caracteriza-se pelo nível de força que o aluno/atleta é capaz de alcançar em conseqüência da tensão muscular máxima. Dinâmica - Capacidade de desenvolver tensão máxima no desenvolvimento de um movimento articular Estática - Maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contração voluntária. FM Estática > FM Dinâmica Obs.: Uma FM só ocorre quando houver equilíbrio entre a carga e a força de contração do músculo. A FM depende dos seguintes fatores: - Seção fisiológica transversal do músculo; - Coordenação Intermuscular; - Coordenação Intramuscular. Vantagens: - Aumento da força sem aumento essencial da seção transversal e do peso corporal. Sistema Energético: Os fosfatos ricos em energia (ATP-CP), desempenham um papel decisivo no desenvolvimento da força máxima. Uma carga máxima levada ao esgotamento, atinge uma superacidez intracelular (elevação do lactato) e reduz a “performance” a níveis submáximos (Weineck,1989:97). Força de Explosão É a capacidade que o sistema neuromuscular tem de superar resistências com a maior velocidade de contração possível (Harre, 1976). 159
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    Segundo Bühhrle-Schmidtbleicher (1981),a elevação da FE depende dos seguintes fatores: - Número de unidades motoras simultaneamente envolvidas no início do movimento (coordenação intramuscular); - A velocidade de contração das fibras musculares ativadas; - A força de contração das fibras musculares empenhadas, ou seja, a seção transversal do músculo Subdivisão: Força de largada - é a capacidade de empregar um número máximo de unidades motoras no início da contração e de executar uma força inicial elevada. (Weineck,1989:100). Força explosiva - ocorre um aumento da força por unidade de tempo. Depende: velocidade de contração das unidades motoras e da força de contração das fibras comprometidas. Força explosiva de resistência - movimentos repetidos com sobrecarga que permitem manter, ao mesmo tempo, uma velocidade alta com um número de repetições elevadas. Obs.: Se as resistências a serem vencidas forem pequenas, é a força de largada que predomina, se a carga aumentar ou o tempo de duração for prolongado, é a força explosiva, se só o tempo for prolongado, força de resistência. Para cargas muito elevadas, força máxima (Letzelter,1978). Força de Resistência É a capacidade de resistir a fadiga do organismo, em caso de performance de força de longa duração (Harre,1976). Depende: - intensidade do estímulo (% da força máxima); - volume do estímulo (número de repetições). 160
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    Divisão: segundo (Frey,1977) Força de Resistência Geral - Capacidade de resistência à fadiga da periferia corporal com emprego de 1/7 à 1/6 da musculatura esquelética total. Força de Resistência Local - Capacidade de resistência à fadiga do corpo com o emprego de menos de 1/7 à 1/6 do total da musculatura esquelética Divisão: segundo (Zaziorski, citado por Manso,1996: 250). Força de Resistência Global - Capacidade de resistência à fadiga da periferia corporal com emprego de mais de 2/3 da musculatura esquelética total. Força de Resistência Regional - Capacidade de resistência à fadiga da periferia corporal com emprego entre1/3 a 2/3 da musculatura esquelética total. Força de Resistência Local - Capacidade de resistência à fadiga do corpo com o emprego de menos de 1/3 do total da musculatura esquelética. Formas Particulares: Força Absoluta - é a força produzida independentemente do peso corporal. Força Relativa - é a força produzida relacionada com o peso corporal. Força Limite - força voluntária máxima + a reserva de força mobilizável pelos componentes psíquicos (ou drogas). 161
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    DEFICIÊNCIA FÍSICA 1. DEFINIÇÃO Adeficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. 2. TIPOS • Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias) • Lesão medular (tetraplegias, paraplegias) • Miopatias (distrofias musculares) • Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica) • Lesões nervosas periféricas • Amputações • Seqüelas de politraumatismos • Malformações congênitas • Distúrbios posturais da coluna • Seqüelas de patologias da coluna • Distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das articulações dos membros • Artropatias • Reumatismos inflamatórios da coluna e das articulações 162
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    Lesões por esforços repetitivos (L.E.R.) • Seqüelas de queimaduras 3. DADOS ESTATÍSTICOS A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, em tempos de paz, 10% da população de países desenvolvidos são constituídos de pessoas com algum tipo de deficiência. Para os países em vias de desenvolvimento estima-se de 12 a 15%. Destes, 20% seriam portadores de deficiência física. Considerando-se o total dos portadores de qualquer deficiência, apenas 2% deles recebem atendimento especializado, público ou privado. (Ministério da Saúde - Coordenação de Atenção a Grupos Especiais, 1995). 4. CAUSAS • Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição; materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras. • Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras. • Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros. • Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas metabólicas e outras. • Mal formações congênitas: por exposição à radiação; uso de drogas; causas desconhecidas. • Artropatias: por processos inflamatórios; processos degenerativos; alterações biomecânicas; hemofilia; distúrbios metabólicos e outros. 5. FATORES DE RISCO  Violência urbana  Uso de drogas  Acidentes desportivos Sedentarismo  Acidentes do trabalho  Epidemias/endemias  Tabagismo  Agentes tóxicos  Maus hábitos alimentares  Falta de saneamento básico 6. PARA FAZER A IDENTIFICAÇÃO • Observação quanto ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê (não firmar a cabeça, não sentar, não falar, no tempo esperado). 163
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    Atenção para perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da sensibilidade para membros superiores ou membros inferiores. • Identificação de erros inatos do metabolismo. • Identificação de doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas. • Controle de gestação de alto-risco. • A Identificação precoce pela família seguida de exame clínico especializado favorecem a prevenção primária e secundária e o agravamento do quadro de incapacidade. 7. EXAMES PARA TER UM DIAGNÓSTICO CORRETO  Barositometria (Lesados Medulares)  Ergoespirometria  Avaliações Complementares por  Baropodometria Especialidades Afins  Avaliação Isocinética  Avaliação Clínica Fisiátrica Eletroneuromiografia  Teste de Propriocepção - Reactor  Avaliações Complementares por Equipe  Potencial Evocado Multiprofissional  Laboratório de Análise Tridimensional do  Urodinâmica Movimento DEFICIÊNCIA MENTAL Deficiência mental Deficiência mental é o nome dado à caracterização dos problemas que ocorrem no cérebro, e leva a um baixo rendimento cognitivo, mas que não afetam outras regiões ou funções cerebrais. A Deficiência mental pode ter várias etiologias, entre as principais estão os: fatores genéticos, perinatais, (ocorridos durante a gestação e o parto) e pós natais. Os portadores de necessidades especiais (já denominados Excepcionais ou (Deficientes) necessitam de atendimento multiprofissional (incluindo: médico, 164
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    fisioteraputa/ terapeuta ocupacional,fonoaudiólogo, psicólogo, pedagogo entre outros) a fim de minimizar os problemas decorrentes da deficiência. Quanto mais cedo houver um diagnóstico e mais precoce for a intervenção melhores serão os resultados. As técnicas exercidas por diversos profissionais de reabilitação e puericultura para identificar precocemente lesões e intervir são denominadas Avaliação do Desenvolvimento e Estimulação Precoce. A criança com deficiência mental tem as funções intelectuais situadas abaixo dos padrões considerados normais para sua idade,e em conseqüência, pode apresentar dificuldades no desenvolvimento e comportamento adaptativo. A deficiência mental resulta, quase sempre, de uma alteração na estrutura cerebral, provocada por fatores genéticos, na vida intra-uterina, ao nascimento ou na vida pós-natal. O grande desafio para os estudiosos dessa característica humana é que em quase metade dos casos estudos essa alteração não é conhecida ou identificada e quando analisamos o espectro de patologias que tem a deficiência mental como expressão de seu dano nos deparamos com um conjunto de mais de 200 doenças Problemas da definição de deficiência mental As clássicas definições da deficiência mental, a exemplo da Associação Americana Deficiência Mental têm como referência a limitação da atividade intelectual (leia-se praticamente habilidades lógico matemáticas) e a capacidade de adaptação (leia-se socialização) contudo ambos conceitos, aqui referidos, podem ser ampliados em função das suas distintas aplicações. Para Piaget a inteligência é um prolongamento da adaptação orgânica, o progresso da razão consiste numa conscientização da atividade organizadora da própria vida. Essa definição, uma das muitas possibilidades de definir lógica e inteligência em seus estudos, revelam sua opção de pesquisa a partir de um conceito básico da biologia moderna, a adaptação, sem o qual não poderíamos compreender as relações entre forma e função e/ou a teoria da evolução. 165
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    Autismo: Histórico Foi descritopela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of affective contact, na revista "Nervous Child", vol. 2, p. 217-250. No mesmo ano, o também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância. Embora ambos fossem austríacos, devido à II Guerra Mundial, não se conheciam. A palavra "autismo" foi cunhada por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade". Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que observavam em seus pacientes. O trabalho de Asperger só veio a se tornar conhecido nos anos 1970, quando a médica inglesa Lorna Wing traduziu seu trabalho para o inglês. Foi a partir daí que um tipo de autismo de alto desempenho passou a ser denominado síndrome de Asperger. Nos anos 1950 e 1960, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do autismo seria a indiferença da mãe, que denominou de "mãe-geladeira'". Nos anos 1970 essa teoria foi posta por terra e passou-se a pesquisar as causas do autismo. Hoje, acredita-se que o autismo esteja ligado a causas genéticas associadas a causas ambientais. Dentre possíveis causas ambientais, a contaminação por mercúrio tem sido apontada por militantes da causa do autismo como forte candidata, assim como problemas na gestação. Características do autismo *Dificuldade na interação social: 166
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    *Dificuldade acentuada nouso de comportamentos não-verbais (contato visual, expressão facial, gestos); *Dificuldade em fazer amigos; *Apresenta dificuldade em compartilhar suas emoções; *Dificuldade em demonstrar reciprocidade social ou emocional. *Prejuízos na comunicação: *Atraso ou falta de linguagem verbal; *Para aqueles onde a fala é presente, verifica-se uma grande dificuldade em iniciar ou manter uma conversa; *Uso estereotipado e repetitivo da linguagem; *Falta ou dificuldade em brincadeiras de "faz de conta". Há alguns anos, as alterações de linguagem apresentadas por autistas foram consideradas apenas uma característica do transtorno, porém, atualmente as questões de linguagem são consideradas como um dos principais problemas do Autismo. *Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades: *Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados; *assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter "manias" ou focalizar-se em um único assunto de interesse); *maneirismos motores estereotipados (agitar ou torcer as mãos, por exemplo); *preocupação insistente com partes de objetos, em vez do todo (fixação na roda de um carrinho, por exemplo). 167
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    Síndrome de Downou trissomia do cromossomo 21: é um distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21 extra total ou parcialmente. Recebe o nome em homenagem a John Langdon Down, médico britânico que descreveu a doença em 1866. A síndrome é caracterizada por uma combinação de diferenças maiores e menores na estrutura corporal. Geralmente a síndrome de Down está associada a algumas dificuldades de habilidade cognitiva e desenvolvimento físico, assim como de aparência facial. A síndrome de Down é geralmente identificada no nascimento. Portadores de síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando de retardo mental leve a moderado. Um pequeno número de afetados possui retardo mental profundo. A incidência da síndrome de Down é estimada em 1 a cada 800 ou 1000 nascimentos. Muitas das características comuns da síndrome de Down também estão presentes em pessoas com um padrão cromossômico normal. Elas incluem a prega palmar transversa (uma única prega, ao invés de duas), olhos com formas diferenciadas devido às pregas nas pálpebras, membros pequenos, tônus muscular pobre e língua protrusa. Os afetados pela síndrome de Down possuem maior risco de sofrer defeitos cardíacos congênitos, doença do refluxo gastroesofágico, otites recorrentes, apnéia de sono obstrutiva e disfunções da glândula tireóide. Características Indivíduos com síndrome de Down podem ter algumas ou todas as seguintes características físicas: fissuras palpebrais oblíquas, hipotonia muscular, a flat nasal bridge, uma prega palmar transversal única (também conhecida como prega 168
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    simiesca), uma línguaprotrusa (devido à pequena cavidade oral), pescoço curto, pontos brancos nas íris conhecidos como manchas de Brushfield,[1] flexibilidade excessiva nas articulações, defeitos cardíacos congênitos, espaço excessivo entre o hálux e o segundo dedo do pé. As crianças com síndrome de Down encontram- se em desvantagem em níveis variáveis face a crianças sem a síndrome, já que a maioria dos indivíduos com síndrome de Down possuem retardo mental de leve (QI 50-70) a moderado (QI 35-50), [2] com os escores do QI de crianças possuindo síndrome de Down do tipo mosaico tipicamente 10-30 pontos maiores. [3] Além disso, indivíduos com síndrome de Down podem ter sérias anomalias afetando qualquer sistema corporal. Outra característica frequente é a microcefalia, um reduzido peso e tamanho do cérebro. O progresso na aprendizagem é também tipicamente afectado por doenças e deficiências motoras, como doenças infecciosas recorrentes, problemas no coração, problemas na visão (miopia, astigmatismo ou estrabismo) e na audição Causas e genética A síndrome de Down poderá ter quatro origens possíveis. Das doenças congénitas que afectam a capacidade intelectual, a síndrome de Down é a mais prevalecente e melhor estudada. Esta síndrome engloba várias alterações genéticas das quais a trissomia do cromossoma 21 é a mais freqüente (95% dos casos). A trissomia 21 é a presença duma terceira cópia do cromossoma 21 nas células dos indivíduos afectados. Outras desordens desta síndrome incluem a duplicação do mesmo conjunto de genes (p.e., translações do cromossoma 21). Dependendo da efectiva etiologia, a dificuldade na aprendizagem pode variar de mediana para grave. 169
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    Os efeitos dacópia extra variam muito de indivíduo para indivíduo, dependendo da extensão da cópia extra, do background genético, de factores ambientais, e de probabilidades. A síndrome de Down pode ocorrer em todas as populações humanas, e efeitos análogos foram encontrados em outras espécies como chimpanzés e ratos. Trissomia 21 A trissomia 21 poderá ser causada por um fenómeno de não-disjunção meiótico. Neste caso, a criança terá três cópias de todos os genes presentes no cromossoma 21. Esta é a causa apontada em 95% dos casos observados de síndrome de Down. Translocação Robertsoniana O material extra poderá ser proveniente de uma translocação Robertsoniana, isto é, o braço longo do Cromossoma 21 liga-se topo a topo com outro cromossoma acrocêntrico (cromossomas 13, 14, 15, 21 ou 22), podendo haver assim variabilidade na região extra. A mutação pode ser uma mutação de novo e pode ser herdada de um dos progenitores que não apresenta a doença pois tem uma translação Robertsoniana equilibrada. Por disjunção normal na meiose os gâmetas são produzidos uma cópia extra do braço longo do Cromossoma 21. Esta é a causa de 2 - 3% das síndromes de Down observadas. É também conhecida como "síndrome de Down familiar". Mosaicismo O indivíduo pode ser um mosaico de células com arranjo genético normal e células com trissomia 21. Isto pode acontecer de duas maneiras: Uma não- disjunção numa divisão celular durante as primeiras divisões do zigoto, ficando assim essa célula com uma trissomia 21, dando origem a mais células iguais a si nas divisões seguintes e as restantes células permanecendo normais; ou então poderá acontecer o contrário, um zigoto ou embrião com síndrome de Down sofrer 170
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    uma igual mutação,revertendo assim as células para um estado de euploidia, isto é, correcto número de cromossomas, que não possuem trissomia 21. Existe, obviamente, uma variabilidade na fracção nº de células doentes/nº de células sãs, tanto no total como dentro de um próprio tecido. Esta é a causa apontada em 1 - 2% dos casos analisados de síndrome de Down. Note-se que é provável que muitas pessoas tenham uma pequena fracção de células aneuplóides, isto é, com número de cromossomas alterado. Duplicação de uma porção do cromossomo 21 Muito raramente, uma região do cromossoma 21 poderá sofrer uma fenómeno de duplicação. Isto levaria a uma quantidade extra de genes deste cromossoma, mas não de todos, podendo assim haver manifestações da doença. Incidência Estima-se que a incidência da Síndrome de Down seja de um em cada 660 nascimentos, o que torna esta deficiência uma das mais comuns de nível genético. A idade da mãe influencia bastante o risco de concepção de bebé com esta síndrome: em idades compreendidas entre os 20-24 anos é de apenas 1/1490, enquanto que aos 40 anos é de 1/106 e aos 49 de 1/11 (Fonte: Hook EB. Rates of chromosomal abnormalities at different maternal ages.). As grávidas com risco elevado de ter um filho afectado por esta síndrome devem ser encaminhadas para consultas de aconselhamento genético, no âmbito das quais poderão realizar testes genéticos (como a amniocentese). 171
