Eurobarómetro: Custo de vida e meio ambiente são as principais preocupações dos jovens da UE 

Comunicado de imprensa 
 
 

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  • Luta contra o aumento dos preços deveria ser prioridade absoluta em toda a Europa, dizem jovens entre os 16 e os 30 anos 
  • Jovens dos países de Leste da UE preocupam-se mais com a segurança e a defesa 
  • Para 42% dos inquiridos, as redes sociais constituem a principal fonte de notícias sobre questões políticas e sociais 
  • 76% dos inquiridos consideram ter sido expostos a desinformação na semana anterior à realização do inquérito e 70% estão confiantes de que a conseguem reconhecer 

Um inquérito a jovens entre os 16 e os 30 anos revela que as redes sociais são a sua principal fonte de informação e que a maioria está também consciente dos riscos da desinformação online.

O aumento dos preços e do custo de vida é uma preocupação para 40% dos jovens europeus com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos, de acordo com o último inquérito Eurobarómetro aos jovens, publicado esta segunda-feira. Um terço dos inquiridos pelo Parlamento Europeu, entre setembro e outubro de 2024, afirmou acreditar que a UE deve centrar a sua atenção no ambiente e nas alterações climáticas ao longo dos próximos cinco anos, enquanto 31% considera que a situação económica e a geração de emprego devem ser prioritárias.

Quase três em cada dez (29%) jovens querem que a UE dê prioridade à proteção social, ao bem-estar e ao acesso aos cuidados de saúde. Mais de um em cada cinco inquiridos destacou a educação e a formação (27%), a habitação (23%) e a defesa e segurança da UE (21%) como prioridades para a UE. A defesa europeia é uma preocupação particularmente importante para os jovens da República Checa (36%), da Polónia (33%) e da Estónia (32%).

Roberta Metsola disse: "Ouvir os jovens europeus e as suas preocupações é vital para os políticos, os legisladores e para a democracia europeia. Os jovens de hoje estão preocupados com o aumento dos preços, as alterações climáticas, a segurança e as suas possibilidades de encontrar um bom emprego. Estas são preocupações que devemos ter em conta em todas as decisões que tomamos e em todas as leis que aprovamos. Caso contrário, arriscamo-nos a perder uma geração para a desilusão”.

Redes sociais ultrapassam a televisão como principal fonte de informação

As redes sociais são a principal fonte de informação sobre questões políticas e sociais para 42% dos inquiridos, entre os 16 e os 30 anos, sendo a televisão a segunda fonte mais popular (39%). A preferência pela televisão é particularmente notória na faixa etária dos 25-30 anos. Esta faixa etária é também mais suscetível de utilizar plataformas de notícias online e a rádio do que os jovens entre os 16 e os 18 anos. Os participantes mais jovens (16-18 anos) confiam mais nas redes sociais (45%) do que os jovens de 25-30 anos (39%) e confiam mais nos amigos, na família ou nos colegas para obter informações (29% em comparação com 23%).

“O panorama da informação está a mudar rapidamente. Como a maioria dos jovens obtém predominantemente as suas notícias através das redes sociais, os políticos e as plataformas das redes sociais têm uma responsabilidade especial no combate à crescente desinformação”, acrescentou a Presidente Metsola.

A televisão continua a ser a principal fonte de informação para os jovens em Portugal (53%), Itália (52%), Eslovénia (45%) e França (43%). A imprensa online e/ou as plataformas de notícias e a rádio são fontes de informação para 26% dos participantes mais jovens e 16% dos seus homólogos mais velhos. Na edição de 2021 deste inquérito, as principais fontes de notícias eram as redes sociais e os websites de notícias (cada um dos quais foi mencionado por 41% dos inquiridos).

Instagram e o TikTok são as redes sociais mais utilizadas para obter notícias

O Instagram é a principal plataforma para obter notícias políticas e sociais entre os jovens (47%), seguido do TikTok (39%). O X (antigo Twitter) é utilizado apenas por 21% dos jovens, revela o inquérito.


Jovens estão conscientes da sua exposição à desinformação

Uma maioria significativa (76%) dos jovens considera que já esteve exposta à desinformação e às notícias falsas.

Em nove países da UE, mais de metade dos inquiridos afirmam ter sido expostos à desinformação “frequentemente” ou “muito frequentemente”, com as proporções mais elevadas em Malta (59%), Hungria (58%), Grécia (57%), Luxemburgo (55%) e Bélgica (54%). Em contrapartida, a percentagem dos que acreditam nunca terem sido expostos a desinformação e notícias falsas é mais elevada na Roménia (19%), seguida da Bulgária (11%).

70% dos participantes no inquérito mostraram-se confiantes em saber reconhecer a desinformação. Os inquiridos de Malta e da Croácia foram os mais confiantes na sua capacidade de reconhecer a desinformação, enquanto os da Áustria, Alemanha e Eslovénia foram os menos confiantes.

Portugal
Dados específicos sobre os resultados em Portugal nesta página.

Dados técnicos

O Inquérito Eurobarómetro à Juventude foi realizado pela Ipsos entre 25 de setembro e 3 de outubro de 2024 nos 27 Estados-Membros da UE. Um total de 25 863 jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 30 anos foram inquiridos através de entrevistas Web assistidas por computador (CAWI), utilizando painéis em linha. Os resultados foram ponderados de acordo com a proporção deste grupo etário em cada país da UE.


Jovens debatem ação da UE no EYE2025

As conclusões do inquérito Eurobarómetro à juventude permitem compreender em pormenor a participação política dos jovens europeus e as suas necessidades e preocupações. Estas conclusões ajudarão a garantir que o evento emblemático do Parlamento Europeu para os jovens, o EYE2025, aborde os temas mais importantes para a geração jovem da UE.

As inscrições para o EYE2025 estão abertas até 21 de fevereiro. De 13 a 14 de junho de 2025, o EYE reunirá milhares de jovens de toda a UE e não só para debater, trocar opiniões e contribuir para moldar o futuro da Europa nas instalações do Parlamento Europeu em Estrasburgo.