Trabalho e lazer
O trabalho
 O ser humano pode ser designado como Homo sapiens
(homem que sabe), mas também é Homo faber (homem que
faz).
 Ele modifica a natureza para sobreviver, satisfazer desejos
e realizar projetos.
 A posição ereta do corpo liberou as mãos humanas,
transformando-as em instrumento de ação sobre o mundo.
 O desenvolvimento da técnica teve três fases: a do utensílio,
a da máquina e a da automação.
Trabalho e humanização
 O trabalho é condição de humanização.
 Por meio do trabalho, o ser humano constrói sua
subjetividade, relaciona-se com os demais e transforma
o mundo em que vive.
 Na história da humanidade, porém, estabeleceu-se a
dicotomia entre os que mandam e os que obedecem.
• Para pensadores como Rousseau, essa dicotomia não existia
em sociedades tribais, sendo fruto da invenção da
propriedade privada.
Trabalho e humanização
 Em algumas sociedades, como na Grécia antiga, o
trabalho braçal era exclusivo dos escravos e considerado
inferior ao trabalho intelectual.
Cena de ritual
funerário datada de
400 a.C., na Grécia
Antiga, na qual se vê
a condição escrava do
menino, da mulher e
do adorador, que
apenas observa.
ALBUM/PRISMA/LATINSTOCK
As teorias da modernidade
 Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna,
surge uma nova concepção de trabalho.
 Essa concepção decorre da ascensão da burguesia,
oriunda dos servos libertos.
 A valorização do trabalho deve-se aos novos valores
da modernidade.
 Enquanto na Idade Média predominava o saber
contemplativo, na modernidade desenvolve-se o ideal
prometeico da dominação da natureza pela técnica.
As teorias da modernidade
Manuscrito medieval mostra camponeses
semeando e cultivando fora dos domínios do
castelo. Na Idade Média, a riqueza e as
relações de trabalho eram definidas pela
posse de terra. Os servos camponeses
recebiam dos senhores feudais (grandes
proprietários) um lote de terra para cultivar
em troca de pagamento de tributos ao
senhor.
 O liberalismo econômico e
político criou a figura jurídica
do contrato livre de trabalho.
 Essa nova forma de relação
social se contrapunha às
relações servis medievais.
ALBUM/AKG/NORTHWINDPICTUREARCHIVES/LATINSTOCK
As teorias da modernidade
 O desenvolvimento da sociedade capitalista e as
consequências da Revolução Industrial acirraram a
oposição entre a classe burguesa e os trabalhadores.
 Os trabalhadores eram cada vez mais explorados
e sujeitos a jornadas exaustivas de trabalho.
As teorias da modernidade
 Karl Marx (1818-1883) tornou-se o principal crítico da
exploração dos trabalhadores.
 Os principais conceitos utilizados por Marx em sua crítica à
sociedade burguesa foram alienação (perda do produto e de si
mesmo), fetichismo (valorização da mercadoria em detrimento
do trabalhador), reificação
(transformação do ser
humano em “coisa”) e
ideologia (ideias da classe
dominante que ocultam a
dominação por ela exercida).
O filme Tempos modernos ilustra a crítica
de Karl Marx à alienação do trabalho.
O trabalhador se perde no trabalho, não
sabe o que produz, pois sua função se
reduz a apertar parafusos.
CHAPLIN/UNITEDARTISTS/ALBUM/LATINSTOCK
 Michel Foucault (1926-1984) investigou as mudanças
decorrentes do nascimento das fábricas.
 Ele também interpretou a exploração do trabalhador como
um lento processo de imposição da disciplina e da
“docilização” do corpo como mecanismos de coerção.
As teorias da modernidade
Teorias contemporâneas
 A sociedade do século XX observou mudanças profundas nas
relações de trabalho, como o fordismo e o taylorismo e o
deslocamento da mão de obra para o setor de serviços.
• Fordismo: modelo de produção em massa desenvolvido por
Henry Ford.