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    O termo foireferido pela primeira vez pelo editor do The Lancet, em 1961 [1]. Era, até à data, denominado como mongolismo pela semelhança observada por Down na expressão facial de alguns pacientes seus e os indivíduos oriundos da Mongólia. Porém, a designação mongol ou mongolóide dada aos portadores da síndrome ganhou um sentido pejorativo e até ofensivo, pelo que se tornou banida no seio científico. Saúde As cardiopatias congénitas afectam 40% (30-60%) destas crianças (defeitos do septo e tetralogia de Fallot). São as principais causas de morte das crianças com este síndroma. No entanto, se forem corrigidas, a esperança de vida destas crianças é bastante elevada. A afecção do foro gastroenterológico mais frequente é a atrésia duodenal, mas também aparecem a estenose pilórica, a doença de Hirschsprung e as fístulas traqueo-esofágicas. A incidência total de malformações gastroenterológicas é de 12%. 3% destas crianças têm cataratas congénitas importantes que devem ser extraídas precocemente. Também são mais frequentes os glaucomas. A hipotonia é muito frequente no recém-nascido, o que pode interferir com a alimentação ao peito. Normalmente a alimentação demora mais tempo e apresenta mais problemas devidos à protrusão da língua. A obstipação é mais frequente devido à hipotonia da musculatura intestinal. O hipotireoidismo congénito é mais frequente nas crianças com trissomia 21. A laxidão das articulações e a hipotonia combinadas podem aumentar a incidência de luxação congénita da anca embora esta alteração seja rara. 172
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    As convulsões sãomais frequentes, com incidência de 10%. A imunidade celular está diminuída, pelo que são mais frequentes determinadas infecções, como as respiratórias. Habitualmente têm hipertrofia dos adenóides e das amígdalas. Há uma maior incidência de leucémias. São muito frequentes as alterações auditivas nestas crianças devido a otites serosas crónicas e os defeitos da condução neurosensorial. Há uma grande controvérsia sobre a instabilidade atlantoaxial. Radiologicamente, 15% ou mais dos casos apresentam evidência deste facto, mas há muito poucas crianças com problemas neurológicos associados. Há um atraso no crescimento com tendência para a obesidade. Os dentes tendem a ser pequenos e espaçados irregularmente. Tratamento Vários aspectos podem contribuir para um aumento do desenvolvimento da criança com síndrome de Down: intervenção precoce na aprendizagem, monitorização de problemas comuns como a tiróide, tratamento medicinal sempre que relevante, um ambiente familiar estável e condutor, práticas vocacionais, são alguns exemplos. Por um lado, a síndrome de Down salienta as limitações genéticas e no pouco que se pode fazer para as sobrepor; por outro, também salienta que a educação pode produzir excelentes resultados independentemente do início. Assim, o empenho individual dos pais, professores e terapeutas com estas crianças pode produzir resultados positivos inesperados. As crianças com Síndrome de Down frequentemente apresentam redução do tônus dos órgãos fonoarticulatórios e, consequentemente, falta de controle motor para articulação dos sons da fala, além de um atraso no desenvolvimento da linguagem. O fonoaudiólogo será o terapeuta responsável por adequar os órgãos 173
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    responsáveis pela articulaçãodos sons da fala além de contribuir no desenvolvimento da linguagem. Os cuidados com a criança com S.D. não variam muito dos que se dão às crianças. Os pais devem estar atentos a tudo o que a criança comece a fazer sozinha, espontaneamente e devem estimular os seus esforços. Devem ajudar a criança a crescer, evitando que ela se torne dependente; quanto mais a criança aprender a cuidar de si mesma, melhores condições terá para enfrentar o futuro. A criança com S.D. precisa participar da vida da família como as outras crianças. Deve ser tratada como as outras, com carinho, respeito e naturalidade. A pessoa com S.D. quando adolescente e adulta tem uma vida semi-independente. Embora possa não atingir níveis avançados de escolaridade pode trabalhar em diversas outras funções, de acordo com seu nível intelectual. Ela pode praticar desporto, viajar, frequentar festas, etc. Deficiencia Auditiva Cegueira é a condição de falta de percepção visual, devido a fatores fisiológicos ou neurológicos. Várias escalas têm sido desenvolvidas para descrever a extensão da perda de visão e definir a cegueira. Cegueira total é a completa falta de percepção visual de forma e luz e é clinicamente registrado como NLP, uma abreviação para "no light perception" (sem percepção de luz). Cegueira é frequentemente usada para descrever a deficiência visual grave, com visão residual. Aqueles descritos como tendo apenas percepção de luz têm apenas a capacidade de diferenciar o claro do escuro e a direção de uma fonte de luz. A fim de determinar quais as pessoas podem necessitar de assistência especial por causa de sua deficiência visual, várias jurisdições governamentais formularam definições mais complexas, conhecida como "cegueira legal". No Brasil, "cegueira legal" é quando uma pessoa tem visão menor que 0,1 ou 20/200 no olho com melhor acuidade. Isto significa que um indivíduo legalmente cego teria que ficar a 20 pés (6,1 m) de um objeto para vê-lo — com lentes oftálmicas— com o mesmo grau de clareza de que uma pessoa com visão normal poderia ver a 200 pés (61 m). Em muitos lugares, as pessoas com acuidade média, que, no entanto têm um campo visual inferior a 20 graus (o normal é 180 graus) também são classificadas como sendo legalmente cegas. Cerca de dez por cento daqueles considerados legalmente cegos, por qualquer medida, não têm visão. O resto tem alguma visão, e percepção de luz, uma acuidade relativamente boa. Visão subnormal é por vezes utilizado para descrever acuidade visual de 20/70 a 20/200. 174
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    Segundo a 10ª Revisão da OMS de Classificação Estatística Internacional de Doenças, Lesões e Causas de Morte, a visão subnormal é definida como acuidade visual inferior a 20/60 (6/18), mas igual ou melhor que 20/200 (6/60), ou correspondente a perda de campo visual menor que 20 graus, no melhor olho com a melhor correção possível. A cegueira é definida como acuidade visual menor que 20/400 (6/120), ou correspondente a perda de campo visual menor que 10 graus, no melhor olho com a melhor correção possível. Cegos com olhos sem danos podem ainda registrar a luz não-visual com a finalidade de manter o ritmo circadiano durante o ciclo de 24 horas. Sinais de luz para este propósito viajam através do trato da retina e não são afetados pela lesão do nervo óptico, onde existem tratos. Sinais e sintomas A cegueira é definida pela Organização Mundial de Saúde como visão menor que 20/500 no melhor olho de um pessoa ou campo visual inferior a 10 graus. Esta definição foi criada em 1972 e há uma discussão em curso sobre se ela deve ser alterada. Deficiência visual é uma categoria que abrange pessoas cegas e com visão reduzida. Na definição pedagógica, a pessoa é cega, mesmo possuindo visão subnormal, quando necessita da instrução em braile; a pessoa com visão subnormal pode ler tipos impressos ampliados ou com auxílio de potentes recursos ópticos. A definição clínica define como cego o indivíduo que apresenta acuidade visual menor que 0,1 (com a melhor correção no melhor olho) ou campo visual abaixo de 20 graus; como visão reduzida quem possui acuidade visual de 6/60 e 18/60 (escala métrica) e/ou um campo visual entre 20 e 50 graus, e sua visão não pode ser corrigida por tratamento clínico nem com óculos convencionais Comorbidades Cegueira pode ocorrer diante de algumas condições tais como retardo mental, espectro autista, paralisia cerebral, surdez e epilepsia. Em um estudo com 228 crianças com deficiência visual na região metropolitana de Atlanta entre 1991 e 1993, 154 (68%) tinha uma deficiência adicional além da deficiência visual. Cegueira em combinação com a perda auditiva é conhecida como surdocegueira Causas Deficiência visual grave possui uma variedade de causas: Doenças 175
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    De acordo comestimativas da OMS, as causas mais comuns de cegueira em todo o mundo em 2002 foram: 1. cataratas (47,9%), 2. glaucoma (12,3%), 3. degeneração macular relacionada à idade (8,7%), 4. opacidade da córnea (5,1%), 5. retinopatia diabética (4,8%), 6. cegueira infantil (3,9%), 7. tracoma (3,6%), 8. oncocercose (0,8%). Em termos de prevalência mundial de cegueira, a um número muito maior de pessoas e maior probabilidade de serem afetadas em países em desenvolvimento, significa que as causas de cegueira nessas áreas são numericamente mais importantes. A catarata é responsável por mais de 22 milhões de casos de cegueira e glaucoma seis milhões, enquanto que a lepra e oncocercose cegam aproximadamente um milhão de indivíduos em todo o mundo. O número de indivíduos cegos por tracoma caiu drasticamente nos últimos 10 anos de seis para 1,3 milhões, colocando-o em sétimo lugar na lista de causas de cegueira no mundo. É estimado que a xeroftalmia afete cinco milhões de crianças a cada ano; 500 mil desenvolvem o envolvimento da córnea ativa, e metade destes tornam-se cegos. Ulceração da córnea central é também uma importante causa da cegueira monocular no mundo, o que representa uma estimativa de 850 mil casos de cegueira corneal todos os anos apenas na Índia. Como resultado, as cicatrizes corneanas por todas as causas agora são a quarta maior causa global da cegueira.[12] A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença degenerativa da retina que provoca uma perda progressiva da visão central e leva a cegueira. Atualmente é apontada como a causa mais comum de perda de visão nas pessoas acima de 55 anos. Segundo dados da Foundation Fighting Blindness, 10 milhões de pessoas nos EUA tem DMRI ou possuem risco considerável de desenvolver a doença. Estima-se que no ano de 2020, até 8 milhões de pessoas com 65 anos ou mais poderão apresentar DMRI. [13] A taxa de acometimento pela DMRI aumenta com a idade. Pessoas nos países em desenvolvimento são significativamente mais propensas a adquirir a deficiência visual como consequência de doenças tratáveis ou evitáveis do que suas contrapartes em países desenvolvidos. Enquanto a deficiência visual é mais comum em pessoas com mais de 60 anos de idade em todas as regiões, as crianças em comunidades mais pobres são mais propensas a serem afetadas do que seus pares mais ricos. A ligação entre pobreza e deficiência visual tratável é mais evidente quando se realizam comparações regionais sobre a causa. A maioria dos adultos com deficiência visual na América do Norte e na Europa Ocidental tem como causa degeneração macular relacionada à idade e retinopatia diabética. Enquanto ambas as condições estão sujeitos a tratamento, nenhuma delas pode ser curada. 176
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    Nos países emdesenvolvimento, onde as pessoas têm menor expectativa de vida, catarata e parasitas transmitidos pela água —ambas podem ser tratadas eficazmente— são na maioria das vezes os culpados. Em países desenvolvidos, onde doenças parasitárias são menos comuns e cirurgia de catarata é mais disponível, a degeneração macular relacionada à idade, glaucoma e retinopatia diabética são geralmente as principais causas da cegueira.[14] Cegueira infantil pode ser causada por condições relacionadas à gravidez, tais como a síndrome da rubéola congênita e retinopatia da prematuridade. Anormalidades e lesões Lesões nos olhos, na maioria das vezes ocorrem em pessoas com menos de 30, são a principal causa de cegueira monocular (perda de visão em um olho) em todo o Estados Unidos. Lesões e cataratas afetam o olho em si, enquanto anormalidades tais como hipoplasia do nervo óptico afetam o feixe nervoso que envia sinais do olho para trás do cérebro, que pode levar à diminuição da acuidade visual. Pessoas com lesões no lóbulo occipital do cérebro podem, apesar de terem os olhos e nervos ópticos danificados, ainda serem legalmente ou totalmente cegos. Anomalias genéticas Pessoas com albinismo têm frequentemente perda de visão e muitos são legalmente cegos, embora poucos deles realmente não possam ver. Neuropatia óptica hereditária de Leber pode causar cegueira total ou perda de visão grave desde o nascimento ou na infância. Os recentes avanços no mapeamento do genoma humano identificaram outras causas genéticas de baixa visão ou cegueira. Um exemplo é a síndrome de Bardet-Biedl. Intoxicação Raramente, a cegueira é causada pela ingestão de determinados produtos químicos. Um exemplo bem conhecido é o metanol, que é apenas levemente tóxico e minimamente intoxicante, mas não quando o etanol compete com o metabolismo, metanol decompõe-se em formaldeído e ácido fórmico substâncias que por sua vez pode causar cegueira, uma série de outras complicações de saúde e até a morte. [15] O metanol é comumente encontrado em bebidas alcoólicas, o álcool etílico desnaturado, para evitar pagar impostos sobre a venda de etanol destinados ao consumo humano. Álcool etílico é por vezes usado por alcoólatras como um substituto desesperado e barato para bebidas alcoólicas. Ações intencionais Cegueira tem sido usada como um ato de vingança e tortura em alguns casos, para privar uma pessoa de um sentido importante pelo qual ela pode guiar-se ou interagir com o mundo, agir com total independência e estar ciente dos acontecimentos que os rodeiam. Um exemplo da esfera clássica é Édipo, que fura seus próprios olhos após perceber que cumpriu 177
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    a terrível profeciasobre ele. Assassino de búlgaros, o imperador bizantino Basílio II cegou 15 mil prisioneiros, antes de libertá-los. Em 2003, um tribunal antiterrorista paquistanês condenou um homem a ser cegado depois de ter realizado um ataque com ácido contra a sua noiva, que resultou em sua cegueira. A mesma sentença foi dada em 2009 para o homem que cegou Ameneh Bahrami. Recursos Um estudo de 2008 publicado no New England Journal of Medicinetestou o efeito do uso de terapia genética para ajudar a restaurar a visão de pacientes com uma forma rara de cegueira hereditária, conhecida como Neuropatia óptica de Leber ou NOL. A Neuropatia óptica de Leber danifica os receptores de luz na retina e normalmente começa a afetar a visão na infância, com piora da visão até a cegueira completa em torno da idade de 30 anos. O estudo utilizou um vírus comum do resfriado para levar uma versão normal do gene chamado RPE65 diretamente nos olhos dos pacientes acometidos. Notavelmente todos os 3 pacientes com idades de 19, 22 e 25 responderam bem ao tratamento e relataram melhora da visão após o procedimento. Devido à idade dos pacientes e a natureza degenerativa do NOL a melhoria da visão dos pacientes em terapia genética é encorajadora para os investigadores. Espera-se que a terapia genética possa ser ainda mais eficaz em pacientes mais jovens que sofreram perda de visão limitada, bem como em outros indivíduos cegos ou parcialmente cegos. Dois tratamentos experimentais para os problemas de retina incluem um substituto cibernética e transplante de células da retina fetal. Mobilidade Muitas pessoas com sérias deficiências visuais podem se locomover de forma independente, usando uma ampla gama de ferramentas e técnicas. Especialistas em orientação e mobilidade são os profissionais que são treinados especificamente para ensinar as pessoas com deficiência visual como se locomover com segurança, confiança, e de forma independente em casa e na comunidade. Estes profissionais também podem ajudar as pessoas cegas na prática de locomoção em rotas específicas, que possam ser utilizadas, muitas vezes, como a rota da casa para uma loja. Ferramentas como a bengala branca com uma ponta vermelha — o símbolo internacional da cegueira — também podem ser usadas para melhorar a mobilidade. A bengala cano- longo é usada para aumentar o alcance da sensação de toque do usuário. Geralmente é usada com ela para baixo em um movimento de balanço, através do caminho planejado, para detectar obstáculos. No entanto, as técnicas para manuseio da bengala podem variar dependendo do utilizador e/ou da situação. Algumas pessoas com deficiência visual não possuem esses tipos de bengalas, optando pela menor e mais leve bengala de identificação (ID). Outros ainda necessitam de uma bengala de apoio. A escolha depende da visão do indivíduo, motivação e outros fatores. 178
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    Um pequeno númerode pessoas utilizam cães-guia para ajudar em sua mobilidade. Estes cães são treinados para desviar de vários obstáculos, e indicar quando se torna necessário subir ou descer um degrau. No entanto, a utilidade dos cães-guia é limitado pela incapacidade de cães de entender os complexos caminhos. A metade humana da equipe traça o caminho, com base em habilidades adquiridas através da formação de mobilidade anterior. Neste sentido, o manipulador pode ser comparado ao navegador de uma aeronave, que deve saber como ir de um lugar para outro, e que o cão o piloto, que deve levá-los ao destino com segurança. Algumas pessoas cegas usam GPS para deficientes visuais como ajuda em sua mobilidade. Esses softwares podem ajudar as pessoas cegas, com orientação e navegação, mas não é um substituto para ferramentas de mobilidade tradicionais, tais como bengalas brancas e cães- guia. Tecnologia para permitir que pessoas cegas possam conduzir veículos motorizados começou a ser desenvolvida em 2011, por pesquisadores do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia, juntamente com a Federação Nacional dos Cegos dos Estados Unidos.[23][24] Ações do governo são algumas vezes tomadas para tornar lugares públicos mais acessíveis a pessoas cegas. O transporte público está disponível gratuitamente para os cegos em muitas cidades. Piso tátil e semáforos com autofalantes podem tornar mais fácil e mais seguro para os pedestres com deficiência visual atravessarem as ruas. Além de fazer regras sobre quem pode e não pode usar uma bengala, alguns governos obrigam que se de a preferência aos usuários de bengalas brancas ou cães-guia Educação O tema da cegueira e da educação incluiu abordagens da evolução e percepção pública da melhor forma de abordar as necessidades especiais de alunos cegos. A prática de institucionalização em asilos dos cegos tem uma história que remonta mais de mil anos, mas só no século XVIII que as autoridades criaram escolas para eles, onde as crianças cegas, particularmente aqueles mais privilegiadas, geralmente eram educadas em tais ambientes especializados. Essas instituições fornecem desde a formação profissional e a simples adaptação, bem como aprofundamento em assuntos acadêmicos oferecidos através de formatos alternativos. Literatura, por exemplo, foi sendo disponibilizada para alunos cegos por meio de relevo nas letras romanas. Os antigos egípcios foram a primeira civilização a mostrar interesse nas causas e curas para a deficiência e, durante alguns períodos as pessoas cegas foram registrados como representando uma porção substancial dos poetas e músicos na sociedade. A primeira escola destinada a preparação de alunos com deficiência visual foi fundada por Valentin Haüy, em 1784, na cidade de Paris, a Instituição Real para Jovens Cegos em Paris (hoje o Instituto Nacional para Jovens Cegos, o INJA). A primeira escola para cegos no Brasil foi o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, fundado por Dom Pedro II no Rio de 179
