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Organização Pan-Americana da Saúde pede a AL e Caribe que priorize tratamento contra câncer BR

Mamografias regulares podem ajudar a detectar o câncer de mama em estágio inicial
© Unsplash/National Cancer Institute
Mamografias regulares podem ajudar a detectar o câncer de mama em estágio inicial

Organização Pan-Americana da Saúde pede a AL e Caribe que priorize tratamento contra câncer

Saúde

Doença permanece uma das maiores causas de morte na região das Américas com mais de 1,4 milhão de óbitos e 4 milhões de casos todos os anos; este 4 de fevereiro marca o Dia Mundial de Combate ao Câncer

Os governos da América Latina e do Caribe devem colocar o tratamento do câncer no topo da lista de suas prioridades. A recomendação é do diretor da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, como mensagem neste Dia Mundial de Combate ao Câncer.

Jarbas Barbosa afirma que o acesso a medicamentos, suprimentos e equipamentos médicos é fundamental para quem vive com a doença.

Qualidade de vida dos pacientes

Todos os anos, 4 milhões de pessoas nas Américas são diagnosticadas com algum tipo de câncer. O número de óbitos segue alto: 1,4 milhão por ano. É uma das maiores causas de morte na região. A agência da ONU lembra que ampliar o acesso ao tratamento é essencial para a qualidade de vida dos pacientes e para melhores resultados também.

Apesar de avanços, muitas barreiras seguem existindo como altos custos, sistemas ineficientes de licitação para a compra dos remédios e suprimentos e redes limitadas de distribuição.

A Opas ressalta disparidades no tratamento do câncer infantil. Pelo menos 30 mil crianças e adolescentes serão diagnosticados com a doença nas Américas ainda este ano. E desse total, um terço perderá a vida. Já em países de renda alta, a taxa de sobrevivência de pacientes mirins é de mais de 80%.

Uma médica trata um paciente com câncer
Ocha/Ali Haj Suleiman
Uma médica trata um paciente com câncer

Parcerias e estratégias

Em nações de rendas baixa e média a cura é de cerca de 20%. O conselheiro regional da Opas, Mauricio Maza, ressalta que essa disparidade se deve ao acesso a medicamentos de qualidade.

A agência informou que segue com acordos de parcerias para melhorar as condições de planejamento e estratégias de combate a doença pelos governos da região.  No ano passado, foi assinado um acordo de parceria com o Hospital St. Jude de oncologia infantil.

A Organização Pan-Americana da Saúde também tem um fundo para melhorar o acesso a medicamentos contra o câncer. O diretor da Opas ressaltou a necessidade de exames de prevenção contra o câncer do colo do útero, que continua matando 40 mil mulheres por ano nas Américas.

Vacina contra HPV

Além dos exames de rotina, é preciso que os governos promovam a imunização contra o HPV, o Papillomavirus humano. A agência tem o objetivo de alcançar 90% de cobertura vacinal em meninas de 15 anos; 70% de testes de alta precisão em mulheres de 35 a 45 anos e assegurar que 90% das lesões pré-cancerígenas e casos de câncer invasivos recebam o tratamento adequado.

Segundo a Opas, dos 51 países e territórios da região, 48 já introduziram a vacina contra o HPV.