• Taylorismo: modelo de administração, desenvolvido por
Frederick Taylor, que visa ao aumento da eficiência operacional.
Teorias contemporâneas
Linha de montagem da Ford na década de 1920. Nesse modelo, cada trabalhador
é especializado em uma etapa da produção e não tem o conhecimento para produzir
o produto por inteiro.
THEBRIDGEMANARTLIBRARY/GRUPOKEYSTONE
Teorias contemporâneas
 Destacam-se na reflexão filosófica do começo do século
XX os pensadores da Escola de Frankfurt.
 Os frankfurtianos eram críticos da técnica e da
racionalidade contemporâneas, que criaram uma
sociedade administrada.
 Segundo eles, sob o capitalismo os interesses definem-se
pelo critério de eficiência, produtividade e
competitividade, mas provocam a alienação do
trabalhador e o esgotamento dos recursos naturais.
 A civilização industrial do século XX criou a ideia de
lazer como contraponto ao trabalho. No entanto,
são muitos os obstáculos ao lazer criativo.
FILOSOFAR COM TEXTOS:
TEMAS E HISTÓRIA DA
FILOSOFIA
ANOTAÇÕES EM AULA
Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Cláudia Fernandes
Elaboração: Maria Lúcia de Arruda Aranha e Renato dos Santos Belo
Edição de texto: Samir Thomaz
Preparação de texto: José Carlos de Castro
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Iconografia: Camila D'Angelo, Marcia Mendonça, Angelita Cardoso e Denise Durand Kremer
EDITORA MODERNA
Diretoria de Tecnologia Educacional
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Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio
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Editor de arte: Fabio Ventura
Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini
Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres
Revisores: Diego Rezende e Ramiro Morais Torres
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2012

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  • 2.
    O trabalho  Oser humano pode ser designado como Homo sapiens (homem que sabe), mas também é Homo faber (homem que faz).  Ele modifica a natureza para sobreviver, satisfazer desejos e realizar projetos.  A posição ereta do corpo liberou as mãos humanas, transformando-as em instrumento de ação sobre o mundo.  O desenvolvimento da técnica teve três fases: a do utensílio, a da máquina e a da automação.
  • 3.
    Trabalho e humanização O trabalho é condição de humanização.  Por meio do trabalho, o ser humano constrói sua subjetividade, relaciona-se com os demais e transforma o mundo em que vive.  Na história da humanidade, porém, estabeleceu-se a dicotomia entre os que mandam e os que obedecem. • Para pensadores como Rousseau, essa dicotomia não existia em sociedades tribais, sendo fruto da invenção da propriedade privada.
  • 4.
    Trabalho e humanização Em algumas sociedades, como na Grécia antiga, o trabalho braçal era exclusivo dos escravos e considerado inferior ao trabalho intelectual. Cena de ritual funerário datada de 400 a.C., na Grécia Antiga, na qual se vê a condição escrava do menino, da mulher e do adorador, que apenas observa. ALBUM/PRISMA/LATINSTOCK
  • 5.
    As teorias damodernidade  Na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, surge uma nova concepção de trabalho.  Essa concepção decorre da ascensão da burguesia, oriunda dos servos libertos.  A valorização do trabalho deve-se aos novos valores da modernidade.  Enquanto na Idade Média predominava o saber contemplativo, na modernidade desenvolve-se o ideal prometeico da dominação da natureza pela técnica.
  • 6.
    As teorias damodernidade Manuscrito medieval mostra camponeses semeando e cultivando fora dos domínios do castelo. Na Idade Média, a riqueza e as relações de trabalho eram definidas pela posse de terra. Os servos camponeses recebiam dos senhores feudais (grandes proprietários) um lote de terra para cultivar em troca de pagamento de tributos ao senhor.  O liberalismo econômico e político criou a figura jurídica do contrato livre de trabalho.  Essa nova forma de relação social se contrapunha às relações servis medievais. ALBUM/AKG/NORTHWINDPICTUREARCHIVES/LATINSTOCK
  • 7.