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    Janeiro, hoje oInstituto Benjamin Constant. Em Portugal a primeira instituição de ensino para cegos foi a Associação Promotora dos Ensino Cegos (APEC) que inaugurou sua primeira escola em 1888. Leitura e ampliação A maioria dos deficientes visuais que não são totalmente cegos leem impressões, sejam de um tamanho normal ou aumentado por dispositivos de ampliação. Muitos também leem impressões ampliadas que é mais fácil para se ler sem nenhum tipo de dispositivo. Uma variedade de lentes de aumento, algumas portáteis e outras não, podem tornar a leitura mais fácil para eles. Outros leem Braille (ou o raramente usado alfabeto da lua) ou contam com livros falados e leitores ou máquinas de leitura, que convertem texto impresso em fala ou em Braille. Eles usam computadores com hardware especiais, tais como scanners e monitores Braille, bem como software que escrevem especificamente para os cegos, como aplicativos de reconhecimento óptico de caracteres e leitores de tela. Algumas pessoas acessam estes materiais através de agências para os cegos, como Bibliotecas para Cegos.[29] Circuitos fechados de televisão são equipamentos que aumentam e contrastam os itens textual, são uma alternativa mais "high-tech" do que dispositivos de ampliação tradicional. Um ecrã braille, o monitor para pessoas com deficiência visual. Há também mais de 100 serviços de rádio para se ler em todo o mundo que proporciona às pessoas com deficiência visual leituras periódicas através do rádio. A Associação Internacional de Serviços de Informação de Áudio fornece links para todas essas organizações. Esportes Pessoas cegas e com visão parcial praticam esportes como natação, esqui na neve, e atletismo. Alguns esportes foram inventados ou adaptados para cegos, como golbol, futebol de cinco, criquete, judô e golfe. A autoridade mundial em esportes para cegos é a Federação 180
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    Internacional de Desportospara Cegos (IBSA). Pessoas com deficiência visual participam dos Jogos Paralímpicos desde o Jogos Paralímpicos de Verão de 1976 em Toronto. Futebol de cinco, tipo futebol adaptado para deficientes visuais. Deficiência auditiva Deficiência auditiva (também conhecida como hipoacusia ou surdez) é a perda parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças. No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência. Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Fato ressaltado na Declaração de Salamanca que culminou com uma nova tendência educacional e social. Perda Auditiva e Hipoacusia Os conceitos gerais sobre surdez, classificações, técnicas e métodos de avaliação da perda auditiva, características dos diversos tipos de surdez, etc., são fundamentais para compreender as implicações da deficiência auditiva. 181
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    O deficiente auditivoé classificado como surdo, quando sua audição não é funcional na vida comum e hipoacústico aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. A deficiência auditiva pode ser de origem congênita, causada por viroses materna doenças tóxicas desenvolvidas durante a gravidez ou adquirida, causada por ingestão de remédios que lesam o nervo auditivo, exposição a sons impactantes, viroses, predisposição genética, meningite, etc. As hipoacústicas classificam-se em função do grau da perda auditiva, sua ordem e localização. Quando a lesão se localiza no ouvido externo ou no médio é denominada como deficiência de transmissão ou deficiência mista dependendo da intensidade da lesão. Quando se origina no ouvido e no nervo auditivo é dita deficiência interna ou sensorioneural (estágio mais agudo da deficiência). Mas o conceito de perda auditiva nem sempre é suficientemente claro para a pessoa que se depara pela primeira vez com o problema da surdez.O grau de perda auditiva é calculado em função da intensidade necessária para amplificar um som de modo a que seja percebido pela pessoa surda. Esta amplificação mede-se habitualmente em decibéis, como já descrito anteriormente. Para o caso do ouvido humano, a intensidade padrão ou de referência correspondem à mínima potência de som que pode ser distinguida do silêncio, sendo essa intensidade tomada como 0 dB. Uma pessoa com audição normal pode captar como limiar inferior, desde -10 dB até + 10 dB. Verifica-se essa progressão se dá de forma exponencial ou seja multiplicando-a por dez. Logo, pressupõem-se que 10 dB tenha uma intensidade dez vezes superior a 0 dB e 30 dB são de uma intensidade cem vezes superior a 10 dB. Dessa forma entende-se melhor a grande diferença entre uma pessoa com uma perda de 60 dB, que consideramos hipoacústico, e outro com 100 dB de perda. Tendo em vista que 60 dB é mais ou menos a intensidade de um grito a 1,5 m de distância. Portanto, compreendemos que a diferença entre uma perda de 60 dB e 100 dB.Á última sendo considerada bem mais difícil, para o prognóstico de reabilitação. Contudo a medida da perda auditiva não é suficiente para medir o real problema de audição que uma pessoa apresenta. Faz-se necessário mensurar também qual o espectro de freqüência que está afetado pela surdez. Considera-se que as perdas auditivas nas freqüências baixas são mais prejudiciais do que as perdas nas freqüências altas. "Para compreendermos a causa disto teremos de analisar a relação entre a freqüência de um som e o tom com que este som se percebe". (CRYSTAL, 1983). A freqüência de um som é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz). O ouvido humano percebe sons nas freqüências entre 20 Hz e 20.000 Hz. Entretanto a resposta perceptiva ao estímulo sonoro é denominada tom. Porém não há uma relação entre a escala de tons e a escala de freqüências. Mas, podemos tomar como parâmetros a escala de tons. Onde se compara o tom de uma nota musical a exemplo a nota "lá" que poderá apresentar um grau de entonação inferior ou superior dentro da mesma nota "lá". 182
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    Essa variação denomina-seuma oitava. "Ora bem, percebe-se como uma oitava superior a um tom dado, o som, em termos físicos, dobra a freqüência do primeiro. Desta forma, embora entre 2000 Hz e 4000 Hz haja uma distância física de freqüência menos do que entre 100Hz e 2000Hz, porém à distância perceptiva de tons é muito maior". (FRY et. al., 1982). Comparando esses valores percebemos que entre 2000 Hz e 100 Hz há mais de quatro oitavas, porque de 2000 Hz para 1000 Hz há uma oitava, ou seja, a metade da sua freqüência. Por tanto de 2000 Hz para 1000 Hz há uma oitava, de 1000 Hz para 500 Hz também há uma oitava, de 500 Hz a 250 Hz há outra e de 250 Hz a 125 Hz há outra. Entendemos agora por que as perdas auditivas nas freqüências baixas são de muito pior prognóstico do que as perdas nas altas freqüências. Para um diagnóstico correto de uma surdez é preciso fazer uma exploração audiométrica do grau de perda por relação com um espectro de freqüência que vá pelo menos de 125 Hz a 4000 Hz, já que são estas as freqüências mais utilizadas na fala humana.(CASANOVA, 1988). Outro problema que deve ser levado em consideração e a relação entre o limiar auditivo e o limiar doloroso, de forma, a saber, qual o tipo de resíduo auditivo que poderá ser aproveitado para a reabilitação indivíduo surdo. O limiar auditivo corresponde ao nível de intensidade necessário para que a pessoa surda perceba o som e este limiar pode ser diferente em cada freqüência. O limiar doloroso é o ponto em que a intensidade sonora produz dor à pessoa. A distância que vai do limiar auditivo ao limiar de dor é o que se chama de resíduo auditivo utilizável. O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus alunos quando observar os seguintes sintomas: Excessiva distração; freqüentes dores de ouvido ou ouvido purgante; dificuldade de compreensão; intensidade da voz, inadequada para a situação, muito alta ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta. Patologias do ouvido A deficiência auditiva pode ser classificada como: deficiência de transmissão – quando o problema se localiza no ouvido externo ou no ouvido médio; deficiência mista – quando o problema se localiza no ouvido médio. E deficiência interna ou sensorioneural – quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo. As principais patologias do ouvido humano são: as ligadas à membrana timpânica, a deficiência de transmissão sonora no sistema tímpano-ossicular, a rigidez nos ligamentos de suporte ossicular, a timpanoesclerose, a fixação do martelo, a ausência no reflexo estapediano, a paralisia do nervo do músculo estribo, a complacência da membrana timpânica ou a sua rigidez, a lesão retrocloclear e a surdez psicogênica que é um dos distúrbios psicogênicos. 183
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    A impedância acústicado ouvido médio é um tipo comum de patologia. Pode ser definida como a resistência que a mesma oferece à energia sonora que penetra no conduto auditivo externo. E há ainda as patologias ligadas a Trompa de Eustáquio apresentando-se ou muito aberta ou obstruída e causando sintomas como autofonia e a percepção sonora da respiração pelo indivíduo. Classificações Classificação por origem da surdez • Os portadores de surdez patológica, normalmente adquirida em idade adulta; • E aqueles cuja surdez é um traço fisiológico distintivo, não implicando, necessariamente, em deficiência neurológica ou mental; este é o caso da maioria dos surdos congênitos. Classificação por forma de comunicação • Surdos oralizados: aqueles que se comunicam utilizando a língua oral e/ou escrita. • Surdos sinalizados: aqueles que se comunicam utilizando alguma forma de linguagem gestual. • Surdos bilíngues: aqueles que utilizam ambas as formas de comunicação. Etiologia da surdez As causas da surdez podem ser dividias em: pré-natais, peri-natais e pós natais. As causas pré-natais são: • Hereditárias (A deficiência auditiva pode ser transmitida geneticamente de geração em geração, particularmente quando existem casos de surdez na família); o Doenças adquiridas pela mãe durante a gravidez, tais como:  Rubéola;  Sífilis;  Toxoplasmose;  Citomegalovirus;  Herpes;  Intoxicações intra-uterinas;  Agentes Físicos (como, por exemplo, os raio-X);  Alterações Endócrinas (Diabetes ou Tiróide);  Carências Alimentares. As causas peri-natais podem ser: • Traumatismos Obstétricos; • Anóxia. 184
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    As causas pós-nataispodem ser: • Doenças infecciosas; • Bacterianas (ex.: meningites, otites, inflamações agudas ou crónicas das fossas nasais e da naso-faringe); • Virais; • Intoxicações; • Trauma Acústico. 185
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    CONDICIONAMENTO FISICO O exercícioé a atividade física planejada, realizada de forma repetida para desenvolver ou manter o condicionamento físico. O condicionamento físico é a capacidade de realizar atividades físicas. Para tornar-se e manter-se condicionado, os indivíduos devem exercitar-se regularmente. Os exercícios fortalecem o coração, permitindo que ele bombeie uma maior quantidade de sangue em cada batimento. O sangue então pode liberar mais oxigênio ao organismo, aumentando a quantidadade máxima de oxigênio que o organismo consegue obter e utilizar. Essa quantidade, denominada captação máxima de oxigênio, pode ser medida para se determinar o nível de condicionamento de um indivíduo. Os exercícios beneficiam o corpo de muitas outras maneiras. O alongamento pode aumentar a flexibilidade. O exercício com sustentação do peso fortalece os ossos e ajuda a prevenir a osteoporose. Os exercícios também ajudam a evitara constipação, a prevenir e controlar algumas formas de diabetes e do colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade (LDLcolesterol). Os exercícios beneficiam aos indivíduos de qualquer faixa etária, inclusive os idosos. Estudos recentes demonstraram que o exercício pode fortalecer os músculos de indíviduos idosos debilitados que vivem em asilos. Os homens idosos que continuam a treinar e a participar de competições 186
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    de corridas delonga distância conseguem manter a sua captação máxima de oxigênio. A inatividade, mais do o envelhecimento em si, é a principal causa do declínio da capacidade física dos idosos. Os benefícios dos exercícios são perdidos assim que o indivíduo deixa de praticá-los. A força do coração e dos músculos diminui, assim como o nível do colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) – o denominado colesterol bom –, enquanto a pressão arterial e a gordura corporal aumentam. Mesmo os ex-atletas que deixam de se exercitar não conservam benefícios mensuráveis a longo prazo. Eles não apresentam uma maior capacidade para realizar atividades físicas, nem menores fatores de risco de infarto do miocárdio e nem uma resposta mais rápida ao exercício do que aqueles que nunca se exercitaram INÍCIO DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS O modo mais seguro para se iniciar um programa de exercício consiste em executar o exercício ou o esporte escolhido em uma baixa intensidade, até que membros inferiores ou superiores tornem- se doloridos ou até eles tornarem-se “pesados”. Se os músculos ficarem doloridos após apenas alguns minutos de prática, a primeira série deverá durar apenas esse período. À medida que o condicionamento aumenta, o indivíduo deve ser capaz de exercitar-se por mais tempo sem sentir dores musculares ou desconforto. Quando é possível exercitar-se confortavelmente durante 10 minutos consecutivos, as séries devem ser executadas em dias alternados, 187
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    avançando de modogradual até 30 minutos de exercício contínuo. As orientações relativas à duração e à freqüência do exercício, à sua intensidade e como prevenir lesões são as mesmas para todos os tipos de exercícios e esportes. Duração e Freqüência Para obter e manter o condicionamento físico, um indivíduo deve exercitar-se por apenas 30 minutos, três vezes por semana. Para a maioria dos indivíduos, não é necessária a prática de exercício por mais de 30 minutos por vez, pois o condicionamento, mensurado pela captação máxima de oxigênio, aumenta muito pouco com práticas com duração superior a 30 minutos. A melhoria é decorrente da tensão sobre os músculos e de sua subseqüente recuperação e não da realização da mesma série todos os dias. Embora o coração possa ser exercitado várias vezes por dia todos os dias, os músculos esqueléticos começam a falhar quando exercitados intensamente mais freqëntemente do que em dias alternados. No dia subseqüente a um exercício intenso, podem ser observados sangramento e lacerações microscópicas nas fibras musculares. É por essa razão que os músculos ficam doloridos no dia seguinte a uma série de exercícios adequada. Os indivíduos que se exercitam devem repousar durante 48 horas para que os músculos se recuperem após o exercício. Quando recuperados, os músculos tornam-se mais fortes. A prática de exercícios duas ou três vezes por semana, com a alternância de dias de exercício com dias de repouso, pode ajudar a evitar lesões. 188
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    Intensidade O condicionamento físicoé determinado mais pela intensidade do exercício que pela sua duração. As séries de exercícios devem ser suficientemente intensas a ponto dos músculos tornarem- se um pouco doloridos no dia seguinte, mas totalmente recuperados no outro dia. Para fortalecer o coração, o exercício deve ser realizado em uma intensidade que aumente a freqüência cardíaca (medida em batimentos por minuto), pelo menos 20 batimentos acima da freqüência cardíaca de repouso. Quanto mais intensamente o exercício for realizado, mais rápido o coração baterá e mais forte tornar-se-á o miocárdio (músculo cardíaco). A freqüência cardíaca é determinada força de contração dos músculos esqueléticos. Quando um indivíduo começa a exercitar-se, os músculos esqueléticos contraem e comprimem as veias próximas, forçando o sangue em direção ao coração. Quando os músculos esqueléticos relaxam, essas veias enchem-se de sangue. A alternância de contrações e relaxamentos dos músculos esqueléticos funciona como um segundo coração, bombeando sangue extra ao coração. O fluxo sangüíneo aumentado faz com que o coração bata mais rapidamente e com mais força. Portanto, quanto mais intensa for a contração dos músculos esqueléticos, mais rápidas serão as batidas do coração. A freqüência cardíaca recomendada (freqüência cardíaca de treinamento) é igual a 60% da freqüência cardíaca máxima do indivíduo, a qual é igual a 220 menos a idade do indivíduo. Entretanto, 189
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    esse cálculo nãose aplica aos indivíduos idosos que apresentam um bom condicionamento físico. A freqüência cardíaca máxima mensura a força dos músculos esqueléticos, não a força do coração, e, por isso, um indivíduo idoso bem condicionado e forte apresentará uma freqüência cardíaca máxima muito mais elevada que um indivíduo mais jovem fraco e não condicionado. A mensuração da freqüência cardíaca não é necessária desde que o indivíduo comece a se exercitar lentamente e aumente a intensidade gradualmente. A intensidade deve ser aumentada até que seja atingida a freqüência cardíaca de treinamento: quando os ombros elevam-se a cada respiração e a respiração é mais rápida e profunda, indicando que o indivíduo necessita de mais oxigênio. Para tornar-se bem condicionado, não é necessário exercitar-se mais intensamente do que isso. Apenas os atletas que estejam treinando para competição necessitam exercitar-se até o ponto de sentir falta de ar. À medida que a intensidade do exercício aumenta, aumenta a probabilidade da ocorrência de lesões de músculos esqueléticos. A probabilidade de lesão desses músculos durante a realização de exercícios contínuos e intensos é muito maior que durante a realização de exercícios intermitentes. No caso de exercícios intermitentes, o indivíduo realiza um aquecimento inicial lento e, gradualmente, aumenta o ritmo. Quando os músculos começam a ficar pesados, doloridos ou desconfortáveis, o indivíduo diminui o ritmo. Quando os músculos relaxam, o ritmo é aumentado. 190
  • 191.
