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Peritos da ONU condenam morte de jornalista detido de forma arbitrária no Irã BR

Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária divulgou um parecer sobre a detenção de Jamshid Sharmahd  em 2022
ONU/Jean-Marc Ferré
Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária divulgou um parecer sobre a detenção de Jamshid Sharmahd em 2022

Peritos da ONU condenam morte de jornalista detido de forma arbitrária no Irã

Direitos humanos

Alemanha recebeu corpo de Jamshid Sharmahd das autoridades iranianas na sexta-feira após morte sob custódia; cidadão alemão-iraniano fala de detenção arbitrária e desprovida de qualquer base legal.

Especialistas em direitos humanos* das Nações Unidas condenaram nesta quarta-feira as autoridades iranianas após a confirmação da morte de um jornalista e ativista que foi vítima de detenção arbitrária.

Em nota publicada em Genebra, o grupo considera terrível a morte de Jamshid Sharmahd, 69 anos, por acreditar que ele foi “submetido a sequestro e violações de vários direitos fundamentais, incluindo o de um julgamento justo”.

Morte sob custódia

O corpo de Jamshid Sharmahd foi devolvido à Alemanha na última sexta-feira. Ele nasceu no Irã e foi naturalizado alemão. 

Segundo os peritos, a morte dele sob custódia e o atraso no retorno digno do corpo à família violam seus direitos humanos. Os especialistas também pediram ao Irã que “interrompa todas as execuções judiciais”.

Reação á morte do cidadão alemão-iraniano ressalta detenção arbitrária e desprovida de qualquer base legal
UNsplash/Ali Barzegarahmadi
Reação á morte do cidadão alemão-iraniano ressalta detenção arbitrária e desprovida de qualquer base legal

Jamshid Sharmahd foi detido em 2020 sem mandado das autoridades iranianas em trânsito pelos Emirados Árabes Unidos. Nesse momento, ele fazia uma viagem de trabalho e foi submetido a uma “rendição extraordinária” pelas autoridades iranianas, quando o prenderam sem mandado.

Confirmação de morte

Num vídeo apresentado na sequência da detenção, as autoridades iranianas mostraram Sharmahd vendado e confessando crimes contra o governo de Teerã.

Em 2023, a Suprema Corte iraniana confirmou a sentença por “corrupção na Terra”, a qual levou à declaração de pena de morte.

Em novembro de 2024, Teerã anunciou que Sharmahd havia morrido antes da realização de sua execução. A confirmação da morte aconteceu recentemente.

Em 2022, o Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária divulgou um parecer sobre a detenção de Jamshid Sharmahd no qual reafirmava que a detenção dele “foi arbitrária e desprovida de qualquer base legal”.