    As teorias damodernidade  O desenvolvimento da sociedade capitalista e as consequências da Revolução Industrial acirraram a oposição entre a classe burguesa e os trabalhadores.  Os trabalhadores eram cada vez mais explorados e sujeitos a jornadas exaustivas de trabalho.
  • 8.
    As teorias damodernidade  Karl Marx (1818-1883) tornou-se o principal crítico da exploração dos trabalhadores.  Os principais conceitos utilizados por Marx em sua crítica à sociedade burguesa foram alienação (perda do produto e de si mesmo), fetichismo (valorização da mercadoria em detrimento do trabalhador), reificação (transformação do ser humano em “coisa”) e ideologia (ideias da classe dominante que ocultam a dominação por ela exercida). O filme Tempos modernos ilustra a crítica de Karl Marx à alienação do trabalho. O trabalhador se perde no trabalho, não sabe o que produz, pois sua função se reduz a apertar parafusos. CHAPLIN/UNITEDARTISTS/ALBUM/LATINSTOCK
  • 9.
     Michel Foucault(1926-1984) investigou as mudanças decorrentes do nascimento das fábricas.  Ele também interpretou a exploração do trabalhador como um lento processo de imposição da disciplina e da “docilização” do corpo como mecanismos de coerção. As teorias da modernidade
  • 10.
    Teorias contemporâneas  Asociedade do século XX observou mudanças profundas nas relações de trabalho, como o fordismo e o taylorismo e o deslocamento da mão de obra para o setor de serviços. • Fordismo: modelo de produção em massa desenvolvido por Henry Ford. • Taylorismo: modelo de administração, desenvolvido por Frederick Taylor, que visa ao aumento da eficiência operacional.
  • 11.
    Teorias contemporâneas Linha demontagem da Ford na década de 1920. Nesse modelo, cada trabalhador é especializado em uma etapa da produção e não tem o conhecimento para produzir o produto por inteiro. THEBRIDGEMANARTLIBRARY/GRUPOKEYSTONE
  • 12.
    Teorias contemporâneas  Destacam-sena reflexão filosófica do começo do século XX os pensadores da Escola de Frankfurt.  Os frankfurtianos eram críticos da técnica e da racionalidade contemporâneas, que criaram uma sociedade administrada.  Segundo eles, sob o capitalismo os interesses definem-se pelo critério de eficiência, produtividade e competitividade, mas provocam a alienação do trabalhador e o esgotamento dos recursos naturais.  A civilização industrial do século XX criou a ideia de lazer como contraponto ao trabalho. No entanto, são muitos os obstáculos ao lazer criativo.
  • 13.
    FILOSOFAR COM TEXTOS: TEMASE HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANOTAÇÕES EM AULA Coordenação editorial: Maria Raquel Apolinário, Eduardo Augusto Guimarães e Ana Cláudia Fernandes Elaboração: Maria Lúcia de Arruda Aranha e Renato dos Santos Belo Edição de texto: Samir Thomaz Preparação de texto: José Carlos de Castro Coordenação de produção: Maria José Tanbellini Iconografia: Camila D'Angelo, Marcia Mendonça, Angelita Cardoso e Denise Durand Kremer EDITORA MODERNA Diretoria de Tecnologia Educacional Editora executiva: Kelly Mayumi Ishida Coordenadora editorial: Ivonete Lucirio Editoras: Jaqueline Ogliari e Natália Peixoto Assistentes editoriais: Ciça Japiassu Reis e Renata Michelin Editor de arte: Fabio Ventura Editor assistente de arte: Eduardo Bertolini Assistentes de arte: Ana Maria Totaro, Camila Castro, Guilherme Kroll e Valdeí Prazeres Revisores: Diego Rezende e Ramiro Morais Torres © Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados. EDITORA MODERNA Rua Padre Adelino, 758 – Belenzinho São Paulo – SP – Brasil – CEP: 03303-904 Vendas e atendimento: Tel. (0__11) 2602-5510 Fax (0__11) 2790-1501 www.moderna.com.br 2012