    O indivíduo alternamovimentos mais rápidos e mais lentos até o “peso” nos músculos não mais desaparecer e, em seguida, interrompe a sessão. A melhoria é decorrente do aumento do tempo gasto no exercício intenso e pela diminuição concomitante do tempo gasto no exercício mais lento. O indivíduo deve sentir-se bem após o exercício. Caso isso não ocorra, é provávle que ele tenha se exercitado excessivamente. O excesso de exercício faz com que as articulações, músculos, tendões e ossos tornem-se doloridos, aumenta o risco de lesão e torna o indivíduo irritadiço. topo PREVENÇÃO DAS LESÕES Mais do que 6 em cada 10 indivíduos que iniciam um programa de exercícios desistem nas primeiras semanas por causa de uma lesão. As lesões podem ser evitadas se as sessões de exercícios forem marcadas com um intervalo de 48 horas. Com esse tipo de programação, um indivíduo pode exercitar- se em dias alternados ou, para quem deseja exercitar-se todos os dias, podem ser trabalhados diferentes grupos musculares em dias alternados, ou ele pode exercitar-se intensamente um dia e menos intensamente no dia seguinte (princípio do difícil-fácil). Repetir os mesmos exercícios todos os dias não melhora o condicionamento físico e, na realidade, aumenta as probabilidades de uma lesão. Além disso, o indivíduo deve interromper o exercício caso sinta dor. Exercícios em Dias Alternados 191
  • 192.
    É normal queos indivíduos acordem com os músculos rígidos e doloridos no dia seguinte à participação de uma competição ou à realização de exercícios vigorosos. O modo mais rápido de se recuperar consiste no repouso, isto é, não praticar nenhum tipo de exercício o dia inteiro. Um exercício vigoroso e prolongado pode esgotar a maior parte das reservas de açúcar (glicogênio) dos músculos. O glicogênio é a principal fonte de energia durante o exercício. Se os níveis de glicogênio estiverem baixos, os músculos tornamse pesados, fracos e cansados. O consumo de alimentos ricos em carboidratos, como pão, massas, frutas, cereais, cereais integrais e a maioria dos doces, repõe o glicogênio muscular. O repouso permite que praticamente todo o glicogênio que entra nos músculos seja armazenado e também que as fibras musculares lesadas se curem. Alternância de Exercícios Diferentes exercícios solicitam diferentes grupos musculares. Por exemplo, a corrida força principalmente os músculos dos membros inferiores; o choque dos calcanhares contra o solo e a elevação do corpo apoiado sobre as pontas dos dedos forçam mais os tornozelos. O ciclismo força principalmente os músculos das coxas. Ao pedalar, o indivíduo trabalha os joelhos e os quadris. O remo e a natação forçam a parte superior do corpo e as costas. Um programa ideal alterna exercícios para a parte superior do corpo realizados em um dia e exercícios para a parte inferior realizados no dia seguinte. 192
  • 193.
    Para os indivíduosque se exercitam todos os dias, a alternância permite que os músculos se recuperem, evita lesões e promove um maior nível de condicionamento físico. A probabilidade de ocorrência de lesões é muito menor para o indivíduo que corre 30 minutos em um dia e pedala durante 30 minutos no dia seguinte que para aquele que pratica as duas modalidades todos os dias, durante 15 minutos cada. Os corredores de maratona sofrem lesões com maior freqüência que os triatletas, os quais competem em três esportes, embora estes se exercitem mais intensamente. Os triatletas trabalham diferentes grupos musculares em dias sucessivos: podem correr em um dia e nadar e praticar ciclismo no dia seguinte. Seguir o Princípio do Difícil-Fácil Para atingir os níveis mais elevados de condicionamento físico ou para competir em em eventos esportivos, o indivíduo deve exercitar-se intensamente duas ou três vezes por semana e menos intensamente nos demais dias (o princípio do difícil-fácil). Os atletas profissionais treinam diariamente e o treinamento é específico para o esporte – um indivíduo não se torna um melhor corredor andando de bicicleta. Por essa razão, para proteger- se contra lesões, os atletas planejam um treinamento intenso em um dia e um mais leve no dia seguinte. Dessa forma, os treinamentos intensos causam menos lesões musculares. “Difícil” e “fácil” referem-se à intensidade, não à quantidade. Por exemplo, em um dia fácil, um corredor de maratona pode correr 30 quilômetros, mas em um ritmo muito mais lento que em um dia difícil. Os levantadores de peso (halterofilistas) levantam 193
  • 194.
    grandes pesos apenasuma vez por semana e pesos mais leves nos outros dias. Os jogadores de basquetebol participam de jogos-treinos prolongados e exaustivos em um dia e, no dia seguinte, praticam apenas jogadas e arremessos. Para aumentar a força, a velocidade e a resistência, os atletas exercitam-se de forma intensa ou suficientemente prolongada em um dia até os músculos tornarem-se pesados ou até eles sentirem a sensação de uma discreta queimação - um sinal de que eles foram adequadamente trabalhados. Geralmente, os músculos doem por aproximadamente 48 horas. Os atletas exercitamse com menor intensidade nos dias seguintes, até os músculos pararem de doer. Quando os músculos estão doloridos, a realização de exercícios intensos causa lesões e diminui o desempenho, enquanto que os músculos tornar-se-ão mais fortes se o indivíduo aguardar que a dor cesse antes de retornar aos exercícios intensos. Dois tipos de desconforto muscular podem ser sentidos após o exercício. O tipo desejável, a dor muscular de início retardado, manifesta-se somente somente algumas horas após o exercício intenso, afeta geralmente ambos os lados do corpo de modo igual, desaparece após 48 horas e faz com que o indivíduo se sinta melhor após o aquecimento para a próxima série de exercícios. Por outro lado, a dor devida a uma lesão normalmente é sentida logo após a sua ocorrência, é pior em um dos lados do corpo, não desaparece após 48 194
  • 195.
    horas e aumentade intensidade quando o indivíduo tenta exercitar-se novamente. Aquecimento A elevação da temperatura dos músculos (aquecimento) antes do exercício ou da participação em um esporte pode auxiliar na prevenção de lesões. Os músculos aquecidos são mais flexíveis e apresentam menor risco de laceração em comparação aos músculos frios, os quais contraem lentamente. O aquecimento mais eficaz – muito melhor que o aquecimento passivo dos músculos com água quente ou com almofadas térmicas – consiste na realização lenta dos próprios movimentos do exercício ou do esporte. A repetição dos movimentos aumenta o fluxo sangüíneo para os músculos que serão utilizados, aquecendo-os e preparando-os para os exercícios mais vigorosos. O fluxo sangüíneo deve aumentar substancialmente para proteger os músculos contra lesões durante o exercício. A calistenia (série de movimentos que exercitam um grupo muscular isolado, como as flexões) não é suficientemente específica para aquecer os músculos para um determinado esporte. Alongamento O indivíduo deve realizar o alongamento apenas após ter se aquecido ou realizado exercícios, quando os músculos estão aquecidos e apresentam menor risco de lesão. O alongamento distende os músculos e tendões e músculos mais longos podem produzir mais força em torno das articulações, ajudando o indivíduo a saltar mais 195
  • 196.
    alto, a levantarpesos maiores, a correr mais rapidamente e a realizar arremessos mais longos. Entretanto, o alongamento, ao contrário do exercício contra resistência (como no treinamento com pesos), não fortalece os músculos e é o fortalecimento que diminui o risco de lacerações. Existem poucas evidências de que o alongamento cause lesões ou dor muscular de início retardado, a qual é provocada por lesões de fibras musculares. Resfriamento A redução gradual dos esforços (resfriamento) ao final do exercício ajuda a evitar a tontura. Quando os músculos dos membros inferiores, o sangue acumula-se nas veias vizinhas. Para enviar o sangue ao coração, os músculos das pernas devem contrair. Quando o exercício é subitamente interrompido, o sangue acumula-se nos membros inferiores e não chega em quantidade suficiente ao cérebro, causando tontura. O resfriamento também ajuda a remover o ácido lático, um produto metabólico que se acumula nos músculos após o exercício. O ácido lático não causa dor muscular de início retardado e, portanto, o resfriamento não impede a ocorrência desse tipo de dor. ESCOLHA DO EXERCÍCIO CORRETO Qualquer exercício que aumenta a circulação de sangue através do coração melhora o condicionamento físico. Os exercícios mais seguros são a caminhada, a natação e a pedalagem em uma bicicleta ergométrica. Durante uma caminhada, pelo menos um dos pés sempre 196
  • 197.
    encontra- se emcontato com o solo de modo que a força com que o pé choca-se contra o solo nunca é maior do que o peso do indivíduo. Durante a natação, a água sustenta o corpo e, por essa razão, os músculos raramente são submetidos a forças capazes de causar laceração. As bicicletas são pedaladas com um movimento circular contínuo que não “sacode” os músculos. A caminhada lenta não torna um indivíduo bem condicionado fisicamente. Para caminhar mais rapidamente, o indivíduo pode realizar passos maiores além de mover os membros inferiores mais rapidamente. Os passos podem ser aumentados através da oscilação dos quadris de um lado para outro, de modo que os pés avancem mais para frente. A oscilação dos quadris tende a fazer com que os dedos apontem para fora quando os pés tocam o solo e, por isso, o alcance dos pés não é tão grande quanto seria se os dedos apontassem diretamente para a frente. Portanto, a indivíduo que está andando sempre deve tentar apontar os dedos dos pés diretamente para frente. O movimento mais rápidos dos membros superiores ajuda os pés a também se moverem mais rapidamente. Para movimentar os membros superiores mais rapidamente, o indivíduo deve flexionar os cotovelos, para encuratr o balanço e reduzir o tempo que os membros superiores levam para balançar para trás e para frente. A natação exercita todo o corpo – membros inferiores, membros superiores e e costas – sem forçar as articulações e os músculos. Freqüentemente, a natação é recomendada para os indivíduos com problemas musculares e articulares. Os nadadores, movimentando-se 197
  • 198.
    em seu próprioritmo e utilizando qualquer estilo de natação, podem exercitar-se de forma gradual durante até 30 minutos de natação contínua. Se a perda de peso for um dos principais objetivos do exercício, a natação não é a melhor escolha. O exercício fora da água é mais eficaz, pois o ar isola o corpo, aumentando a temperatura e o metabolismo corpóreos por até 18 horas. Esse processo queima mais calorias tanto após o exercício quanto durante a sua realização. Por outro lado, a água conduz o calor para fora do corpo, de modo que a temperatura corpórea não aumenta e o metabolismo não permanece aumentado após a natação. A pedalagem em uma bicicleta ergométrica é um bom exercício. A tensão da roda da bicicleta deve ser regulada, de modo que seja possível se pedalar em um ritmo de 60 rotações por minuto. À medida que ele progride, o ciclista pode aumentar a tensão e o ritmo até 90 rotações por minuto. Uma bicicleta ergométrica horizontal é uma escolha particularmente boa para os indivíduos idosos. Muitos deles apresentam fraqueza da musculatura da coxa, pois o único exercício que eles praticam é a caminhada e a deambulação sobre uma superfície plana utiliza muito pouco esses músculos. Conseqüentemente, muitos indivíduos idosos apresentam dificuldade para se levantar de uma cadeira sem usar as mãos, para levantar da posição agachada ou para subir escadas sem apoiar-se no corrimão. A pedalagem fortalece os músculos da coxa. Entretanto, alguns indivíduos não conseguem se manter equilibrados mesmo sobre uma bicicleta ergométrica (fixa). Outros não utilizam esse equipamento por causa do desconforto provocado pela pressão do selim estreito contra 198
  • 199.
    a pelve. Poroutro lado, uma bicicleta ergométrica horizontal é segura e confortável. Esse aparelho possui um assento contornado, de modo que mesmo um indivíduo que tenha sofrido um acidente vascular cerebral pode sentar-se. Também no caso em que o indivíduo apresenta paralisia de um dos membros inferiores, suportes para os dedos mantêm os dois pés no lugar, de modo que o indivíduo consegue pedalar com a outra perna. A dança aeróbica, um tipo popular de exercício oferecido por muitas entidades, exercita todo o corpo. Os indivíduos podem exercitar-se em seu próprio ritmo com a orientação de instrutores experientes. A música alegre e as rotinas familiares tornam os exercícios divertidos e o compromisso com um programa ou com os amigos podem aumentar a motivação. A dança aeróbica também pode ser praticada em casa, com a ajuda de vídeo- teipes. A dança aeróbica de baixo impacto elimina os saltos e as colisões da dança aeróbica comum, o que diminui a tensão sobre as articulações. A aeróbica com degrau (steps aerobics) força sobretudo os músculos anteriores e posteriores das coxas (quadríceps e músculos posteriores da coxa), quando o praticante sobe e desce de uma plataforma elevada (um degrau) em uma série de rotinas com música e ritmo determinado. Assim que sentir dor muscular, o praticante deve parar, fazer alguma outra coisa e retornar à aeróbica com degrau após uns dois dias. A aeróbica na água (hidroaeróbica) é uma escolha excelente para os indivíduos idosos e para aqueles com músculos fracos. Os aparelhos de esqui de cross-country exercitam as coxas e as pernas. Muitos 199
  • 200.
    indivíduos gostam deusar esse equipamento, mas outros acham difícil dominar os movimentos. Como o uso desses aparelhos exige uma maior coordenação que a maioria dos tipos de exercícios, o indivíduo deve experimentar o aparelho antes de comprá-lo. Os aparelhos de remo fortalecem os grandes músculos dos membros inferiores, dos ombros e das costas e ajudam a proteger as costas contra diversas lesões. No entanto, o indivíduo que apresenta problemas nas costas não deve usar esse equipamento. O esforço para remar, o qual é realizado principalmente com as costas, pode agravar o estado dos músculos e articulações das costas já afetados. Todos os aparelhos de remar de boa qualidade possuem um assento deslizante e os melhores possuem uma catraca giratória que permite ao indivíduo ajustar a tensão enquanto ele rema. Os indivíduos que podem se exercitar durante 30 minutos com facilidade podem desejar uma maior variedade em seu programa de exercícios. A marcha atlética (caminhar o mais rápido possível balançando os membros superiores vigorosamente), o jogging, a corrida, o ciclismo, a patinação no gelo, o skate, o esqui de cross-country, o raquetebol, o handebol e o squash são modalidades excelentes para a obtenção do condicionamento físico, mas elas exigem pelo menos um nível moderado de coordenação e habilidade. Esses esportes também apresentam um maior risco de lesão. 200
  • 201.
    Postura Corporal Boa posturacorporal decorre da manutenção de três curvaturas normais da espinha. As curvas do pescoço (cervical), torácica (meio da costas) e lombar (parte inferior das costas) devem ser alinhadas e equilibradas. Uma má postura corporal pela vida pode começar a progressão de sintomas na vida adulta. Na maioria dos casos a má postura corporal é uma combinação de vários fatores, podendo ser causada pode fatores ambientais ou maus hábitos. Hoje em dia problemas relacionados à postura estão aumentando devido: 1) A sociedade assistem mais televisão do que as gerações anteriores. 2) A sociedade está mais eletrônica, com trabalhos mais sedentários e sentados diante de computadores. 3) Mais carros nas ruas causando mais acidentes e lesões. 4) Fica-se mais tempo sentado dirigindo o carro. Muitas vezes, a pessoa tem má postura por tanto tempo que não lembra mais como era ter uma boa postura. A postura perfeita é quando estão apropriadamente alinhados: os pontos entre os olhos, queixo, clavícula, esterno, área púbica e ponto médio entre os tornozelos. De lado, pode-se notar facilmente as três curvas na espinha. Quando observado de frente aos ombros, os quadris e joelhos devem estar na mesma largura e a cabeça não deve estar curvada para um dos lados. Obviamente, ninguém passa o dia todo nessa posição, mas se a pessoa assumir naturalmente uma posição relaxada ficará mais equilibrada e terá menos estresse em outras atividades. Dentre os distúrbios dolorosos que afetam a humanidade, a dor lombar (lombalgia, dor nas costas ou dor na coluna) é a grande causadora de morbidade e incapacidade para o trabalho, só perdendo para a cefaléia ou dor de cabeça; e afeta mais os homens do que as mulheres. Aos 30 anos de idade, inicia-se um processo de dessecação progressiva dos discos da coluna vertebral, que sofrem maior risco de rompimento e arrancamento, por perda de elasticidade e resistência. Hérnia de disco e "bico de papagaio" são doenças comuns da coluna lesada. A postura no desenrrolar de tarefas pesadas é a principal causa de problemas de coluna, mais precisamente na hora de levantar, transportar e depositar cargas, ocasião em que os trabalhadores mantêm as pernas retas e "dobram" a coluna vertebral. 201
  • 202.
    Pode ocorrer tambémoutro movimento perigoso, o giro do tronco, quando a carga for pega ou depositada mais para o lado e não necessariamente à sua frente. Quanto maior o peso da carga, maior será a pressão sobre cada vértebra ( figura abaixo ) e cada disco. Quanto mais distante do corpo, maior será a pressão. Cargas que representam o equivalente a apenas 10% do peso do corpo, já causam problema à coluna. A postura correta do indivíduo ao trabalhar com o computador doméstico (posição da coluna, das pernas, a altura dos olhos, etc.) está esquematizada na figura ao abaixo. Quando as pernas e os pés não estão bem apoiados, por exemplo, podem ocorrer caimbras após um certo tempo de operação. O encosto da poltrona, também deve ser curvo e ajustar-se às costas, sempre que possível. Quanto à posição de trabalho em pé ou sentado, diz a Norma número 17 do Ministério do Trabalho - MTE que: "sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição." 202
  • 203.
    O trabalho empé favorece a incidência do alargamento das veias das pernas (varizes) e causa edemas dos tecidos dos pés e das pernas. A penosidade da posição em pé pode ser agravada se o agricultor tiver ainda que manter posturas inadequadas dos braços (acima do ombro, p.ex., como na colheita do cacau mostrada na foto abaixo ), inclinação ou torção do tronco (como na colheita da laranja) ou de outras partes do corpo. Assim, sempre que a atividade agrícola o permitir, a alternância de posturas (em pé-sentado-em pé) deve ser sempre buscada, pois permite que os músculos recebam seus nutrientes e não fiquem fatigados. Transporte manual de cargas O transporte manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antigas e comuns, sendo responsável por um grande número de lesões e acidentes do trabalho. Estas lesões, em sua grande maioria, afetam a coluna vertebral, mas também podem causar outros males como, por exemplo, a hérnia escrotal. A figura abaixo mostra a técnica correta para o levantamento de cargas (caixa, barra, saco, etc.). O joelho deve ficar adiantado em ângulo de 90 graus. Braços esticados entre as pernas. Dorso plano. Queixo não dirigido para baixo. Pernas distanciadas entre si lateralmente. Carga próxima ao eixo vertical do corpo. Tronco em mínima flexão. Na figura abaixo, a técnica indicada para a movimentação lateral de carga (no caso, um barril) é a seguinte: posição dos pés em ângulo de 90 graus, para evitar a torção do tronco. 203
  • 204.
    No outro croqui,em que o modelo carrega uma caixa, o porte da carga é feito com os braços retos (esticados), de modo a obter menor tensão nos músculos dos mesmos. A movimentação manual de cargas é cara, ineficaz (o rendimento útil para operações de levantamento é da ordem de 8 a 10%), penosa (provoca fadiga intensa) e causa inúmeros acidentes. Portanto, sempre que possível, deve ser evitada ou minimizada. Transporte de Cargas A mecanização das atividades pode ser feita com o emprego de: polias, transportadores de correia, talhas empilhadeiras, carrinhos de transporte, elevadores, guindastes, pontes-rolantes, etc. 204
  • 205.
    A foto abaixomostra uma pilha de sacas sendo içadas por meio de cabos acionados por guindaste (que não aparece). É claro que o uso desses equipamentos representa um custo de investimento, razão porque devem ser adquiridos e empregados apenas quando forem constantemente utilizados. A figura abaixo apresenta uma esteira rolante ou transportador de correia, muito usado no manuseio de sacas e outros materiais. Recomendações gerais para o transporte manual de cargas Evitar manejo de cargas não adequadas ao biotipo, à forma, tamanho e posição Usar técnica adequada em função do tipo de carga Procurar não se curvar; a coluna deve servir como suporte Quando estiver com o peso, evite rir, espirrar ou tossir Evitar movimentos de torção em torno do corpo Manter a carga na posição mais próxima do eixo vertical do corpo Procurar distribuir simetricamente a carga Transportar a carga na posição ereta Movimentar cargas por rolamento, sempre que possível Posicionar os braços junto ao corpo Usar sempre o peso do corpo, de forma a favorecer o manejo da carga 205
  • 206.
    Desvios Posturais Alterações nacoluna representadas por desvios anormais ou acentuamento de curvas normais já existentes é o que chamamos de desvios posturais. Esses podem levar ao uso incorreto das outras articulações corporais, uma vez que o corpo busca compensações para se manter o equilíbrio do indivíduo, podendo, também, causar enrijecimento e encurtamento dos músculos. Exercícios físicos e buscar sempre manter a postura correta são maneiras que podem evitar ou reduzir esses desvios, sendo que, quanto mais nova a pessoa se tratar, maior a porcentagem de correção. Às vezes tais desvios são leves e, muitas vezes, pouco perceptíveis e podem ser corrigidos com medidas mais simples, como seções de fisioterapia, musculação e alongamento. Entretanto, em alguns casos, é necessário um tratamento intensivo e uso de coletes – ou mesmo cirurgias. A coluna vertebral possui, naturalmente, curvaturas na região torácica e lombar, como mostra a figura. Em casos de desvios posturais, há alterações nesta conformação natural. 206
  • 207.
    Na lordose ocorreum aumento anormal da curva lombar, dando-nos a impressão de que as nádegas destas pessoas são mais salientes: Na cifose, há um aumento anormal da curvatura da região dorsal (costas), dando à pessoa um aspecto de corcundez: 207
  • 208.
    Já na escoliose,há uma ou mais curvaturas na coluna em sentido lateral, perceptível em uma posição ventral ou dorsal: Um médico ortopedista será capaz de diagnosticar as magnitudes destes desvios e indicar um tratamento para as particularidades de cada um – inclusive tratamentos para erradicação ou controle de dores. 208
  • 209.
    Alcoolismo O alcoolismo égeralmente definido como o consumo consistente e excessivo e/ou preocupação com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira com a vida pessoal, familiar, social ou profissional da pessoa e pode potencialmente resultar em condições (doenças) psicológicas e fisiológicas, assim como, por fim, na morte. É um dos problemas mundiais de uso de drogas que mais trazem custos. Com exceção do tabagismo, o alcoolismo é mais custoso para os países do que todos os problemas de consumo de droga combinados. Características Além dos prejuízos na vida acadêmica, profissional, social e familiar o abuso de álcool por tempo prolongado pode causar câncer na cavidade oral, esôfago, faringe, fígado e/ou vesícula biliar; hepatite, cirrose, gastrite, úlcera, danos cerebrais, desnutrição, problemas cardíacos, problemas de pressão arterial, além de transtornos psicológicos. Durante a gestação, causa má formação fetal. Apesar do abuso do álcool ser um pré-requisito para o que é definido como alcoolismo, o seu mecanismo biológico ainda é incerto. Para a maioria das pessoas, o consumo de álcool gera pouco ou nenhum risco de se tornar um vício. Outros fatores geralmente contribuem para que o uso de álcool se transforme em alcoolismo. Esses fatores podem incluir o ambiente social e cultura, a saúde psicológica e a predisposição genética. Terminologia Muitos termos são aplicados para se referir a uma pessoa alcoólica e ao alcoolismo. Existe muita controvérsia a esse respeito, entretanto é consenso que: 1. O alcoolismo pode levar a morte; 2. 'Alcoolismo' é uma doença, um transtorno psicológico sério, que precisa de tratamento multiprofissional. 3. O alcoólico pode apresentar prejuízos relacionados com o uso de álcool em todas as áreas da vida (Prejuízos físicos, mentais, morais, profissionais,sociais, entre outros). 4. O alcoólico perde a capacidade de controlar uma quantidade de bebida que ingere, uma vez que vence uma ingestão. Abuso, uso pesado, vício e dependência são todos rótulos comuns usados para descrever os hábitos de consumo, mas o real significado dessas palavras muito podem variar, dependendo do contexto em que são usadas. Mesmo dentro da área de saúde especializada, uma definição pode variar entre as áreas de especialização. Muitas vezes a política e a religião ainda confundem o problema e agravam uma ambiguidade. Uso refere-se ao simples uso de uma substância. Uma pessoa que bebe qualquer bebida alcoólica está usando álcool. 209
  • 210.
    Desvio, problemas comuso e uso pesado são termos que sugerem que o consumo de álcool tem causado problemas psicológicos, físicos, sociais, ou seja, prejuízos ao bebedor. Os danos sociais e morais são altamente subjetivos e, portanto, diferem de indivíduo para indivíduo, o que dificulta a identificação desses usuários. A expressão abuso de substâncias tem uma variedade de significados possíveis. No campo da saúde mental, o uso do DSM-IV por psicólogos e psiquiatras traz uma definição específica, que envolvem um conjunto de circunstâncias da vida que acontecem por causa do uso da substância. No direito, o abuso é freqüentemente usado para se referir ao uso ilegal de qualquer substância. Dentro do vasto campo da medicina, o abuso, por vezes, refere-se ao uso de medicamentos prescritos em excesso da dose prescrita ou a utilização de um medicamento que exige prescrição médica sem receita. Dentro da religião, o abuso pode se referir a qualquer uso de uma substância considerada inadequada. O termo algumas vezes é evitado por profissionais pela variabilidade em sua definição.A dependência é simultânea à tolerância, ou seja, necessidade de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito. A dependência será tanto mais intensa quanto mais intenso for o grau de tolerância ao álcool. O diagnóstico de dependência de álcool não necessariamente indica uma presença de dependência física, ela pode ser apenas psicológica e estar associada com influência de amigos e família ou com poucas habilidades sociais. Dependência está associada a dificuldade em resistir a uma substância. A definição precisa de vício é debatida, mas em geral se refere a qualquer condição que faz uma pessoa continuar a demonstrar comportamentos nocivos mesmo sofrendo prejuízos sociais, profissionais e pessoais. Pode ser causado por dependência física e psicológica. Remissão é, segundo a Associação Psiquiátrica Americana, uma condição em que os sintomas físicos e mentais do alcoolismo não estão mais evidentes. A remissão pode ser parcial, quando breve, ou persistente, quando dura mais de um ano. Outros (principalmente Alcoólicos Anônimos) usam o termo recuperação para o usam descrever aqueles que cessaram completamente o consumo de álcool. Diagnóstico Um diagnóstico de dependência pelo CID-10 pode ser feito somente se três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido experimentados ou exibidos em algum momento durante um período de 12 meses[4]: • Um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância; • Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de seu início, término ou níveis de consumo; • Um estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância cessou ou foi reduzido, como evidenciado pela síndrome de abstinência característica para a substância ou o uso da mesma substância (ou de uma intimamente relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência; • Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas; 210
  • 211.
    Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessário para obter ou tomar a substância ou para se recuperar de seus efeitos; • Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de conseqüências manifestamente nocivas, tais como dano ao fígado por consumo excessivo de bebidas alcoólicas, estados de humor depressivos consequentes a períodos de consumo excessivo da substância ou comprometimento do funcionamento cognitivo relacionado à droga; deve-se fazer esforços para determinar se o usuário estava realmente (ou se poderia esperar que estivesse) consciente da natureza e extensão do dano. Efeitos fisiológicos do alcoolismo O consumo excessivo de álcool leva a uma degradação do etanol em etanal pelo fígado, fato que consome NAD+ formando NADH. Na segunda reação para a formação de acetato também há consumo de NAD+ e formação de NADH, dessa forma o ciclo de Krebs (dependente de NAD+) é diminuído pela falta de NAD+, aumentando portanto o metabolismo anaeróbico das células, o que irá produzir mais ácido lático no organismo. Esse excesso de ácido lático no organismo compete com a excreção de urato contribuindo para o aumento de ácido úrico no sangue, o qual irá precitar em articulações gerando uma doença conhecida como gota.O conjunto de efeitos fisiológicos sentidos após excessivo consumo de álcool é conhecido como veisalgia, popularmente chamada de "ressaca". Álcool no sangue Álcool no sangue Álcool no sangue Estados Sintomas (gramas/litro) 0,1 a 0,3 Sobriedade Nenhuma influência aparente Perda de eficiência, diminuição da atenção, julgamento 0,3 a 0,9 Euforia e controle Instabilidade das emoções, descoordenação muscular. 0,9 a 1,8 Excitação Menor inibição. Perda do julgamento crítico Vertigens, desequilíbrio, dificuldade na fala e distúrbios 1,8 a 2,7 Confusão da sensação. Apatia e inércia geral. Vômitos, incontinência urinária e 2,7 a 4,0 Estupor fezes. 4,0 a 5,0 Coma Inconsciência, anestesia. Morte Acima de 5,0 Morte Parada respiratória Observações: Em média 45 gramas de etanol (120 ml de aguardente), com estômago vazio, fazem o sangue ter concentração de 0,6 a 1,0 grama por litro; após refeição a concentração é de 0,3 a 0,5 grama por litro. Um conteúdo igual de etanol, sob a forma de cerveja (1,2 litros), resulta 0,4 a 0,5 gramas de etanol por litro de sangue, com estômago vazio e 0,2 a 0,3 gramas por litro, após uma refeição mista. Prevalência 211
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    No Brasil osíndices variam muito entre as diversas regiões, mas os estudos indicam que a média nacional está em torno de 3 a 6% da população, sendo cerca de 5 vezes mais comum em homens. Tanto em Salvador quanto em Ribeirão Preto a média foi de 6,2%, sendo de 11% entre os homens e de 1,5% entre as mulheres. A proporção de indivíduos maiores de 13 anos que consumem álcool no Brasil está em torno de 52%, o que é bastante inferior ao relatado em diversos países: 90% nos EUA, 87% na Austrália, 83% no Canadá e 75% no Equador. O índice brasileiro é semelhante ao índice da Colômbia e México (51%). O nível de alcoolismo é muito menor que a média americana (10-12%) e europeia (5 a 20%). A maior proporção de consumidores de álcool e de alcoolistas é entre homens de 30 e 49 anos. Associação com cigarro Entre alcoolistas, 67% também são fumantes. Os alcoolistas tendem a iniciar-se no consumo tabágico mais cedo, fumam durante mais tempo, fumam um maior número de cigarros por mês e apresentam fluxo expiratório mais baixo do que os abstêmios. Tratamentos s tratamentos para o alcoolismo são bastante variados porque existem múltiplas perspectivas para essa condição. Aqueles que possuem um alcoolismo que se aproxima de uma condição médica ou doença são recomendados a se tratar de modo diferentes dos que se aproximam desta condição como uma escolha social. Não se deve confundir o tratamento do alcoolismo com o tratamento apenas da síndrome de abstinência. O tratamento do alcoolismo é complexo, multiprofissional e longo dependendo da persistência do paciente e sua rede social de apoio para o processo de cura. A maioria dos tratamentos busca ajudar as pessoas a diminuir o consumo de álcool, seguido por um treinamento de vida ou suporte social de modo que ajude a pessoa a resistir ao retorno do uso de álcool. Como o alcoolismo envolve múltiplos fatores que incentivam a pessoa a continuar a beber, todos estes fatores devem ser suprimidos para que se previnam com sucesso os casos de recaídas. Um exemplo para este tipo de tratamento é a desintoxicação seguida por uma combinação de terapia de suporte, atendimento em grupos de auto-ajuda, etc. A maioria dos tratamentos geralmente preferem uma abstinência de tolerância zero; entretanto, alguns preferem uma abordagem de redução de consumo progessiva. A efetividade dos tratamentos para o alcoolismo varia amplamente. Quando considerada a eficácia das opções de tratamento, deve-se considerar a taxa de sucesso daquelas pessoas que entraram no programa, não somente aqueles que o completaram. Como o término do programa é a qualificação para o sucesso, o sucesso entre as pessoas que completam um programa é geralmente perto de 100%. Também é importante se considerar não somente a taxa daqueles que atingiram os objetivos do tratamento, mas também a taxa daqueles que tiveram recaídas. Os resultados também devem ser comparados com a taxa aproximada de 5% de pessoas que abandonam os programas por conta própria. 212
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    A desintoxicação trataos efeitos físicos do uso prolongado do álcool, mas na verdade não trata o alcoolismo. Após a desintoxicação estiver completa, as recaídas são propensas de ocorrer se não houver um tratamento subseqüente. A desintoxicação pode ou não ser necessária dependendo da idade, estado de saúde e histórico de ingestão de álcool da pessoa. Por exemplo, um homem jovem que quando consome álcool o faz em quantidades excessivas em um curto período de tempo, e busca tratamento uma semana após seu último uso de álcool, pode não precisar de desintoxicação antes de iniciar o tratamento para o alcoolismo. Psicoterapia Após a desintoxicação, diversas formas de terapia em grupo ou psicoterapia podem ser usadas para lidar com os aspectos psicológicos subconscientes que são relacionados à doença do alcoolismo, assim como proporcionar a aquisição de habilidades de prevenção às recaídas como assertividade e técnicas de relaxamento mais saudáveis. O aconselhamento em grupo através de ajuda mútua é um dos meios mais comuns de ajudar os alcoólicos a manter a sobriedades. Muitas organizações já foram formadas para proporcionar esse serviço, como os Alcoólicos Anónimos. A terapia cognitivo comportamental é feita individualmente, mas pode convidar familiares e amigos para participar caso o paciente aceite, e tem como objetivos [11]: • Desenvolver aprendizagem e prática de novos comportamentos substitutos para o comportamento de beber através de treinamento de habilidades intrapessoais (auto- identificação) e interpessoais (sociais); • Ensinar estratégias de enfrentamento que podem ser usadas para lidar com situações de alto risco (internas e externas) que poderiam levar ao comportamento adictivo; • Estabelecer estratégias gerais de mudanças no estilo de vida que ajudem o paciente a atingir seus objetivos acadêmicos, profissionais, sociais e familiares de forma mais eficiente; • Desenvolver estratégias que favoreçam a manutenção do processo de mudança nos hábitos produzidos pelo tratamento. Psicólogos cognitivos comportamentais também fazem planos emergenciais para uma variedade de situações de estresse que podem surgir de maneira inesperada e planejam com o paciente estratégias para resolvê-las. Durante a terapia é comum que outros transtornos como fobia social, depressão maior, transtorno bipolar, hiperatividade, transtorno de personalidade limítrofe, transtorno de ansiedade generalizada, anorexia nervosa ou outro transtorno de humor, ansiedade ou alimentar sejam identificados como a causa do alcoolismo. 213
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    Racionamento e moderação Osprogramas de racionamento e moderação do uso do álcool não forçam uma abstinência completa. Apesar de a maioria dos alcoólicos serem incapazes de limitar o seu consumo através destes programas, alguns passam a beber moderadamente. Muitas pessoas se recuperam do alcoolismo. Um estudo realizado em 2002 nos Estados Unidos mostrou que 17,7% das pessoas que tinham sido diagnosticadas como dependentes do álcool a mais de um ano (anteriormente à pesquisa) retornaram ao consumo de baixo risco de álcool.[12] Medicamentos Embora não sejam necessários para o tratamento do alcoolismo, diversas medicações podem ser prescritas como parte do tratamento. Algumas podem facilitar a transição para a sobriedade, enquanto outras podem causar dificuldades físicas quando do uso do álcool. Na maioria dos casos, o efeito desejado é fazer com que o alcoólatra se abstenha da bebida. • O dissulfiram previne a eliminação de acetaldeído, um composto químico que o corpo produz quando quebra o etanol. É o acetaldeído que causa os diversos sintomas da "ressaca" após o uso do álcool. O efeito geral do medicamento é um grande desconforto quando o álcool é ingerido: uma "ressaca" desconfortável extremamente rápida e de longa duração. Isso desencoraja o alcoolista a beber quantidades significativas de álcool enquanto ele está tomando o medicamento. O consumo excessivo de álcool associado com o dissulfiram pode causar doenças severas e até a morte. • A naltrexona é um antagonista competitivo para os receptores opióides, bloqueando efetivamente a habilidade do corpo em usar as endorfinas e opiáceos. Ele também parece agir na ação da neurotransmissão do glutamato. A naltrexona é usada em duas formas muito diferentes de tratamento. O primeiro tratamento usa a naltrexona para diminuir os desejos pelo álcool e encorajar a abstinência. O outro tratamento, chamado extinção farmacológica, combina a naltrexona com o hábito normal de ingestão de álcool de forma para reverter o condicionamento das endorfinas que causam o vício ao álcool. A naltrexona é apresentada em duas formas. A naltrexona oral é uma pílula que deve ser tomada diariamente para ser eficiente. Vivitrol é uma formulação que é injetada nas nádegas uma vez ao mês. • Acredita-se que o Acamprosato (também conhecido como Campral) estabiliza o equilíbrio químico do cérebro prejudicado pelo alcoolismo. O FDA aprovou esta droga em 2004, dizendo "Embora seu mecanismo de ação não seja perfeitamente compreendido, acredita-se que o Campral atue nas vias químicas do cérebro relacionadas ao abuso do etanol. O Campral mostrou-se efetivo em manter a abstinência por um curto período de tempo. " Embora seja efetivo sozinho, é comumente ministrado com outros medicamentos como a naltroxetona com grande sucesso. • Oxibato de sódio é o sal de sódio do ácido gama-hidroxibutírico (GHB). Ele é usado para a abstinência aguda do álcool e para a desintoxicação a médio e longo prazo. 214
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    Essa droga melhoraa neutrotransmissão do GABA e diminui os níveis de glutamato. • Baclofeno tem mostrado em estudos em animais e em pequenos estudos em humanos que melhora a desintoxicação. Esta droga atua como um agonista do receptor GABA B e isto pode ser benéfico. Extinção farmacológica A extinção farmacológica é o uso de antagonistas opióides como a naltrexona combinados com o hábito normal de ingestão de álcool para eliminar o desejo intenso pelo álcool. Essa técnica obteve sucesso na Finlândia, Pensilvânia, e Flórida, e é às vezes citada como o Método Sinclair. Terapia nutricional O tratamento preventivo das complicações do álcool incluem o uso a longo-prazo de multivitaminas além de vitaminas específicas como B12 e folato. Apesar da terapia nutricional não ser um tratamento propriamente para o alcoolismo, ela trata as dificuldades que podem surgir anos após o uso intenso de álcool. Muitos dependentes de álcool tem a síndrome da resistência à insulina, um distúrbio metabólico no qual a dificuldade do corpo em processar açúcares causa um suprimento desequilibrado na corrente sanguínea. Apesar do distúrbio poder ser diminuído com uma dieta hipoglicêmica, ele pode afetar o comportamento e as emoções, efeitos colaterais que freqüentemente são observados entre os álcool-dependentes em tratamento. Os aspectos metabólicos desta dependência são freqüentemente negligenciados, gerando resultados ruins para os tratamentos.[20] Prognóstico Sem acompanhamento profissional aproximadamente 90% dos alcoólatras voltam a beber nos 4 anos seguintes a interrupção.[2] A principal causa de recaída apontada pelos usuários são emoções negativas (35%), pressão social(20%), brigas (16%), incapacidade de resistir ao desejo (11%) e teste de auto-controle (9%). Esses dados ressaltam a importância de acompanhamento psicológico prolongado e persistente em qualquer abuso de substâncias. [21] O fato de serem diagnosticados outros transtornos psicológicos associados ao uso do álcool nesse caso é sinal de bom prognóstico, pois o tratamento desses transtornos costumam resolver a raiz do alcoolismo e fatores que manteriam o consumo. Outro fator de bom prognóstico é quando amigos e familiares também param de beber e oferecer bebidas ou já não tinham o hábito de beber. Quanto maior o apoio de amigos e familiares, melhores as chances de cura definitiva. 215
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    TABAGISMO O tabagismo éuma toxicomania caracterizada pela dependência física e psicológica do consumo de nicotina, substância presente no tabaco. Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, os cigarros contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas, sendo uma delas, a nicotina, responsável pela dependência. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, o tabagismo é o responsável por cerca de 30% das mortes por cancro (câncer no Brasil), 90% das mortes por cancro do pulmão, 25% das mortes por doença coronariana, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica e 25% das mortes por derrame cerebral. Ainda de acordo com a OPAS, não existem níveis seguros de consumo do tabaco. As doenças ocasionadas pelo consumo de tabaco matam 3 milhões de pessoas no mundo anualmente, com uma projeção estimada de óbitos em torno de 10 milhões até o ano 2020 - das quais 7 milhões ocorrerão nos países em desenvolvimento. Vale dizer que o tabagismo, hoje, mata mais que a soma das mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídios e acidentes de trânsito. As doenças causadas pelo tabaco são responsáveis por perdas econômicas de aproximadamente US$ 200 bilhões de dólares, no mundo. O método de avaliação de Fagerström é, hoje, utilizado por especialistas, para ajudar a definir a melhor estratégia para quem quer largar o cigarro. Trata-se de um questionário utilizado por médicos a fim de determinar se uma pessoa está seriamente viciada na nicotina. Historia O hábito de fumar se iniciou na Europa em 1580, introduzido por Walter Raleigh, pessoa de confiança na corte de Elizabeth I da Inglaterra. Os cigarros se popularizaram a partir de 1881, quando foi inventada a máquina que os manufaturava. Tabagismo no Brasil No Brasil, estima-se que cerca de 290 mil mortes por ano são decorrentes do tabagismo. A proporção de fumantes no país é de 23,9% da população. Segundo dados da PNAD, em 2008, o Brasil tinha 24,6 milhões de fumantes habituais com idade a partir de 15 anos ou 17,2% da população de pessoas dessa faixa etária, sendo 15,1% fumantes diários. Cerca de 90% dos fumantes tornam-se dependentes da nicotina entre os 5 e os 19 anos de idade. Há 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária, mas a maior concentração de fumantes está na faixa etária de 20 a 49 anos. A região Sul do país é a que apresenta maior proporção de dependentes - 45% dos fumantes. Em 2008, a região Sul, com 19,3%, tinha o maior porcentual de fumantes correntes[3]. 216
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    No Nordeste, osfumantes dependentes são 31%. Os moradores da zona rural também fumam mais que os das zonas urbanas. O fumo é responsável por 95% dos casos de câncer de boca [4]; 90% das inflamações de mama; 80% da incidência de câncer no pulmão; por 97% dos casos de câncer da laringe; 50% dos casos de câncer de pele; 45% das mortes por doença coronariana (infarto do miocárdio) e também 25% das mortes por doença vascular-cerebral (derrames cerebrais). O tabagismo, incluindo o passivo, é o fator de risco mais comum para a DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. No Brasil, estima-se que a doença atinja cerca de 6 milhões de pessoas. Somente 12% dos pacientes são diagnosticados e, desses, apenas 18% recebem tratamento. Já no cenário mundial, a estimativa é de que aproximadamente 210 milhões de pessoas tenham DPOC e a previsão é que a doença se torne a terceira principal causa de morte por volta de 2020. Outros fatores que contribuem para o desenvolvimento da doença são a inalação de poeiras e produtos químicos em fábricas ou ambientes profissionais similares, poluição do ar, desenvolvimento pulmonar prejudicado e fatores genéticos. Segundo uma pesquisa realizada em 20 países, o brasileiro, com 91%, é o que mais se arrepende de ter começado a fumar. Entre os fumantes brasileiros do estudo internacional, 63% apóiam campanhas e leis contra o fumo e 82% relatam que o fumo já lhes causou algum problema de saúde [5]. O Brasil é o maior exportador e quarto maior produtor mundial de tabaco - depois da China ,EUA e Índia. Tabagismo passivo O tabagismo passivo (fumo passivo, fumaça ambiental do tabaco (FAT), ou fumaça de segunda-mão) refere-se ao ato de inalar a fumaça de qualquer substância fumígera proveniente de um fumante, fazendo com que os malefícios do fumo ocorram mesmo em não-fumantes. Impacto na saúde De acordo com pesquisa realizada no Brasil pelo Instituto Nacional do Câncer, pelo menos sete brasileiros que não fumam morrem a cada dia por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. Os não fumantes, que presenciam fumantes, ou passam tempos mesmo que esporadicos, proximo a esses, pode ter os seguintes sintomas: • Coceira no olhos; • Tosse interminente; • Odores na laringe; 217
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    Odores nos membros e vestes; • Trombose nas vias aeras; • Odores capilares; • Falta de apetite; • Falta de olfato; • Falta de paladar; Tabagismo e saúde Os maus efeitos à saúde causados pelo fumo de tabaco se referem diretamente à tabagismo assim como à inalação de fumaça ambiente (tabagismo passivo). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 16% da população brasileira é fumante. A OMS também estima que em países desenvolvidos, 26% das mortes masculinas e 9% das mortes femininas podem ser atribuídas ao tabagismo. Desta forma, o tabagismo é uma importante causa de morte prematura em todo o mundo. Riscos primários Os principais maleficios à saúde relacionados ao tabagismo referem-se às doenças do sistema cardiovascular, sendo o tabagismo um fator de risco importante para infarto do miocárdio (ataque cardíaco), doenças do trato respiratório como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e enfisema, e câncer, particularmente câncer de pulmão e câncer de laringe e boca. Antes da Primeira Guerra Mundial, o câncer de pulmão era considerado uma doença rara, a qual a maioria dos médicos poderia jamais ver durante sua carreira profissional. Com o crescimento da popularidade do tabagismo após a guerra, houve um aumento epidêmico de câncer de pulmão. A incidência de impotência sexual é aproximadamente oitenta e cinco por cento maior em fumantes masculinos do que em não fumantes e é uma causa importante de disfunção erétil. O tabagismo leva à impotência por causar o estreitamento das artérias (do pênis e do corpo). As doenças relacionadas ao tabagismo matam quatrocentos e quarenta mil cidadãos estadunidenses por ano e cerca de mil, duzentos e cinco por dia, fazendo com que o tabagismo seja a maior causa de morte capaz de ser prevenida nos Estados Unidos. O risco aumentado da pessoa em contrair doenças é diretamente proporcional à duração do tempo em que a pessoa continua a fumar assim como à quantidade fumada. Entretanto, se alguém para de fumar, então estas chances diminuem gradualmente já que os danos ao corpo são reparados. Doenças associadas ao tabagismo incluem: 218
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    várias formas de câncer, particularmente câncer de pulmão, câncer dos rins, da laringe, Cabeça, pescoço, mamas [11][12], bexiga, esôfago, pâncreas e estômago. Há evidências de risco aumentado de leucemia, câncer de pele, fígado, colo uterino, intestinos, Vesícula biliar, adrenal, além de correlação com tumores infantis. • Doenças cardiovasculares; • acidentes vasculares cerebrais; • doença vascular periférica; • distúrbios respiratórios, como bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema; • tromboangeite obliterante; • Impotência sexual; • catarata; • redução da memória e dificuldade de aprendizado em tabagistas adolescentes. Fumantes de charuto e cachimbo tendem a inalar menos que os fumantes de cigarro; por conta disso, seu risco de cancro do pulmão é menor, mas ainda é várias vezes mais elevado do que o risco em não fumantes. Todos estes grupos sofrem o mesmo risco de cancros da cavidade oral: laringe ou esôfago, um risco que foi apenas uma hipótese, sem qualquer ligação entre fumar e o câncer, até ser provado cientificamente e pela cobertura da imprensa dos cancros relacionados com o tabaco de dois presidentes estadunidenses: Ulysses S. Grant morreu em 1885, aos sessenta e três anos, depois de uma longa e penosa batalha contra o cancro da garganta, assumindo-o como o resultado de seu hábito de fumar charuto. Grover Cleveland foi diagnosticado em 1893 com cancro da mandíbula esquerda, que era frequentemente visto pela imprensa e pelo público fumando charuto. Do mesmo modo, o cancro da boca e mandíbula é também um risco para quem masca tabaco. Os benefícios para quem para de fumar são imediatos: a pressão arterial, frequência cardíaca e a temperatura corporal retornam à faixa normal; o risco de ataque cardíaco diminui; a capacidade de sentir aroma e sabor é apurada e melhora a circulação. É geralmente aceito que o grande fator motivacional por trás do tabaco é a nicotina que ele contém. No entanto, a prática de ingerir o fumo diretamente de sua folha gera uma enorme quantidade de compostos químicos ativos, agrupados como alcatrão, muitos deles são biologicamente reactivos e potencialmente perigosos à saúde. Mesmo grupos de tabaco considerados mais brandos são também cancerígenos, provavelmente porque compostos semelhantes são gerados para a cura do câncer; os nórdicos snus, utilizam vapor, portanto, são muito menos cancerígenos.) Existem cerca de três mil substâncias químicas encontradas no fumo do tabaco. Exposição a longo prazo aos outros compostos na fumaça, como monóxido de carbono, cianeto, e de outros compostos provocam danos no tecido arterial do pulmão, e se acredita que seja responsável pelos danos cardiovasculares e pela perda de elasticidade nos alvéolos, levando a enfisema e DPOC. Além disso, os cigarros contêm 19 agentes cancerígenos conhecidos. 219
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    Nicotina e vício Anicotina é um estimulante poderoso e é um dos principais fatores que levam ao consumo contínuo de tabaco. Embora a quantidade de nicotina inalada no fumo seja muito pequena (a maior parte da substância é destruída pelo calor), ela ainda é suficiente para causar dependência psicológica e/ou física. A quantidade de nicotina absorvida pelo corpo no tabagismo depende de diversos fatores, incluindo o tipo do tabaco, se a fumaça é inalada e se é usado um filtro. Tabagismo de cigarro versus charuto Há quem julgue o ato de fumar charutos menos danoso à saúde que fumar cigarros, devido ao fato do fumante de charutos não "tragar", ou seja, não inalar ativamente a fumaça. Entretanto, as evidências científicas não corroboram esta ideia. Nos Estados Unidos da América, o Instituto Nacional do Câncer, divulgou , em 1998, que fumar charutos está associado a vários tipos de Câncer, incluindo tumores da cavidade oral (lábio, língua, bochechas, garganta), do esôfago, laringe e pulmão. Este estudo levava em consideração pessoas que fumavam ao menos um charuto ao dia e afirmava que os riscos de fumar menos que diariamente não são conhecidos. Apesar do estudo mostrar que a maioria dos fumantes de charutos não inalarem ativamente a fumaça, alguns, principalmente ex- fumantes de cigarrros, o fazem ,sendo assim o risco igual ao de fumantes de cigarros. No caso de fumantes passivos, a grande quantidade de fumaça produzida por charutos, principalmente em ambientes fechados e ou quando vários fumantes se congregam, é mais que suficiente para afetar a saúde de quem permanecer nestes ambientes. Este estudo do Instituto Nacional do Câncer foi criticado por defensores do charuto, alegando uso indevido das estatísticas. Tabagismo e doenças cardiovasculares O tabaco provoca o amarelecimento dos dentes, por via da nicotina. Provoca cancro da boca, da língua, do esôfago, da faringe e da laringe, além de provocar a insuficiência respiratória forçando o coração a bater mais rapidamente para maior captação de oxigênio diminuindo assim sua vida útil. Epidemiologia do tabagismo Uma Equipe de Cientistas Britânicos liderados por Richard Doll fez uma pesquisa com 34,439 especialistas médicos entre o ano de 1951 e 2001, pesquisa esta apelidada de "British doctors study." O estudo demonstrou que fumar diminui a expectativa de vida em até 10 anos e que quase metade dos fumantes morrem por doenças causadas possivelmente pelo cigarro (como câncer, doenças cardiovasculares e infartos). Cerca de 5,900 dos participantes da pesquisa ainda estão vivos e somente 134 ainda fumam. No Reino Unido, os impactos do uso contínuo do cigarro é mais acentuado nas classes sociais mais baixas, que já tem a menor expectativa de vida. 220
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    Tabaco e reprodução Otabaco provoca infertilidade, problemas de erecção nos homens e aborto espontâneo no caso das mulheres. Efeitos do tabagismo nas células espermáticas Existem cada vez mais evidências de que os compostos danosos do tabagismo matam células espermáticas (os espermatozóides). Desta maneira, alguns governos exigem que os fabricantes coloquem avisos em suas embalagens. Síndrome da morte súbita infantil O tabagismo passivo está relacionado à Síndrome da Morte Súbita Infantil. A síndrome da morte súbita infantil ocorre quando na há explicação de como um bebê faleceu mesmo tendo feito autópsia e com investigação. Também podemos chamar esta síndrome de morte de berço, pois ela acontece enquanto os bebês dormem durante a noite ou estão cochilando durante o dia, e ela que por sua vez vem sendo a maior causa de mortes entre os bebês. Normalmente o bebê que morre devido à síndrome morre antes de completar os seus quatro meses de vida ou durante esse período e as estações onde mais ocorre este tipo de morte é no outono, inverno e geralmente no início da primavera. O porquê isto ocorre ninguém sabe exatamente, o que os médicos e pesquisadores dizem é que isto acontece devido a uma série de fatores, entre elas podem estar irregularidade no batimento cardíaco de uma criança, um distúrbio metabólico, entre outros fatores, esses são apenas alguns. Esses fatores e ainda o modo de como a criança dorme de bruços e inala muita fumaça de cigarro, ou pegar uma doença respiratória, ou seja, inala muito dióxido de carbono ela tem mais chances de ser vitima da SMSI. Como realizadas em pesquisas quando o bebê apresenta defeito no cérebro a maioria deles apresentam anomalias no seu tronco cerebral, às vezes o bebê até percebe o que está se passando, mas pode não ter mecanismos de proteção para que isso não ocorra. No caso de um distúrbio metabólico eles não produzem a quantidade de ácidos graxos da maneira necessária e um possível acumulo desses ácidos poderia evitar que ocorra a síndrome. O favorecimento disto se dá através da criança dormir em colchões macios, se o bebê for prematuro, se ficar exposto a fumaças, entre outros. Alguma dica para sempre proteger o seu bebê é o deixar dormir sempre de costas e a temperatura do quarto não muito aquecida se o clima estiver bom, entre muitas outras. Efeitos benéficos de fumar Ao tabaco já foram atribuídos possíveis efeitos benéficos sobre certas condições, presumivelmente devido aos efeitos da Nicotina sobre o sistema nervoso. Alguns estudos demonstraram que a incidência de tabagismo em pacientes que desenvolveram o Mal de Alzheimer é menor que na população em geral, o que foi interpretado como uma possível 221
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    proteção que otabagismo traria contra a doença. Entretanto, a pesquisa sobre o assunto é limitada e os resultados controversos. Alguns estudos demonstram que fumar aumenta o risco de desenvolver o mal de Alzheimer. Revisões recentes sobre a literatura científica disponível concluíram que a aparente menor incidência do Mal de Alzheimer entre tabagistas deve-se ao fato de que fumantes tendem a morrer antes de atingirem a idade de desenvolverem a doença. A mortalidade precoce é um problema encontrado nas pesquisas que pretendem investigar os efeitos do tabagismo em doenças de acometimento tardio, após os 75 anos de idade, como é o caso do Mal de Alzheimer já que o número de fumantes que atingem a idade de 80 anos é 50% menor que não fumantes.. Alguns estudos sugerem que o tabagismo está associado a menor incidência de: • Doença de Parkinson, , embora os autores sustentem que as desordens de movimento próprias da doença impedem as pessoas de fumar. • Colite ulcerativa., embora aumente o risco de Doença de Crohn. • Sarcoma de Kaposi • Há alguma evidência de menor incidência de Endometriose em mulheres inférteis enquanto alguns estudos apontam incidência maior em tabagistas. Não há evidências de efeito protetor em mulheres férteis. • Evidência inconsistente de menor incidência de Mioma uterino em fumantes., • Evidência limitada de menor incidência de Doença hipertensiva específica da gravidez, em fumantes., Evidência invalidada em gestações gemelares. Fumar, com certeza, trás riscos graves à saúde da gestante e do concepto. No caso da Esquizofrenia, muitos pacientes esquizofrênicos utilizam o fumo como uma forma de auto-medicação contra a ansiedade.. Problemas acidentais Um problema de saúde pública indireta colocados pelos cigarros é a de incêndios acidentais, normalmente associados ao consumo de álcool. Inúmeros projetos de cigarros têm sido propostas, algumas das empresas de tabaco em si, que extinguiria um cigarro deixados sozinhos por mais de um minuto ou dois, reduzindo assim o risco de incêndio. No entanto, a indústria do tabaco historicamente tem resistido a essa ideia, alegando que o incômodo de ter de reacender o cigarro deixado intocado por muito tempo reduziria as suas vendas. Na verdade, o tabaco tratado formaram um cigarro vai extinguir-se de forma relativamente rápida, se deixado sozinho, e como um cigarro de tabaco resultado é tratada quimicamente para que esta possa estar latente indefinidamente. 222
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    Dependência Química A DependênciaQuímica é um conjunto de fenômenos que envolvem o comportamento, a cognição e a fisiologia corporal conseqüente ao consumo repetido de uma substância psicoativa, associado ao forte desejo de usar esta substância, juntamente com dificuldade em controlar sua utilização persistente apesar das suas conseqüências danosas. Na dependência geralmente há prioridade ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações sócio-ocupacionais. A tolerância é o primeiro critério relacionado à dependência. Tolerância é a necessidade de crescentes quantidades da substância para se atingir o efeito desejado ou, quando não se aumenta a dose, é entendida também como um efeito acentuadamente diminuído com o uso continuado da mesma quantidade da substância. O grau em que a tolerância se desenvolve varia imensamente entre as substâncias. Existe um padrão de uso repetido da substância que geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo da droga. Um diagnóstico de Dependência de Substância pode ser aplicado a qualquer classe de substâncias. Os sintomas de dependência são similares entre as várias substâncias, variando na quantidade e gravidade de tais sintomas entre uma e outra droga. Os sintomas psíquicos e sociais 223
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    decorrentes da dependênciado fumo, por exemplo, são absolutamente menores do que aqueles da dependência ao álcool. Chama-se "fissura" o forte impulso subjetivo ou compulsão incontrolável para usar a substância. Embora não seja especificamente relacionada como um critério, a “fissura” tende a ser experimentada pela maioria dos indivíduos com Dependência de Substância (se não por todos). A dependência é definida como um agrupamento de três ou mais dos sintomas relacionados adiante, ocorrendo a qualquer momento, no mesmo período de 12 meses. Os indivíduos com uso pesado de opióides e estimulantes podem desenvolver níveis gravíssimos de tolerância, por exemplo, como se necessitasse dez vezes mais quantidade depois de algum tempo. Freqüentemente essas dosagens da tolerância seriam letais para uma pessoa não-usuária. Muitos fumantes consomem mais de 20 cigarros por dia, uma quantidade que teria produzido sintomas de toxicidade para uma pessoa que está começando a fumar. Os indivíduos com uso pesado de maconha em geral não têm consciência de que desenvolveram tolerância, embora esta tenha sido largamente demonstrada em estudos com animais e em alguns indivíduos. A tolerância pode ser difícil de determinar com base apenas na estória oferecida pela pessoa, porém, os testes laboratoriais acabam mostrando altos níveis sangüíneos daquela substância, juntamente com poucas evidências de intoxicação, o que sugere fortemente uma provável tolerância. Critérios para Dependência de Substância Um padrão mal-adaptado de uso de substância, levando a prejuízo ou sofrimento clinicamente significativo, manifestado por três (ou mais) dos seguintes critérios, ocorrendo a qualquer momento no mesmo período de 12 meses: (1) tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos: (a) necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para adquirir a intoxicação ou efeito desejado (b) acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância (2) abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos: (a) síndrome de abstinência característica para a substância (b) a substância (ou outra estreitamente relacionada a ela) é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência (3) a substância é freqüentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido (4) existe um desejo persistente ou esforços mal-sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância (5) muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância (por ex., consultas a múltiplos médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização da substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação de seus efeitos 224
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    (6) importantes atividadessociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância (7) o uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância (por ex., uso atual de cocaína, embora o indivíduo reconheça que sua depressão é induzida por ela, ou consumo continuado de bebidas alcoólicas, embora o indivíduo reconheça que uma úlcera piorou pelo consumo do álcool) O dependente pode até expressar um desejo persistente de reduzir ou regular o uso da substância, mas reluta sempre em decidir deixar de vez a substância. E com freqüência já deve ter havido muitas tentativas frustradas de diminuir ou interromper o uso. A questão essencial, de fato, está no fracasso do dependente se abster de usar a substância, apesar das evidências do mal que ela vem causando. Em geral o dependente dedica muito tempo obtendo a substância, usando-a ou recuperando-se de seus efeitos. Em alguns casos de Dependência de Substância, virtualmente todas as atividades da pessoa giram em torno da substância. As atividades sociais, ocupacionais ou recreativas podem ser seriamente prejudicadas, abandonadas ou reduzidas em virtude da dependência ou uso bastante abusivo da substância, e o dependente pode afastar-se de atividades familiares a fim de usar a droga em segredo ou para passar mais tempo com amigos usuários da substância. As primeiras experiências com drogas ocorrem, freqüentemente, na adolescência. Vários trabalhos, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS) têm evidenciado a precocidade da faixa etária do início do uso de drogas, geralmente dentro da adolescência, entre 10 e 19 anos. Fisiologicamente, na adolescência as regras costumam ser questionadas e contestadas e, juntando-se o fato desta ser uma época de experimentações, surge um risco maior para o uso de drogas ilícitas, álcool e fumo. Todavia, felizmente, nem todas as pessoas que experimentam drogas se tornam dependentes, porém, quando ocorre, a dependência química é uma doença complexa, de tratamento longo e nem sempre eficaz. Quando se pesquisam as causas para a dependência química é acaba-se sempre concluindo ser esta multideterminada, ou seja, multifatorial. Existem alguns fatores fortemente associados ao uso abusivo de drogas e dependência química, como por exemplo, os fatores genéticos, psicológicos, familiares e sociais. Em geral parece que esses fatores não costumam agir isoladamente e sim em conjunto. Causas existenciais atribuídas ao uso de drogas Aqui vamos comentar algumas influências sócio-ambientais no uso de drogas, ou seja, nas influências do destino vivencial da pessoa sobre seu comportamento, pensamento e sentimento. 225
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    Família – Dentreos inúmeros fatores associados à dependência química, a família, ou, mais precisamente, as atitudes da família com propósitos educativos parece ser um fortíssimo fator de intervenção e influência, principalmente em relação à prevenção da dependência. Dessa maneira, o meio familiar pode ser um importante elemento de proteção ou, ao contrário, de facilitação dos comportamentos de risco, do abuso ou de uma possível dependência de drogas. Segundo Pons (1998), os principais fatores familiares de proteção ao uso de drogas se encontram nos laços afetivos estabelecidos entre seus membros, no monitoramento das atividades e amizades do adolescente, na construção de escalas de valores éticos e no estímulo para condutas sociais adequadas. Rebolledo, Ortega e Pillon (2004, citado por Broeker e Jou, 2007) analisaram 2.829 estudantes de ambos os sexos, com idades entre 12 e 17 anos, mediante o Test Drug Use Screening Inventory. Os autores constataram que a disfunção familiar e a existência de transtorno emocional prévio foram os fatores mais correlacionados ao maior risco para o uso de drogas. Alguns outros pesquisadores (Pechansky, Szobot e Scivoletto, igualmente citados por Broeker e Jou, 2007) atribuíram à ausência do pai no domicílio do adolescente um risco 22 vezes maior chance de o adolescente ser dependente de drogas, quando comparado aos adolescentes que viviam com ambos os pais. Sem nenhuma dúvida reconhece-se universalmente que o papel dos pais e do ambiente familiar é marcante no desenvolvimento dos filhos. A falta de suporte e estrutura familiar, bem como o comportamento de risco ou o uso de drogas pelos próprios pais são atitudes facilitadoras ao uso, abuso e dependência dos filhos. Acredita-se, inclusive, haver uma relação entre o aumento no consumo de drogas e as mudanças sofridas pela estrutura familiar na modernidade. A entrada das mulheres para o mercado de trabalho e, conseqüentemente, a ausência proporcional de sua presença no lar sem dúvida acabou por conferir um novo perfil à família. Com isso pode ter havido uma crescente dificuldade no acompanhamento intensivo e na educação dos filhos. Consumada essa nova estrutura familiar, juntamente com o grande e crescente número de separações conjugais, automaticamente inviabilizaram-se os modelos educativos das gerações passadas e novos modelos deverão ser aplicados. Como tudo o que é novo, diante do novo modelo educacional, onde participa cada vez mais as instituições e cada vez menos os pais, existe uma grande apreensão e insegurança sobre quais são, exatamente, as práticas educativas mais desejáveis. Seriam consideradas práticas educativas desejáveis a sensibilidade para os sentimentos dos filhos, o envolvimento positivo nas atividades dos membros da família, o controle positivo da disciplina conscientizando o objetivo das regras e divisão da tomada de decisões. Seriam consideradas práticas educativas indesejáveis a intromissão, o controle do comportamento através da culpa e da disciplina através da autoridade, a evitacão de participação nas decisões. 226
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    Evidentemente qualquer pesquisadorde bom senso entenderá que a questão pais separados ou não, mãe trabalhando fora ou não, etc., etc., não pode ter um valor absoluto no modo de agir dos filhos. Em medicina a relação causal exige uma observância mais criteriosa. Se a questão fosse tão simples assim, todas as crianças criadas em instituições e orfanatos seriam dependentes químicos, sociopatas, prostitutas, marginais e assim por diante. Modelo Cultural – Outro fator existencial que pode contribuir para a busca por drogas está no modelo cultural. A cultura, através da mídia fortemente penetrante no pensamento do ser humano contemporâneo, influi sobremaneira na elaboração de escalas de valores. A imagem propalada de usuários de drogas como pessoas interessantes, glamorosas, bem sucedidas sexualmente, artistas famosos, algumas vezes com destaque social e/ou econômico seguramente influi nos conceitos de certo-errado do jovem em formação. O apelo para beber é absolutamente inegável em nossa sociedade ocidental. Não se vê, socialmente, uma pessoa convidando a outra para “ir lá em casa tomar um chazinho”, ou para comemorar algum sucesso em uma confeitaria. Entre os jovens, causa muita estranheza a pessoa recusar um copo de bebida alcoólica alegando simplesmente “eu não bebo”. Possivelmente sua imagem ficará algo arranhada, principalmente para o sexo oposto. Também não se vê durante uma noitada de entretenimento, de forma alguma, um jovem alertando o outro sobre os riscos da dependência química. Muito pelo contrário; qualquer atitude normativa e de aconselhamento nesse sentido é pejorativamente tida como inadequada, retrógrada e aborrecedora. Alguns ídolos do mundo artístico mortos por overdose de alguma droga acabam sendo até enaltecidos. São vários os filmes sobre biografias de grandes drogados, alguns com fortes traços sociopáticos, apresentando-os como pessoas interessantíssimas, fascinantes e meritosas. O valor e mérito social da pessoa na sociedade contemporânea parece estarem atrelados quase exclusivamente à sua condição de produção. O uso de drogas pode ser bastante tolerado se a pessoa for um bom aluno, um trabalhador regular, bem sucedido economicamente, enfim, se for alguém que convencionalmente se define como “uma pessoa de sucesso”. Mas não devemos esquecer que sendo “uma pessoa de sucesso” seu comportamento servirá como modelo para outras tantas pessoas, não necessariamente “de sucesso”. A Pessoa – Agora vem uma questão capaz de arruinar qualquer raciocínio conclusivo aplicado às anteriores; a responsabilidade da pessoa em seu próprio destino. Não se desmerece, de forma alguma, a importância da família e da sociedade no desenvolvimento e no desígnio da pessoa, entretanto, a parte mais importante desse vir-a-ser continua sempre sendo ela mesma. Juntamente com as pesquisas investigativas sobre a causalidade da dependência, devem-se enfatizar as pesquisas sobre a personalidade pré-mórbida do dependente, sobre seu histórico 227
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    emocional, seus antecedentespsicopatológicos, sobre sua natureza genética, enfim, as pesquisas devem valorizar o dependente com o mesmo entusiasmo que valoriza o meio. Como recomenda muito bem o existencialismo, didaticamente exposto em Sartre, de fato a pessoa não deve ser responsabilizada pelo que o destino fez com ela, mas é totalmente responsável pelo que ela vai fazer com aquilo que o destino fez com ela (veja mais sobre Dependência e Personalidade). Dados sobre o uso de drogas entre adolescentes no Brasil Os adolescentes usuários e dependentes de drogas têm uma situação vivencial que pode ser comparada aos não dependentes da seguinte maneira: Adolescentes Dependentes e Não Dependentes Dependentes Químicos % Não está estudando 70,8% Freqüentavam escolas públicas 79,2% Repetência de ano pelo menos 1 vez 87,5% Têm pais separados 79,2% Não Dependentes % Estão estudando 87,5% Freqüentam escolas particulares 79,2% Não têm repetência 29,2% Têm pais casados 62,5% Broecker & Jou, 2007 Droga usada por adolescentes Dependentes e Não Dependentes Droga Depend. Não Depend. Maconha 96,0% 33,3% Craque 79,2% 8,40% Cocaína 50,0% 16,7% Cola 41,7% 8,40% Solventes 4,2% 12,5% Broecker & Jou, 2007 Percepção da pessoa sobre sua própria dependência Quanto, exatamente, o dependente químico reconhece sua própria dependência? A autopercepção com relação à drogadição é alta, pois, respondendo questionários anônimos com franqueza, 87,5% dos dependentes reconhecem ser dependentes químicos e admitem precisar de ajuda, e 89,4% dos sem-dependência disse não ter problemas em relação ao uso de drogas ilícitas. 228
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    Talvez o fatocomum dos dependentes externarem um discurso de não reconhecem ostensivamente sua própria dependência seja um mecanismo de defesa de pseudo-negação da angustiante penúria existencial em que se encontram. Entre os adolescentes brasileiros o consumo de drogas tem sido pesquisado por vários autores, havendo alguma discrepância bem pouco significativa entre os resultados. Em relação as drogas mais consumidas os resultados de Tavares, Béria e Silva Lima são os seguintes: Subst. mais consumidas Freqüente Predomínio Álcool 86,8% 24,2% Meninos Maconha 19,9% 4,9% Meninos Solventes 18,2% 2,5% Meninos Anfetamínicos 8,4% 2,3% Meninas Tabaco 41,0% 28,0% Meninas Cocaína 3,2% 2,3% Meninos Beatriz Franck Tavares, Jorge Umberto Béria e Maurício Silva de Lima - Rev Saúde Pública 2001;35(2):150-158 (2.410 estudantes entrevistados) O uso freqüente e intoxicações por álcool foram mais prevalentes entre os meninos. Há a associação positiva entre uso de drogas (exceto álcool e tabaco) e • Turno escolar noturno, • Maior número de faltas à escola • Maior número de reprovações escolares. Embora sejam países com realidades muito diferentes, a comparação entre Brasil e Estados Unidos é válida, tendo em mente que em nosso país a sociedade tem uma tendência inexorável de arremedar costumes e comportamento dos americanos. O levantamento domiciliar realizado pelo CEBRID buscou em todos os detalhes acompanhar o dos americanos, o que torna a análise de ambos interessantes. Os dados do estudo americano foram retirados do SAMSHA, 2001, referindo à pesquisa feita em 2000. Comparação dos resultados do Brasil e EUA para o uso das diversas drogas psicotrópicas. DROGAS Uso na vida Brasil EUA% % Qualquer Droga* 19,4 38,9 Maconha 6,9 34,2 Cocaína 2,3 11,2 Crack 0,4 2,4 Heroína 0,1 1,2 Alucinógenos 0,6 11,7 Solventes 5,8 7,5 Opiáceos 1,4 8,6 Tranqüilizantes 3,3 5,8 229
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    Estimulantes 1,5 6,6 Álcool 68,7 81,0 Tabaco 41,1 70,5 * - exceto álcool e tabaco CEBRID – disponível em http://www.cebrid.epm.br/levantamento_brasil/parte_5.pdf Consumo de maconha no Brasil Estudo feito pelo CEBRID abrangendo 107 cidades com mais de 200 mil habitantes sobre o consumo de maconha no Brasil. Exceto tabaco e álcool, o uso na vida, no total das drogas foi de 19,4%, sendo a maconha a droga que teve maior uso experimental com 6,9%. A região Sul do Brasil foi à campeã em porcentagens de uso na vida para a maconha com 8,4% de usuários. A dependência de maconha ,ao contrário do que sempre se divulgou com duvidosa intenção, existe sim e apareceu em 1,0% dos entrevistados, o que equivale a uma população estimada de 451.000 pessoas no país. Este é provavelmente um número muito otimista, considerando as dificuldades em se obter respostas sinceras. A região Sul foi aquela onde apareceram as porcentagens mais expressivas de dependentes de maconha 1,6% dos entrevistados. Prevalência (uso na vida) de maconha e cocaína Maconha* Cocaína** EUA 34,2% 11,2% Reino Unido 25,0% 3,0% Dinamarca 24,3% 1,7% Espanha 19,8% 3,2% Chile 19,7% 4,5% Holanda 19,1% 2,6% Grécia 13,1% 1,0% Suécia 13,0% 1,0% Brasil 6,9% 2,3% Colômbia 5,4% 1,6% Alemanha 4,2% 0,2% Itália 3,5% Portugal 1,3% *- CEBRID ** - Ospina,1997; CONACE, 2001, 2005; EMCDDA, 2005; NIDA, 2005; CICAD, 2005 Poucos países separaram o uso de crack da cocaína. No Brasil o uso na vida de crack foi de 0,7%, no Chile é de 1,4% e nos Estados Unidos 2,6% (CONACE, 2005; NIDA, 2005). As regiões com maiores porcentagens de uso de crack no Brasil foram a região Sul com 1,1% e a Sudeste com 0,8%. A capital com maior uso na vida de crack foi João Pessoa com 2,5% dos estudantes. 230
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    Nos EUA houveum aumento significativo de usuários nocivos e dependentes de maconha entre os anos de 1992 e 2002 (30,2% e 35,6% de usuários, respectivamente). Este aumento pode estar relacionado, em parte, ao aumento do potencial de dependência da maconha. Isso talvez seja conseqüência do amento de 66% no teor da substância ativa da maconha (chamada de THC) nesse período. Com técnicas sofisticadas de apuração da planta o THC na amostra de maconha analisada em 1992 era de 3,01%, contra 5,11% da maconha analisada em 2002. Em um estudo prospectivo, iniciado em 1970, com acompanhamento por 12 anos, mostrou- se que 1 em cada 4 usuários de maconha desenvolveram síndrome de dependência no período compreendido entre a adolescência e a idade adulta jovem. Aumento do consumo de maconha no Brasil Dados do CEBRID em 10 capitais, onde foram realizados levantamentos anteriores entre estudantes, pode-se notar que a tendência par o uso na vida (pelo menos uma vez na vida) foi aumentar em oito capitais, exceto em Brasília e Salvador. O uso de maconha nos quatro levantamentos realizados pelo CEBRID, entre estudantes do ensino fundamental e médio, de dez capitais brasileiras (1987, 1989, 1993, 1997 e 2004) passou de 2,6 em 1987 para 6,5 % em 2004. Uso de maconha entre meninos de rua em 4 capitais Capitais 1987 2003 São Paulo 43,7% 73,8% Rio de Janeiro 20,0% 59,3% Brasília 21,9% 52,3% Porto Alegre 29,3% 21,3% A maconha é a substância ilícita mais consumida nas sociedades ocidentais. Três questões referentes ao consumo de maconha são discutidas atualmente: • O início do consumo cada vez mais precoce na adolescência; • A potência cada vez maior das novas apresentações de canabis e • O aumento progressivo da prevalência do uso. A Dependência Química é um dos transtornos mentais mais comuns, acometendo as mais diversas faixas etárias, porém, mais comumente iniciado na adolescência e juventude. Consumir drogas é uma prática milenar e universal e não há sociedade que não conheça algum tipo de droga com as mais diversas finalidades. A adolescência é uma etapa do desenvolvimento que suscita grandes preocupações quanto ao consumo de drogas, principalmente por conta da vulnerabilidade à todo tipo de influência e frustrações. As causas da dependência aparentemente são múltiplas, desde genéticas, culturais, até vivenciais, o tratamento é dificílimo e o prejuízo na vida pessoal do dependente é incalculável. 231